Indígenas de Piauí e Rio Grande do Norte são excluídos do plano de vacinação contra Covid-19
Mesmo tendo prioridade, nenhum indígena
dos dois estados foi imunizado até o momento.
Foto: CNN Brasil / Indígenas sem prioridade de vacinação |
A
política brasileira tem uma esquisitice sem explicação. Não dá para entender
como funciona a mentalidade daqueles que sobem ao poder à custa da boa vontade
do povo e, mesmo assim, fazem pouco caso dos menos favorecidos.
Nos
estados do Piauí e do Rio Grande do Norte, indígenas são excluídos do plano de
vacinação contra a Covid-19. No Rio Grande do Norte, a comunidade nativa
Potiguara de Catu, localizada às margens do rio Catu, é constituída por cerca de mil
pessoas, distribuídas em aproximadamente 226 famílias.
Ali,
desde que começou a pandemia, 19 casos de Covid já foram confirmados. Pelo
menos uma pessoa foi internada. Mesmo assim, a comunidade continua desassistida.
Ninguém
nos dois estados foi imunizado até agora, sob alegação de não terem territórios
demarcados. Pelas normas jurídicas brasileiras, no entanto, os povos
tradicionais estão entre os grupos prioritários.
O
plano nacional de vacinação, no seu conteúdo, define como grupo prioritário
indígenas que vivem em áreas demarcadas pela FUNAI (Fundação Nacional do
Índio). O nativo tem de ter 18 anos ou mais, atendido pelo Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena (SASI).
A
política burocrática do Brasil, carregada de intencionalidade maligna no
cometimento de suas injustiças, preconiza que a vacinação deve ser realizada em
conformidade com a organização dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
(DSEI) nos diferentes municípios. Ocorre que tanto o Rio Grande do Norte como o
Piauí não possuem DSEI. Espera-se que o governo Bolsonaro, que é anti-burocrata, mude esse quadro da política brasileira. Mas ele sozinho não fará isso. Depende da coletividade.
Diante
dessa realidade, cerca de 12 mil indígenas nos dois estados estão sem nenhuma
perspectiva de vacinação. Segundo informação do Ministério da Saúde, por meio da
Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), o envio de doses de vacina para
atender as populações indígenas está previsto para a primeira semana de março. Todavia,
tudo dependerá do calendário do plano nacional de vacinação.
Isso
significa que os grupos tradicionais continuarão sem prioridade.
No
Maranhão, a realidade não é diferente. Mas esta será uma outra matéria.
22/02/2021
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