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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE 

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Por Battista Soarez
(Jornalista, escritor, sociólogo, teólogo e professor universitário)

Um tom acima da média
Como o Brasil está caminhando para uma ruína político-social sem precedentes

Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação 

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O BRASIL TEM SOFRIDO nas mãos dos governantes e a sua população vive aprisionada nas agruras sociais que limitam o desenvolvimento em praticamente todos os setores. Não há políticas públicas satisfatórias. O país é rico. Mas as políticas administrativas da nação são amarradas em atrasos que não permitem o desenvolvimento decolar. Os políticos se incorporam de todos os tipos de injustiça e administram a "coisa" pública com parcimônia, escassez e ações que levam o povo a gemer sob sofrimentos sociais. Eles abocanham todo o dinheiro público para si.

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As forças sociais que sustentam as estruturas econômicas são saqueadas com tributos absurdos e os governantes, sem piedade, desviam verbas de todas as maneiras e em todos os sentidos. Principalmente os governantes de esquerda. O que parece, de fato e clarividentemente, é que esses governantes não têm interesse no bem-estar social da população.

A percepção de que o Brasil está caminhando para uma "ruína político-social sem precedentes" deriva de uma análise de múltiplos desafios interconectados que o país enfrenta atualmente, incluindo polarização política, instabilidade econômica, desigualdade social persistente e crises institucionais.

Os principais fatores que contribuem para essa visão crítica são: desafios políticos, desafios sociais, desafios econômicos e desafios estruturais.

Tudo começa pela polarização e pelo extremismo. A sociedade brasileira apresenta altos níveis de polarização política, com projetos de sociedade divergentes, o que dificulta o diálogo e o consenso necessários para o avanço de políticas públicas. Governo e sociedade não se entendem. Falta diálogo social.

Depois passa por crises institucionais e entre poderes. Há registros de tensões e desrespeito entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, o que gera instabilidade e insegurança jurídica. A falta de comunicação e a disputa por poder e recursos (como o orçamento) corroem a confiança nas instituições democráticas. Este é um fato que deve ser debatido publicamente para que haja entendimento entre as instituições públicas e a sociedade em geral e, assim, mudanças sejam propostas nos planos tanto subjetivos como objetivos. É importante termos uma sociedade harmoniosa e pacífica.

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Passa por enfraquecimento da democracia. Isto é, as preocupações com o enfraquecimento das normas democráticas e a influência de grupos extremistas são frequentemente levantadas por analistas e pela população. A ciência política e as ciências sociais dizem que todo poder emana do povo. Só que, na prática, isso não funciona. Democracia, do ponto de vista do governo, é totalmente diferente do que diz a ciência. O povo, na prática, não manda em nada. O Estado é que dita tudo por meio de leis e normas.

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"A falta de comunicação e a
disputa por poder e recursos
(como o orçamento) corroem a
confiança nas instituições
democráticas."
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Passa por corrupção e desgovernança. Isto quer dizer que aqui vemos questões como a corrupção institucionalizada e a falta de transparência que continuam a ser problemas graves, minando a confiança da população na classe política. Os políticos são irresponsáveis e corruptos e, com isso, levam a nação para o abismo das ruínas sociais.

Agora, vêm os desafios sociais que, em primeiro lugar, começam pela desigualdade e pela pobreza. Apesar de algumas flutuações recentes nos índices, o Brasil permanece como um dos países mais desiguais do mundo. A pobreza, a fome e o desemprego são problemas crônicos que geram diversas consequências, como, por exemplo, o aumento de problemas psicológicos e violência.

É grave o acesso a serviços básicos. Déficits na educação de qualidade, saúde precária, falta de saneamento básico e moradia deficitária continuam sendo barreiras para o desenvolvimento social e o exercício da cidadania plena. Não fosse isso, seria muito fácil se construir uma sociedade justa e harmoniosa. Mas há legiões de demônios sociais que impedem a sociedade de encontrar o caminho da paz e da justa justiça.

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Isso leva a violência e criminalidade. A presença de estruturas paralelas ao Estado, como as milícias e a violência urbana, é um indicador de falhas na segurança pública e na garantia do bem-estar social. A sociedade, como um todo, não tem estabilidade nos setores estruturais e o povo sofre com isso.

Um outro problema nasce da desesperança e da emigração. A crise econômica, a instabilidade política e a violência são motivos que levam muitos brasileiros a considerar deixar o país, refletindo uma perda de fé em dias melhores. Em razão disso, o país não cresce na sua integralidade e as gerações cada vez mais vão se desintegrando em termos estruturais.

Agora, vêm os desafios econômicos que começam pela instabilidade fiscal. As preocupações com as contas públicas, o crescimento da dívida pública e déficits fiscais geram incerteza econômica e desconfiança do mercado. Mais uma vez, por causa disso, o país não encontra o caminho do desenvolvimento.

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Tem-se baixo crescimento e produtividade. O país enfrenta desafios de longa data, como infraestrutura deficiente, sistema tributário complexo e baixo investimento em tecnologia, que limitam o crescimento sustentável e a competitividade. O governo Lula, em razão da corrupção, colocou o país em baixa e, desta maneira, não há propulsão nos avanços econômicos e sociais. Por outro lado, não fosse a "guerra" entre esquerda e direita, a realidade seria outra bem diferente e interessante.

Inflação e juros altos são outro grave problema. A necessidade de controlar a inflação através de políticas monetárias mais rígidas (juros altos) pode entrar em conflito com a necessidade de investimento e produção, dificultando a recuperação econômica.

O objeto central na recuperação econômica é, obviamente, o crescimento econômico. Durante as crises, ele atinge o seu mínimo. Nas expansões, o seu máximo. A recuperação fica no meio deles, enquanto o crescimento ainda não está no ápice, mas já deixou a "mortandade" e o "marasmo" econômico da crise para trás.

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As empresas começam a produzir cada vez mais produtos e a ofertar mais e mais serviços. As pessoas, conforme a taxa de empregos cresce, recuperam o seu poder de compra e podem consumir mais. Até o volume de investimentos apresenta um avanço. Bem parecido com as árvores que, no inverno, ficam sem folhas, mas passam a ganhar novas folhas e frutos na primavera.

No entanto, o período de recuperação não tem data certa para começar ou terminar. Na prática, isso quer dizer que, embora os períodos se sucedam no ciclo econômico (a recuperação vem depois da crise e antes da expansão, por exemplo), é difícil dizer quando um período começa e outro termina.

A combinação desses fatores cria um cenário complexo, em que a falta de soluções coordenadas para os problemas econômicos agrava as tensões sociais que, por sua vez, exacerbam a instabilidade política. Essa interdependência contribui para a percepção de um ciclo vicioso que desafia a estabilidade futura do país. O Brasil, enfim, precisa se reencontrar enquanto país e nação no âmbito civilizacional. Inclusive, tem jeito, sim, para se acabar com a criminalidade por via de uma política dialógico-social. Mas este será tema de um próximo artigo.


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