Depressão e seus fatores (I)
Por Battista
Soarez
Nos
últimos tempos, vários amigos meus têm sido afetados por depressão. Inclusive
uma irmã minha que trabalha como diretora de escola há 30 anos. Isso tem me
chamado à atenção. Tratei de minha irmã por meio de algumas psicoterapias de
apoio e atividades motivacionais. Ela foi curada em 30 dias. Como
psicoterapeuta e pastor, tenho ajudado outras pessoas a superar esse problema.
Segundo
o Dr. Neil Nedley, autor do livro “Como sair da depressão”, de todas
as formas de doenças mentais, a depressão é uma das mais comuns, perigosas e
temidas. Ele explica que mudanças de humor são uma parte normal da experiência
humana, mas que alguns passam por uma forma de depressão que tende a se
arrastar com o risco de consequências graves. Essa condição, diz ele, não é
normal e necessita de atenção médica.
Muitas
vezes, o paciente não percebe ou não admite a necessidade de ajuda médica.
Talvez a maior ameaça da depressão seja a falta de compreensão da doença,
associada à desinformação.
Uma
das formas mais comuns de depressão é a que o Dr. Neil chamou de “depressão
maior”. É uma doença mental. Vem em segundo lugar depois das fobias como, por
exemplo, medo de multidões, de espaços fechados etc., e afeta qualquer pessoa,
independentemente da classe social ou condição financeira.
“Depressão
maior” é a forma mais comum de transtornos do humor, é muito mal compreendida,
acontece em um a cada três pacientes de medicina interna e, se o caso for
tratado adequadamente, pode haver cura com absoluta eficácia.
Tratamentos
de rotina são feitos independentemente da causa, mas se quisermos ter eficácia
no tratamento temos que determinar a causa. O mais preocupante é que episódios
de depressão são cada vez mais frequentes em pessoas com até 25 anos de idade,
enquanto que, antes, ocorria comumente na chamada crise da meia-idade, em torno
dos 40 anos. Para se ter uma ideia, as vendas de remédios antidepressivos
subiram mais de 800% ao redor do mundo desde 1991.
Mas
nem toda pessoa deprimida tem depressão. Para os casos corriqueiros, o Dr. Neil
chamou de “depressão situacional”. Ele explica que depressão situacional á algo
que qualquer um de nós pode ter. Mas não chega ser uma doença mental. Afinal de
contas, assevera ele, sentimentos depressivos são reações normais do nosso
organismo e são resultantes de eventos traumáticos ou de outras situações
corriqueiras da vida.
Os
sintomas de “depressão maior” são nove, a saber: (1) tristeza profunda ou uma
sensação de vazio profundo, (2) apatia, (3) agitação ou perturbação, (4)
distúrbios do sono, (5) distúrbios do peso ou falta de apetite, (6) falta de
concentração, (7) sentimentos de excessiva culpa ou indignidade, (8)
pensamentos mórbidos ou desejo de querer morrer, (9) fadiga.
Uma
pessoa que apresente pelo menos 5 sintomas destes, é considerada portadora de depressão maior ou profunda. Ela perde completamente a qualidade de vida.
Alguém
que apresente dois dos quatros sintomas restantes por pelo menos duas semanas,
tem depressão leve ou depressão subsindrômica, isto é, muito próximo de uma
síndrome.
Dificilmente
uma pessoa que sofre de depressão maior ou depressão profunda terá todos os sintomas. O trauma emocional pode causar todos estes sintomas, mas não são
indicação de depressão.
A
“tristeza profunda” é o primeiro sintoma da depressão, mas é preciso ficar
atento. Não é qualquer tristeza profunda que se pode considerar depressão. É
comum as pessoas chorarem enquanto estão derramando suas queixas no
consultório. Por outro lado, há pessoas com depressão que não têm tristeza
profunda. Mas apresentam outros sintomas classificados entre os nove.
O
segundo sintoma é a “apatia”. Pode ser descrita como uma diminuição marcante do
interesse, ou do prazer, e quase todas as atividades quase que diariamente e na
maior parte do dia, segundo o doutor Neil Nedley.
A
“agitação” é o terceiro sintoma. Trata-se de um distúrbio sem causa definida,
descrita como perturbação ou inquietação. As atividades físicas diminuem e
outras atividades rotineiras se tornam mais lentas.
Em
quarto lugar estão os “distúrbios do sono”, que podem variar de uma pessoa para
outra. Uns ficam sem sono. Outros ficam sonolentos. Outros dormem grande parte
do dia e, ainda, têm dificuldade de levantar de manhã, dormindo até tarde do
dia.
Os
“distúrbios do peso” é o quinto sintoma e está relacionado ao apetite para mais
ou para menos. Perda ou ganho de peso no decorrer de um mês sem nenhum esforço
do paciente é válido como sintoma de depressão.
O
sexto sintoma é a “falta de concentração”. Estudantes, jornalistas e escritores
que não estejam se concentrando direito nas suas tarefas de estudo e,
diariamente, reclamam da dificuldade de raciocinar precisam procurar um
especialista com urgência.
Excessivos
“sentimentos de indignidade”, baixa autoestima e culpa excessiva e sem razão de
ser é o sétimo sintoma de depressão maior.
“Pensamentos
mórbidos”, como, por exemplo, recorrentes sobre a morte ou o suicídio
constituem-se o oitavo sintoma. Este sintoma é silencioso porque, às vezes, a
pessoa recorre ao suicídio sem que, antes, alguém percebesse. Quando menos se
espera a pessoa já se suicidou.
E,
finalmente, o nono sintoma se relaciona à “fadiga” ou à falta de energia quase
todos os dias. Este é o mais comum dos sintomas.
Me
tornei psicoterapeuta por meio da análise transacional, do curso de
psicopedagogia clínica e institucional que fiz na Universidade Estadual Vale do
Acaráu (UVA) e de muitos estudos e pesquisas autodidatas que tenho feito na
área da mente humana. Depois destas capacitações, os casos de depressão que
tenho acompanhado têm me proporcionado muitos conhecimentos sobre o problema,
inclusive a respeito de mim mesmo.
Quando
passei uma separação conjugal, em 2003, tive mais ou menos seis destes
sintomas e não sabia que estava passando por depressão. Por isso não procurei
tratamento. Um dia os sintomas aumentaram e, então, fui ao médico. Foi quando
constatei que eu estava diabético. Depois de uma batalha na justiça com a
ex-mulher e, depois, com outras pessoas que tiraram proveitos financeiros de
mim por via judicial, os sintomas pioraram e quase fui para a hemodiálise.
Felizmente, consultei com o Dr. Wildener, médico naturalista, que, por meio de
um tratamento natural intensivo, me livrou dos remédios farmacológicos e das
doenças implicadas pelo diabetes.
(Continua
na próxima edição.....).