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sexta-feira, 29 de julho de 2016

DEPRESSÃO E SEUS FATORES

Depressão e seus fatores (I)
Por Battista Soarez
Nos últimos tempos, vários amigos meus têm sido afetados por depressão. Inclusive uma irmã minha que trabalha como diretora de escola há 30 anos. Isso tem me chamado à atenção. Tratei de minha irmã por meio de algumas psicoterapias de apoio e atividades motivacionais. Ela foi curada em 30 dias. Como psicoterapeuta e pastor, tenho ajudado outras pessoas a superar esse problema.
Segundo o Dr. Neil Nedley, autor do livro “Como sair da depressão”, de todas as formas de doenças mentais, a depressão é uma das mais comuns, perigosas e temidas. Ele explica que mudanças de humor são uma parte normal da experiência humana, mas que alguns passam por uma forma de depressão que tende a se arrastar com o risco de consequências graves. Essa condição, diz ele, não é normal e necessita de atenção médica.
Muitas vezes, o paciente não percebe ou não admite a necessidade de ajuda médica. Talvez a maior ameaça da depressão seja a falta de compreensão da doença, associada à desinformação.
Uma das formas mais comuns de depressão é a que o Dr. Neil chamou de “depressão maior”. É uma doença mental. Vem em segundo lugar depois das fobias como, por exemplo, medo de multidões, de espaços fechados etc., e afeta qualquer pessoa, independentemente da classe social ou condição financeira.
“Depressão maior” é a forma mais comum de transtornos do humor, é muito mal compreendida, acontece em um a cada três pacientes de medicina interna e, se o caso for tratado adequadamente, pode haver cura com absoluta eficácia.
Tratamentos de rotina são feitos independentemente da causa, mas se quisermos ter eficácia no tratamento temos que determinar a causa. O mais preocupante é que episódios de depressão são cada vez mais frequentes em pessoas com até 25 anos de idade, enquanto que, antes, ocorria comumente na chamada crise da meia-idade, em torno dos 40 anos. Para se ter uma ideia, as vendas de remédios antidepressivos subiram mais de 800% ao redor do mundo desde 1991.
Mas nem toda pessoa deprimida tem depressão. Para os casos corriqueiros, o Dr. Neil chamou de “depressão situacional”. Ele explica que depressão situacional á algo que qualquer um de nós pode ter. Mas não chega ser uma doença mental. Afinal de contas, assevera ele, sentimentos depressivos são reações normais do nosso organismo e são resultantes de eventos traumáticos ou de outras situações corriqueiras da vida.
Os sintomas de “depressão maior” são nove, a saber: (1) tristeza profunda ou uma sensação de vazio profundo, (2) apatia, (3) agitação ou perturbação, (4) distúrbios do sono, (5) distúrbios do peso ou falta de apetite, (6) falta de concentração, (7) sentimentos de excessiva culpa ou indignidade, (8) pensamentos mórbidos ou desejo de querer morrer, (9) fadiga.
Uma pessoa que apresente pelo menos 5 sintomas destes, é considerada portadora de depressão maior ou profunda. Ela perde completamente a qualidade de vida.
Alguém que apresente dois dos quatros sintomas restantes por pelo menos duas semanas, tem depressão leve ou depressão subsindrômica, isto é, muito próximo de uma síndrome.
Dificilmente uma pessoa que sofre de depressão maior ou depressão profunda terá todos os sintomas. O trauma emocional pode causar todos estes sintomas, mas não são indicação de depressão.
A “tristeza profunda” é o primeiro sintoma da depressão, mas é preciso ficar atento. Não é qualquer tristeza profunda que se pode considerar depressão. É comum as pessoas chorarem enquanto estão derramando suas queixas no consultório. Por outro lado, há pessoas com depressão que não têm tristeza profunda. Mas apresentam outros sintomas classificados entre os nove.
O segundo sintoma é a “apatia”. Pode ser descrita como uma diminuição marcante do interesse, ou do prazer, e quase todas as atividades quase que diariamente e na maior parte do dia, segundo o doutor Neil Nedley.
A “agitação” é o terceiro sintoma. Trata-se de um distúrbio sem causa definida, descrita como perturbação ou inquietação. As atividades físicas diminuem e outras atividades rotineiras se tornam mais lentas.
Em quarto lugar estão os “distúrbios do sono”, que podem variar de uma pessoa para outra. Uns ficam sem sono. Outros ficam sonolentos. Outros dormem grande parte do dia e, ainda, têm dificuldade de levantar de manhã, dormindo até tarde do dia.
Os “distúrbios do peso” é o quinto sintoma e está relacionado ao apetite para mais ou para menos. Perda ou ganho de peso no decorrer de um mês sem nenhum esforço do paciente é válido como sintoma de depressão.
O sexto sintoma é a “falta de concentração”. Estudantes, jornalistas e escritores que não estejam se concentrando direito nas suas tarefas de estudo e, diariamente, reclamam da dificuldade de raciocinar precisam procurar um especialista com urgência.
Excessivos “sentimentos de indignidade”, baixa autoestima e culpa excessiva e sem razão de ser é o sétimo sintoma de depressão maior.
“Pensamentos mórbidos”, como, por exemplo, recorrentes sobre a morte ou o suicídio constituem-se o oitavo sintoma. Este sintoma é silencioso porque, às vezes, a pessoa recorre ao suicídio sem que, antes, alguém percebesse. Quando menos se espera a pessoa já se suicidou.
E, finalmente, o nono sintoma se relaciona à “fadiga” ou à falta de energia quase todos os dias. Este é o mais comum dos sintomas.
Me tornei psicoterapeuta por meio da análise transacional, do curso de psicopedagogia clínica e institucional que fiz na Universidade Estadual Vale do Acaráu (UVA) e de muitos estudos e pesquisas autodidatas que tenho feito na área da mente humana. Depois destas capacitações, os casos de depressão que tenho acompanhado têm me proporcionado muitos conhecimentos sobre o problema, inclusive a respeito de mim mesmo.
Quando passei uma separação conjugal, em 2003, tive mais ou menos seis destes sintomas e não sabia que estava passando por depressão. Por isso não procurei tratamento. Um dia os sintomas aumentaram e, então, fui ao médico. Foi quando constatei que eu estava diabético. Depois de uma batalha na justiça com a ex-mulher e, depois, com outras pessoas que tiraram proveitos financeiros de mim por via judicial, os sintomas pioraram e quase fui para a hemodiálise. Felizmente, consultei com o Dr. Wildener, médico naturalista, que, por meio de um tratamento natural intensivo, me livrou dos remédios farmacológicos e das doenças implicadas pelo diabetes.

(Continua na próxima edição.....).

quarta-feira, 13 de julho de 2016

MULTAS E FARÓIS LIGADOS

A indústria de multas
Por Battista Soarez

O governo brasileiro não tem competência para gerar riqueza no país por meio de investimentos nos setores produtivos. Por isso ataca o bolso do cidadão de várias formas: inventa taxas de tudo quanto é jeito, tributos e multas além das contas.
A novidade mais recente é a invenção abusiva de multar veículos que trafeguem com a luz do carro apagada nas rodovias estaduais e federais. A justificativa, nada convincente, é de que isso reduzirá o número de acidentes. Mentira!
O fato é que o governo subestima a inteligência do povo para poder tirar proveito por vias legais. O que o governo quer, de fato, é aumentar a arrecadação do Estado para alimentar ainda mais o inferno da corrupção. Então, o caminho mais curto é criar multas porque, aí, tudo se torna mais fácil, isto é, o governo não tem que investir e nem trabalhar para fazer dinheiro.
Quem tem de trabalhar para pagar tudo é, de fato, o pobre e sofrido cidadão brasileiro que já pena para pagar água, luz, sustentar a família, pagar os impostos, pagar combustível caro, pagar o IPVA absurdo, consertar o carro quebrado por rodar em ruas, avenidas e rodovias esburacadas, por causa da irresponsabilidade do governo que arrecada todo o dinheiro do povo e não faz corretamente a sua parte. Além disso, o trabalhador brasileiro é absurdamente penalizado com uma carga de tributos insuportável.
Temos que ser honestos. Trafegar durante o dia com a luz do carro apagada não causa acidente. O que causa acidente são as rodovias, avenidas e ruas cheias de buracos e, ainda, os quebra-molas espalhados pelo meio dos buracos. O que causa acidente é a má sinalização no trânsito. O que causa acidente é a estupidez de motoristas mal educados que não receberam instrução educativa porque o governo simplesmente cruzou os braços para a educação. O que causa acidente é a falta de investimento em políticas públicas de trânsito.
Você acha mesmo que no governo está preocupado com a vida ou a morte de alguém? Analise o nível de corrupção praticado pelo governo brasileiro e tire suas próprias conclusões. Mas o que está claro, e muito claro, é que o governo está mesmo preocupado é em arrecadar mais dinheiro para alimentar a corrupção que a gente já não aguenta mais.

São Luís do Maranhão, por exemplo, tem tanto buraco, mas tanto buraco que você não verá mais em nenhum outro lugar do mundo tanto buraco assim. As autoridades responsáveis pelo serviço público nada fazem, a não ser tapar alguns buracos nos dias das eleições para poder ganhar voto na intenção de se reeleger para repetir a mesma política de corrupção.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

SOBERBA, QUEDA DE PASTORES E PERDÃO

Atire a primeira pedra
Por que homens e mulheres de Deus estão caindo em pecado? Por que a igreja ainda não assimilou a justiça do perdão?

Por Battista Soarez

Tenho acompanhado, com muita tristeza, a publicização [nos blogs e nas redes sociais] de pecados envolvendo pastores e líderes cristãos que, por alguma razão, cometeram falhas em sua vida particular. Alguns deles são líderes importantes como, por exemplo, a bispa Ivonete Sena, pastor Tarquínio e, mais recentemente, o bispo Mário Porto. Essas pessoas são pastores, mas, também, são pessoas normais, que cometeram algo próprio da natureza humana.
Tudo o que essas pessoas fizeram foi fazer sexo quando sua saúde sexual deu sinal de que era o momento exato de suprir tal necessidade. Um dia elas não terão mais energia para isso porque vão estar numa idade em que o vigor físico da juventude já terá se passado (Eclesiastes 12.1). Mas agora elas têm esse vigor e, então, caíram, caem e sempre vai ter alguém caindo. E isso é normal. É normal porque cair faz parte do processo de construção-reconstrução espiritual do homem escolhido por Deus para ser exemplo de vida perante a comunidade-mundo. O homem é um ser “moral-espiritual” e cai para que ele não se perca no plano da vida eterna.
O cair de um líder cristão é normal também pelo fato de que a igreja precisa praticar o exercício do perdão: na queda de um pastor, é a oportunidade exata de a igreja exercer este princípio da justiça de Deus e, assim, praticar o ministério da misericórdia (Tiago 2.13). Se a igreja não perdoa o pastor, ela está cometendo o pecado da injustiça (Efésios 4.32; Colossenses 3.13). Pois está quebrando um princípio da justiça divina que é o “princípio do perdão” (Mateus 6.15; 7.2; Lucas 6.37). Uma igreja que não sabe perdoar o seu pastor que caiu está pecaminosamente perdida no caminho inverso da salvação (Mateus 18.35; Lucas 6.37).
Por conseguinte, a igreja precisa compreender que a queda de um cristão, embora sendo líder, faz parte da vida cristã normal. Anormal é a atitude de um outro ser humano, sujeito aos mesmos erros, pegar o pecado sexual de alguém e sair espalhando pelos meios de comunicação como se fazer sexo fosse coisa de outro planeta. Anormal é as pessoas acharem que pastor é Deus e que, portanto, não pode errar, como se o fato de alguém se tornar pastor significasse deixar de ser humano. Anormal é os crentes lerem a Bíblia e, apesar disso, ignorarem os ensinamentos de Jesus que diz em sua palavra afirmativamente: “Se, porém, não perdoardes aos homens [as vossas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.15).
Jesus disse a Pedro que o exercício da capacidade do perdão não é sete vezes, mas setenta vezes sete (Mateus 18.21-22). Isto quer dizer que o princípio do perdão deve ser uma prática diária e contínua (Lucas 17.3-4). E que a disciplina para quem foi afetado, ferido ou imolado pelo pecado não é exclusão, é tratamento (cf. Gálatas 6.1-2). Ferida se cura é com remédio e não com pancada. Alma ferida se cura é com amor e perdão e não com indiferença e/ou rejeição.
Perdão é um princípio da justiça divina que, na língua hebraica do Velho Testamento, significa “defesa”. Ou seja, Deus agindo em defesa do seu povo. Portanto, quem não exercita a capacidade do perdão está fora do plano da justiça de Deus. Quando um pastor cai, repito, é o momento certo de a igreja exercitar o aprendizado do perdão como princípio da justiça de Deus.
Por outro lado, pastores que não ensinam ou não preparam a igreja para saber perdoar, pagarão caro por essa omissão. Pastores que não perdoam quando alguém peca, um dia sofrerão a dor da necessidade de serem perdoados. Lembre-se: perdão não é doutrina, é princípio. E qual é a diferença? A diferença é que “doutrina” é falível e tem valor apenas denominacional, enquanto que “princípio” é infalível [é eterno] e tem valor universal.
Todas as pessoas crentes com quem conversei e notei sintomas de soberba, caíram e passaram pela dor da vergonha moral, inclusive líderes de igreja. A verdade é que quedas pecaminosas servem para nos corrigir quando somos soberbos. Muitos que caem, caem não para sua derrota, mas para sua libertação do inferno da soberba e para sua graciosa vitória espiritual. Quando caímos, somos jogados no leito da dor moral e ali refletimos sobre nossa limitada condição humana. E aí é onde somos tratados e reconstruídos.
Deus traz uma variedade enorme de meios para trazer saúde à sua igreja que está doente. E se um pastor cai, isto quer dizer que sua memória espiritual foi gravemente ferida e, então, precisa de cura (leia o meu livro “E assim o amor acontece”, Arte Editorial, SP, 2013).
Há doenças que a medicina, a psiquiatria e a psicologia não curam. A doença do pecado, por exemplo, não pode ser tratada por psicólogos ou psiquiatras, mas pelo poder de Jesus através de um conselheiro cristão que saiba ministrar a psicologia do perdão. Não podemos discriminar e excluir uma pessoa que pecou, mas acolhê-la, perdoá-la e amá-la. É a única forma de vencer o pecado. Algumas doenças não podem ser curadas porque a sua causa não está no corpo físico, mas na alma. Isto é bíblico. Algumas pessoas nos dias de Jesus não puderam ser curadas sem, antes, suas almas serem tratadas.
Certa vez, antes de ministrar a cura num homem, Jesus disse-lhe: “Filho, estão perdoados os teus pecados” (Marcos 2.5). Isto significa que uma cura física não pode acontecer se a causa da doença está na alma. Só depois de perdoar o pecado daquele homem, ou seja, de tratar a doença da sua alma, foi que Jesus lhe disse: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Marcos 2.11).
Muitos pastores que estão pecando e não conseguem parar de pecar é porque suas almas estão doentes. O fato de eles buscarem saciar seus desejos no prazer sexual é porque suas almas estão buscando cura dos seus problemas existenciais no lugar errado. No fundo, estão procurando saciar sua fome de Deus no prazer sexual, por ser o sexo a necessidade humana mais próxima da espiritualidade. O sexo é, portanto, uma forma de todos nós humanos resolvermos momentaneamente nossos problemas de alma, saciando, por um pouco de tempo, nossa sede de Deus. Por um pouco. Porque, logo depois, volta tudo de novo.
Um pastor não cai por acaso. Quando se vê um pastor cair, o problema não está no seu caráter ou no seu nível de santidade, mas na vaidade do seu coração. A queda de um pastor, portanto, não é um problema moral ou falta de caráter, como muitos pensam e falam. Mas é um problema de soberba espiritual que afeta sua vida no plano físico (Jó capítulos 3, 40 e 41). É plenamente possível ter caráter, ser santo e justo e, mesmo assim, ser soberbo. Foi o caso de Jó e do jovem rico confrontado por Jesus na passagem de Mateus 19.16-22. Jó era justo, santo e honesto servo de Deus. O jovem rico era justo, fiel e aplicado na palavra do Senhor, sem nada que desabonasse sua conduta. Mas essas pessoas tinham um problema em comum: eram soberbas. E a soberba precede a queda (Provérbios 16.18).
A vaidade do coração é o pecado da soberba. A soberba acontece quando o líder ou qualquer crente em Jesus comete a infelicidade de achar que o seu nível de espiritualidade e santidade está acima do nível dos outros. Quando ele pensa que a sua moral é mais importante do que a moral dos outros. Foi o que aconteceu com os líderes mencionados acima e com outros líderes caídos Brasil a fora. Líderes importantes como o bispo Mário Porto, bispa Ivonete Sena, pastor Tarquínio, pastor Caio Fábio e muitos outros que caíram e estão caindo pelas mesmas razões, caíram e caem não para a sua perdição ou derrota, mas para que Deus os resgate do poço pecaminoso da soberba.
Esses líderes são extremamente importantes para o reino de Deus porque trabalham com a libertação da consciência da comunidade-povo. O povo vive numa terrível escravidão mental. E esses homens e mulheres príncipes de Deus têm a missão de libertar essa gente-comunidade-mundo dessa escravidão mental. Por isso mesmo são alvos do ódio estarrecedor do diabo. O diabo os persegue colocando nos seus corações a soberba, o orgulho, a santarronice, o patamazismo etc. E, então, chegam a um momento da queda. Deus permite que o diabo os derrube.

Mas a queda espiritual desses homens e mulheres de Deus é, consequentemente, um antídoto contra o pecado da soberba que se infiltrou nas suas vidas por meio da vaidade do coração. Este é o método perfeito do grande amor de Deus por nós para livrar-nos da porta do inferno. Mário Porto, Ivonete Sena, Tarquínio, Battista Soarez, líderes de grandes igrejas, presidentes de convenções, o papa e todos nós que somos crentes em Jesus e destaques na comunidade da fé precisamos entender que a nossa espiritualidade não está acima da espiritualidade dos outros. Temos que ter a consciência de praticar o princípio do perdão uns para com os outros (Efésios 4.32) e, assim, vivenciar profundamente a justiça e o grande amor de Deus.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

CONFERÊNCIA MISSIONÁRIA

CONFERÊNCIA MISSIONÁRIA

Em breve:


I Conferência Missionária de Evangelismo em Rede, que acontecerá em São Luís do Maranhão.

Lançamento da Rede de Amigos em Cristo, uma estratégia de ação do "Projeto a Igreja Cidadã". 

Tema: "A IGREJA NA VELOCIDADE DA PALAVRA COM UM SISTEMA NERVOSO EVANGELÍSTICO".


A G U A R D E!

terça-feira, 14 de junho de 2016

DIETA DA VIDA

Dietas da vida e do espírito
Battista Soarez
O Dr. Gabriel Cousens dedicou parte da sua vida aos estudos da mente e da espiritualidade. Ele conta que, na antiguidade, os envolvidos nos vários tipos de sacerdócio sabiam dos efeitos de certas dietas no desenvolvimento espiritual e guardavam esse conhecimento como segredo para manter seus próprios poderes sobre as populações.
Atualmente, isso pode ser observado na índia, onde os sacerdotes “brahmin” comem separados das pessoas de outras castas. O que se deduz é que a dieta de um grupo social afeta sua consciência espiritual.
Para os indianos, certos alimentos afetam demasiadamente as qualidades mentais do ser humano. Os estados mentais estão latentes em cada um de nós. As qualidades e estados mentais são divididos em três categorias chamadas “gunas”, isto é, “sattvica”, “rajásica” e “temásica”.
Cousens realiza seu estudo dizendo que: (1) o estado de mente “sattvico” é limpo, pacífico e harmonioso; (2) o estado de mente “rajásico” é ativo, inquieto e agressivo, ou seja, é o estado mental de guerreiros, executivos e empresários; (3) o estado mental “temásico” é letárgico, impulsivo, cruel, moral e fisicamente degenerado, sendo basicamente o estado mental dos viciados em drogas, dos ladrões e criminosos.
A escolha de alimentos, então, se dá exatamente aí, como veremos agora.
Alimentos “sattvicos”. São alimentos considerados puros, isto é, que mantêm o complexo “corpo-mente-espírito” equilibrado, limpo, harmonioso e forte. São alimentos de fácil digestão e seu consumo não resulta na acumulação de toxinas no sistema orgânico. A ingestão desses alimentos ajuda a manter a mente em paz. Eles nos acrescentam energia que ajudam na nossa assimilação. Incluem todas as frutas, os vegetais, folhas verdes comestíveis, verduras, feijões, mel e pequena quantidade de arroz integral e fibras integrais. É uma dieta completamente vegetariana.
Alimentos “rajásicos”. Estes alimentos estimulam o sistema nervoso... Ao comê-los, a pessoa sentirá aumento de energia. São eles: café, chá, tabaco, carne fresca, grande quantidade de temperos estimulantes como alho e cebola. São alimentos que provocam agitação e inquietude. Eles forçam o corpo e a mente para além dos seus limites. Se isso se torna um hábito, ficamos nervosos, tensos, desequilibrados e, aí, as doenças começam a se manifestar.
Um exemplo desse caso são os viciados em café, que: (1) precisam mais e mais de café para enfrentarem os seus corpos ativos a fim de realizarem seus trabalhos; (2) o viciado se torna cada vez mais fisicamente esgotado até que nem mesmo o café ajuda; (3) a hipoglicemia é um resultado típico do desequilíbrio rajásico, principalmente com o uso excessivo de café e açúcar.
Os alimentos rajásicos tendem a estimular o corpo e a mente para um estilo de vida mais competitivo, sensual e de busca do prazer. Os alimentos rajásicos incluem não apenas alguns alimentos biogênicos e bioativos, mas também carnes e muitos alimentos cozidos, temperados com molhos suculentos e oleosos. Incluem: (1) manteiga; (2) queijo; (3) óleos; (4) alimentos fritos; (5) bolos; (6) açúcar; (7) ovos.
Estes alimentos nos causam má digestão, levando-nos a desequilíbrios neurológicos, emocionais e orgânicos. Desarranjos intestinais são sintomas de que já há algum desequilíbrio em nossa saúde. O uso excessivo de café e vícios em açúcar são a principal causa desses transtornos na nossa saúde. Uma dieta assim leva a uma saúde precária e a desequilíbrios crônicos degenerativos.
Alimentos “temásicos”. São alimentos velhos, estragados, decompostos, inutilizados, cozidos em excesso, restos reaquecidos e alimentos processados, entre eles o arroz branco. Esses alimentos são quimicamente alterados com: (1) conservantes; (2) pesticidas; (3) fungicidas; (4) adoçantes; (5) corantes artificiais; (6) sulfatos; (7) nitratos e produtos quimicamente similares.
Tudo isso é popular hoje em dia e caem na categoria “temásica”, assim como as bebidas fermentadas como as alcoólicas e todas as outras drogas. Todas as carnes não frescas são consideradas temásicas, incluindo a maioria das carnes encontradas nos supermercados.

Apenas presas selvagens e peixes pescados na hora são considerados rajásicos. Os alimentos temásicos não têm força vital remanescente. Uma dieta assim não chega a ser 50% alcalina, isto é, nossas células inteligentes não a reconhecem como alimentos para o corpo.

terça-feira, 10 de maio de 2016

REFLEXÃO DA MATINA

REFLEXÃO DA MATINA
Por Battista Soarez

Costumo fazer minhas orações a Deus nas primeiras horas do dia, antes mesmo do café da manhã. Nesta semana, algo diferente vem acontecendo comigo. Todas as vezes que começo a cantar e a orar, meu coração se enche de contentamento de tal maneira que os cantos entoados e a leitura do texto bíblico saem com uma voz um tanto engasgalhada. Meu peito se enche de uma sensação jubilosa e meus olhos ficam marejados de lágrimas inexplicáveis. Não sou de me emocionar com facilidade. Nas profissões que acumulei na vida (jornalismo, psicoterapia e a faculdade de direito), aprendi a não me envolver emocionalmente com os fatos. A última vez que me lembro de ter chorado foi em 2009, quando minha mãe faleceu.
Mas, ultimamente, simples fainas e contentamentos espirituais têm me feito chorar. Isto ocorreu ontem, enquanto dirigia o carro, ao lembrar do hino 166 da Harpa Cristã que há anos não cantava, desde a minha juventude, quando, em 1983, aceitei a Jesus como meu Salvador. Para ser honesto, já havia esquecido a melodia. O refrão do hino diz: “Deixa entrar o Rei da glória / Em ti mesmo, ó pecador; / Quem é este Rei da glória? / É Jesus, o teu Senhor”. Hoje, no devocional da manhã, o hino veio novamente à lembrança. Então cantei. Não deu noutra: o Espírito me encheu e chorei. Depois, li o capítulo 20 inteiro do Evangelho de Lucas e chorei novamente. Em seguida, orei com júbilo.
Enquanto orava, o Espírito de Deus me trouxe à reflexão algumas lições que quero compartilhar, aqui, com os meus leitores.
A primeira delas é que os erros nos ajudam a conhecer todos os caminhos que levam a nada. Assim, fica mais fácil seguirmos o rumo certo que nos guiará a alguma coisa com sentido. Conhecendo todos os caminhos que levam ao erro, ficará mais fácil, agora, seguir o rumo certo. Mas é preciso ter inteligência espiritual para saber aprender com os erros. Do contrário, vamos utilizá-los apenas para nos abastecermos de culpa e, então, nos tornarmos presas fáceis do diabo. A inteligência espiritual nos leva a ter intimidade com Deus e, aí, nossos erros se tornarão em aprendizado da fé, em vez de pecados. A falta de inteligência espiritual (a ignorância espiritual) nos leva a não entender o sacrifício vicário de Jesus e, ao que parece, a acreditar que o pecado é mais forte que o preço pago por Ele na cruz em nosso favor. A maioria dos cristãos vive num paradoxo da fé: prega que a morte de Jesus na cruz significa também a morte do pecado, mas vive totalmente o contrário; acredita que a ressurreição dele representa a liberdade de todo aquele que nEle crê, mas vive numa eterna prisão religiosa.
Muitos cristãos, na prática, parecem invalidar o poder libertador do Cristo ressuscitado e ressuscitam o pecado que Jesus matou na cruz. Sim, isto ocorre a cada vez que, por causa de um erro qualquer, saímos da igreja ao invés de nos apegarmos ainda mais a Jesus em busca de seu amor e intimidade com Ele. Ressuscitamos o pecado a cada pastor que fraqueja e, em vez de o perdoarmos, condenamo-lo a perder o ministério, matando a obra de Deus na sua vida. Recentemente, numa revelação, Jesus falou-me da sua vinda e das injustiças dos conselhos de doutrina das igrejas. Chamou-os de “porcos mortos”. “Eis que o meu Espírito não está nesses conselhos de doutrina disse Ele. Pois eles abandonaram a minha Palavra que ensinei no Sermão da Montanha, pregando injustiça aos homens com seus manuais de doutrina. Por causa dessas doutrinas, eles causam divisões na minha igreja. Não se perdoam entre si. Quando um pastor, servo meu, cai, eles não o perdoam, ficando assim prejudicada a minha obra na vida dele”. Para mim, enquanto intelectual que costuma ser um tanto racional e muito cuidadoso não me deixando impressionar com visões, profecias e revelações foi um impacto tão forte que levantei de madrugada e escrevi aquela revelação. Interessante é que tive esta mesma revelação em 1983. Agora estava em 2014. Ou seja, 31 anos depois voltei a ter a mesma revelação.
A segunda lição que aprendi foi que se colocarmos os obstáculos como nossos aliados e não como inimigos, eles nos ajudarão a chegar ao topo e vencer. Exemplifico isto com a história de um turista americano que estava na Índia num dia dedicado à peregrinação ao topo de uma montanha sagrada. Centenas de pessoas se preparavam para a subida íngreme e difícil. O americano, acostumado a exercícios físicos e se julgando em boa forma, decidiu participar da experiência. Vinte minutos depois, completamente sem fôlego e quase incapaz de dar mais alguns passos, viu passarem facilmente por ele mulheres carregando bebês e frágeis velhinhos apoiados em bastões. “Não consigo entender disse ele a um amigo indiano. Como é que essa gente consegue e eu não?”. O indiano respondeu: “É que vocês americanos têm o hábito de encarar tudo como um teste. Você encara a montanha como um inimigo e se dispõe a derrotá-la. A montanha, naturalmente, também luta e é muito mais forte que você. Nós, indianos, não vemos a montanha como um inimigo a vencer. Nosso objetivo é uma unidade com a montanha. Uma espécie de amizade com ela. Assim, ela nos levanta e nos carrega pelo caminho”. Então, matei a sacada: a melhor forma de vencer um obstáculo é torná-lo nosso aliado. Assim, toda a sua força lutará a nosso favor.
A terceira coisa que a reflexão matinal me fez vê foi: todas as pessoas que se levantaram contra mim são pessoas fracassadas e derrotadas na vida. Isso tem uma explicação. As pessoas aprenderam, erroneamente, que para ser vencedor tem que ter perdedor. Todo aquele que se dispõe a ser um vencedor descobre que tem de enfrentar os outros. Na sua visão, sua ascensão é a queda dos outros. E esta maneira de ver as coisas tem suas consequências. A inveja, por exemplo, incendeia em nós um espírito de competição e anseio por derrotar os outros. E isso é péssimo.
Muitas vezes ajudei pessoas pensando no melhor para elas quando, de repente, descobri que elas me odiavam meramente por inveja. Surpreso, perguntava para um vácuo de silêncio sem resposta: “por que?”. Simples: elas não queriam minha ajuda, queriam estar no meu lugar; queriam ter o que eu tenho; queriam ser o que eu sou.
Mesmo no seio familiar acumulei experiências dolorosas. Trabalhei muitas vezes para ver minha família vivendo bem e confortavelmente. Quando menos esperava, estas mesmas pessoas a quem procurava amparar se constituíram inimigas. O profeta Miquéias nos alerta para este perigo: “Os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Miquéias 7.6b).
Finalmente, a última lição desta manhã. Li, numa certa ocasião, que, no cristianismo medieval, havia a história do prestidigitador. Para quem não sabe, o prestidigitador é aquele artista que, pela ligeireza dos movimentos das mãos, faz deslocar ou desaparecer objetos. Com isto ele manipula suas mágicas, iludindo a vigilância do espectador de maneira que parece inexplicável. E, no texto que li, conta que cada um dos fiéis trazia uma dádiva para honrar a Virgem Maria no seu dia. Os fiéis participantes do evento traziam presentes caros e refinados, tapeçarias tecidas à mão e coroas incrustadas de pedras preciosas.
Numa daquelas ocasiões, havia um jovem pobre e humilde. Ele era muito simples. Não tinha presente para oferecer e nem dinheiro para comprar qualquer dádiva. Mas ele tinha uma coisa que os outros não tinham. Ele sabia praticar o ilusionismo. Sem nada para oferecer, ele teve uma ideia: começou a dançar, burilando requebrados, fazendo silhuetas, traçados com as mãos e os pés. E, na sequência, fazia mágicas diante da imagem da Virgem, para horror dos bem comportados espectadores. Mas ele fazia tudo aquilo de todo o seu coração, de toda a sua alma que aquela sua dádiva foi a que teve melhor aceitação.

O que podemos aprender com isto? Que não importa o pouco ou o inusitado que você ofereça. Importa é que o que você faz, o faça com a força do coração e intensidade de alma. Certa viúva pobre fez isso diante de Jesus e se deu bem na presença do Mestre (Lucas 21.1-4).

terça-feira, 3 de maio de 2016

VIVER DÓI

VIVER DÓI
Por Battista Soarez
“Morrer não dói. O que dói é a vida, porque viver nos isola do resto da vida e nos deixa vulneráveis”, disse um sábio indiano a um certo homem judeu que acabara de perder um filho que tanto amava,  por conta de uma doença grave.
O indiano tentava convencer o judeu de que a morte de uma pessoa não é uma tragédia. Mas uma oportunidade única de ser promovido a uma vida superior e melhor. Segundo ele, a alma de uma pessoa que morre volta para a grande corrente da Vida superior, como uma gota d’água volta ao oceano, que é a sua origem.
Particularmente, fico perplexo ante às duas culturas de crenças diferentes. O indiano aprendeu a suportar a dor encarando-a como uma normalidade porque o seu maior foco é a Vida superior já que, para ele, morrer é uma oportunidade única na vida. “Alguns só têm a oportunidade de morrer depois de uma vida inteira de sofrimento. Outros têm a sorte de tê-la numa fase mais jovem da existência”, disse ele. O judeu, por sua vez, tem uma cultura mais existencialista e ama um filho de tal modo que perdê-lo lhe custa muita dor e intensa lamentação. Qual das duas crenças tem mais razão? A verdade é que se somos espiritualistas extremos, verticalizamos a fé e pouco da existência nos importa. Se somos existencialistas, focamos nossa fé nos valores da vida e sofremos dores quando passamos por perdas e decepções.
Algumas horas depois de ter saído do cartório onde me casei com a moça a quem amava na minha mocidade  uma jovem universitária do curso de Serviço Social, à época, por quem me apaixonei acreditando piamente ser a mulher com quem viveria o resto da minha vida — ouvi dela a seguinte frase: “Pois é. Me casei. Se eu não gostar da ideia, eu me separo”. Perguntei-lhe por que então se casou. Ela respondeu: “Porque para fazer sexo sem pecado, tem de casar”. Juro que quase voltei ao cartório para anular o casamento. Até hoje me arrependo de não tê-lo feito. Olhei para ela e disse-lhe: “Se você tivesse dito isso ontem, não teríamos nos casado”. Depois de sete anos, me vi envolvido numa série de dores emocionais, conflitos e situações desagradáveis ocasionadas pelo pedido de separação por parte dela. Então nos separamos e as consequências que vieram a partir dali impediram inúmeras conquistas e avanços na minha vida, interrompendo sonhos e realizações inclusive no ministério cristão e na minha carreira literária.
Isso ocorreu porque uma metade dela entrou no casamento e a outra metade ficou do lado de fora dele. E quando isso acontece, quando se entra numa relação conjugal com apenas uma metade, deixando a outra do lado de fora, você já tem aí quase cem por cento de garantia de que o matrimônio terminará em separação e divórcio. Dou uma olhada panorâmica à minha volta, e vejo centenas de jovens caindo na armadilha do mesmo erro: casam-se não porque querem uma vida de responsabilidade, harmonia e renúncia em favor do matrimônio. Mas porque querem fazer sexo e, depois, não ter de ficar com a consciência cheia de culpa. Casam-se apenas por causa da moral, da ética social e religiosas que a sociedade e a igreja lhes impõem. Depois pedem divórcio e terão que conviver com inúmeras dores causadas pela desconstrução do amor que um dia juraram perante o juiz e as testemunhas que seria por toda a vida, “até que a morte os” separassem. Quando se trata de cristãos, tem uma dor a mais: a dor da consciência religiosa por terem quebrado a doutrina que a maioria das igrejas prega, de que o divórcio é um pecado sem perdão. Ou, uma vez divorciados, terão de conviver com a dor de ficar sozinhos para o resto da vida. Porque, quem casar pela segunda vez, vai ter de conviver com a dor de estar em pecado de adultério para sempre. Como disse, certa vez, um homem decepcionado com tantas tentativas erradas: “Se eu nunca tivesse amado, não estaria chorando agora”. Para ele, o amor só lhe rendeu dores e sofrimento.
Olho para o que o Senhor Jesus disse em Lucas 14.26 e leio: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Mesmo assim, apesar disto que Jesus afirmou, vejo os cristãos construindo um arranjo de idolatria em torno do casamento e da família. Quando eu trabalhava na Editora CPAD, no Rio de Janeiro, um funcionário do setor de contabilidade, que também era crente, me disse: “Deus acima de tudo, família em primeiro lugar e a obra de Deus em segundo plano”. Olhei-o com incredulidade e o corrigi: “Penso um pouco diferente, meu irmão. Permita-me lhe dizer... Deus acima de tudo. A busca pelo reino de Deus e pela sua justiça em primeiro lugar. E uma vez estando o nosso compromisso com o reino de Deus no seu devido plumo, aí sim todas as outras coisas estarão bem (Mateus 6.33): família, finanças e tudo mais. Isto é o que a Bíblia nos ensina. Não acha?”.
Quase dez anos depois recebi a fatídica informação de que aquele irmão sofreu uma turbulência no seu casamento e teve de separar. Se eu tivesse contato com ele outra vez teria lhe dado a razão do seu divórcio, dizendo-lhe: “Irmão, quando pomos a fé na família para depois servir a Deus, ela estará fadada ao fracasso. Quando, porém, firmamos a fé em Deus para suster a família, esta estará segura e apta a continuar. Casamento em primeiro lugar e o reino de Deus em segundo plano representa um perigo iminente de cairmos no abismo da separação e do divórcio. Quando praticamos o princípio bíblico e colocamos Deus em primeiro plano, acima do casamento, este estará solidificado”. Não é Deus que depende do casamento e da família, mas o casamente e a família é que dependem de Deus.
Mas eu tive maturidade suficiente para entender que aquele pensamento religioso não era do meu colega de trabalho e irmão na fé cristã. Isto é o que eu ouço de quase todos os líderes cristãos que, como minha ex-mulher fez com o nosso casamento, entraram para o reino de Deus apenas com uma de suas metades, contradizendo a palavra do Senhor que diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lucas 10.27).
Certa vez Jesus disse que no céu ninguém se casa, nem se dará em casamento. “Porém, são todos como os anjos nos céus” (Marcos 12.25). Porque o casamente, disse Jesus, é uma necessidade [um negócio jurídico] meramente terrena. Lá no céu ninguém vai precisar disso. Pelo viés da história ocidental, podemos avaliar que Jesus quis dizer que o casamento é apenas um negócio jurídico que envolve interesses patrimoniais e financeiros, firmado por um papel cartorial no direito romano, chamado “certidão de casamento”. É um “contrato social” que incendeia nos casais ameaças tipo: “faça-me feliz, satisfaça o meu ego, senão vamos ter muita dor de cabeça nos tribunais”. Mesmo assim, idolatramos o casamento e a família no plano “A”, empurrando o reino de Deus para o plano “B”.
A verdade é que temos um medo fustigante e intransigente de perder as paixões da nossa zona de conforto e, então, justificamos este medo criando pensamentos e argumentações carregados de religiosidade e desprovidos de vida em Deus. Receamos assumir o discipulado de Jesus deixando para trás a cruz das paixões da vida transitória. Então levamo-las conosco. Aí preferimos seguir o rumo das nossas paixões efêmeras, fazer as coisas erradas e depois perseguir a razão para justificar os erros cometidos. Nunca usamos a inteligência espiritual para fazer a escolha correta, mas usamos a inteligência comum, carregada de espertices, para elaborar desculpas brilhantes e assim aliviar a dor de ter errado.
Como disse nosso amigo indiano, morrer não dói. O que dói é enfrentar um casamento com uma mulher turbulenta com a mente carregada de fantasias da vida efêmera que, quando não realizadas, se transformam em perseguição, intrigas e infelicidade no lar. O que dói é ter que se divorciar dela e, depois, enfrentar as consequências dolorosas de uma infeliz separação conjugal. O que dói é viver ao lado de um marido beberrão, rabugento, estúpido, violento e depois, toda partida de golpes emocionais, ser obrigada a fazer sexo com ele na cama sem uma gota de prazer.
Morrer não dói. O que dói é viver num país de economia desajustada por causa da cultura da corrupção imperando drasticamente sobre a vida de milhões de pessoas inocentes e afetando desgraçadamente todas as políticas públicas da nação. O que dói é ter que sobreviver em meio às injustiças da justiça dos homens que furta o direito de quem tem para dar a quem é desonesto, malevolente e iníquo. Morrer não dói. O que dói é ser obrigado a encarar as injustiças sociais ocasionadas por maus gestores de uma sociedade que se acostumou a gestar infernos políticos sobre a vida de uma população carente de justiça humanitária.
Morrer não dói. O que dói é viver ao lado de filhos ingratos e desobedientes e ainda ter de pagar caro para tirá-los da cadeia. O que dói é ter de chorar nos seus funerais porque tiveram suas vidas ceifadas na prática do crime e da arrogância na liberalidade traiçoeira de uma vida tola e libertina.
Morrer não dói. O que dói é a consciência de ter votado em políticos avarentos, desonestos e inúteis e, depois, sofrer no mar de políticas burocráticas, privações econômico-sociais e dirigir em ruas esburacadas, quebradas, depois de pagar um IPVA caro e, ainda, tendo que pagar mais caro ainda para consertar o carro todo quebrado.

Viver dói... Dói porque as pessoas podem fazer tudo para viver em paz e harmonia, fazendo as coisas certas, mas optam por acionar os mecanismos da tormenta e viver desgraçadamente. Viver dói porque as pessoas preferem se perseguirem umas às outras e, assim, gerarem ódio e vingança que resultam em tragédias, angústia, sofrimento e morte. "Morrer não dói. O que dói é viver enfurnado nesta vida de dor existencial, isolado de outra vida mais harmoniosa e melhor", disse o velho indiano.