Translate

quarta-feira, 13 de julho de 2022

POLÍTICA | Deputado Pastor Gil reúne com o presidente Bolsonaro em Brasília

Deputado Pastor Gil reúne com Bolsonaro em Brasília
Na ocasião, foi oficializado convite que confirma participação do presidente em evento de mulheres evangélicas em Vitória do Mearim-MA


Por Battista Soarez
(De São Luís - MA)

Presidente Bolsonaro e Deputado Pastor Gil | FOTO: Divulgação

O DEPUTADO FEDERAL PASTOR GIL (PL-MA) esteve reunido na manhã desta terça-feira, 11/07, com o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), oficializando o convite que o deputado fez ao chefe do Executivo para estar presente nesta quinta-feira, 14/7, a partir das 10 horas no maior evento de mulheres da Assembleia de Deus no estado do Maranhão.

Trata-se do 38º Congresso Estadual de Missionárias e Dirigentes de Círculo de Oração, promovido pela Convenção Estadual da Assembleia de Deus no Maranhão (CEADEMA). Neste ano, o congresso de mulheres da Assembleia de Deus acontecerá na cidade de Vitória do Mearim, no Maranhão. O evento reúne cerca de cinco mil mulheres.

No encontro com o deputado Pastor Gil, o presidente confirmou sua participação no evento, depois de passar por Imperatriz, também no Maranhão, para participar de outro evento evangélico e, ainda, de uma motociata.

— O presidente Bolsonaro será bem-vindo, e eu convido a todos a se fazerem presentes — disse o deputado.

terça-feira, 12 de julho de 2022

Antônio Norberto reúne com amigos e fala sobre pré-candidatura a vice na chapa de Lahésio Bonfim

 Antônio Norberto reúne com amigos e fala sobre sua pré-candidatura a vice-governador

Da Redação
São Luís - MA

Da esq. p/ Dir.: Mauro Goltzman, Antônio Norberto, Beto Rocha, Ricardo Gama e Battista Soarez. | FOTO: Divulgação.

NESTA SEGUNDA-FEIRA, 11/07, estiveram reunidos no restaurante Lugano, no Calhau, os empresários Mauro Goltzman e Beto Rocha, os escritores Antônio Norberto e Battista Soarez (pré-candidato a deputado estadual) e o futuro candidato a vereador de Guimarães, Ricardo Gama. Antônio Norberto, que também é inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), falou sobre sua pré-candidatura a vice-governador na chapa do médico e ex-prefeito da cidade de São Pedro dos Crentes, no Maranhão, Lahésio Bonfim. Segundo Norberto, o projeto político do grupo de Lahésio cada vez mais está ganhando apoio do eleitorado maranhense, inclusive dos empresários.

— Temos conversado com toda a população, inclusive com a classe empresarial que está muito insatisfeita com o atual governo — disse Norberto.

Norberto se refere às atitudes perseguidoras do ex-governador Flávio Dino com sua política perversa contra empresários, com cobrança de impostos exorbitantes e, literalmente, usando a máquina do estado para quebrar e assaltar empresários, tomando suas empresas e deixando famílias inteiras sofrendo necessidades e impactos emocionais. Exemplo disso, ocorreu com os hospitais Aliança, HCI e outros empreendimentos privados. Mas o caso mais mirabolante e absurdo é o que vem ocorrendo com a empresa Servi Porto, dona dos ferry-boats que operam na travessia entre São Luís e Cujupe. As atitudes de Flávio Dino contra a Servi Porto ocasionaram agravamento no estado de saúde do seu fundador, o qual não aguentou a pressão e faleceu.

Na reunião, os empresários Beto Rocha e Mauro Goltzman reafirmaram apoio à candidatura de Lahésio Bonfim e à reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro. Lahésio vem crescendo cada vez mais nas pesquisas de intenção de voto. Foi um encontro marcante, em que também foram ventilados vários aspectos da literatura maranhense por Battista Soarez e Antônio Norberto.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Artigo: QUE ESPÍRITO É ESSE? | Pr. Battista Soarez

ARTIGO

Que espírito é esse?
Principados e potestades estão nos púlpitos das igrejas liderando sobre nós

 

Pr. Battista Soarez
(escritor e jornalista)

Imagem meramente ilustrativa | FOTO: Divulgação/Internet

HÁ ANOS VENHO enfrentando forças contrárias em relação ao meu chamado como homem de Deus. Aprendi que quando somos convertidos em Jesus Cristo passamos a ser seres espirituais e, portanto, alvo de forças espirituais malignas. Daí a necessidade de manter uma vida de constante oração.

O corpo de Cristo é formado por homens e mulheres que — quando santificados e obedientes em conformidade com o evangelho de Jesus — falam e andam cheios do Espírito Santo. Mas quando vacilantes, duros de coração, cheios de ira, porfias, intrigas e imposições da sua própria vontade, tornam-se rancorosos, carnais e não consultam mais ao Senhor quanto aos seus afazeres eclesiásticos.

Passam, então, a administrar a igreja de Deus com ideias próprias. Pior: passam a colocar debaixo dos seus pés jovens, homens e mulheres cheios dos dons de Deus, de maneira que as pessoas ficam impedidas de desenvolverem seus ministérios no corpo de Cristo. Pagarão por isso um dia? Sim, pagarão. Mas até lá já causaram um estrago sem tamanho no reino de Deus.

Quando me converti ao Senhor Jesus, em 1983, tinha 16 anos de idade. Em poucos meses, o Espírito de Deus me capacitou e, então, passei a pregar a palavra do Senhor, ensinando e aconselhando pessoas. Então, ficou logo claro que o meu ministério era o de mestre. Mestre é aquele dom espiritual cuja atividade [de ensino] edifica a igreja do Senhor, coisa que irrita o diabo e, portanto, quem o exerce logo passa a ser retaliado. Satanás não suporta uma igreja instruída na sabedoria da palavra do Criador. Então, ele resolve atacar o príncipe de Deus que ensina. Foi aí que passaram a acontecer coisas na minha vida sobre as quais eu não tinha o menor entendimento.

Inveja, ciúmes, ódio sem causa e calúnias do nada passaram a acontecer. Há pessoas malignamente criativas em fomentar comentários aleivosos sobre os outros. E isso, normalmente, vinha sempre de pessoas que tinham liderança acima de mim. Pastores, líderes ou alguém de influência. Isso me chamou a atenção e, aí, passei a estudar sobre dons, ministérios e batalha espiritual.

Descobri que nós, crentes, temos níveis espirituais no corpo de Cristo. Vivemos, assim, o reino de Deus. E neste reino temos qualificações espirituais. Por exemplo, no reino de Deus eu sou príncipe. Logo, o agente do mal que vem para cima de mim, me atacar e perseguir-me, é sempre um principado ou uma potestade. O apóstolo Paulo falou sobre isto em Efésios, no capítulo 6. É óbvio que um principado ou uma potestade não vai usar qualquer um. Principado usa líderes contra aquele que tem a posição de príncipe no reino de Deus. Já a potestade usa, normalmente, um sistema, uma organização, uma equipe de líderes.

É por isso que, nas convenções de igrejas, pastores formam comissões para derrubar outro pastor que é príncipe e que, normalmente, está fazendo um trabalho importante para devastar as obras de satanás ou ganhar uma comunidade social onde há domínio de espíritos malignos, por exemplo. Portanto, quem está usando esses pastores de convenção para derrubar outros pastores são exatamente principados e potestades. E não o Espírito de Deus. Mostre-me na Bíblia onde fala que uma ovelha ferida, que pecou, que cometeu erros etc., deve ser excluída. Claro que você não acha. Mas você acha o texto que diz “se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai não vos perdoará” (Mateus 6.15). O evangelho da cruz, portanto, é inclusivo e não excludente. A prática do perdão entre os crentes é uma autodefesa contra o inferno. Já a falta de perdão é uma forma de contribuir com ele.

O diabo sabe, obviamente, que um pastor rancoroso, que não perdoa ou que derruba um colega, está a caminho do inferno. Por isso ele coloca espírito de intriga no meio do povo de Deus. Porque ele, o diabo, sabe que a contenda é uma forma de puxar pastores e líderes para o inferno. E ele quer fazer isso o máximo que ele puder, antes que Jesus volte para buscar sua igreja.

Aqui na minha cidade, por exemplo, tem um pastor que nem me conhece, não sabe da minha história, não sabe do meu sofrimento, nem conhece a minha família. Mas ele vive falando mal de mim, tem inveja de mim, me atrapalha e torce pelo meu insucesso. Já perdi grandes oportunidades por conta desses agentes do mal. E assim há vários pastores e líderes procedendo dessa maneira entre si. Inclusive presidentes de convenção e de igrejas grandes. Quando vou buscar o histórico desses indivíduos, geralmente deparo-me com uma história de pecado não confessado lá atrás. E aí está a brecha para o diabo usar líderes contra outros líderes. O diabo só precisa de um pequeno detalhe pecaminoso para entrar na sua vida e usar você contra o seu próximo.

Quando o diabo identifica que você tem planos para contribuir com o reino de Deus, ele vai para cima. Vai atacar você, para atrapalhar de alguma forma, e impedir que o teu ministério seja desenvolvido. A luta do inimigo não é contra uma pessoa. A luta do inimigo, o diabo, é contra a obra de Deus na vida da pessoa.

Não faz muito tempo, eu fui pregar numa conferência numa cidade no interior do Estado e, lá, Deus me usou com autoridade para falar de espíritos malignos que usam pastores e líderes contra outros também pastores e líderes. Eu não sabia nada do que estava acontecendo ali contra mim.

— Inclusive aqui nesta conferência — disse eu em certo momento da minha pregação — têm pastores sendo usados por espíritos malignos para impedir que eu ministre a palavra de Deus hoje aqui.

No término da pregação, vários pastores vieram até mim, pedir perdão. Eu não entendi nada. Quando voltei para casa, em São Luís onde moro, recebi várias ligações de pastores pedindo mais perdão para mim. E eu continuei sem entender nada. Depois o pastor-presidente da convenção ligou para mim e perguntou-me se, antes de eu pregar, alguém teria me dito alguma coisa. Eu, claro, respondi que não.

— Pois tudo o que o senhor falou na sua pregação estava acontecendo — disse ele.

E, então, disse-me que vários pastores estavam fazendo complô para impedir que eu pregasse naquele evento. Fizeram grande pressão sobre ele. "Não deixa esse cara pregar aí", diziam eles. Alguns até estavam com ódio, sem causa, de mim. Só então eu entendi a artimanha de satanás e o que ele queria fazer usando como agentes dele os próprios homens de Deus.

Muitos pastores estão à frente de obras cheios de influência maligna e nem se dão conta disso. Estão impedindo a obra, ferindo pessoas, tomando decisões unilaterais, falando em línguas espirituais malignas e, portanto, enchendo a igreja de problemas e causando divisão. As dissensões acontecem e eles não conseguem resolvê-las porque eles mesmos são a causa.

Não se engane: no meio do povo de Deus há espíritos da quarta dimensão imitadores da obra de Deus. Há o falso “espírito santo” que cura, opera milagres, batiza, fala em línguas e profetiza. Nós os conhecemos pelas suas práticas e atitudes. Sempre estão maquinando contra o próximo, falando mal do próximo, com inveja do próximo, impedindo o próximo de crescer e/ou desenvolver seus projetos e dons.

As profecias desses agentes estranhos são violentas, em tom de voz arrogante, corriqueiras e nunca se cumprem. Logo, fica fácil saber: estamos sendo liderados por espíritos malignos, principados e potestades. Que estão nos púlpitos, em frente de obras, profanando e tirando proveito financeiro para sustentar sua vida de pompas e megalomania.

Quando você é príncipe de Deus, o povo gosta de você. Mas a liderança te odeia. Por que? Porque o principado que está no líder para te perseguir não suporta os dons de Deus operando em você.


sábado, 2 de julho de 2022

ENTREVISTA: PR. BATTISTA SOAREZ | UM AUTOR DE MUITAS IDEIAS (II) | Por Marina Sousa

Um autor de muitas ideias (Parte II)
O escritor, jornalista e pastor maranhense Battista Soarez tem escrito livros e artigos de impacto social. Sua obra A Igreja Cidadã já foi finalista em prêmio nacional de literatura, citada em dissertação de mestrado e até em pesquisas de empresas estrangeiras.

Por Marina Sousa
(Jornalista da Assembleia Legislativa)


Pr. Battista Soarez | Foto: Roney Costa

LEITURA LIVRE Na primeira parte desta entrevista, o senhor estava falando que o livro mais recente de sua autoria, que é o livro “Construído redes de amizade: a metodologia do evangelismo envolvente” (Editora PECC, 2021), é uma abordagem que orienta a igreja brasileira para a prática da visão que foi exposta no livro “A igreja cidadã” (AD Santos Editora, 2018). E o senhor, então, explicou que os dois livros, juntos, são um curso completo de evangelismo aplicado ao desenvolvimento integral de igreja. Como é que funciona tudo isto?

BATTISTA SOAREZ — Sim, verdade. Desde 1991, quando eu ainda estava trabalhando no banco...

L. LIVRE Qual era o banco?

B. SOAREZ — ... Banco América do Sul, que, depois, foi vendido para o Banco Itaú e para o Sudameris (este, por sua vez, vendido, em 2007, para o Santander). Bem, naquela época, em 1992, tive a ideia de criar uma proposta de prática evangelística e missionária que, como você falou, incorporasse ao mesmo tempo espiritualidade e desenvolvimento integral da igreja. Então, comecei a trabalhar um discurso que desse visibilidade à ideia de “Igreja corpo de Cristo” e “igreja corpo social”. A primeira ideia vislumbra o comprometimento espiritual da igreja e a segunda se relaciona com a prática sócio-humanitária da igreja corpo-espiritual. Aí, nós temos duas responsabilidades num só corpo: igreja “corpo-espiritual” e igreja “corpo-social”. Num projeto sério de evangelização e missões, uma coisa não existe sem a outra. Isto implica em desenvolvimento social, educacional, econômico, saúde, assistência, atividades de campo e por aí vai. A obra de Deus não sobrevive só de ler Bíblia, orar, jejuar e pregar. Ela precisa de organização financeira para sua sobrevivência e funcionalidade.

L. LIVREEntendi... Mas, e aí? Quais foram os passos a partir de 1992 que culminaram com a ideia de igreja cidadã e, enfim, de metodologia de evangelismo envolvente?

B. SOAREZ — Em 1992 mesmo comecei a produzir um texto, como falei a você na primeira parte desta entrevista, sobre “igreja planificada”. A proposta era fazer com que a igreja de Cristo começasse a fazer e desenvolver projetos sócio-organizacionais para manutenção do corpo de Cristo enquanto instituição social e comunitária. A vida comunitária é uma vida cheia de necessidades. Tanto espirituais quanto físicas, psicológicas e emocionais. Inquietava-me, também, como os crentes se relacionavam na igreja. Tinha e tem muita falsidade e falta de amor. Vi que a gente prega uma coisa e vive outra bem diferente. Estudamos o evangelho na Escola Bíblica Dominical, mas não conseguimos reproduzir, de fato, aquilo que a gente estuda. Em 1999 publiquei um pequeno livro sobre “igreja planificada” e, logo depois, em 2000, publiquei pela Editora Hosana, de São Paulo, a obra “Crente, mas consciente”, a qual tem uma mensagem voltada para a plenitude da fé e a dignidade humana. E, assim, fui sempre ampliando uma abordagem de relacionamento entre a igreja consigo mesma e com o mundo. Não o mundo de natureza atroz. Mas o mundo-sociedade, o mundo de pessoas. Pessoas que precisam ser resgatadas para o reino de Deus. Em 2005, concluí o livro “A igreja cidadã”, mas só foi publicado em 2007. O livro “Construindo redes de amizade”, embora já tivesse sido trabalhado antes, só veio a ser publicado em 2021.

L. LIVRE O fato de o senhor morar aqui em São Luís, longe do centro de produção editorial e comercial, como São Paulo e Rio de Janeiro, atrapalha sua carreira de pastor e escritor?

B. SOAREZ — Gostei desta pergunta. Gostei porque ela traz a lume uma discussão necessária e, de fato, importante para nós que moramos aqui no nordeste. A gente, aqui, tem muita dificuldade de ser valorizada. Além disso, as autoridades políticas que administram o nosso sistema de modo geral não estão nem aí para a arte e a cultura do Maranhão. Não há incentivo para publicação, divulgação e distribuição literárias. Todavia, nossas ideias são de alto nível. Mas os nossos governantes não conseguem ver isso. Não conseguem perceber que a comunicação, por meio da literatura e da arte, é que gera o desenvolvimento de um estado ou país. A gente escreve livros e, depois, sai por aí praticamente pedindo esmolas para ver nossas obras publicadas, se quisermos. Quando seria muito fácil resolver esse problema, se tivéssemos criatividade e boa vontade política.

L. LIVREDe que maneira?

B. SOAREZ — No Brasil têm grandes editoras. Só que essas editoras têm receio de investir em autores novos e terem prejuízo.  Porque ninguém conhece um autor novo. E não conhece porque não houve divulgação desse autor em nível nacional. E é aí que entraria a parceria com o estado. Bastaria uma conversa da secretaria de cultura com as grandes editoras, distribuidores e livreiros de todo o país. E ainda com editoras estrangeiras para tradução da obra para outras línguas. O estado e o país teriam um retorno hercúleo em matéria de visibilidade nacional e internacional, o que traria grande desenvolvimento para o turismo, investimento econômico e valorização da nossa cultura em todos os aspectos. Isto colocaria o Brasil no topo do desenvolvimento cultural, comunicacional e outros aspectos. Somos um país rico de tudo. Mas pobre de mentalidade. Não temos criatividade para saber administrar corretamente o que temos. A arte literária, no entanto, é um instrumento de peso na cultura de um país, capaz de influenciar todos os setores da sociedade no âmbito do seu desenvolvimento.

L. LIVREPor falar nisso, no primeiro governo de Flávio Dino, seu nome foi lembrado pelo então secretário de ciência e tecnologia Bira do Pindaré para assumir a FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão). Por que não deu certo? O que houve?

B. SOAREZ — O que houve eu não sei explicar ao certo. A única coisa de que tomei conhecimento foi que a pessoa encarregada de entregar o meu currículo para Zé Reinaldo Tavares, então responsável pela juntada de documento, não o entregou. Meu currículo nunca chegou às mãos dele. Depois essa mesma pessoa, que é meu amigo, me ligou dizendo que não tinha entregado a minha documentação porque eu iria dirigir um site do jornal dele. No dia da reunião, eu recebi uma ligação 01h00 da manhã. Eu até já estava dormindo. Era uma equipe de pessoas reunidas com Zé Reinaldo e Bira do Pindaré. A pessoa que estava ao telefone me informou de que o Bira havia me indicado pelo fato de ele me conhecer, pois fomos contemporâneos de trabalho em banco, e também por eu ser escritor e conhecido em nível nacional. Bira teria dito que meu nome seria bom porque eu tinha condições de promover o nome do Maranhão nacionalmente. Mas não deu certo.

L. LIVRESe tivesse assumido a FAPEMA, o que o senhor teria feito?

B. SOAREZ — Exatamente o que o Bira disse. As pesquisas científicas seriam publicadas e divulgadas em nível de Brasil, em parcerias com grandes editoras e distribuidoras, porque eu tenho canais lá fora para isso. Faria parcerias estrangeiras e o Maranhão, com isso, teria grande visibilidade internacional. E aí o estado seria conhecido no país inteiro e no exterior como grande celeiro de produção científica, tecnológica e literária. Sem contar as parcerias que eu iria promover com escolas da educação básica e universidades. Sendo promovido nacional e internacionalmente, o Maranhão atrairia um público exponencial para o turismo. Isso geraria ocupação e renda de maneira incomensurável, contribuindo assim para o desenvolvimento social e econômico do estado.

L. LIVREO senhor será candidato em 2022?

B. SOAREZ — Até o momento estou pré-candidato.

L. LIVREPor que “até o momento”? O senhor pretende desistir da pré-candidatura?

B. SOAREZ — Não é que eu pretenda desistir. Esta eleição de 2022 está muito complexa. As configurações não estão muito favoráveis ao alinhamento político para quem, de fato, é de direita. Nem para a esquerda também. Tudo indica que os futuros candidatos deverão ter muito dinheiro para viajar, gastar com combustível e, enfim, ter fôlego financeiro para fazer o necessário. O básico. Tudo está muito caro. Inclusive o combustível. Eu não tenho recursos. Tudo o que tenho é discurso político, amizade, inteligência e vontade política. Isso significa que parcerias serão necessárias. E é isso. Eu dependo de parcerias. Além do mais, eu esperava que a direita se unisse num só projeto. Mas cada um foi paro o seu próprio lado, em busca de seus próprios interesses e de seus aliados, e, agora, tudo ficou meio bagunçado. A igreja evangélica, nessa configuração que aí está, ficou numa situação difícil. E todo mundo sabe que a igreja define qualquer eleição. Qualquer candidato que for para a esquerda perderá os votos da igreja. Tá arriscado a direita perder no Maranhão por falta de organização e unidade política.

L. LIVREO fato de o senhor ser conhecido como escritor, jornalista e pastor ajuda?

B. SOAREZ — Em parte ajuda. E em parte atrapalha.

L. LIVREPor que?

B. SOAREZ — Ajuda porque o público que me conhece como, por exemplo, alunos e leitores, sabe do meu caráter e do meu pensamento ético, social e político. E atrapalha porque o fato de ser conhecido atrai invejosos, aproveitadores e falsos amigos. E também inimigos, inclusive entre lideranças como, por exemplo, pastores. E esses sujeitos falam mal de você só por inveja. Só para não ver o teu sucesso. E pior: eles não falam na tua cara, nem publicamente, para você não ter a chance de se defender. Eles falam mal de você, mancham a tua imagem e ainda pedem segredo. São covardes. Eu acho que sou a única pessoa que não dá crédito para fofoqueiro. Se alguém vem até mim falar mal de alguém, esse indivíduo já perdeu crédito comigo. Porque, normalmente, o fofoqueiro tem algum interesse maléfico. Como sou psicoterapeuta, eu já avalio a saúde mental desse sujeito. Recentemente, descortinei um falso amigo desses, a partir de suas atitudes estranhas para comigo e perfil psicológico incoerente. Fiz uma breve busca, e apurei que seu histórico familiar não é de boa referência. Uma pessoa assim, em algum momento vai te dar problema em termo de relações humanas. E isso atrapalha você, de alguma forma, em qualquer projeto público.

L. LIVREPensando nisso, como o senhor vê a política, uma vez que o senhor é pastor e pregador do evangelho? O senhor não acha que há muitos paradoxos entre os princípios bíblicos que a igreja prega e a prática política?

B. SOAREZ — Sem dúvida. Aliás, você tocou num aspecto crucial que pontua exatamente a relação da ética política com a ética do evangelho de Jesus. Eu, particularmente, vejo a política como instrumento de construção, transformação e reconstrução social. Isso vem desde a “polis” grega. Não há outra maneira de administrar a vida pública senão pela política. Portanto, política é uma ciência. E uma ciência que está presente em todo segmento e em qualquer instituto ou grupo social. Inclusive na igreja. O que ocorre é que não se deve confundir “política” (no sentido da arte de governar, organização, gestão, direção, povo, cultura, civilização, ciência e administração da coisa pública) com “política” (no sentido de partidarismo, interesses espúrios, fanatismo, facciosismo político, vantagens financeiras, corrupção, nepotismo, intrigas, violência, desvio de verbas públicas e outras coisas). A igreja, na arte de fazer política, tem de fazer a diferença. Ela tem de ser participativa, sendo “sal” e “luz” do mundo e no mundo.

L. LIVREMas o senhor acha isso possível no mundo de hoje, com tanta tendência do pensamento humano para a prática da corrupção?

B. SOAREZ — É complicado porque os políticos honestos, aqueles que não participam dos esquemas de corrupção, ficam encurralados e, por fim, excluídos no contexto. Mas eu acho que ainda é possível de se fazer a diferença pelo viés de uma ética que prima pelo compromisso com a justiça, a verdade, a honestidade e os princípios universais da justiça orientada pelas Sagradas Escrituras. Acho que a igreja deve caminhar participativamente nesse sentido. O eleitor também deve contribuir, deixando de votar por dinheiro. Tem que parar de vender voto. O eleitor que vota por dinheiro não quer ver o país mudar de situação. Não tem direito e nem moral para cobrar políticas públicas do seu candidato. E o político que compra voto não tem obrigação com as políticas públicas que beneficiam toda a coletividade. Afinal, ele comprou o voto. Os dois, candidato e eleitor, nesse caso devem ser punidos por crime de prevaricação do direito público. O voto é um direito público porque se trata do sufrágio que determina as decisões sobre a vida da coletividade, da vida pública. Portanto, eu não tenho o direito de vendê-lo porque não é propriedade particular minha. Ele é público, de interesse público.

L. LIVREEntendi. E isso tem a ver com a vida pública, não é?

B. SOAREZ — Obviamente. Sempre que dou aula de ciência política para os meus alunos na universidade, faço questão de explicar para eles que o sufrágio é a manifestação direta ou indireta da vontade do cidadão. Sendo assim, trata-se de uma forma de participação e demonstração de interesses dos indivíduos na vida pública e na sociedade política. Isto envolve debate, voto e manifestação acerca de interesses coletivos. Logo, o voto não é propriedade particular minha, nem sua, mas da coletividade. Portanto, o voto é um direito público porque é de interesse público, coletivo. Por isso não pode ser vendido, nem comprado. Quem assim o fizer comete crime.

L. LIVRETanto no livro A igreja cidadã como no Construindo redes de amizade, o senhor divide a teologia em três partes. Ou seja, “teologias fundamentais”, “teologias sistemáticas” e “teologias práticas”. Por que escolheu trilhar pelo caminho das teologias práticas?

B. SOAREZ — Eu não sei se com a minha obra estou fazendo teologia. Porque, quando estou escrevendo, estou pensando no reino de Deus. E não em debate teológico. Estou focado é em alcançar vidas para Jesus, em salvação de almas. Em cada linha que redijo, procuro mirar a justiça que deve ser promovida entre os homens. Mas se a teologia está me colocando dentro do seu campo científico, as teologias práticas são a minha escolha porque é exatamente neste campo que consigo ver realmente um discurso de compromisso com a realidade das necessidades humanas. O evangelho de Jesus é um serviço da justiça divina prestado à humanidade.

L. LIVREFoi pensando nisso, então, que o senhor propôs a rede de amigos em Cristo como método de evangelização?

B. SOAREZ — Perfeito! A rede de amigos em Cristo é uma estratégia de ação. Nessa estratégia de ação você alcança almas para Jesus cuidando de pessoas, compreendendo a sua realidade. Amando as pessoas. É um método que nos leva a praticar os mandamentos do Senhor, ensinados por Ele e os apóstolos ao longo do Novo Testamento. Quando Jesus disse “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, conforme está escrito em João (13.34-35), ele estava dando-nos a missão de cuidarmos uns dos outros como seres humanos. Este é um mandamento universal. Em Cristo, devemos amar os seres humanos independente de cor, raça, religião, sexo, rico, pobre, nativo ou estrangeiro. O amor divino é um princípio universal. Sendo assim, é o melhor método de alcance de pessoas para o reino de Deus.

L. LIVRENo geral, como o senhor vê a igreja brasileira atualmente?

B. SOAREZ — Temos de alisar vários aspectos. E eu já nem gosto de falar desse assunto. Mas posso explicar algumas coisas para você. Coisas que interessam não só para nós cristãos, mas para todo mundo em geral. A igreja está sendo conduzida por mentes paranóicas. Os grandes líderes cristãos neste país não têm saúde mental coletiva. A gente constata isso pela maneira como eles agem e como eles interpretam a Bíblia. Temos pessoas boas? Sim. Temos pessoas boas, lúcidas e honestas como, por exemplo, Hernandes Dias Lopes, Luciano Subirá, Augusto Nicodemos e outros anônimos por aí a fora. Mas estes poucos, isoladamente, não têm força para mudar uma realidade tão complexa como a que hoje vivenciamos. Mas estão fazendo a sua parte. Eu também estou fazendo a minha parte, escrevendo livros e ensinando a igreja do Senhor Jesus Cristo. Mas, por falta de líderes corretos, a igreja brasileira está sofrendo. Ela se divide a cada dia e, por isso, caminha o tempo todo doente. E aqui cabe uma longa discussão.

L. LIVREEntão vamos deixar este assunto para uma terceira parte desta entrevista?

B. SOAREZ — Fique à vontade.

L. LIVRETudo bem, então. Estamos combinados.