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quarta-feira, 23 de março de 2016

IMPEACHMENT DE DILMA

Ódio e subversão
Battista Soarez
A política do ódio e da subversão faz uma interpretação estranha da simples conversa entre a presidente Dilma e o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Objetivo? Criar tumulto e agitar o povo contra a presidente e o ex-presidente. Dilma diz a Lula apenas que ia mandar o “termo de posse” para ele se preparar, caso Moro tentasse prendê-lo. Só isso. Mas foi o suficiente para a GloboNews tentar botar fogo na fogueira que já tinha sido ateada pelo juiz Sergio Moro, como bem disse o jornalista Paulo Henrique Amorim. O jornalista foi, durante muitos anos, da Rede Globo e sabe perfeitamente como procede o mais poderoso [e perigoso] sistema de comunicação do Brasil.
Claramente aliado à Globo, que o orienta naquilo que é de seu interesse, Moro revela-se não ser juiz no que preze ao cargo e, sim, um agente subversivo do ódio, que tem a petulância de grampear a Presidente da República, autoridade máxima do país. Se isso acontece num país sério, ele seria preso logo em seguida, com risco de perder a função de juiz. Jovem, vaidoso e motivado por interesses escusos, Moro divulga a escuta telefônica na mesma hora para a GloboNews. Tudo isso porque Dilma e Lula desmascararam sua trama rasteira.
O jornalista Paulo Henrique Amorim disse a respeito do ocorrido do dia 16: “É a Justiça que aterroriza o Wagner Moura e a todos nós! Dilma liga para Lula, ou ele liga pra ela, e ela diz que vai mandar “o termo de posse” para ele. Só isso. Uma conversa de alguns segundos. Sergio Moro, um juiz totalmente desequilibrado, tomado de ódio político, divulga o áudio para a imprensa, como forma de vingança política, porque não conseguiu dar sequência ao sequestro golpista que tentou aplicar no ex-presidente Lula! Aonde estamos!”.
Paulo Henrique avalia que um juiz grampear o ex-presidente já é absurdo. Grampear a presidente da república, é duplamente absurdo! E a imprensa brasileira, que despreza a democracia, acha isso normal! Pior que tudo, divulga isso como se a bomba não fosse a atitude do juiz Moro!
Para cúmulo do ridículo, é uma conversinha boba, óbvia, com Dilma acertando um detalhe burocrático para a nomeação do ex-presidente. Mas um juiz subversivo e mal intencionado ou mal orientado age como um perturbado pela onda da vaidade e do poder. Parece que o interesse final é: Dilma caindo com o impeachment, o ministro Gilmar Mentes, do STF, assume como ministro da Justiça e Sérgio Moro é indicado para o Supremo Tribunal Federal para ocupar a vaga de Gilmar Mendes. A informação saiu dos bastidores do próprio STF, numa conversa de reuniões internas e vazou nas redes sociais.
Logo se percebe as verdadeiras intenções do impeachment e o que realmente está por trás dele. Agora, Lula e Dilma terão que se defender, sabe lá Deus como, contra toda essa loucura golpista que já se caracterizou como um fascismo policial absurdo e que não respeita nenhum direito individual. Lula tem duas escolhas: lutar contra toda essa poderosa manobra sem caráter da oposição ou orientar Dilma a renunciar e deixar o governo nas mãos daqueles que estão enlouquecidos de desejo de assumir o governo para vender o país.
A absurda manobra de poder envolve toda a força de um jogo sacana da ideologia neoliberal: o PSDB juntamente com partidos da oposição, poderosos empresários que acham que têm o direito de mandar na economia do país e investidores internacionais interessados em invadir o Brasil. Estes últimos anseiam por terminar de levar para fora todas as nossas riquezas naturais e bens preciosos que a “inteligência” brasileira não tem sido suficiente para conservar e gerar riqueza para sua própria sociedade. O PSDB tem ligações internacionais fortíssimas e só está interessado em duas coisas: suprir o setor privado de todas as suas exigências e outra vez atolar o país na miséria.
O que muitos analistas políticos de mais de cem jornais espalhados pelo país estão avaliando é o fato de que caso o golpe de Sérgio Moro com a criminosa divulgação das gravações do dia 16 de março, em sincronia com manifestações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso numa “palestra” para uma “empresa de seguros” ligada ao Bradesco (um dos interessados e patrocinadores do impeachment de Dilma) fracasse, certamente ele terá muito que explicar à justiça. Segundo esses analistas, suas ações não são do tipo etéreas, não são meras hipóteses, mas atos que estão empurrando o país para uma possível catástrofe. E isso não há como esconder.
Agora, já é sabido que a esposa do juiz Sérgio Moro advoga para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. O fato já seria suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz, quando assegura: “IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau”.

Mais claro que isso, impossível. Pergunta: quem são os principais interessados na Operação Lava Jato? Resposta: o PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação. Agora, pare e pense.

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