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terça-feira, 5 de julho de 2022

Artigo: QUE ESPÍRITO É ESSE? | Pr. Battista Soarez

ARTIGO

Que espírito é esse?
Principados e potestades estão nos púlpitos das igrejas liderando sobre nós

 

Pr. Battista Soarez
(escritor e jornalista)

Imagem meramente ilustrativa | FOTO: Divulgação/Internet

HÁ ANOS VENHO enfrentando forças contrárias em relação ao meu chamado como homem de Deus. Aprendi que quando somos convertidos em Jesus Cristo passamos a ser seres espirituais e, portanto, alvo de forças espirituais malignas. Daí a necessidade de manter uma vida de constante oração.

O corpo de Cristo é formado por homens e mulheres que — quando santificados e obedientes em conformidade com o evangelho de Jesus — falam e andam cheios do Espírito Santo. Mas quando vacilantes, duros de coração, cheios de ira, porfias, intrigas e imposições da sua própria vontade, tornam-se rancorosos, carnais e não consultam mais ao Senhor quanto aos seus afazeres eclesiásticos.

Passam, então, a administrar a igreja de Deus com ideias próprias. Pior: passam a colocar debaixo dos seus pés jovens, homens e mulheres cheios dos dons de Deus, de maneira que as pessoas ficam impedidas de desenvolverem seus ministérios no corpo de Cristo. Pagarão por isso um dia? Sim, pagarão. Mas até lá já causaram um estrago sem tamanho no reino de Deus.

Quando me converti ao Senhor Jesus, em 1983, tinha 16 anos de idade. Em poucos meses, o Espírito de Deus me capacitou e, então, passei a pregar a palavra do Senhor, ensinando e aconselhando pessoas. Então, ficou logo claro que o meu ministério era o de mestre. Mestre é aquele dom espiritual cuja atividade [de ensino] edifica a igreja do Senhor, coisa que irrita o diabo e, portanto, quem o exerce logo passa a ser retaliado. Satanás não suporta uma igreja instruída na sabedoria da palavra do Criador. Então, ele resolve atacar o príncipe de Deus que ensina. Foi aí que passaram a acontecer coisas na minha vida sobre as quais eu não tinha o menor entendimento.

Inveja, ciúmes, ódio sem causa e calúnias do nada passaram a acontecer. Há pessoas malignamente criativas em fomentar comentários aleivosos sobre os outros. E isso, normalmente, vinha sempre de pessoas que tinham liderança acima de mim. Pastores, líderes ou alguém de influência. Isso me chamou a atenção e, aí, passei a estudar sobre dons, ministérios e batalha espiritual.

Descobri que nós, crentes, temos níveis espirituais no corpo de Cristo. Vivemos, assim, o reino de Deus. E neste reino temos qualificações espirituais. Por exemplo, no reino de Deus eu sou príncipe. Logo, o agente do mal que vem para cima de mim, me atacar e perseguir-me, é sempre um principado ou uma potestade. O apóstolo Paulo falou sobre isto em Efésios, no capítulo 6. É óbvio que um principado ou uma potestade não vai usar qualquer um. Principado usa líderes contra aquele que tem a posição de príncipe no reino de Deus. Já a potestade usa, normalmente, um sistema, uma organização, uma equipe de líderes.

É por isso que, nas convenções de igrejas, pastores formam comissões para derrubar outro pastor que é príncipe e que, normalmente, está fazendo um trabalho importante para devastar as obras de satanás ou ganhar uma comunidade social onde há domínio de espíritos malignos, por exemplo. Portanto, quem está usando esses pastores de convenção para derrubar outros pastores são exatamente principados e potestades. E não o Espírito de Deus. Mostre-me na Bíblia onde fala que uma ovelha ferida, que pecou, que cometeu erros etc., deve ser excluída. Claro que você não acha. Mas você acha o texto que diz “se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai não vos perdoará” (Mateus 6.15). O evangelho da cruz, portanto, é inclusivo e não excludente. A prática do perdão entre os crentes é uma autodefesa contra o inferno. Já a falta de perdão é uma forma de contribuir com ele.

O diabo sabe, obviamente, que um pastor rancoroso, que não perdoa ou que derruba um colega, está a caminho do inferno. Por isso ele coloca espírito de intriga no meio do povo de Deus. Porque ele, o diabo, sabe que a contenda é uma forma de puxar pastores e líderes para o inferno. E ele quer fazer isso o máximo que ele puder, antes que Jesus volte para buscar sua igreja.

Aqui na minha cidade, por exemplo, tem um pastor que nem me conhece, não sabe da minha história, não sabe do meu sofrimento, nem conhece a minha família. Mas ele vive falando mal de mim, tem inveja de mim, me atrapalha e torce pelo meu insucesso. Já perdi grandes oportunidades por conta desses agentes do mal. E assim há vários pastores e líderes procedendo dessa maneira entre si. Inclusive presidentes de convenção e de igrejas grandes. Quando vou buscar o histórico desses indivíduos, geralmente deparo-me com uma história de pecado não confessado lá atrás. E aí está a brecha para o diabo usar líderes contra outros líderes. O diabo só precisa de um pequeno detalhe pecaminoso para entrar na sua vida e usar você contra o seu próximo.

Quando o diabo identifica que você tem planos para contribuir com o reino de Deus, ele vai para cima. Vai atacar você, para atrapalhar de alguma forma, e impedir que o teu ministério seja desenvolvido. A luta do inimigo não é contra uma pessoa. A luta do inimigo, o diabo, é contra a obra de Deus na vida da pessoa.

Não faz muito tempo, eu fui pregar numa conferência numa cidade no interior do Estado e, lá, Deus me usou com autoridade para falar de espíritos malignos que usam pastores e líderes contra outros também pastores e líderes. Eu não sabia nada do que estava acontecendo ali contra mim.

— Inclusive aqui nesta conferência — disse eu em certo momento da minha pregação — têm pastores sendo usados por espíritos malignos para impedir que eu ministre a palavra de Deus hoje aqui.

No término da pregação, vários pastores vieram até mim, pedir perdão. Eu não entendi nada. Quando voltei para casa, em São Luís onde moro, recebi várias ligações de pastores pedindo mais perdão para mim. E eu continuei sem entender nada. Depois o pastor-presidente da convenção ligou para mim e perguntou-me se, antes de eu pregar, alguém teria me dito alguma coisa. Eu, claro, respondi que não.

— Pois tudo o que o senhor falou na sua pregação estava acontecendo — disse ele.

E, então, disse-me que vários pastores estavam fazendo complô para impedir que eu pregasse naquele evento. Fizeram grande pressão sobre ele. "Não deixa esse cara pregar aí", diziam eles. Alguns até estavam com ódio, sem causa, de mim. Só então eu entendi a artimanha de satanás e o que ele queria fazer usando como agentes dele os próprios homens de Deus.

Muitos pastores estão à frente de obras cheios de influência maligna e nem se dão conta disso. Estão impedindo a obra, ferindo pessoas, tomando decisões unilaterais, falando em línguas espirituais malignas e, portanto, enchendo a igreja de problemas e causando divisão. As dissensões acontecem e eles não conseguem resolvê-las porque eles mesmos são a causa.

Não se engane: no meio do povo de Deus há espíritos da quarta dimensão imitadores da obra de Deus. Há o falso “espírito santo” que cura, opera milagres, batiza, fala em línguas e profetiza. Nós os conhecemos pelas suas práticas e atitudes. Sempre estão maquinando contra o próximo, falando mal do próximo, com inveja do próximo, impedindo o próximo de crescer e/ou desenvolver seus projetos e dons.

As profecias desses agentes estranhos são violentas, em tom de voz arrogante, corriqueiras e nunca se cumprem. Logo, fica fácil saber: estamos sendo liderados por espíritos malignos, principados e potestades. Que estão nos púlpitos, em frente de obras, profanando e tirando proveito financeiro para sustentar sua vida de pompas e megalomania.

Quando você é príncipe de Deus, o povo gosta de você. Mas a liderança te odeia. Por que? Porque o principado que está no líder para te perseguir não suporta os dons de Deus operando em você.


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