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terça-feira, 30 de maio de 2023

Ministério da Igualdade Racial reúne com prefeito de Alcântara - MA | Por BATTISTA SOAREZ

Ministério da Igualdade Racial reúne com prefeito Nivaldo Araújo

Finalidade da missão oficial do governo federal ao município de Alcântara foi a apresentação do Programa Aquilombola Brasil


Por Battista Soarez
(De Alcântara - MA)


Integrantes dos governos federal, estadual e municipal reúnem em Alcântara para discussão sobre programa Aquilombola | FOTOS: Divulgação/PMA-MA.

NO ÚLTIMO DIA 23 de maio, o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Ronaldo dos Santos, esteve em Alcântara em missão oficial para tratar com o prefeito Nivaldo Araújo sobre a apresentação do Programa Aquilombola Brasil, criado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR).

Segundo comunicação de Ronaldo dos Santos, dirigida ao prefeito Nivaldo Araújo, através do ofício 196/2023/SQPT/MIR, o Programa Aquilombola Brasil foi instituído pelo governo Federal por meio do Decreto nº 11.447/23, no dia 21 de março de 2023.

O programa “engloba ações voltadas para o acesso à terra e ao território, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento local, além de direitos e cidadania”, diz o documento.



Na comunicação ao prefeito de Alcântara, Ronaldo explica, ainda, que, dentro dessa política, “o território étnico de Alcântara está sendo considerado prioritário para a implementação das ações, incluindo a elaboração de um plano de gestão territorial e ambiental quilombola”, que já está sendo divulgado sob a sigla PGTAQ.

Na reunião do dia 23 de maio em Alcântara, foi discutido o planejamento de atuação visando à implementação dos planos de gestão ambiental e territorial quilombola das comunidades do município.



Além do secretário federal Ronaldo dos Santos e do prefeito de Alcântara, Nivaldo Araújo, participaram da reunião as seguintes autoridades públicas das três esferas de governo: Mauro Marques (SEIR), Luís Henrique Lula (SETRES), Maria Helena (FESMA), Luís Gustavo, Hillery Lopes (SETRES), Francinete Cruz, Gerson Pinheiro, Servulo Borges (secretário municipal de Igualdade Racial), Maria do Socorro (SEIR), Maria Lopes (SAF), Célia Salazar (SEDES), Zulmira Castro (SEMUS), Edson Cláudio (SEFIN), Cleonice Lisboa (SEMED), Soraia Gleide (SEPLAN), Gleide Daniela (SEMDS), Antônio Marcos (SEAP), Ana Luiza (NEPES), Rose Frazão (SETRES) e Joacy Castro (SEMGOV).

A discussão em torno da implementação do Programa Aquilombola Brasil no município de Alcântara envolve as três esferas de governo: federal, estadual e municipal. O diálogo entre os três níveis da administração pública para a finalidade do programa açambarca, na sua amplitude, os padrões econômicos, sociais, assistenciais e de atividades produtivas visando o bem-estar social e a crescente melhoria da qualidade de vida da população.



O prefeito de Alcântara, Nivaldo Araújo, vê o programa como oportunidade de grande avanço para o município, uma vez que se trata de desenvolvimento que segue uma linha de diretrizes que dialoga com a realidade e a necessidade da comunidade alcantarense. “Esta é uma grande oportunidade de crescimento que vai alcançar e beneficiar vários setores do nosso município, principalmente o econômico e o social”, concorda o prefeito.

O Programa Aquilombola Brasil pretende beneficiar diretamente um milhão de brasileiros quilombolas, sendo ele um conjunto de medidas intersetoriais voltadas para a promoção dos direitos da população quilombola, com ênfase em quatro eixos temáticos, sendo eles: acesso a terra, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento local, e direitos e cidadania. Alcântara, segundo o governo federal, é prioridade dessa política, haja vista que é um território estratégico, em muitos aspectos (incluindo o geográfico), para o desenvolvimento do estado do Maranhão e, consequentemente, do nordeste.



O Aquilombola, na verdade, é uma ampliação do antigo Programa Brasil Quilombola, criado pelo Decreto 6.261/2007, no segundo mandato do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Agora, o atual programa passa a ser orientado por novos objetivos e uma estratégia ampliada de acesso aos direitos, compreendendo, por exemplo, a titularização como parte do acesso à terra, a garantia de permanência de quilombolas no ensino superior, o reconhecimento da medicina quilombola como parte do direito à saúde, e acesso à energia elétrica dentro do eixo da infraestrutura.

Nessa perspectiva, o prefeito Nivaldo Araújo pretende formar equipes capacitadas para atuar no programa em Alcântara para que os resultados sejam efetivamente significativos e, de fato, os melhores possíveis. “Enquanto eu estiver sendo prefeito, lutarei com toda a minha força no sentido de canalizar políticas públicas de melhorias integrativas para eliminar o conformismo com a palidez social e com a pequenez das políticas administrativas que, ao longo dos anos, vem predominando em nosso município”, ressalta Nivaldo, considerando o fato de que Alcântara não pode mais continuar adormecida com um potencial de sobre-excelência, mas vivendo na morbidez do subdesenvolvimento.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

GOVERNADOR BRANDÃO MARCA PRESENÇA NA FESTA DO DIVINO NESTE DOMINGO (21)

C U L T U R A

Governador Carlos Brandão marca presença na festa do Divino em Alcântara neste domingo (21)

O governador estava acompanhado dos secretários da Cultura e do Turismo


Por Battista Soarez
(De Alcântara - MA)

Gov. Brandão, Socorro Araújo e o prefeito de Alcântara, Nivaldo Araújo | FOTO: Divulgação.

A CIDADE DE ALCÂNTARA recebeu, na tarde deste domingo (21), a presença do governador do estado do Maranhão, Carlos Brandão. Acompanhado pelos secretários de estado Yuri Arruda (da Cultura) e Socorro Araújo (do Turismo), Brandão participou da Santa Missa e do Cortejo, prestigiando o festejo do Divino Espírito Santo.


Na ocasião, o governador destacou a importância de fortalecer e apoiar a festividade, já que é um evento que reúne tradição, religião, história e cultura.


"A festa do Divino de Alcântara é uma tradição. Então, é importante estarmos presentes para fortalecer não só com a presença, mas com todo apoio, para que ela se mantenha firme na lembrança às tradições e no atendimento aos turistas que vêm para conhecer. Aqui, eu aproveitei para participar da missa e do cortejo e para conversar com o povo sobre melhorias para Alcântara", disse o governador.


Na fala do secretário de estado da Cultura, Yuri Arruda, a alegria de participar de uma festa como a do Divino gera o compromisso de promover a cultura no Maranhão.


Para ele, foi um dia de muita alegria. "Estamos em Alcântara participando da grande, linda e tradicional festa do Divino Espírito Santo, junto ao nosso governador Carlos Brandão, praticando as nossas benfeitorias em fomento à cultura na cidade. Levar cultura para todos os cantos do nosso Maranhão faz parte do nosso esforço como secretaria do estado da Cultura", ressaltou o secretário.


Socorro Araújo, secretária de estado do Turismo, fez referência ao fato de que a festa do Divino é centenária e que atrai muitas pessoas para cultuar a fé e, também, para conhecer Alcântara.


"O que é importante em tudo isso é a geração de renda e o desenvolvimento econômico a partir do volume de turistas. Esse é o incentivo do nosso governador Carlos Brandão, o estímulo à geração de renda e a sustentabilidade nas cidades", disse ela 


Para o prefeito Nivaldo Araújo, que, por sua vez, expressou satisfação pela presença do governador, "o festejo do Divino tem reconhecimento mundial e é o maior festejo do Maranhão. E o governador nos honrou com sua presença física e apoio financeiro numa festa tão bonita como está", destacou o prefeito.


Após a missa e o cortejo, o governador Carlos Brandão seguiu para a câmara municipal onde se reuniu com os secretários de estado, o prefeito Nivaldo Araújo e os vereadores de Alcântara. Ali trataram de temas relacionados a ações de melhorias para o município e outras questões a serem alinhadas entre prefeitura e governo do estado.



domingo, 21 de maio de 2023

OPINIÃO | ALCÂNTARA TEM OUTRA HISTÓRIA | Por Battista Soarez | Coluna Leitura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga


O P I N I Ã O

Alcântara tem outra história


Por Battista Soarez

(Jornalista, escritor, consultor e professor universitário)




QUANDO ERA VICE do ex-governador Flávio Dino — atual ministro da Justiça do Brasil — o hoje governador Carlos Brandão, numa oportunidade em que ele estava governador interino, conversou comigo no seu gabinete sobre alguns pontos importantes da política de desenvolvimento do Maranhão e, consequentemente, de Alcântara. No dia da conversa, eu estava acompanhado do apóstolo Jacy Monteiro, que falou das minhas competências e habilidades na área social, de comunicação e, também, de elaboração de projetos e captação de recursos.

Aparentemente, Brandão parece ter gostado da conversa e, na oportunidade, disse que voltaríamos a nos falar e que, caso fosse reeleito governador, queria que eu fizesse parte do seu governo, de alguma forma. Ele foi reeleito. Todavia, até agora, não foi possível a gente voltar a conversar, de modo que minhas ideias de contribuição para o desenvolvimento do Maranhão estão guardadas na minha caixa craniana, esperando apenas uma oportunidade de diálogo para que tudo aconteça da maneira como penso e acredito, na condição de técnico, para o meu estado.

Tenho ouvido pessoas falarem mal do governador, mas eu, particularmente, vejo nele boa vontade política que, se for trabalhada como Brandão expressa na sua fala, e, também, conforme está escrito no seu plano de governo, certamente as coisas estarão seguindo no rumo mais ou menos certo e o estado, com certeza, será agraciado com grande impacto de desenvolvimento.

Lembro de que, na nossa conversa, uma das coisas que tratamos foi sobre o potencial produtivo e econômico de Alcântara, por muitas razões sobre as quais, no momento, vou dispensar maiores comentários neste artigo.

Mas quero pontuar, pelo menos, algumas questões sobre o município de Alcântara que, em sendo implementadas algumas políticas de desenvolvimento, o município voltará a ser o grande centro econômico do Maranhão e do Brasil como já foi no passado. Os poucos gastos do consumidor doméstico, por exemplo, que tornam o crescimento de Alcântara dependente do escoamento da sua produção, refletem o nível de riqueza elevado que poderá emplacar na vida econômica da família alcantarense média, e esses pontos refletem, principalmente, o status particular do município em relação à sua economia diante de outros municípios da baixada maranhense em que a maioria das pessoas não conta com cobertura garantida de assistência financeira em relação ao seu trabalho produtivo e geração de renda.

Essa anomalia — criada deliberadamente por decisões mal sucedidas de governos anteriores, em função, talvez, de políticas escusas e arranjos eleitoreiros — atrapalha a organização da comunidade produtiva, isto é, das suas cooperativas e associações agrícolas em relação às estratégias de modernização do trabalho no campo. Diante dessa inércia da gestão governamental, a população de Alcântara cruza os braços, levando a vida como pode e esperando envelhecer ou ficar doente para se aposentar e sobreviver das migalhas previdenciárias do Estado. Centenas de advogados não querem mais atuar noutras áreas, senão na do direito previdenciário. Isso gera um problema de subdesenvolvimento sem tamanho. O governo não ajuda investindo nos produtores e, com isso, deixa de explorar o diamante alcantarense que é o seu potencial agrícola.

Ao longo dos próximos anos, o município de Alcântara apresentará algumas situações que pesarão sobre seu progresso econômico. Conversando, recentemente, sobre política de desenvolvimento com o prefeito Nivaldo Araújo — que, conforme tenho observado, não está brincando de fazer política e, sim, tentando corrigir uma gama enorme de problemas que ele encontrou na estrutura administrativa — ventilamos o fato de que é praticamente inevitável que as pressões causadas pela visão holística (ou globalizada), em nível de município, continuem a perturbar o sistema da administração pública que está fazendo o seu papel baseada numa política visionária de crescimento e tecnicamente relevante.

Nivaldo entende que os trabalhadores alcantarenses — que sempre estão ansiosos por ocupação e renda — só precisam de apoio técnico, condições de investimento e de uma gestão pública que os apoie no que diz respeito à conexão com a fonte de recursos, até que eles alcancem um ponto político limite e produza uma completa política de produção rural enriquecedora. Boa parte dessas pressões de custo e outras coisas vem da crescente e implacável disponibilidade de novas tecnologias de produção campestre em que — conforme informações colhidas por mim para uma tese de doutorado que estou escrevendo sobre desenvolvimento local sustentável — as relações políticas da comunidade campesina alcantarense com o poder público dependem de medidas seguras estabelecidas pelo plano de governo para esse fim.

Quanto a isso, Nivaldo Araújo reconhece que, com todos os problemas que existem na esfera política do Maranhão, e inevitavelmente mais outros, Alcântara ainda tem poderosas vantagens econômicas que devem solidificar sua preeminência entre as economias avançadas ao longo dos próximos dez a 15 anos.

Percebi essa visão claramente do prefeito, isto é, que ele tem absoluta razão, quando entrevistei, na última semana, duas secretárias do município totalmente afinadas quanto à política de execução das atividades administrativas do poder público municipal. As ações das secretarias municipais dialogam entre si, clarividenciando o fato de que a gestão atual está pronta — e trabalhando — no sentido de atrair milhões em investimento para o crescimento do município e enriquecimento do seu povo.

A secretária da educação, Cleonice Lisboa, esboçou para mim a respeito da parceria do município com o CLA (Centro de Lançamento de Alcântara). Só isso já acena para um ponto alto na questão do desenvolvimento em matéria de tecnologia espacial. Do meu ponto de vista, já cabe aí, inclusive, uma parceria com grandes universidades brasileiras como USP, UNICAMP ou mesmo com a ULBRA que é privada mas que tem curso e laboratório na área de engenharia aérea e espacial. Alcântara pode se tornar — se os governantes tiverem essa visão — uma grande cidade universitária.

A força de trabalho alcantarense, isolada à margem de outros municípios do Maranhão, é crescente e, atualmente, incluindo milhares de jovens com aptidões para estudar e atingirem altos níveis acadêmicos. Isso ficou provado quando o Projeto Nova Alcântara (PNA), no povoado Tiquara, conseguiu formar mais de mil técnicos agrícolas apenas com a força, a competência e a sabedoria dos seus missionários voluntários. Além disso, à medida que a crescente preeminência de Alcântara se tornar uma economia evoluída, mais dependente será da capacidade de inovação de sua organização comunitária e da habilidade de seus trabalhadores. Estes devem operar de forma eficiente em ambientes de trabalho tecnicamente avançados. Com o tempo, a vantagem de Alcântara nessas áreas deve tornar-se ainda maior.

Por último, conforme falei recentemente com o pastor Edilson Lins — um homem extraordinário em administrar qualquer negócio — do Projeto Nova Alcântara, as condições políticas do município de Alcântara produzem algumas vantagens e desvantagens em relação à visão geral em nível municipal que parecem estar asseguradas no futuro previsto. Com o espírito hospitaleiro generalizado do povo da região, Alcântara poderá utilizar seu status de cidade histórica, cultural e bem posicionada no globo terrestre para lançamento de foguetes espaciais, sem rivais, a fim de extrair considerações especiais para investimento por parte do governo do estado e outros municípios no que tange a seus interesses específicos em vários mercados externos.

Mesmo que a pressão sobre empregos e salários gere uma tendência para uma política desordenada de esquerda, em nível local e regional, Alcântara continuará a adotar uma abordagem mais conservadora e inteligente do que alguns grupos de moradores locais. Neste sentido, o povo deveria contribuir melhor em relação ao debate das políticas públicas municipais. Jogar pedra no vento — utilizando grupos de whatsapp — em nada ajuda, a não ser gerar ódio e inimigos.

O resultado econômico — para o pastor Edilson — praticamente é inevitável. Mas, em matéria de unidade de gestão, a economia de Alcântara pode continuar sempre mais eficiente.  Essas questões e diferenças têm levado a comunidade alcantarense mais fora do prumo de igualdade e socialmente menos compassiva em matéria de contribuição para as políticas de desenvolvimento.

Todavia, o que se quer é que a economia de Alcântara seja forte e criativa. Sim, cada vez mais forte e que o povo, em vez de fazer oposição tola por coisas complexas que ele não entende, contribua participativamente com sua opinião e informação.

sábado, 20 de maio de 2023

MASTRO DE MORDOMO-RÉGIO PERCORRE RUAS DE ALCÂNTARA | Por Battista Soarez


C U L T U R A

Mastro do mordomo-régio percorre ruas de Alcântara nesta sexta-feira (19)

Centenas de devotos da Festa do Divino caminham pelas ruas subindo e descendo ladeiras pela tradição


Por Battista Soarez

(De Alcântara - MA)


Centenas de devotos da Festa do Divino percorrem ruas da cidade de Alcântara carregando mastro de mordomo-régio | FOTOS: Battista Soarez.


CENTENAS DE DEVOTOS da festa do Divino, em Alcântara, Maranhão, percorreram, nesta sexta-feira (19), as ruas da cidade, subindo e descendo ladeiras, uns carregando e outros acompanhando o mastro do mordomo-régio. Depois, o objeto de devoção foi enterrado sob estouro de foguetes e aplausos.


Sala de mordomo-régio preparada com luxúria e fineza.

Em Alcântara, por tradição, imperador e imperatriz, mordomo-régio e mordoma-régia se alternam a cada ano, sendo que os festeiros são escolhidos com um ano de antecedência. Isso faz da festa do Divino, em Alcântara, a maior do Maranhão.


Um ano, segundo os organizadores, é o necessário para que tudo saia da melhor forma. Os representantes da nobreza no trono são crianças ou adolescentes escolhidos também com um ano de antecedência.


As caixeiras, por sua vez, sempre acompanham o cortejo, tocando seus instrumentos. Depois da missa e cerimônias dos impérios, o mastro é enterrado e as caixeiras, nesse momento, executam seu carimbó, tocando e dançando.


Jedson Coelho, secretário da Cultura de Alcântara 

O secretário da Cultura de Alcântara, Jedson Coelho, asseverou que o prefeito, Nivaldo Araújo, vem trabalhando para resgatar e valorizar a cultura do município, principalmente no tocante à festa do Divino que é um dos mais tradicionais festejos do Maranhão e do Brasil.


"A festa do Divino Espírito Santo, este ano, foi diferenciada. A prefeitura de Alcântara não só trabalhou a programação cultural, como também inovou, levando em conta esse momento pós-pandemia. Ano passado fizemos conforme os limites da nossa possibilidade e realidade. Mas este ano o prefeito Nivaldo Araújo demonstrou mais uma vez o quanto ele vem valorizando, cada vez melhor, a cultura do nosso município", destacou o secretário.


Jedson explica, ainda, que este ano de 2023, em primeiro lugar, foi preciso garantir o recurso aos festeiros, porque a festa do Divino tem como principal característica a realização dos detalhes do festejo, das missas, das ladainhas, dos cortejos etc. E tudo isso sai caro.


"Então — acrescenta o secretário — a prefeitura de Alcântara fez um repasse de 105 mil reais aos festeiros como incentivo à realização do evento. Porque os recursos orçados para a programação são muito altos, uma vez que esta é uma festa da população de Alcântara e, na verdade, quem paga a festa é a própria população. O que vem do estado e do município é apenas uma ajuda. Mas uma ajuda muito importante", reconhece Jedson, destacando que o poder público sempre fez a sua parte.


Joyce Leitão, participante da tradição, diz que a festa atrai turistas e gera renda.

A vendedora Joyce Leitão, que participa sempre do evento, disse que este ano o prefeito Nivaldo Araújo fez um trabalho de excelência em apoio à festa do Divino, celebrando a festa do mastro do mordomo-régio na praça da Matriz.


"Nós que somos vendedores autônomos ficamos felizes porque a nossa venda aumenta e a gente, uma vez faturando um pouco mais, pode cumprir com nossas responsabilidades de maneira mais tranquila", diz ela.


À noite, mesmo com chuva, a radiola Estrela do Som fez a festa rolar na Praça da Matriz.

Este ano, a organização do evento conseguiu trazer a radiola Estrela do Som, uma das mais importantes do Maranhão, que, apesar da chuva, tocou a noite toda na praça da Matriz.


"As pessoas, com isso, ficam muito felizes em participar do evento, porque a gente sabe que celebrar a cultura é manter viva a memória histórica de um povo. E Alcântara, nesse aspecto, é muito rica", alegra-se Joyce.




quinta-feira, 18 de maio de 2023

ENTREVISTA: ZULMIRA CASTRO, SECRETÁRIA DE SAÚDE DE ALCÂNTARA | Por Battista Soarez | Do Jornal Itaqui-Bacanga


E N T R E V I S T A

“Estamos trabalhando de forma responsável pela saúde do nosso município”

Zulmira Castro, secretária da Saúde do município de Alcântara, fala da organização administrativa do setor e diz que está fazendo o que é certo.


Por Battista Soarez

(Especial para o Leitura Livre)


Zulmira Castro, secretária de Saúde de Alcântara - MA | FOTO: Battista Soarez 


HÁ NOVE MESES À FRENTE da Secretaria Municipal de Saúde de Alcântara, a administradora de empresa Zulmira do Amaral e Castro fala da situação do setor no município, mostra a realidade e revela o que está fazendo na pasta para organizar as coisas de acordo com os parâmetros institucionais e jurídicos. Esposa, mãe e funcionária pública concursada, ela concedeu a seguinte entrevista ao Leitura Livre, esclarecendo os detalhes de como encontrou a saúde do município, as dificuldades enfrentadas, unidades de atendimento, alimentação do sistema, parcerias e ações desenvolvidas junto à comunidade. Segue a entrevista:

LEITURA LIVRE Algumas pessoas da zona rural e, também, da sede em Alcântara, estão reclamando dos serviços da Secretaria de Saúde que não estão atendendo às necessidades da população. Reclamam, por exemplo, da falta de remédio e de outras demandas não correspondidas. Até que ponto essas pessoas estão dizendo a verdade e qual é a resposta que a senhora tem a dar a elas? Ou isso é apenas uma falácia política da oposição para atingir a imagem da gestão atual?

ZULMIRA CASTRO — O jogo político desleal sempre foi uma realidade em Alcântara. Qualquer prefeito que assume enfrenta esse problema. E isso prejudica, antes de tudo, a própria população. Todo mundo sabe que nada é fácil na administração pública. Tudo depende de um processo burocrático que passa pela relação entre as três esferas de governo: municipal, estadual e federal. O município faz a sua parte, encaminhando as devidas solicitações, mas não pode atropelar o processo administrativo nas esferas superiores. Tem que saber esperar. Todavia, aqui em Alcântara, nunca ficamos sem medicamentos. É bem verdade que, quando assumi a Secretaria de Saúde do município, tinha bastante coisa para organizar administrativamente. Mas, logo que cheguei, tratei imediatamente de organizar a casa. E continuo fazendo isso, justamente para evitar qualquer empecilho. Tenho conversado com a minha equipe sobre a alimentação do sistema que sempre deve estar em dia. Sobre as demandas das medicações, sempre estamos resolvendo. Inclusive as comunidades já estão recebendo seus remédios, conforme as prescrições médicas, de acordo com as demandas. De forma que estamos trabalhando de maneira responsável pela Saúde do nosso município.

L. LIVRE Desde que a senhora assumiu a SEMUS, o que tem sido feito para organizar o setor?

ZC — Assumi a Secretaria Municipal de Saúde no dia 5 de agosto de 2022, iniciando minhas atividades no dia 8 do mesmo mês. Encontrei uma secretaria inapta, ou seja, sem poder comprar as medicações porque não estava em dia no que diz respeito à alimentação do sistema e outras questões impeditivas. Havia, por exemplo, uma vigência de licitação que venceria no dia 25 de agosto e, ainda, débitos anteriores que impossibilitavam de fazer novas compras. Quero deixar bem claro que não estou, aqui, falando mal da gestão anterior. Cada gestão tem suas dificuldades. Estou apenas prestando um esclarecimento ao público em geral e que nada mais é senão a verdade de fato.


Zulmira Castro mostra dados de atendimento à saúde de Alcântara | FOTO: Battista Soarez 

L. LIVRE Diante daquela situação, qual foi a sua providência?

ZC — Naquele momento, procurei o Ministério Público, conversei com o promotor e ele nos orientou que fizéssemos as atas de registro de preço e nos deu outras orientações importantes no sentido de que o problema fosse resolvido. Então, fui à busca das atas, fizemos conforme as devidas orientações técnicas e jurídicas e, assim, conseguimos comprar as medicações que vieram para o hospital. Foram medicações de uso hospitalar e medicações de uso da Atenção Básica. Estamos trabalhando para que as medicações cheguem a quem precisa, mas de forma responsável. Estamos trabalhando, também, um novo fluxo de dispensação dessas medicações. Porque, antes, elas não eram feitas com o devido cuidado. Hoje estamos utilizando as duas guias de receituário e também fazendo o levantamento do que a gente tem para não comprar medicação demais e sobrar para um tipo de paciente e faltar para outros tipos de determinadas doenças.

L. LIVREEntendi. Então quer dizer que...

ZC — Encontramos, ainda, um TFD (Tratamento Fora de Domicílio) que não estava atendendo a população da forma como deveria. Montamos, ainda, a nossa comissão (que é formada por assistente social, um médico e a secretária) que assina os documentos para que, assim, os pagamentos da ajuda de custo possam ser efetuados às pessoas que necessitam fazer tratamento fora do seu domicílio. Outra coisa que a gente também melhorou no TFD foi colocar um médico exclusivo para os pacientes fora do domicílio. Isso nunca tinha acontecido no município de Alcântara. Esses pacientes que são atendidos por esse programa têm um médico que vem para atender, esclarecer as dúvidas e fazer a devida avaliação. Implantamos, também, o SISREG (Sistema de Regulação) dentro do município que já possibilitou fazer mais de dois mil exames e, além destes, foram feitos também outros procedimentos como consultas e, desta maneira, a gente vem melhorando a cada dia estes e outros serviços à população.


Farmacêutico mostra caixas de remédio que chegaram à SEMUS | FOTO: Divulgação/SEMUS.

L. LIVRE No caso dos pacientes que necessitam de intervenção cirúrgica?

ZC — Nós encontramos muita gente na fila de cirurgia. Conseguimos zerar a fila de cirurgias eletivas e, por conseguinte, a demanda que vai chegando a gente vai marcando nos hospitais que são referenciados para determinados tipos de cirurgia.

L. LIVRE Quais são os serviços que, antes, não vinham funcionando direito e que agora, na atual gestão, estão em pleno andamento?

ZC — Os serviços são o PSF (Programa Saúde na Família), implantamos mais duas UBS’s. Estamos com a equipe multiprofissional, que está funcionando. Nós temos nutricionista, psicólogo, assistente social e trabalhamos de forma coletiva. Fazemos reuniões para se detectar onde estão ocorrendo as falhas e, daí, se inicia um novo processo de trabalhado para que se melhore cada vez mais o nível de assistência à Saúde no nosso município.

L. LIVRE O que está faltando para que Alcântara tenha o serviço de cirurgia sem que seja necessário o paciente se deslocar para fora do município?

ZC — Estamos trabalhando para que o centro cirúrgico volte a funcionar. Porque ele depende de alguns processos para que a gente atenda o usuário de forma responsável de modo que ele não venha a ter nenhum risco no momento da cirurgia. Então, para isso, estamos trabalhando de uma forma que a gente possa fazer o procedimento sem causar risco ao paciente.

L. LIVRE E o Raio-X, está funcionando?

ZC — Estava. Mas, no momento, estamos resolvendo um problema técnico, devido a uma descarga elétrica na rede de energia em que queimou uma peça. Foi para São Luís para conserto, mas também apresentou um problema na processadora. Mas isso já está sendo resolvido. Só estamos aguardando fechar o contrato com a empresa que vem fazer a troca das peças e, também, fazer a manutenção dos equipamentos. Não somente do Raio-X, mas, também, dos aparelhos do laboratório e, ainda, dos aparelhos de odontologia. Nós temos no município cinco equipes do PSF que são atendidas pelos odontólogos.

L. LIVRE — Quais são as dificuldades que a senhora ainda tem e que está resolvendo juntamente com o gestor do executivo municipal, Nivaldo Araújo?

ZC — Uma delas é a atualização do sistema, em que nós precisamos dos dados para poder alimentar esse sistema. Mas estamos trabalhando e já estamos atualizando alguns dados e encerrando outros para poder lançar e alimentar da forma correta. Estamos trabalhando, também, a questão do pessoal. Tentando entender as dificuldades das equipes e procurando proceder da melhor forma para que ninguém venha se perder diante da complexidade do processo que a gente está montando. Para tanto, estamos fazendo reuniões para estabelecer as metas que a gente quer alcançar. Outra coisa é com relação à aquisição das medicações. Os recursos que nós temos ainda são poucos, mas estamos buscando esses recursos através de parceria com o governo do estado, conversando com ele, que está nos dando um grande apoio. Estamos trabalhando internamente, enfim, para organizar o sistema, porque dependemos de informação para alimentar esse sistema. Mostrar o que nós estamos produzindo e através dessa produção é que vamos conseguir aumentar o teto no MAC (Média e Alta Complexidade) e conseguir fazer outras adesões, ou seja, a parte do hospital. Lembrando que o hospital de Alcântara é de média complexidade.

L. LIVRE — Eu percebi que, na semana passada, chegaram muitas caixas de remédio. A senhora está tendo alguma dificuldade quanto ao fornecimento de remédio por parte da Secretaria de Estado da Saúde?

ZC — Não. Não estamos tendo dificuldade. Acontece que a demanda é muito alta e nós ficamos muito tempo sem algumas medicações para atender essa demanda. Principalmente com relação aos hipertensos e diabéticos que nós temos. Então, estamos, agora, trabalhando no sentido de fazer o remapeamento da área, fazer a territorialização  e a partir dessa territorialização é que a gente vai conseguir identificar a quantidade de pacientes, ou seja, quantos hipertensos, diabéticos e outros que existem no município precisando dessa assistência medicamentosa.

L. LIVRE — O que é territorialização?

ZC — É uma espécie de diagnóstico que a gente faz junto às comunidades para detectar o perfil epidemiológico da população, afim de que se tenha o conhecimento real, em nível de município, de quantos hipertensos, quantos diabéticos, quantos tuberculosos, quantos acamados, quantos cadeirantes, quantas mulheres em idade fértil e assim sucessivamente. Ou seja, é um estudo criterioso que se faz para se poder trabalhar baseado nestes públicos para se puder melhorar o serviço de assistência à saúde como um todo.

L. LIVRE — Quantos postos de atendimento Alcântara tem atualmente?

ZC — No total são 21 postos. Tem um polo academia de saúde (Centro de Apoio à Saúde da Família). Temos o centro psicossocial, que é o CAPS. Tem uma unidade de vigilância em Saúde. Tem uma unidade Odontomóvel. O hospital geral, que atende a população como um todo. Todos estes na sede. E temos os postos de saúde na zona rural. São 11 postos e mais 11 UBS’s. Dentre essas 11 estão as que foram implantadas já na gestão do prefeito Nivaldo, incluindo mais duas que já foram homologadas, que são a de Iririzal e a de Mocajituba.

L. LIVRE — Quantas ambulâncias?

ZC — Cinco ambulâncias.

L. LIVRE — Todas funcionando?

ZC — Sim. Todas funcionando?

L. LIVRE — Essa quantidade de ambulâncias está dando para atender em todos os povoados? Porque são 204 povoados. Estou certo?

ZC — Isso. São 204 povoados ativos e 2017 conhecidos. Precisamos sempre de mais ambulâncias. Mas as cinco que têm estão dando para suprir a necessidade. Mas nós temos muitas estradas e algumas delas ficam muito distantes da sede. Futuramente isso vai melhorar, inclusive com relação aos rádios de comunicação. Hoje a gente consegue se comunicar pelo WhatsApp, mas precisamos melhorar nossa comunicação. No momento, temos uma ambulância no polo do Raimundo Sú, uma em Oitiua e as outras três ficam na sede. A do Ramundo Sú cobre os povoados até Cujupe e Japeú, e a do Oitiua cobre até à área de Peroba. Só que nossas ambulâncias são básicas. Estamos precisando de uma USA, por exemplo, visto que temos muitos casos de acidentes graves e não temos, ainda, uma sala de estabilização para esses pacientes. Não temos, também, para onde levar os pacientes entubados.

L. LIVRE — Quantos pacientes, aproximadamente, são atendidos em todo o município durante o mês?

ZC — Ao todo chega a um número de cinco mil pessoas. Só na UBS do Pepital, durante o mês de abril, conseguimos atender 984 pessoas.

L. LIVRE — Sobre as ações da secretaria, como funcionam?

ZC — As ações são muito importantes diante da população. Principalmente quando a gente encontra com muitas necessidades de serviços, que foi o que encontrei aqui em Alcântara. Durante esses nove meses que estou à frente da SEMUS fizemos bastantes ações porque é uma forma de a gente levar os serviços mais rápidos para as pessoas que estão necessitando para ontem de um atendimento. Fizemos o mutirão da Saúde, em parceria com a Unicef, no ano passado, e fizemos, também, o mutirão com o SESE, no mês de janeiro. Atendemos mais de quatro mil pessoas, com vários serviços: vacinas, testes rápidos, odontologia, exames de vista, análise clínica. E também fizemos uma ação com a APAE, no mês de março. E atendemos muita gente no povoado Pavão. Então, essas ações são muito importantes e foi uma maneira que encontrei de atender as pessoas com medicação e outros serviços.

L. LIVRE — Agora, a SEMUS também trabalha com parcerias. Qual é a relevância disso?

ZC — Alcântara está sendo muito beneficiada com as parcerias. Temos uma parceria com a FESMA (Força Estadual do Maranhão), que já está no segundo ano em nosso município e tem nos ajudado bastante e está dentro das áreas quilombolas como Samucangaua, Boa Vista, etc. Inclusive, no ano passado, fizemos uma belíssima ação, atendendo aquela população e adjacências com vacinas, registro civil e outros. A mais recente ação que estamos fazendo é com a Defensoria Pública do Estado. Tiramos registros porque o Maranhão, dentre os estados do nordeste, está na frente em casos de sub-registros, pessoas que não têm registro civil. E nós, de Alcântara, abraçamos essa causa com a Defensoria Pública do Estado. A gente encontra pessoas por aí com 15, 20 anos de idade sem registro.