Ódio e subversão
Battista Soarez
A política do ódio e da subversão
faz uma interpretação estranha da simples conversa entre a presidente Dilma e o
seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Objetivo? Criar tumulto e agitar o
povo contra a presidente e o ex-presidente. Dilma diz a Lula apenas que ia
mandar o “termo de posse” para ele se preparar, caso Moro tentasse prendê-lo.
Só isso. Mas foi o suficiente para a GloboNews tentar botar fogo na fogueira que
já tinha sido ateada pelo juiz Sergio Moro, como bem disse o jornalista Paulo
Henrique Amorim. O jornalista foi, durante muitos anos, da Rede Globo e sabe
perfeitamente como procede o mais poderoso [e perigoso] sistema de comunicação
do Brasil.
Claramente aliado à Globo, que o
orienta naquilo que é de seu interesse, Moro revela-se não ser juiz no que
preze ao cargo e, sim, um agente subversivo do ódio, que tem a petulância de
grampear a Presidente da República, autoridade máxima do país. Se isso acontece
num país sério, ele seria preso logo em seguida, com risco de perder a função
de juiz. Jovem, vaidoso e motivado por interesses escusos, Moro divulga a
escuta telefônica na mesma hora para a GloboNews. Tudo isso porque Dilma e Lula
desmascararam sua trama rasteira.
O jornalista Paulo Henrique Amorim
disse a respeito do ocorrido do dia 16: “É a Justiça que aterroriza o Wagner Moura e a todos nós! Dilma liga para Lula, ou ele liga pra ela, e ela diz que vai mandar “o
termo de posse” para ele. Só isso. Uma conversa de alguns segundos. Sergio
Moro, um juiz totalmente desequilibrado, tomado de ódio político, divulga o
áudio para a imprensa, como forma de vingança política, porque não conseguiu
dar sequência ao sequestro golpista que tentou aplicar no ex-presidente Lula! Aonde
estamos!”.
Paulo Henrique avalia que um juiz grampear o
ex-presidente já é absurdo. Grampear a presidente da república, é duplamente
absurdo! E a imprensa brasileira, que despreza a democracia, acha isso normal! Pior
que tudo, divulga isso como se a bomba não fosse a atitude do juiz Moro!
Para cúmulo do ridículo, é uma conversinha boba,
óbvia, com Dilma acertando um detalhe burocrático para a nomeação do
ex-presidente. Mas um juiz subversivo e mal intencionado ou mal orientado age
como um perturbado pela onda da vaidade e do poder. Parece que o interesse
final é: Dilma caindo com o impeachment, o ministro Gilmar Mentes, do STF,
assume como ministro da Justiça e Sérgio Moro é indicado para o Supremo
Tribunal Federal para ocupar a vaga de Gilmar Mendes. A informação saiu dos
bastidores do próprio STF, numa conversa de reuniões internas e vazou nas redes
sociais.
Logo se percebe as verdadeiras intenções do
impeachment e o que realmente está por trás dele. Agora, Lula e Dilma terão que
se defender, sabe lá Deus como, contra toda essa loucura golpista que já se
caracterizou como um fascismo policial absurdo e que não respeita nenhum
direito individual. Lula tem duas escolhas: lutar contra toda essa poderosa
manobra sem caráter da oposição ou orientar Dilma a renunciar e deixar o
governo nas mãos daqueles que estão enlouquecidos de desejo de assumir o
governo para vender o país.
A absurda manobra de poder envolve toda a força de
um jogo sacana da ideologia neoliberal: o PSDB juntamente com partidos da
oposição, poderosos empresários que acham que têm o direito de mandar na
economia do país e investidores internacionais interessados em invadir o
Brasil. Estes últimos anseiam por terminar de levar para fora todas as nossas
riquezas naturais e bens preciosos que a “inteligência” brasileira não tem sido
suficiente para conservar e gerar riqueza para sua própria sociedade. O PSDB
tem ligações internacionais fortíssimas e só está interessado em duas coisas:
suprir o setor privado de todas as suas exigências e outra vez atolar o país na
miséria.
O
que muitos analistas políticos de mais de cem jornais espalhados pelo país estão
avaliando é o fato de que caso o golpe de Sérgio Moro — com a criminosa
divulgação das gravações do dia 16 de março, em sincronia com manifestações do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso numa “palestra” para uma “empresa de seguros”
ligada ao Bradesco (um dos interessados e patrocinadores do impeachment de
Dilma) — fracasse, certamente
ele terá muito que explicar à justiça. Segundo esses analistas, suas ações não
são do tipo etéreas, não são meras hipóteses, mas atos que estão empurrando o
país para uma possível catástrofe. E isso não há como esconder.
Agora, já é sabido que a esposa do juiz Sérgio Moro advoga
para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. O fato já seria
suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura
a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em
seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz, quando
assegura: “IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou
qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta: ou na linha
colateral até o segundo grau”.
Mais claro que isso, impossível. Pergunta: quem são os
principais interessados na Operação Lava Jato? Resposta: o PSDB e as
multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes
beneficiados com essa Operação. Agora, pare e pense.
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