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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Um conselho para Dilma
Battista Soarez


Na atual conjuntura em nível de governo federal, a decisão mais sensata que a presidente Dilma Rousseff deve tomar é a renúncia. Por dois motivos: primeiro porque a oposição, cercada de aliados gananciosos, não vai deixa-la governar em paz, como prometeu Aécio Neves (PSDB-MG) logo após as eleições de 2014. Segundo porque os que querem assumir o comando do país não vão conseguir governar bem a nação. Com eles, o país vai estar pior do que com Dilma. Sofrerão um desgaste estarrecedor na sua imagem. Por conseguinte, o povo vai ver a realidade da política brasileira e entender que, sem Dilma, a coisa vai ficando cada vez pior. Aí, o Lula virá com toda força em 2018 e ganhará as eleições. É só esperar pra ver.
Acompanhei pela imprensa que, neste domingo, manifestações pró e contra o impeachment da presidente Dilma estão sendo organizadas, quando o plenário da Câmara irá decidir sobre o processo. Em São Paulo, o ato a favor do afastamento será na Avenida Paulista. O movimento “Vem Pra Rua” marcou a concentração para as 14h na esquina com a Rua Pamplona, onde estará o carro de som com dois telões para a transmissão da votação no Congresso. O “Movimento Brasil Livre” também está chamando para o ato no Paulista, com caminhão e telões próprios.
Os atos pró-governo, organizados pelos grupos “Frente Brasil Popular” e “Povo sem Medo”, que inclui a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional de Estudantes (UNE) e União Brasileira de Mulheres (UBM), devem acontecer no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, de acordo com as informações da imprensa paulista.
Em Brasília, a oposição vai tentar barrar, na Justiça, a oferta de cargos que o governo federal vem fazendo na tentativa de bloquear o impeachment da presidente Dilma. A ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, será feita pelo Solidariedade na Justiça Federal dos 26 Estados e do Distrito Federal.
De acordo com informações, a peça usa como base notícias jornalísticas que abordam oferta de cargos a partidos do PP, PROS, PDT e PTN e a demissão de indicados por políticos contrários ao governo. “Sabe-se que há deputados publicamente favoráveis ao impeachment que indicaram nomes para essas vagas”, diz o texto da ação, que cita casos de exonerações de indicados, por exemplo, pelo ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A peça lista 27 recentes nomeações políticas.
O Solidariedade solicita à Justiça a sustação dos efeitos das nomeações e a determinação para que o governo se omita de efetuar nomeações em caráter de substituição ao menos até ao final do processo de impeachment. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o ex-presidente Lula está num hotel trocando cargos por votos. “Queremos uma liminar para acabar com essa brincadeira”, diz ele.

O que o deputado não explica é por que, mesmo antes do impeachment acontecer, os partidos da oposição já estão se reunindo para fatiar cargos no governo federal. No fim de tudo, nessa selva de cobras, ninguém sabe mais quem é quem. Se Dilma renunciar, Lula e ela terão fôlego nas eleições de 2018. Se ela insistir em permanecer no cargo, sofrerá desgaste fatal tanto na sua própria imagem quanto na imagem do ex-presidente petista.

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