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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Opinião | COMO A IGREJA CRISTÃ SACRALIZOU O PAGANISMO DA TEORIA DO CONTRATO SOCIAL EM DESFAVOR DOS PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA DIVINA | Por Battista Soarez | Coluna Leitura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga


O P I N I Ã O


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Por Battista Soarez
(Escritor, jornalista, teólogo e professor universitário)
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COMO A IGREJA CRISTÃ SACRALIZOU O PAGANISMO DA TEORIA DO CONTRATO SOCIAL EM DESFAVOR DOS PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA DIVINA

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O CASAMENTO CIVIL OU CARTORIAL, para início de conversa, é um exemplo bem clarividente de que a igreja cristã, de modo geral, se curvou ao poder temporal, do Estado, e deixou de focar sua ética social na espiritualidade divina. Na verdade, a passagem do estado da natureza para o estado civil produziu, no homem, uma mudança de consciência de fato notável, ao levá-lo a substituir, na sua conduta, o instinto pela justiça, e ao dar às suas ações a moralidade que, antes, lhe faltava.

P U B L I C I D A D E
Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão 

A igreja chegou ao cúmulo do absurdo de doutrinar os seus membros de que é pecado um crente tomar santa ceia, ter cargo na congregação e/ou batizar nas águas, caso conviva com alguém sem ser casado no civil. No direito romano, no entanto, se estuda que o casamento civil não tem nenhuma relação com os princípios divinos. Trata-se apenas de um contrato social, isto é, visa somente assegurar direitos patrimoniais. Ou seja, é uma instituição social, um tipo de empresa. Mas a igreja prega diferente. Isto é, se curvou diante da maleável ditadura do Estado.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo precursor do Iluminismo, elabora a teoria do contrato social como forma de controle social da humanidade. E a igreja, então, embarcou nessa trajetória e resolveu dizer "sim, senhor" para os elementos ditatoriais do Estado Democrático de Direito. Tudo começou no direito romano. É importante notar que, para Rousseau, o homem, que até então zelava somente por si, vê-se, agora, forçado a agir por outros princípios e a consultar a razão antes de ouvir as suas inclinações.

O homem, então, é historicamente traído pelas suas próprias vontades e inclinações. Rousseau percebeu que este mesmo homem entra numa galopagem de privação das diversas vantagens que lhe eram oferecidas pela natureza. Em troca, ele ganha benefícios ainda maiores, ou seja, as suas faculdades se exercitam e se desenvolvem.

Mas tudo isso está a serviço de uma democracia controlada e vigiada. Todo tipo de documento, entrementes, é um contrato social: certidão de nascimento, certidão de casamento civil, estatuto social, contrato social das sociedades empresariais, CPF, leis etc. Tudo isso surge a partir da teoria do contrato social e tem o único objetivo de controle social que, no fim dos tempos, será absolutizado e regido pela nova ordem mundial, por via de um regime democrático absolutista, ultratotalitário, ferrenho e luciferiano.

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Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão

As ideias do homem com sua liberdade civil, então, se expandem. Os seus sentimentos se enobrecem. A sua alma inteira se eleva a tal ponto que, se os abusos dessa nova condição não o degradassem tantas vezes abaixo daquela de onde saiu, ele haveria de bendizer incessantemente o afortunado momento que, para sempre, o arrancou de lá. E que, de um animal estúpido e limitado, transformou-o em um ser inteligente e, enfim, em um homem.

Assim, a igreja passou a reproduzir cegamente o aparelho ideológico do Estado, sacralizando o paganismo da sociedade romana, inclusive tudo aquilo que foi desenvolvido no direito civil a partir da Lei das Doze Tábuas. O homem, por conseguinte, perde a liberdade natural a partir do contrato social, adquirindo um direito ilimitado (dominante e escravizador) em relação a tudo que lhe seja tentador e que possa alcançar. 

Sendo assim, o que o homem ganhou foi a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui. Também adquiriu um tipo de democracia que o tange pela ditadura dos condicionantes do controle social, e o rebaixou a uma vida de pobreza, escravidão social, conformismo psicológico em aceitar ser subalterno e a viver o tempo inteiro na condição de dominado e numa eterna condição de miséria.

Um por cento da sociedade mundial, portanto, é dominante, enquanto 99% são dominados. E a igreja cristã sacralizou tudo isso, tornando-se subjugada a ponto de se sujeitar a viver inconscientemente sob domínio ideológico da sociedade secreta, que está conduzindo o mundo num rumo ditatorial de uma única democracia dominante e opressora.

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Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão


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