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sábado, 24 de agosto de 2013

INDÚSTRIA



Cresce produção industrial no Brasil
CNI revela crescimento em julho, depois de queda no mês anterior.

Por ADILSON PIOVEZAN

Após queda no mês de junho, a produção industrial no Brasil voltou a crescer no mês seguinte. A atividade da indústria atingiu 52,1 pontos, contra 46 pontos em junho. O índice varia de 0 a 100 e valores acima de 50 demonstram crescimento. As informações constam na pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Embora os dados ainda comprovem o desaquecimento, de acordo com a CNI, a utilização da capacidade instalada (UCI) se aproximou do usual para o mês de julho, acompanhando o aumento da produção. A UCI efetiva em relação ao normal para o mês atingiu 44,4 pontos, abaixo, portanto, da linha divisória dos 50 pontos, mas acima do índice do mês anterior, que foi de 42,9 pontos.
O índice de número de empregados, por sua vez, continuou abaixo dos 50 pontos, em 48,5 pontos, “o que mostra recuo na quantidade de trabalhadores na indústria”. A pesquisa da Confederação também chamou a atenção para a continuidade dos estoques elevados.
Já o índice de estoques efetivo-planejado registrou em julho 51,7 pontos (índices além dos 50 pontos revelam estoques efetivos acima do planejado).  O acúmulo de estoques indesejados foi maior nas empresas de grande porte, para as quais o índice chegou a 54,5 pontos.
Apesar de positivas, superiores à linha divisória dos 50 pontos, as expectativas do empresário da indústria em agosto para os próximos seis meses mantiveram-se praticamente idênticas. A demanda, por exemplo, deve chegar a 58,5 pontos, contra 58,9 pontos em julho. O número de empregados também não deve apresentar mudanças, passando para 51,4 pontos, quando atingira 51,5 pontos no mês anterior.
Com 55,8 pontos, contra 56 pontos em julho, as perspectivas sobre compras de matérias-primas também foram praticamente semelhantes. As estimativas sobre os volumes de exportação caíram de 54,2 para 51,1 pontos. A Sondagem Industrial de julho foi realizada entre 1º e 13 de agosto com 1.984 empresas, sendo 739 delas de pequeno porte, 736 médias e 509 grandes. Vale alertar para o fato de que o Brasil ainda precisa rever os investimentos nas pequenas indústrias, uma vez que elas dão um considerável impulso no crescimento da economia do país.

CULTURA



A cultura da escassez
Apenas 18% dos recursos para programa de promoção e acesso à cultura foram utilizados.


Por ADILSON PIOVEZAN
 

No último dia 22 de agosto comemorou-se o Dia do Folclore Brasileiro, data criada pelo Congresso Nacional em 1965 para preservar e divulgar as histórias e personagens da cultura brasileira. Em todo o país, a data é comemorada com celebrações, brincadeiras e festas folclóricas. Ao se analisar o orçamento para a preservação do folclore, no entanto, não há motivo para tantas comemorações.
Entre os programas orçamentários do governo federal, o programa Cultura: Preservação, Promoção e Acesso é específico para iniciativas de promoção, fomento e preservação da cultura no país. Segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira do governo (SIAFI), a União desembolsou R$ 539,5 milhões para as ações da rubrica até o dia 18 de agosto de 2013, incluindo os restos a pagar pagos, valor que representa apenas 18% dos R$ 3 bilhões autorizados para o exercício.
O valor, embora pouco expressivo, ainda é 63% maior que o total aplicado no programa durante todo o ano de 2012 cerca de R$ 331,7 milhões. No ano passado, apenas 14% dos R$ 2,4 bilhões liberados para o programa foram quitados no exercício.
Entre as ações do programa, há três iniciativas diretamente relacionadas ao Folclore: Promoção e Fomento à Cultura Brasileira, Preservação de Bens e Acervos Culturais e Preservação do Patrimônio Cultural das Cidades Históricas. Juntas, as ações possuem dotação autorizada de R$ 958,6 milhões, mas apenas R$ 44,8 milhões foram pagos até agora, isto é, menos de 5% do total liberado.
Para a Promoção e Fomento à Cultura Brasileira, de autonomia do Ministério da Cultura, que é a mais expressiva adas ações, foram destinados apenas R$ 28,6 milhões, ou seja, 6% dos R$ 442,7 milhões autorizados. A iniciativa prevê a contribuição para a criação, produção, divulgação e circulação do produto cultural brasileiro, proporcionando a fruição e o acesso amplo da população aos bens culturais, em suas diversas áreas e segmentos e nos seus mais diversos aspectos, manifestações e linguagens.
Na mesma linha de escassez, a iniciativa de Preservação de Bens e Acervos Culturais recebeu pouco mais de 2% dos R$ 184,5 milhões autorizados para 2013. Até 18 de agosto, somente R$ 4,6 milhões haviam sido pagos pelo Ministério da Cultura para a ação. A finalidade da rubrica é a realização de projetos e atividades que contribuam direta ou indiretamente para a preservação de bens e acervos culturais, incluindo o desenvolvimento de estudos, pesquisas, normas, monitoramento, fiscalização e acompanhamento, além de eventos que contribuam para preservação do patrimônio cultural brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), finalmente, destinou apenas R$ 11,5 milhões, dos R$ 331,3 milhões liberados pelo governo na ação Preservação do Patrimônio Cultural das Cidades Históricas. O referido valor representa apenas 3% do total liberado. A iniciativa tem como objetivo o planejamento, desenvolvimento, fomento, coordenação, monitoramento e avaliação de ações de preservação do patrimônio cultural brasileiro pactuadas, prioritariamente, por meio dos acordos de preservação do patrimônio cultural, com vistas ao desenvolvimento socioeconômico do país.
A assessoria de imprensa do Ministério da Cultura informou que, do total autorizado para o programa, R$ 194,6 milhões foram contingenciados pelo Poder Executivo e R$ 721,0 milhões referem-se a emendas de parlamentares. Diminuindo esses recursos, a dotação específica do programa cai para R$ 2,136 bilhões.
Ainda de acordo com o Ministério da Cultura, desses recursos restantes foram empenhados R$ 1,4 bilhão, correspondendo a 66,13% do total. “Passados dois terços do ano, o esperado de execução seria 66,67% do total dos recursos disponíveis. No entanto, a Lei Orçamentária para o exercício de 2013 foi aprovada apenas em abril”, diz a nota do governo referindo-se, naturalmente, apenas aos empenhos orçamentários que representam reserva de recursos para posterior pagamento.
O órgão ainda afirmou que dos recursos liberados, R$ 300,0 milhões referem-se ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no que tange à preservação de Cidades Históricas que cujos projetos foram definidos em conjunto com a Presidência da República, neste mês de agosto.

sábado, 17 de agosto de 2013

SORTE ROUBADA


Homem que juntou R$ 28 mil catando latinhas é furtado em Cabo Frio, RJ

Dinheiro ficava em uma mochila guardada no armário do quarto e sumiu.
Sonho de Marinô era comprar um imóvel para alugar e viver com a renda.

Tomás Baggio Do G1 Região dos Lagos
Marinô Pascoal de Melo mostra o armário e a mochila que guardavam o dinheiro roubado (Foto: Tomás Baggio/G1)Marinô Pascoal de Melo mostra o armário e a mochila onde estava o dinheiro (Foto: Tomás Baggio/G1)
A história de um homem simples que juntou R$ 28 mil e teve o dinheiro furtado vem comovendo moradores de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Marinô Pascoal de Melo, de 45 anos, tinha o sonho de comprar um imóvel para alugar e viver com a renda. Ele é deficiente físico, mora com a mãe de 76 anos e economizou quase tudo o que ganhava como catador de latinhas e guardador de carros ao longo de 10 anos. O dinheiro ficava em uma mochila guardada no armário do quarto, mas ao procurar o dinheiro para pagar a quitinete de R$ 25 mil que decidiu comprar, Marinô teve a surpresa.
"Só achei a mochila vazia no armário. Falei para minha mãe que tinha sumido tudo e ela não acreditou. Revirou o quarto procurando, mas só achamos algumas moedas que estavam separadas. Levaram tudo que estava na mochila", afirma ele.
Marinô conta que juntava o dinheiro porque a mãe não gostava de vê-lo trabalhando a noite. "Ela vive me dizendo que, por causa da minha condição, é perigoso eu voltar para casa com dinheiro de madrugada, com o dia amanhecendo. Então eu fui juntando para comprar uma quitinete e viver com o aluguel", explica.

Dona Neide e o filho Marinô ficaram desolados (Foto: Tomás Baggio/G1)
Dona Neide e o filho Marinô (Foto: Tomás Baggio/G1)
A mãe dele, Neide Pascoal de Melo, diz ter ficado supresa quando descobriu há poucos meses que o filho havia juntado a quantia. Segundo ela, o dinheiro chegou a ser usado no ano passado, quando a casa em que moram foi atingida por uma chuva de granizo.
"Quando teve a chuva de granizo no ano passado, ele perguntou quanto custava para trocar as telhas furadas e me deu R$ 1,5 mil na mão. Eu sabia que ele guardava algum dinheiro porque sempre via ele chegando com o dinheiro do trabalho e guardando. Mas não fazia ideia de quanto tinha. Eu só fui saber há pouco tempo, quando um neto meu precisou de dinheiro e o Marinô resolveu emprestar. Então eu fui no quarto com ele, separamos R$ 5 mil para emprestar e contamos o restante. Eram R$ 28 mil. Depois disso, não mexemos mais no dinheiro", conta a dona Neide.
Diante do questionamento inevitável sobre por que o dinheiro não ficava guardado em um banco, Marinô responde: "Eu nunca soube mexer com essas coisas, nunca tive nada no banco. Há um tempo atrás, a minha mãe chegou a abrir uma poupança para mim, mas eu dependia da minha irmã para ir lá colocar o dinheiro. Como ela estava sempre ocupada, acabei juntando aqui mesmo", conta ele.
Agora, diz Marinô, o jeito é continuar trabalhando. Após a notícia do roubo se espalhar, a casa em que Neide vive com três dos seis filhos está cada dia mais movimentada. A mãe de Marinô conta que os vizinhos se sensibilizaram com a história, e que a vontade de todos é que o ladrão seja encontrado. A ocorrência do furto foi registrada na 126ª DP (Cabo Frio), que vai investigar o caso.
"Olha, eu sei que recuperar o dinheiro é quase impossível. Para ser sincera, nem tenho muita esperança disso. A nossa esperança mesmo é que consigam descobrir quem fez essa maldade com a gente", diz, muito triste, Dona Neide.

INVESTIGAÇÕES CGU

CGU avalia contratos do governo com empresas envolvidas em cartel

Levantamento indicará necessidade de auditoria, informou controladoria.
Para ministro Gilberto Carvalho, apuração deve ser feita 'doa a quem doer'.

Felipe Néri Do G1, em Brasília
A Controladoria-Geral da União (CGU) informou neste sábado (17) que faz um levantamento dos contratos do governo federal com as empresas envolvidas nas denúncias de suposto cartel nas licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal (entenda o caso),
Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a partir das informações coletadas será decidido se haverá ou não a instauração de uma auditoria para investigar os contratos.
A CGU não anunciou prazo para a conclusão do levantamento dos contratos dessas empresas com contratos no governo federal. Ao coletar as informações dos contratos com as empresas, o órgão analisa, por exemplo, o valor cobrado pelos serviços prestados e os riscos que os contratos apresentam.
Doa a quem doer, a investigação tem que ser feita em qualquer nível, em qualquer estado do país. Agora, o foco, evidentemente, como nós todos sabemos, não está no plano federal. O foco principal está em São Paulo."
Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou neste sábado, durante evento com funcionários do Palácio do Planalto, que as investigações sobre os cartéis devem ser feitas em qualquer nível de governo, podendo atingir também o federal. Segundo o ministro, no governo federal, só não será investigado "quem não errar".
“Vamos sempre lembrar de uma velha frase: só não será investigado quem não errar neste nosso governo. Se houver qualquer erro, vai ser investigado. Nós nunca podemos é imaginar que não haja luz, que não haja investigação sobre qualquer denúncia que foi feita. A CGU nos orgulha muita pela independência, pela seriedade. Então, doa a quem doer, a investigação tem que ser feita em qualquer nível, em qualquer estado do país. Agora, o foco, evidentemente, como nós todos sabemos, não está no plano federal. O foco principal está em São Paulo", declarou o ministro.
arte_cartel_siemens_metro_sp (CURTA) (Foto: Editoria de Arte / G1)
Segundo ele, é preciso "esperar com tranqüilidade as investigações transcorrerem e que depois seja julgado e condenado quem dever ser julgado e condenado".
Cade investiga
A suposta formação de cartel nas licitações é investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pela Polícia Federal e também pelo Ministério Público de São Paulo. A empresa alemã Siemens, que faria parte de um esquema que envolveria 18 empresas, estaria colaborando com a apuração do Cade.
Nesta sexta, o presidente do Cade, Vinicius Marques de Carvalho, afirmou que o processo de investigação do suposto cartel deve levar pelo menos dois anos.
O Ministério Público de São Paulo já abriu 53 procedimentos investigatórios abertos para apurar a ocorrência de eventual conluio de empresas para fraudar concorrências durante governos do PSDB no estado.
Na última quinta (15), o governo de São Paulo anunciou que entrou na Justiça com ação contra a Siemens por causa do suposto cartel em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A ação pede o ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público pelo eventual acordo entre as empresas.
Cadastro Pró-Ética
Na última quinta-feira, a CGU divulgou nota no site da controladoria informando que propôs ao Comitê Gestor do Casdastro Pró-Ética a notificação da Siemens para que apresente esclarecimentos sobre as denúncias de envolvimento no cartel.
O Cadastro Pró-Ética lista empresas que assumiram compromisso com a ética empresarial e adotaram mecanismos para coibir ocorrências de fraude e corrupção.
O Comitê Gestor do cadastro é integrado pela CGU e outras oito instituições: Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; Confederação Nacional da Indústria (CNI); Federação Brasileira de Bancos (Febraban); BM&F Bovespa; Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio; Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex); Instituto de Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A Siemens foi incluída no cadastro em 2011. De acordo com a nota da CGU, se a empresa deixar de cumprir as exigências previstas nas normas do cadastro no momento da adesão ou se estiver envolvida em novas situações ou denúncias que comprometam o compromisso ético, a empresa poderá ser suspensa ou excluída do cadastro.