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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

INDÍGENAS SEM PRIORIDADADE DE VACINAÇÃO CONTRA COVID-19

 

Indígenas de Piauí e Rio Grande do Norte são excluídos do plano de vacinação contra Covid-19

Mesmo tendo prioridade, nenhum indígena dos dois estados foi imunizado até o momento.

 

 

Foto: CNN Brasil / Indígenas sem prioridade de vacinação

A política brasileira tem uma esquisitice sem explicação. Não dá para entender como funciona a mentalidade daqueles que sobem ao poder à custa da boa vontade do povo e, mesmo assim, fazem pouco caso dos menos favorecidos.

Nos estados do Piauí e do Rio Grande do Norte, indígenas são excluídos do plano de vacinação contra a Covid-19. No Rio Grande do Norte, a comunidade nativa Potiguara de Catu, localizada às margens do rio Catu, é constituída por cerca de mil pessoas, distribuídas em aproximadamente 226 famílias.

Ali, desde que começou a pandemia, 19 casos de Covid já foram confirmados. Pelo menos uma pessoa foi internada. Mesmo assim, a comunidade continua desassistida.

Ninguém nos dois estados foi imunizado até agora, sob alegação de não terem territórios demarcados. Pelas normas jurídicas brasileiras, no entanto, os povos tradicionais estão entre os grupos prioritários.

O plano nacional de vacinação, no seu conteúdo, define como grupo prioritário indígenas que vivem em áreas demarcadas pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio). O nativo tem de ter 18 anos ou mais, atendido pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI).

A política burocrática do Brasil, carregada de intencionalidade maligna no cometimento de suas injustiças, preconiza que a vacinação deve ser realizada em conformidade com a organização dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) nos diferentes municípios. Ocorre que tanto o Rio Grande do Norte como o Piauí não possuem DSEI. Espera-se que o governo Bolsonaro, que é anti-burocrata, mude esse quadro da política brasileira. Mas ele sozinho não fará isso. Depende da coletividade.

Diante dessa realidade, cerca de 12 mil indígenas nos dois estados estão sem nenhuma perspectiva de vacinação. Segundo informação do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), o envio de doses de vacina para atender as populações indígenas está previsto para a primeira semana de março. Todavia, tudo dependerá do calendário do plano nacional de vacinação.

Isso significa que os grupos tradicionais continuarão sem prioridade.

No Maranhão, a realidade não é diferente. Mas esta será uma outra matéria.

 

22/02/2021

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