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sábado, 6 de novembro de 2021

BRASIL: FIM DO BOLSA FAMÍLIA

Fim do Bolsa Família
Uma reengenharia no programa de transferência de renda

 

Por Battista Soarez
(Escritor, jornalista, sociólogo, assistente social e professor universitário)

 

FOTO: Divulgação/Internet | O Bolsa Família substituído pelo Auxílio Brasil

O BOLSA FAMÍLIA — considerado o maior programa de transferência de renda do mundo e o mais barato para os cofres do governo, segundo os economistas — se despede da conta bancária do brasileiro. O benefício, criado pelo PT, será substituído por outro de maior valor, que terá duração somente até depois das eleições de 2022. E isso já vem gerando preocupação e insegurança na cabeça da população carente, principalmente dos mais acomodados no mundo do trabalho.

Na última sexta-feira, 29/10, foi feito o último repasse do programa que, até então, era de 189 reais por mês. As próximas transferências serão o dobro do valor, 400 reais. Mas, apesar do valor dobrado, mais de 17 milhões de famílias trocaram a cadeira do conformismo por um batente de incertezas.

Agora, mesmo com 400 reais no bolso todo mês, os pobres acomodados vão ter de se preocupar em aproveitar esse período (de novembro de 2021 a dezembro de 2022) para pensar em atividades produtivas para, a partir do fim do benefício, agora com o nome de Auxílio Brasil, ganharem o pão de cada dia. O novo programa ainda precisa dizer de onde virão os recursos necessários para sua efetivação. Além disso, é bom não esquecer que, depois das eleições presidenciais de 2022, o teto será temporariamente suspenso.

Para o economista Rodrigo Zeidan, a avaliação do Bolsa Família é positiva. Segundo ele, foi gasto apenas 0,5% do PIB nacional e tirou milhões de pessoas da extrema pobreza (3,4 milhões) e da miséria (3,2 milhões), respectivamente. De certa forma, mitigou a insegurança alimentar e a desigualdade, aumentou a escolarização, reduziu a gravidez na adolescência, melhorou a saúde e criou empregos.

Devido ao curto período do Auxílio Brasil, os jornais de esquerda estão dizendo que o novo programa tem teor eleitoral. Pois termina em dezembro de 2022, ou seja, depois das eleições presidenciais. E, com isso, insta-se a dúvida do que vai acontecer depois com os brasileiros mais pobres.

Bolsonaro — que quando era deputado federal sempre ignorou o Bolsa Família — na pandemia, no entanto, implementou um programa de ajuda direta a quem perdeu sua renda, que também beneficiou quem recebia o programa petista.

Mas o presidente sabe que os beneficiários do BF desaprenderam a trabalhar. Hoje, quem passou mais de 14 anos dependendo do auxílio para garantir o alimento do dia-a-dia, não sabe fazer “quase nada”, diz Bolsonaro. São 17 milhões de brasileiros que vivem na dependência de auxílio do governo para sobreviverem.

Parece que a intenção do governo federal, na gestão Bolsonaro, é de que a população tenha um espírito empreendedor e tenha motivação para gerar renda e emprego. Ele ainda demonstra entender que somente dessa forma o país poderá acender a chama da prosperidade e encontrar o caminho do desenvolvimento. Afinal de contas, a inércia existencial de alguns indivíduos gera um problema que leva a sociedade a mergulhar na escassez econômica e em demais mazelas sociais.

Então, seria o momento de substituir o auxílio por uma política de programas de créditos direcionados para o empreendedorismo, mediante acompanhamento técnico e treinamento em relações de negócio e mercado para comercialização da produção gerada a partir dos pequenos empreendedores. Tudo potencialmente organizado.

 

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