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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

POLÍTICA: MICAL DAMASCENO É ACUSADA DE SER DESLEAL AO PTB

Falsa notícia tenta atingir reputação da deputada Mical Damasceno
Blogueiro faz matéria tendenciosa na tentativa de desestabilizar a direita no Maranhão

 

Por Battista Soarez
(De São Luís – MA)

 

FOTO: Divulgação | Dep. Estadual Mical Damasceno (PTB)

A DEPUTADA ESTADUAL Mical Damasceno vem sofrendo ataques da mídia blogueira de São Luís desde que assumiu a direção do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Maranhão. Desta vez foi o Blog do Linhares, em matéria publicada na terça-feira, 23/11. Com o título “Mical Damasceno perde o comando do PTB no Maranhão, Lahésio Bonfim assume”, a publicação do Linhares insinua, maliciosamente, que a deputada vem praticando deslealdade contra a direção nacional do partido.

— Executiva Nacional [do PTB] desconfia da lealdade da deputada após receber dossiê que narra as relações com Flávio Dino — diz a matéria numa legenda logo abaixo de uma imagem contendo fotos de Mical (em destaque) e de Lahésio (em detalhe), respectivamente.

De maneira tendenciosa, o blog — provavelmente pago ou, no mínimo, orientado por grupos de interesses contrários ou esquerdistas — diz que “a passagem da deputada estadual Mical Damasceno pela direção do PTB deve acabar em breve”. Linhares destaca uma suposta reunião em Brasília (sem mencionar data e nem fonte) da Executiva Nacional do partido onde, segundo o autor da matéria, foi decidido que o nome de Mical não é mais “indicado para controlar a legenda no estado” e que, no lugar da parlamentar, assume o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim, que, inclusive, é pré-candidato ao governo do estado. Lahésio não confirma tal informação.

O Leitura Livre entrou em contato com o gabinete da deputada Mical Damasceno e apurou que se trata de inverdades. Segundo informação do gabinete da parlamentar, tudo não passa de uma tentativa injusta de prejudicar a articulação da direita no Maranhão. A própria deputada desconhece a informação.

— Eu não recebi, até agora, nenhum comunicado oficial a respeito desse assunto. Pelo contrário, estamos fazendo um trabalho honesto e organizado, inclusive convidando toda a sociedade para a inauguração da sede do PTB, que está marcada para o dia 10 de dezembro — disse Mical à reportagem do Leitura Livre.

De acordo com a assessoria da deputada, tudo não passa de falsa notícia de um jornalismo parcial que sequer ouve os personagens envolvidos. Aliás, diga-se de passagem, o Blog do Linhares já tentou atingir até o Dr. Lahésio Bonfim pouco tempo atrás, no intento de jogar lama na pré-candidatura do médico prefeito que vem crescendo cada vez mais na preferência do eleitorado maranhense.

A verdade é que, desde o início do seu mandato de deputada estadual, Mical Damasceno vem prestando um trabalho justo e efetivo diante do legislativo estadual. No seu histórico de atuação, a parlamentar não tem nenhuma situação de venda de emendas, inclusive fiscalizando cuidadosamente cada uma delas conforme seu destino para beneficiar a população mediante a execução de políticas públicas para a coletividade. Além disso, durante todo o período de pandemia da Covid-19, a deputada distribuiu cestas básicas e outros donativos para comunidades carentes em vários municípios maranhenses.

— Todo mês, parte do salário da deputada é destinada para compra de cestas básicas e medicamentos que são distribuídos para pessoas carentes — informa um dos assessores do seu gabinete.

De acordo com o que foi apurado pela reportagem do Leitura Livre, essa maneira de atuação da parlamentar vem despertando ciúmes e inveja em alguns políticos que querem manchar a imagem de Mical, de Lahésio, da igreja evangélica e, consequentemente, dos movimentos de direita no Maranhão. Ao que parece, o intento de alguns políticos — dentre eles, infelizmente, estão aqueles de comportamento esquerdista infiltrados nos grupos de direita — é minar, na mente do eleitorado maranhense, a ideia de que a direita no estado é desunida, confusa, desarticulada e instável.

Com esse comportamento medíocre e mal intencionado, o objetivo dos antagonistas é enfraquecer a direita no Maranhão e, por tabela, fragilizar o apoio ao presidente Jair Bolsonaro no estado. Isso ajuda a fortalecer a esquerda que, por sua vez, já está forjando vários estratagemas para manobrar, enganar e confundir o eleitorado maranhense.

— Vou continuar fazendo o meu trabalho e defendendo o presidente Bolsonaro. Não me importo com as mentiras que inventam a meu respeito. E outra coisa: meu pai não interfere no meu trabalho — diz Mical.

O autor da matéria acusa a deputada Mical e o seu pai, pastor Pedro Aldi Damasceno, de “alugar” e “lotear” — termos usados conotativamente pelo blogueiro — “as bases evangélicas do estado no período eleitoral”, ventila ele.

Isso afeta, em cheio, a igreja Assembleia de Deus no Maranhão, quando, na verdade, esse discurso não corresponde à realidade. As Assembleias de Deus — maior igreja evangélica no estado — é uma instituição social como qualquer outra. E como instituição social, seus pastores e líderes normalmente são procurados não só por candidatos em período eleitoral, mas, também, por autoridades em geral para aconselhamento, orações e parcerias institucionais. Isso não significa “alugar” ou “lotear”. Os termos adequados para essas atividades são participação social e utilidade pública que, em relação a isso, se a igreja se mantiver omissa, ela simplesmente cai no ostracismo e na alienação.

O Leitura Livre ouviu, também, vários pastores assembleianos, inclusive presidentes de Convenção, e constatou que a denominação não tem nenhum patrocínio do governador Flávio Dino, como sugere, desinformadamente, o Blog do Linhares. O que ocorre, de fato, é que há membros da Assembleia de Deus que ocupam cargos na estrutura administrativa do governo do estado como, por exemplo, o advogado e pastor Enos Ferreira, atual Secretário de Estado de Relações Institucionais. O religioso já foi, também, Secretário de Estado de Programas Estratégicos.

Pastores da Assembleia de Deus maranhense explicam que isso não tem nada que ver com a denominação em nível de Estado. A reportagem do Leitura Livre conversou com o pastor André Santos Souza — presidente da COMADEMA (Convenção da Assembleia de Deus no Estado do Maranhão), ligada à convenção nacional CADB, presidida pelo pastor Samuel Câmara — sobre as relações políticas da igreja no estado. Ele explica que, no Maranhão, as Assembleias de Deus têm várias convenções organizadas em ministérios. Todas com suas devidas autonomias. Mas com algo em comum.

— Em se tratando de estado, as Assembleias de Deus apoiam o presidente Bolsonaro e defendem os valores e princípios cristãos, conforme a Bíblia ensina — afirma o pastor André.

Portanto, em matéria de participação política, todas as convenções estão caminhando numa direção só: no sentido da direita. Todas estão apoiando Bolsonaro, inclusive a CEADEMA (Convenção Estadual da Assembleia de Deus no Maranhão), ligada à nacional CGADB, à qual Mical e Pedro Aldi, seu pai, pertencem. Aldi já foi presidente da CEADEMA que, atualmente, é comandada pelo pastor Francisco Raposo, líder da Assembleia de Deus em Bacabal, a 245 quilômetros da capital maranhense.

Segundo informação de algumas lideranças da Assembleia de Deus em São Luís, somente o pastor José Guimarães Coutinho, líder do campo de São Luís, fechou com o governador Flávio Dino.

— Mas isso não quer dizer que a igreja esteja com Flávio Dino. O pastor Coutinho só responde por São Luís. Não pela Convenção estadual. Não por qualquer outro campo da nossa igreja — disse um pastor assembleiano, da igreja local, que pediu para não mencionar seu nome na reportagem.

O Leitura Livre buscou contato, ainda, com pessoas ligadas à Executiva Nacional do PTB, mas ninguém confirma a informação do Blog do Linhares, ninguém confirma a “reunião” em Brasília, muito menos o tal “dossiê” gerado por grupo de apoio a Lahésio.

— Estão tentando jogar Mical contra Lahésio e Lahésio contra Mical, com o objetivo de enfraquecer os dois. Seria muita ingenuidade do Dr. Lahésio tentar seguir por esse caminho, de mandar sua equipe sondar a deputada Mical com objetivo de tomar o partido dela — disse uma fonte da igreja evangélica ligada a Lahésio.

sábado, 20 de novembro de 2021

ARTIGO: A IGREJA EVANGÉLICA AINDA É CRISTÃ? — Pr. Battista Soarez

A igreja evangélica ainda é cristã?
Como entender a consciência ético-social de um segmento religioso que deixou de viver os princípios do evangelho de Cristo


Pr. Battista Soarez
(Escritor, jornalista, sociólogo, teólogo e professor universitário)


FOTO: Battista Soarez | Monte de Oração na praia na Litorânea em São Luís - MA.


POR QUE A MAIORIA das pessoas que vão ao culto nas igrejas evangélicas não consegue mais sentir aquele fervor espiritual prazeroso que, até certo tempo atrás, era real entre os crentes? Relacionamentos medíocres. Falta de respeito entre os que se dizem irmãos na fé. Orgulho espiritual. Prepotência. Presunção e bestialidades de toda natureza. Essas coisas campeiam o ambiente “igreja evangélica”, abrem a torneira das imprecações e esparramam um lamaçal de frieza espiritual sem tamanho. Sem contar o desagradável “tempero” de ordem moral como ódio, provocações, desrespeito, adultérios, fornicação, avareza e ganância.

A explicitação do mar de irrelevância espiritual tem regado um arsenal de “teologias” medíocres que,  consequentemente, nutrem uma igreja cambaleante, fria, vazia do evangelho genuíno e espiritualmente perdida, perturbada e enfraquecida, bem como a vida dos seus líderes.

Vivemos, lamentavelmente, uma religiosidade miscigenada que escolheu seguir caminhos diversificados e divergentes, numa grave demonstração de aleatoriedade. Nesse descompasso, a igreja evangélica parece ter virado as costas para o Cristo do Evangelho da Cruz. Nesse sentido, há vários paradigmas do êxodo numa referência de grande e extensa importância nos complexos labirintos da nossa história recente.

Social e politicamente perdida, a igreja evangélica se projeta numa dimensão referente a uma força amoral que a puxa para trás inspirada num antagonismo adversante e diabólico de um espírito de guerra que se espraia por todo o tecido igreja.

Essa é uma “espinha” que se atravessa na “garganta” de situações históricas diferentes em, praticamente, todos os contextos da igreja ocidental. Por esse viés, há uma teologia putrefata que gera faísca e acende a fogueira do inferno social no qual a igreja evangélica está enfurnada até o “pescoço”.

Do ponto de vista subjetivo, em termos de cultura bíblico-teológica, algumas referências evocam a tarefa que a teologia do êxodo garante na elaboração de uma consciência ético-social nos contextos em que assume a função de paradigmas ou paradigmática. A teologia do êxodo alavanca, por assim dizer, uma profunda compreensão político-social. Vejamos que, do ponto de vista da cultura bíblico-teológica, o êxodo nutre e planta o sonho de uma comunidade espiritual governada por Deus no decorrer da história. Fato.

Por conseguinte, essa teologia trabalha uma compreensão da sociedade humana como um lugar de superação dos mecanismos (inclusive das intrigas e indiferenças) que impedem a (con)vivência das pessoas nessa comunidade que deveria viver marcada e selada pela harmonia, pela liberdade e pela garantia da dignidade humana.

Nos últimos anos, as Assembleias de Deus no Brasil, por exemplo, vêm se desintegrando no contexto do seu quadro social e, lamentavelmente, entrando num enredo eclesiológico que, há tempos, deixou de ser culto racional para Deus (Rm 12.1).

Nesse sentido, o povo crente vem peregrinando na contramão do evangelho verdadeiro e se precipitando num abismo bem distante da determinante ação da fé cristã sustentada pelo amor de Deus nutrido em relação aos fiéis.

Desse modo, estranhamente, estamos longe do necessário comprometimento com a fé genuinamente cristã que traduz o alto nível da dignidade humana nas condições sociais de uma vida santa e perfeita em Deus. Nisto, a compreensão e o relacionamento com o Deus Yaweh (o “Eu Sou o Grande Eu Sou”) revelam-no solidário com o seu povo e tocam o núcleo fundamental dos mecanismos definitórios dos rumos da igreja cristã nos caminhos da sociedade atual.

Aqui, em termos de igreja evangélica, devemos sustentar o ideal de uma comunidade “corpo-de-Cristo” formada a partir de gentes (eu disse gentes) livres, arrependidas, santas em Deus, convertidas em Cristo, fraternas, quebrantadas e iguais. As brigas e os endiabrados devem ficar com o diabo, longe da Igreja de Jesus Cristo.

Finalmente, o tecido paradigmático do êxodo leva o povo a colocar-se em questão diante de valores outros. Toca profundamente as dinâmicas que presidem suas escolhas, relacionamentos e opções. O povo de Deus — verdadeiramente povo de Deus — vive um profundo processo de transformação e crescimento espiritual, num real comprometimento com a dinâmica de temor e obediência a Deus.

Devemos romper com o medo, com a negação da identidade para estarmos abertos para a experiência da liberdade e da consciência profunda do seu destino.

E que fique claro que a compreensão do sentido e o alcance da experiência espiritual profunda operam uma radical resignificação de valores, determinando um novo horizonte inspirador para a vida em Jesus Cristo, o Senhor. O relacionamento com Deus tem força redentora e gera valores novos. Esse relacionamento, como fonte de vida espiritual, é que pereniza o gérmen da transcendência, entrelaçando o “pessoal” e o “social”, sem dicotomias, pela força dos valores nascidos na referência e efervescência do evangelho da Cruz.

A ubicação meramente histórico-sociológica não tem força para tal sustentação e manutenção. Por isso, a dinâmica da aliança articula imanência e transcendência na experiência espiritual dos relacionamentos em Cristo. Qualquer sombra a Ele é o início de toda idolatria ou indiferentismo. Jesus Cristo, finalmente, é referência absoluta e insubstituível. Enfim, a grande questão já não é simplesmente o fato de aceitarmos a Cristo, e, sim, se Ele nos aceita com nossas maldades, injustiças, birras, intrigas e indiferenças que mancham nosso caráter perante o reino de Deus.

Que Deus nos livre do mal, como está escrito o pedido na Oração do Pai Nosso.


terça-feira, 9 de novembro de 2021

ECONOMIA: O QUE ESPERAR PARA 2022? — Por Battista Soarez

Cenário econômico para 2022
O que esperar? Crescimento ou retrocesso?

 

Por Battista Soarez
(Escritor, jornalista, sociólogo e professor universitário)

 

FOTO: Divulgação/Internet

AS PREVISÕES ECONÔMICAS para o ano de 2022 parecem ser, ainda, uma incógnita. Para os economistas, o cenário político para o ano que vem ainda está em cima do muro daquilo que poderá acontecer. Há quem arrisque dizer que algo já está desenhado. Mas pode ser que, na melhor das hipóteses, o ano das eleições presidenciais seja marcado por uma recuperação econômica que perderá o ritmo da dança ao longo do tempo. Isso vai depender de como o mercado internacional vai se comportar.

Especialistas na área econômica acreditam que essa desaceleração poderá ocorrer, principalmente, na esteira da inflação. Face a isso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio de uma avaliação sobre orçamentos familiares, considerou 377 produtos e serviços e constatou que 60% dos itens têm atuado todos os meses. Este indicador tende a impactar o orçamento dos brasileiros, uma vez que esse mesmo orçamento já se encontra mais apertado em função da pandemia.

Em caso de inflação, serão afetados tanto o valor de bens como, também, de serviços. Isso ocorrerá em razão de uma demanda que gera alta nos preços. A opinião dos especialistas é de que, em 2022, haverá uma inflação que ainda vai pressionar o orçamento das famílias e um crescimento dos juros para justamente tentar contê-la.

Além da inflação desenfreada, há a taxa de juros em elevação, um possível populismo fiscal e as eleições do próximo ano. Como 2022 é um ano eleitoral, é fundamental que estejamos todos atentos às promessas de cunho político-econômico de candidatos espertalhões e oportunistas. Segundo a visão de mercado dos economistas, o ano de 2021 ainda apresenta sinais de precaução, mas a economia em 2022 já aponta para oportunidades de recuperação.

O governo, mirando por uma ótica de otimização, divulgou recentemente estudo que traz esperança de bom carregamento estatístico, crescimento do investimento privado e consolidação fiscal que embasam projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022. Nesse tom, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) divulgou estudo sobre as perspectivas de crescimento para o próximo ano, apresentando argumentos que fundamentam as projeções feitas pelo órgão para o crescimento do PIB no ano que vem.

O estudo destaca que, para projetar o crescimento em 2022, é necessário avaliar qual é o carregamento estatístico que o PIB projetado deste ano proporcionará. Também é necessário apresentar os cenários prováveis de variação trimestral média, para compor o crescimento acumulado em quatro trimestres no próximo ano.

Portanto, caso a projeção da SPE para 2021 se confirme, o aumento de 5,3% projetado para este ano proporcionará um carrego aproximado de 1,2% para 2022. E aí, levando em conta um crescimento trimestral médio de 0,5%, o PIB aumentará 2,4%. A explicativa é de que, além do bom carregamento estatístico, o crescimento do investimento privado (maior eficiência alocativa dos fatores de produção, consolidação fiscal, reformas pró-mercado e a retomada do setor de serviços), com a vacinação em massa, também fundamenta a projeção para a retomada econômica do país no ano de 2022. Esse é um fator positivo.

De acordo com o governo, para as estimativas do crescimento do PIB abaixo de 1% em 2022, considerando o estudo da SPE, “a variação média na margem dos trimestres do próximo ano deve ser de -0,1%”, isto é, espera-se uma queda significativa do PIB em algum trimestre ou uma nova recessão no ano que vem. Desta forma, a SPE considera que esses fatos são “difíceis de justificar com base no cenário fiscal atual e na ausência de uma crise híbrida ou de uma piora na pandemia”.

O certo é que, na avaliação do governo federal, os riscos existem, mas — na ausência de piora desses fatores e dando continuidade no processo de consolidação fiscal e reformas pró-mercado, com os indicadores atuais e o conjunto de informações disponíveis — é possível concluir com um crescimento do PIB acima de 2% em 2022. Face a isso, a Selic (a taxa básica de juros da economia) deve terminar o próximo ano em 11,5%, numa estimativa anterior de 9%. Houve importantes sinais de mudanças na política fiscal, principalmente no nível legal do teto de gastos que, não obstante, tem sido o principal parâmetro fiscal nos últimos anos.

Isso chamou a atenção para o elevado grau de incerteza sobre os rumos da política econômica brasileira. Ontem, segunda-feira, 8/11, eu estava conversando com um amigo empresário sobre o fato de que a PEC dos Precatórios — aprovada em primeiro turno no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana — surpreendeu claramente os mercados, tanto em relação ao montante de despesas adicionais propostas, como também em termos do “veículo legal” utilizado para afrouxar a restrição orçamentária em 2022.

Para o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, esse crescimento de 1,5% é nanico e “medíocre”, diante do volume de problemas que o brasileiro está enfrentando no atual momento. E, para piorar, segundo ele, será acompanhado por alta taxa de desemprego. Para Pastore, a razão de tudo isso é a ausência de reformas que, se feitas, diminuiriam a percepção de risco sobre o país e ausência, também, de política monetária restritiva para conter a inflação. Inflação, aliás, sempre foi o pesadelo dos brasileiros nos governos neoliberais.

sábado, 6 de novembro de 2021

BRASIL: FIM DO BOLSA FAMÍLIA

Fim do Bolsa Família
Uma reengenharia no programa de transferência de renda

 

Por Battista Soarez
(Escritor, jornalista, sociólogo, assistente social e professor universitário)

 

FOTO: Divulgação/Internet | O Bolsa Família substituído pelo Auxílio Brasil

O BOLSA FAMÍLIA — considerado o maior programa de transferência de renda do mundo e o mais barato para os cofres do governo, segundo os economistas — se despede da conta bancária do brasileiro. O benefício, criado pelo PT, será substituído por outro de maior valor, que terá duração somente até depois das eleições de 2022. E isso já vem gerando preocupação e insegurança na cabeça da população carente, principalmente dos mais acomodados no mundo do trabalho.

Na última sexta-feira, 29/10, foi feito o último repasse do programa que, até então, era de 189 reais por mês. As próximas transferências serão o dobro do valor, 400 reais. Mas, apesar do valor dobrado, mais de 17 milhões de famílias trocaram a cadeira do conformismo por um batente de incertezas.

Agora, mesmo com 400 reais no bolso todo mês, os pobres acomodados vão ter de se preocupar em aproveitar esse período (de novembro de 2021 a dezembro de 2022) para pensar em atividades produtivas para, a partir do fim do benefício, agora com o nome de Auxílio Brasil, ganharem o pão de cada dia. O novo programa ainda precisa dizer de onde virão os recursos necessários para sua efetivação. Além disso, é bom não esquecer que, depois das eleições presidenciais de 2022, o teto será temporariamente suspenso.

Para o economista Rodrigo Zeidan, a avaliação do Bolsa Família é positiva. Segundo ele, foi gasto apenas 0,5% do PIB nacional e tirou milhões de pessoas da extrema pobreza (3,4 milhões) e da miséria (3,2 milhões), respectivamente. De certa forma, mitigou a insegurança alimentar e a desigualdade, aumentou a escolarização, reduziu a gravidez na adolescência, melhorou a saúde e criou empregos.

Devido ao curto período do Auxílio Brasil, os jornais de esquerda estão dizendo que o novo programa tem teor eleitoral. Pois termina em dezembro de 2022, ou seja, depois das eleições presidenciais. E, com isso, insta-se a dúvida do que vai acontecer depois com os brasileiros mais pobres.

Bolsonaro — que quando era deputado federal sempre ignorou o Bolsa Família — na pandemia, no entanto, implementou um programa de ajuda direta a quem perdeu sua renda, que também beneficiou quem recebia o programa petista.

Mas o presidente sabe que os beneficiários do BF desaprenderam a trabalhar. Hoje, quem passou mais de 14 anos dependendo do auxílio para garantir o alimento do dia-a-dia, não sabe fazer “quase nada”, diz Bolsonaro. São 17 milhões de brasileiros que vivem na dependência de auxílio do governo para sobreviverem.

Parece que a intenção do governo federal, na gestão Bolsonaro, é de que a população tenha um espírito empreendedor e tenha motivação para gerar renda e emprego. Ele ainda demonstra entender que somente dessa forma o país poderá acender a chama da prosperidade e encontrar o caminho do desenvolvimento. Afinal de contas, a inércia existencial de alguns indivíduos gera um problema que leva a sociedade a mergulhar na escassez econômica e em demais mazelas sociais.

Então, seria o momento de substituir o auxílio por uma política de programas de créditos direcionados para o empreendedorismo, mediante acompanhamento técnico e treinamento em relações de negócio e mercado para comercialização da produção gerada a partir dos pequenos empreendedores. Tudo potencialmente organizado.

 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ELEIÇÕES 2022: CORONEL MONTEIRO REÚNE COM COMISSÃO EM S.J. DE RIBAMAR

 

Comissão do Aliança em Ribamar reúne com o Cel. Monteiro

Lideranças discutem apoio a Bolsonaro no município para 2022

 

Por Battista Soarez
(De São Luís – MA)

 

FOTOS: Battista Soarez | Integrantes da Comissão do APB-SJR - MA

A LIDERANÇA do Aliança Pelo Brasil (APB) em São José de Ribamar, Maranhão, reuniu, nesta terça-feira, 02/11, para tratar de assunto referente à conjuntura política no município bem como no estado. A reunião aconteceu com a presença do Coronel Monteiro, superintendente do Patrimônio da União (SPU-MA), acompanhado de apoiadores do governo Bolsonaro no estado.

Coronel Monteiro (SPU-MA), líder do Aliança Pelo Brasil no Maranhão

A abertura do encontro foi feita com a fala do bacharel em direito Dirlan Oliveira, presidente da Comissão APB-SJR, que enfatizou a importância da mobilização da Comissão do Aliança na cidade de São José de Ribamar.

— Todos nós, patriotas, temos o compromisso de trabalhar para a reeleição do nosso presidente. Porque a gente percebe que, apesar da popularidade do Bolsonaro, não vai ser tão fácil como se pode imaginar — disse Dirlan, fazendo alusão ao jogo político da esquerda.

Dirlan Oliveira, presidente da Comissão do APB-SJR

Dirlan explicou o papel do APB como uma organização brasileira de direita que luta pelos direitos à liberdade, pelos princípios da família tradicional e pelo conservadorismo em geral. Ser de direita é defender a diminuição da participação do Estado na sociedade como forma de reduzir a corrupção, garantir a liberdade individual e promover o desenvolvimento econômico. O foco principal é reeleger o presidente Jair Messias Bolsonaro para que esses ideais continuem sendo preservados na administração pública.

Durante a reunião, foi ventilado que as manifestações em favor do bolsonarismo têm se constituído um fenômeno político cada vez mais crescente. O Brasil tem reconhecido que a extrema direita vem ganhando proporções evolutivas com a ascensão da popularidade de Bolsonaro. Dirlan Oliveira explica que, a partir desse viés, os movimentos de direita no município de Ribamar discutem uma unidade a ser organizada e consolidada.

— O objetivo da nossa Comissão é consolidar as bases da direita aqui em São José de Ribamar. Essa direita já existe desde 2018, mas o nosso trabalho principal é unificar os grupos de direita, trazendo todos para uma só conjuntura e, assim, solidificar essa direita sob o comando do Coronel Monteiro que é o nosso líder, representante direto do governo Bolsonaro no Maranhão — pondera Dirlan, acrescentando que ele mesmo é o representante da direita no município.

Um dos focos da Comissão do APB em Ribamar é concentrar as atividades de trabalho nas comunidades necessitadas e atrair, segundo Dirlan, o desenvolvimento para o município.

— O segredo é fazer com que o município cresça. Se cada cidadão for bem de vida, teremos um município forte. E a gente tem de fazer com que isso aconteça — afirma ele.

Vários participantes fizeram pronunciamentos favoráveis ao apoio do presidente da República em todo o estado do Maranhão, defendendo a direita como protagonista dos valores cristãos, da Pátria, da família, da liberdade, do desenvolvimento e, enfim, de todos os valores e princípios que trazem a harmonia e o bem-estar social.

Por sua vez, a advogada Raquel Dourado analisa a liderança do Aliança em Ribamar, demonstrando o apoio incondicional ao presidente Jair Bolsonaro e ao Coronel Monteiro.

— Aqui está a representação dos ideais da liberdade, da justiça, da dignidade, da ordem e do progresso do povo brasileiro — enfatiza Raquel.

Ela ventilou, ainda, sobre os projetos do governo federal com os quais o município de São José de Ribamar foi contemplado.

— Ressaltamos, aqui, a Escola Municipal de Educação Cívico-militar e o Tiro de Guerra, que, sem dúvida, serão referências importantes no município — finaliza Raquel.

A reunião terminou com a fala do Coronel Monteiro que abordou, inclusive, sobre os entraves que o presidente Jair Bolsonaro vem enfrentando.

— Bolsonaro, após três anos de mandato, ainda não conseguiu governar. Por isso, temos que mudar o Congresso Nacional para que ele possa governar com mais tranquilidade — destacou Monteiro.

Coronel Monteiro é o líder do Aliança Pelo Brasil no Maranhão (APB-MA) e, em seu discurso, defende uma política séria, transparente, sem compra de voto e, acima de tudo, focada na população menos favorecida. Para ele, o desenvolvimento social e econômico no Maranhão tem que começar a partir da qualidade de vida das comunidades em geral. E isso tem a ver com uma boa articulação entre as políticas públicas.

— Essa preocupação começa com uma relação articulada entre educação e trabalho, partindo da necessidade de desenvolvimento de valores cooperativos entre crianças, jovens e adultos. Entendemos que isso facilitará as discussões a respeito da organização das atividades produtivas tanto na área urbana como na zona rural — ressalta Coronel Monteiro.

Para ele, a ideia da política do governo Bolsonaro é de que haja interação entre a sociedade e o governo para que, daí, sejam construídas políticas públicas de desenvolvimento. Na reunião em São José de Ribamar, Monteiro deixou claro que o trabalho da Comissão do APB no município tem gerado resultados positivos em função do movimento da direito em apoio ao governo de Jair Bolsonaro.

Monteiro ainda falou sobre a situação partidária no Maranhão que certamente definirá as diretrizes políticas a partir de agora, levando em consideração que as eleições de 2022 ainda não terão a participação do partido Aliança.

— Nosso partido será o PSC (Partido Social Cristão). Já conversamos com o deputado Aluízio Mendes (PSC-MA) e, conforme o que foi tratado, as coisas estão sendo encaminhadas para que até às eleições de 2022 tudo já esteja definido — conclui Monteiro.