Um conselho para Dilma
Battista
Soarez
Na atual conjuntura em nível de
governo federal, a decisão mais sensata que a presidente Dilma Rousseff deve tomar
é a renúncia. Por dois motivos: primeiro porque a oposição, cercada de aliados
gananciosos, não vai deixa-la governar em paz, como prometeu Aécio Neves
(PSDB-MG) logo após as eleições de 2014. Segundo porque os que querem assumir o
comando do país não vão conseguir governar bem a nação. Com eles, o país vai
estar pior do que com Dilma. Sofrerão um desgaste estarrecedor na sua imagem.
Por conseguinte, o povo vai ver a realidade da política brasileira e entender
que, sem Dilma, a coisa vai ficando cada vez pior. Aí, o Lula virá com toda
força em 2018 e ganhará as eleições. É só esperar pra ver.
Acompanhei pela imprensa que,
neste domingo, manifestações pró e contra o impeachment da presidente Dilma estão
sendo organizadas, quando o plenário da Câmara irá decidir sobre o processo. Em São
Paulo, o ato a favor do afastamento será na Avenida Paulista. O movimento “Vem
Pra Rua” marcou a concentração para as 14h na esquina com a Rua Pamplona, onde
estará o carro de som com dois telões para a transmissão da votação no
Congresso. O “Movimento Brasil Livre” também está chamando para o ato no
Paulista, com caminhão e telões próprios.
Os atos pró-governo, organizados pelos grupos “Frente
Brasil Popular” e “Povo sem Medo”, que inclui a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), União Nacional de Estudantes (UNE) e União Brasileira de Mulheres (UBM),
devem acontecer no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, de acordo com as
informações da imprensa paulista.
Em Brasília, a oposição
vai tentar barrar, na Justiça, a oferta de cargos que o governo federal vem
fazendo na tentativa de bloquear o impeachment da presidente Dilma. A ação
civil pública, com pedido de antecipação de tutela, será feita pelo
Solidariedade na Justiça Federal dos 26 Estados e do Distrito Federal.
De acordo com informações, a peça usa como base
notícias jornalísticas que abordam oferta de cargos a partidos do PP, PROS, PDT
e PTN e a demissão de indicados por políticos contrários ao governo. “Sabe-se
que há deputados publicamente favoráveis ao impeachment que indicaram nomes
para essas vagas”, diz o texto da ação, que cita casos de exonerações de
indicados, por exemplo, pelo ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). A peça lista 27 recentes nomeações políticas.
O Solidariedade solicita à Justiça a sustação dos
efeitos das nomeações e a determinação para que o governo se omita de efetuar
nomeações em caráter de substituição ao menos até ao final do processo de impeachment.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o ex-presidente Lula está
num hotel trocando cargos por votos. “Queremos uma liminar para acabar com essa
brincadeira”, diz ele.
O que o deputado não explica é por que, mesmo antes
do impeachment acontecer, os partidos da oposição já estão se reunindo para
fatiar cargos no governo federal. No fim de tudo, nessa selva de cobras,
ninguém sabe mais quem é quem. Se Dilma renunciar, Lula e ela terão fôlego nas
eleições de 2018. Se ela insistir em permanecer no cargo, sofrerá desgaste
fatal tanto na sua própria imagem quanto na imagem do ex-presidente petista.
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