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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Entre Natal e Ano-Novo | Coluna Leitura Livre | Por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE
Por Battista Soarez
(Jornalista e escritor)
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Entre Natal e Ano-Novo
Sentido e significado das datas históricas em que se celebra o paganismo cristão, se comemora o consumismo econômico e embriagam-se de engodos religiosos

Natal e Ano-Novo são datas de origem pagã em que o consumismo é celebrado com extremo exagero | Foto: Divulgação/Internet.
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O NATAL, para início de conversa, é uma das datas mais importantes para os cristãos. Assim como a Páscoa, a celebração natalina tem a pessoa de Jesus como ponto central. Na Páscoa é celebrada a ressurreição de Cristo. Já o Natal se volta para o seu nascimento. Mas será mesmo que essas datas festivas têm alguma coisa que ver com o Cristo do Evangelho da verdade?

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Uma das minhas formações é teologia, da qual, também, sou professor. Por isso devo dizer que, do ponto de vista bíblico, o Cristo que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6) é bem diferente do Cristo das festividades natalinas. Como Filho Unigênito de Deus, o Cristo do evangelho do Reino é a Porta de entrada de Deus Pai, Criador dos céus e da terra, na essência humana. Ele é o Verbo que se fez carne, significando, assim, a manifestação de Deus em carne humana para que os homens pudessem compreendê-lo essencialmente melhor. E esta verdade está totalmente distante do Natal celebrado pelos homens meramente religiosos, pelos que buscam interesses econômicos, pelos que aproveitam o momento festivo para celebrarem sua vida de pecado e luxúria, pelos beberrões, pelos feiticeiros e adúlteros — apenas para citar algumas diferenças e razões.

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WhatsApp do autor: (98) 9 8826-8261

O manual da fé cristã é a Bíblia Sagrada, na qual está contida a história da relação divina com a humanidade e a qual é, portanto, a fonte de todo conhecimento a respeito de toda a verdade sobre arrependimento, perdão de pecados, salvação e vida eterna. No livro sagrado não diz que o Natal celebrado pelos homens é isso. Pelo contrário, a Bíblia afirma que o Senhor Jesus Cristo, nascido de Deus Pai, veio ao mundo como caminho para salvação de todo aquele que nEle crê. E crer significa aceitar a verdade do evangelho de poder, santo e verdadeiro como orientação para a vida eterna.

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Para a fé cristã, Deus veio — por meio do Cristo da história sagrada (não confundir com o Jesus histórico) — habitar entre os homens, tornando-se igual a nós, humanos, para ser o “Cordeiro de Deus” e, desta maneira, tirar o pecado do mundo (João 1.29b). Portanto, se o Natal é a celebração a respeito do nascimento de Jesus, por que os mesmos homens que o celebram são os mesmos que rejeitam o Senhor Jesus? Por que não o buscam, ao invés de escarnecerem da data comemorativa do seu nascimento com suas festas pagãs, suas bebidas, seus adultérios e, o que é pior, seus distanciamentos? Por que não param tudo para ouvirem a sua Palavra de sabedoria e graça salvadora?

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Não há nenhum registro histórico de que Jesus tenha nascido no 25 de dezembro. A única coisa que a Bíblia relata com clareza é que Jesus nasceu em Belém da Judeia. Mas quando? Não se sabe. De onde, então, surgiu a relação entre Natal e 25 de dezembro? A origem, na verdade, está relacionada a uma festa pagã que foi cristianizada pelo mundo romano. Esta data diz respeito ao solstício de inverno que é celebrado na Europa. Logo, a ideia é ocidental. Os romanos celebravam essa festa ao deus Sol desde o mundo antigo. No novo mundo, com a propagação do cristianismo como religião oficial do Império Romano, a data foi cristianizada.

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O Natal, uma vez cristianizado pelos romanos, passou a integrar o calendário romano no dia 25 de dezembro por volta do ano 350 d.C. Além disso, a data, assim como outra qualquer, passou a ser uma celebração majoritariamente comercial. Além de outras finalidades meramente religiosas — do ponto de vista do Evangelho do Reino, Jesus não é religião — e mundanas, o Natal tornou-se data de dar e receber presentes e, portando, de aumentar as vendas e as lucratividades. Virou calendário meramente festivo e comercial, assim como o Ano-Novo, que logo se torna velho e os homens continuam com suas velhas práticas de injustiça, violência e pecados, de todo tipo. É mera tradição do mundo moderno que não tem significado nenhum para Deus.

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É importante lembrar que existem religiões que não comemoram o Natal. Os mulçumanos, os judeus ortodoxos, os budistas e outros tipos de religiosos não comemoram o Natal, uma vez que Cristo não representa figura sagrada de suas religiões. Isso não significa que tais religiosos não aproveitam a data história como oportunidade para reunir a família e celebrar momentos de alegria. Afinal de contas, hoje as famílias estão bastante misturadas em termo de religiões.

No mundo atual, o Ano-Novo é comemorado no dia 1º de janeiro e corresponde a uma comemoração baseada no calendário gregoriano, que é o calendário cristão ou ocidental. Todavia, a história do ano-novo é antiga, já que algumas civilizações da antiguidade comemoravam a passagem de ano entre final de março e 1º de abril. Para os judeus, por exemplo, abril é o primeiro mês do ano, e não janeiro, tendo em vista o fim do inverno e a chegada da primavera.

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No império romano, esse dia era celebrado em homenagem ao deus Jano, que era o deus das mudanças e transições. No ano 46 a.C, o imperador Júlio César decretou que nesse dia seria comorado o ano-novo, baseado no calendário juliano. Mas somente no final do século XVI da era cristã, essa data foi oficializada, pela igreja católica, como a adoção do calendário gregoriano. E assim a história foi se passando e, hoje, a data ficou fixada no dia 1º de janeiro.

Historicamente, o significado do ano-novo é esperança, renovação e mudança. Assim como o Natal, a data virou período de festejo, consumismo e lucratividade, Todavia, nem todas as culturas comemoram a data como chegada de ano-novo.

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Para os chineses, o calendário é lunar e, portanto, a data não é fixa. Ela pode acontecer em janeiro ou fevereiro, a depender das fases da lua. Os judeus, por sua vez, chamam o ano-novo de Rosh Hashaná, A comemoração dura dois dias, entre final de setembro e início de outubro, o sétimo mês do calendário judaico. Na comemoração não há barulho, como ocorre no mundo ocidental. Ela é celebrada em família com muito silêncio, meditação e orações. Na cultura judaica, portanto, essa é uma data extremamente importante em que é celebrado o aniversário do universo, marcando, assim, o nascimento do mundo e da civilização.

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