COLUNA LEITURA LIVRE
Adoração intensiva a um Deus Todo-poderoso
A caminhada cristã no cotidiano da fé
Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação |
NUM DOMINGO RECENTE (15/12), tive mais uma experiência extraordinária no âmbito da fé cristã. Fui convidado para pregar num culto na área da nossa missão em Alcântara, conhecida como Projeto Nova Alcântara (PNA), onde moro atualmente. Não sabia nada a respeito da natureza do culto. Nesse caso, sem ter preparado um sermão específico, apenas orei ao Senhor Nosso Deus para que o Espírito Santo me conduzisse e me orientasse nas palavras.
O Senhor, então, me orientou que me baseasse em Hebreus capítulo 11 e versículo 1 que nos diz: "Ora, a fé é a certeza das coisas que se não esperam, a convicção de fatos que se não vêem". Ao chegar no ambiente, percebi que o culto era de gratidão a Deus pela vida de um rapaz que foi despachado pelos médicos devido a um acidente grave de moto. Esse rapaz foi meu aluno no curso de técnico agrícola na nossa base missionária. As palavras que saíam da minha boca, tecendo comentários sobre o texto lido, faziam o semblante das pessoas brilhar porque tratava exatamente do objeto daquele culto de gratidão ao Senhor.
Não há dúvida de que Deus é soberano e está no controle de tudo. Ele trabalhou e trabalha na história da humanidade de maneira impressionante e surpreendente. Não podemos duvidar de que Ele é o Senhor do universo e está na onisciência de tudo o que está acontecendo no mundo. O universo é grande mas, apesar disso, Ele, como Deus, trabalha nos detalhes das pequenas e grandes coisas.
Uma das formas de adorar ao Senhor é crendo na sua soberania. Ter convicção de que Ele é o supremo governante sobre o mundo é está certo de que Ele é o sustentador de tudo o que Ele criou. Deus é o Senhor da existência. Estou certo, enfim, de que a soberania de Deus no universo e na história da humanidade é o ponto central da nossa convicção de fé.
P U B L I C I D A D E
Desta maneira percebo que a soberania de Deus nos fala de como Ele age no universo para que tudo e todos cumpram o seu plano divino. É importante pensar que tanto a natureza obedece o comando do seu poder (I Reis 17-18) quanto envolve a história da humanidade e o destino de todas as ações. Nos Salmos podemos ler, com frequência, louvor e exaltação por seu poder na natureza.
“Pois sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. O Senhor faz tudo o que deseja, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos. Faz subir as nuvens das extremidades da terra; faz relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus reservatórios” (Salmos 135.5-7). Em Salmos 104 a gente observa um exemplo de Deus guiando e dirigindo a criação animal. Vemos ali descrições deles fazendo a vontade de Deus e dependendo dele para sua provisão.
No livro de Daniel (2.21) está escrito que: “Ele muda os tempos e as estações; remove e estabelece reis”. Lendo o Antigo Testamento, vemos Deus conduzindo a história de Israel, usando a Assíria para atingir seus objetivos naquela nação e, então, levando a Assíria à destruição. “Fiz isso — diz o texto bíblico — com a força da minha mão e com a minha sabedoria…” (Isaías 10.26).
No discurso do apóstolo Paulo aos gregos, ele descreve sobre Deus (Atos 17.26) construindo uma narrativa direta entre o pensamento henoteísta grego e a fé cristã. A surpresa de Paulo em Atenas não era pela presença de ídolos, mas pelo excesso de divindades estranhas que não faziam nenhum sentido diante da história da criação que todos conheciam. Os gregos, por sua vez, não inventaram todos os deuses. Eles também eram herdeiros de esquemas anteriores de egípcios e persas.
Na verdade, Paulo estava diante de um problema múltiplo: havia um politeísmo técnico (filosófico) e um politeísmo religioso (mistológico). Os gregos tinham relação com a vida espiritual contemplativa. A “antropologia da experiência mística” traz a mistologia como reflexão sobre a experiência e sua tradução categórica. Havia muita transmigração de ritos, símbolos e crenças. Na chamada metamorfose das divindades encontram-se muitas adaptações, mutações e até mesmo aceitações intactas de símbolos de outras culturas. O politeísmo — não obstante suas manifestações concretas de culto — pode não ser mais que uma metamorfose de uma monolatria egípcia do culto de uma mesma divindade sobre a terra.
Paulo era um profundo conhecedor da religiosidade helenista, especialmente no que se refere ao confronto das igrejas paulinas e às associações religiosas ou escolas filosóficas do seu tempo. Além disso, nas cartas autênticas do Apóstolo, sem observar as cartas discutidas ou os próprios discursos de Atos dos Apóstolos, observa-se, com particular ênfase, o gênero da diatribe fortemente helenístico.
Paulo, então, mostra aos gregos que não só Deus é soberano mas também seu governo é soberano. Podemos citar Davi como exemplo de alguém que encontrou conforto em um Deus soberano sobre sua vida (Salmos 31.14-15). E aí a gente pode ver a ação divina até mesmo nas ações acidentais da vida, como lemos em Provérbios (16.33): “A sorte se lança no colo, mas do Senhor procede toda decisão”.
Tiago diz que podemos exaltar a soberania de Deus por meio de nossas orações. Ele cita o exemplo de Elias, “um homem como nós (Tiago 5.17), que através da oração afastou a chuva de Israel e depois pediu que ela retornasse. É claro quee Deus estava no controle de tudo. Seu plano é sábio e infalível. Assim Tiago conclui que as orações dos justos são eficazes.
A soberania de Deus, enfim, nos leva à rendição. Devemos reconhecer a Deus, exaltar a Ele, nos submeter a Ele. O fim das nossas crises e ansiedades devem nos levar a nos dobrarmos diante dEle. Nós, humanos, somos sim seres limitados e Ele é infinito. Nós somos suas criaturas e Ele é o nosso Criador. Por isso adorá-lo intensivamente é nosso dever e obrigação na condição de criatura. Nós somos criaturas. E Ele é o Criador. Nós somos filhos. Ele é o Eterno Pai.
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