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domingo, 22 de junho de 2025

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

 COLUNA LEITURA LIVRE 

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Por Battista Soarez
(Jornalista, escritor, sociólogo, teólogo e professor universitário)

Todos falam de paz, apesar da guerra
Líderes mundiais pedem diálogo e cessar-fogo entre Irã, Israel e EUA porque temem uma terceira guerra mundial.

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NESTE DOMINGO (22/6), o mundo passou o dia inteiro falando sobre a necessidade de parar com a guerra entre Irã, Israel e EUA. Falou-se até mesmo sobre o receio de estarmos à beira de uma terceira guerra mundial. Parece que estamos vivenciando o cumprimento de Apocalipse capítulo 6 em diante.

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O grupo extremista Hezbollah condenou os ataques dos EUA feitos contra o Irã. Ao condenar o ataque americano às instalações nucleares do Irã em um comunicado publicado, neste domingo (22), o grupo chamou-o de "agressão americana traiçoeira e bárbara". Aliado regional mais poderoso do Irã, o Hezbollah evitou ameaçar qualquer resposta militar própria, mas afirmou que Teerã tinha "todo o direito de responder" ao ataque.


A cidade de Nova York aumentou a presença policial em locais religiosos, culturais e diplomáticos após os bombardeios dos EUA no Irã, segundo o New York Times. A decisão foi tomada após uma reunião virtual no domingo entre o prefeito Eric Adams, líderes do Departamento de Polícia e os representantes internacionais da agência. Ele disse que a presença policial foi aumentada "por excesso de cautela".

Para atacar o programa nuclear do Irã, os Estados Unidos usaram pela primeira vez uma potente bomba antibunker, a única capaz de destruir instalações a grandes profundidades. Trata-se da GBU-57, uma ogiva de 13 toneladas capaz de penetrar dezenas de metros abaixo da superfície antes de explodir.

Neste domingo (22), Israel disse que o mundo inteiro deveria agradecer os Estados Unidos.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, agradeceu os EUA pelo ataque ao Irã. "O mundo inteiro deveria dizer: obrigado, Estados Unidos, por remover a maior ameaça à segurança global. Obrigado, presidente Trump, por agir, quando todos evitaram fazer isso".

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O presidente americano Donald Trump ironizou o Irã e propôs  mudança de regime: "Atual regime não consegue tornar o Irã grande". Trump afirmou no Truth Social que o Irã deveria mudar de regime para ser "grande novamente" -- em referência ao seu lema de "Make America Great Again" (Torne a América Grande Novamente, em tradução livre). "Não é politicamente correto usar o termo 'mudança de regime', mas se o atual regime iraniano não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?".

Enquanto isso, manifestantes norte-americanos pedem para que os Estados Unidos não se envolvam no conflito entre Irã e Israel.

Donald Trump e Benjamin Netanyahu — Foto: Divulgação.

O Irã diz que os EUA fizeram ataque sujo em apoio a Israel. Amir-Saeid Iravani, embaixador do Irã na ONU, afirmou que os Estados Unidos foram arrastados para uma outra guerra pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Hoje, uma nova mancha foi acrescentada à história dos Estados Unidos, fazendo um ataque sujo nas primeiras horas desse dia. Neste dia, fez um trabalho sórdido em apoio a Israel. O criminoso [Benjamin] Netanyahu sequestrou a política e arrastou os Estados Unidos para uma outra guerra".

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pediu diplomacia para amenizar o conflito entre Israel, Irã e EUA. Modi publicou em suas redes sociais que conversou com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, e apelou por diálogo para que o conflito seja terminado. "Discutimos detalhadamente a situação atual. Expressamos profunda preocupação com as recentes escaladas. Reiteramos nosso apelo por uma redução imediata da tensão, diálogo e diplomacia como o caminho a seguir e para o rápido restabelecimento da paz, segurança e estabilidade regionais".

Os EUA disseram que qualquer ataque iraniano contra bases norte-americanas serão enfrentadas com devastação. E é isso que o mundo teme.

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Dorothy Shea, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, foi firme ao falar de um possível revide do Irã aos ataques feitos pelo país norte-americano ontem. "Como Trump disse, qualquer ataque iraniano contra americanos ou bases americanas serão enfrentados com ataques devastadores".

A Rússia, por sua vez, disse que estamos entrando na área de risco nuclear, e que é isso que Washington parece querer.

Nebenzya criticou os riscos que o ataque dos Estados Unidos ao Irã pode trazer. "Estamos entrando na área de risco nuclear, é isso que Washington parece querer. O Irã, que assinou o acordo de não proliferação nuclear, tem o direito de ter um regime nuclear de paz".

O governo russo afirmou que os EUA não estão preocupados com vida de civis, crianças e radioatividade.

Vasily Nebenzya, embaixador da Rússia na ONU, relembrou os alertas que Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, fez sobre o que os ataques às instalações nucleares do Irã podem acarretar. "Washington não está preocupada com isso, nem com a radioatividade, nem com as vidas de crianças e civis. Washington se vê como juiz supremo: pronto para fazer justiça. Ninguém deu autoridade para os Estados Unidos agir desse jeito", disse.

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Neste domingo, a cor da bandeira dos Estados Unidos foi projetada na prefeitura de Tel Aviv, em Israel, após o país norte-americano atacar o Irã.

E a China, por sua vez, condenou ataques dos EUA contra Irã e apelou por diplomacia, dizendo que "é preciso diálogo". O embaixador da China na ONU, Fu Cong, condenou os ataques dos Estados Unidos contra o Irã e afirmou que a paz no Oriente Médio não pode ser atingida pelo "uso da força". "Nada pode ficar acima do bem-estar das pessoas. Precisamos fazer tudo para evitar o sofrimento de civis. Queremos o compromisso pelo diálogo e pela negociação. A paz no Oriente Médio não pode ser atingida pelo uso da força, é preciso diálogo, negociação", afirmou ele.

França e Reino Unido pediram que Irã volte à mesa de negociação. A embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, afirmou que Trump tomou a “iniciativa para aliviar a ameaça” que o programa nuclear iraniano significa para o mundo. Mas só uma ação militar não pode ser a solução. “Pedimos que o Irã retorne para a mesa de negociação e que encontre uma solução diplomática”, disse.

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Jérôme Bonnafont, embaixador da França na ONU, defendeu que esse é o momento de desescalada militar. “Apelamos para que os iranianos optem pela diplomacia e evitem mais retaliações”, disse. Mas ele deixou claro que a posição da França não mudou: "Não podemos deixar que o Irã tenha armas nucleares".

Mas o Chefe da ONU faz crítica velada a Donald Trump. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, usou a reunião de emergência do Conselho de Segurança para criticar a postura internacional de Trump, ainda que não tenha citado seu nome. "Há dois dias, fiz um apelo: de uma chance para a paz. O apelo não foi ouvido. No lugar, vimos uma guinada perigosa”, disse. Segundo ele, o povo da região “não aguenta mais”. Sua preocupação se refere ao ciclo de retaliações e pediu que a diplomacia volte a ter um papel.

Guterres também apelou para que o Irã não feche locais críticos para a livre circulação de navios. Para o secretário-geral, apenas uma negociação sobre o acordo nuclear iraniano, com inspeções completas, pode ser a solução. Num recado para os EUA, ele alertou: “A paz não pode ser imposta”. No sábado, Trump disse que havia apenas duas opções para os iranianos. “Paz ou mais tragédia”, disse. Guterres insiste que o mundo vive uma encruzilhada: “temos um caminho de guerra e outro de diálogo. Sabemos qual é o caminho certo. Não podemos desistir da paz”, completou.

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Rafael Mariano Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), confirmou que “crateras” foram identificadas na instalação nuclear de Fordow, além de abalos em Natanz e Esfahan, depois dos ataques americanos. Mas ele alertou que “ninguém” pode dizer o que é eventualmente a destruição nos subterrâneos dessas estruturas. Mas, segundo ele, iranianos indicaram que não houve emissão de radiação.

A ONU divulgou que 433 iranianos e 25 israelenses foram mortos no conflito. Miroslav Jenča, secretário-geral assistente, anunciou durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU que, em dez dias, 433 pessoas morreram no Irã e outros 3 mil foram feridos pelos ataques de Israel e EUA. As vítimas são, em sua maioria, civis. Do lado israelense, a ONU soma 25 mortos e 1,3 mil feridos.

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) diz que acordo de não proliferação nuclear que garantiu segurança mundial está em jogo. O chefe da AIEA, Rafael Grossi, fez um alerta sobre o acordo de não proliferação nuclear. "O regime de não proliferação [Nuclear], que garantiu a segurança internacional por mais de meio século, está em jogo. Os dramáticos eventos no Irã se tornaram mais sérios, com o bombardeio na última noite e potencial alargamento do conflito".

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Enquanto isso, embaixador de Israel na ONU ameaça revidar se Irã fizer mais ataques. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que o exército israelense não hesitará em proteger o próprio povo e garantir o futuro do país. Se outros ataques contra nossos civis forem ordenados, nós vamos agir. Nossos ataques vão continuar contra alvos militares e instalações nucleares'', falou ele antes da reunião do Conselho de Segurança, que discute o conflito.

O embaixador de Israel na ONU diesse que o mundo está mais seguro hoje. Danny Danon disse que o mundo deveria mostrar sua ''gratidão'' aos EUA por ter destruído as armas nucleares iranianas que ameaçavam todas as capitais. ''Alguns países estavam silenciosos, foram cúmplices, estavam com medo. Na noite passada, os EUA agiram com grande bravura e moral'', afirmou. A declaração foi dada antes da reunião do Conselho de Segurança para discutir sobre o conflito.

Nesta segunda-feira (23) mais de mil passageiros devem deixar Israel em voos especiais. A ministra dos Transportes, Miri Regev, disse à imprensa israelense que mais de mil passageiros devem embarcar em voos especiais partindo do Aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, com limite de 50 pessoas. Aumento de operações está sendo avaliado.

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Alguns lideres mundiais estão perguntando: existe risco de entrarmos na Terceira Guerra Mundial?

O fim não está próximo. Especialistas afirmam que o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã não deve deflagrar a Terceira Guerra mundial.

O Irã diz que feridos em ataques dos EUA não apresentam sinal de contaminação. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã informou que não há sinais de vazamento de radiação, e nem consequências para a saúde dos feridos durante ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, compareceu a protesto contra ataques dos EUA. Pezeshkian participou de um protesto nas ruas de Teerã neste domingo (22), denunciando os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas.

No Brasil, o Itamaraty condenou ataque dos EUA ao Irã e pediu solução diplomática urgente. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou, neste domingo (22) uma nota com condenação ao ataque dos Estados Unidos ao Irã. "O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares", diz o texto.

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China e Rússia apresentaram na ONU proposta de cessar-fogo no Irã. Os governos da Rússia, China e Paquistão se uniram para circular neste domingo um projeto de resolução na ONU propondo um cessar-fogo "imediato e incondicional" diante do conflito entre Israel e Irã. O Conselho de Segurança da ONU vai se reune em caráter extraordinário. E o Parlamento do Irã vota para fechar via por onde passa 20% do petróleo mundial.

Estreito de Ormuz é o corredor marítimo mais importante do mundo para o transporte de petróleo. Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo bruto e condensado e combustíveis sejam transportados por ali diariamente. A decisão ainda precisa ser avaliada pelo Conselho de Segurança do Líder Supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.

Enquanto isso, Israel diz ter atacado cidade de reator nuclear no Irã. As Forças de Defesa de Israel publicaram nas redes sociais que atacaram equipamentos militares na cidade de Bushehr, no Irã, onde fica uma usina nuclear. Mais cedo, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) alertou que um eventual ataque poderia liberar material radioativo por centenas de quilômetros.

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A Agência Internacional de Energia Atômica convocou uma reunião de emergência para esta segunda-feira (23). Em meio a escalada na tensão no Irã com os bombardeios dos EUA, o órgão alertou que um eventual ataque ao reator de Bushehr, cidade portuária ao sul de Teerã, poderia causar uma "catástrofe nuclear".

No dia seguinte aos ataques contra o Irã, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e a maior autoridade militar dos EUA, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, detalharam a operação, batizada de "Midnight Hammer" ("Martelo da Meia-Noite", em português). Segundo Hegseth, "qualquer retaliação do Irã será recebida com força muito maior".

Por sua vez, o Papa também se pronunciou após ataques dos EUA ao Irã. Após ataques dos EUA ao Irã neste sábado, o papa Leão 14 pediu por paz e afirmou que a guerra apenas amplifica os problemas, criando ''feridas profundas'' sem soluções duradouras.

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E o chanceler do Irã anuncia reunião com Putin e diz: 'Diplomacia não é opção. Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, descartou saída diplomática após EUA entrarem na guerra de Israel e bombardearem instalações nucleares no país persa. Araghchi disse que viaja ainda hoje para Moscou, onde terá "conversas sérias" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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INTERNACIONAL | por Battista Soarez

INTERNACIONAL

EUA atacam instalações iranianas mas fontes do país dizem que  elas foram esvaziadas

Alvos atingiram Fordow, Natanz e Isfahan; mídia estatal diz que usinas estavam esvaziadas. Ataque marca maior escalada militar entre EUA e Irã desde início do conflito

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Por Battista Soarez
(De São Luís - MA - Brasil)

O local da Fordow foi atingido com precisão na noite deste sábado (21) | Foto: Divulgação. 

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O GOVERNO DO IRàconfirmou na noite deste sábado (21) que três de suas principais instalações nucleares — Fordow, Natanz e Isfahan — foram alvo de ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos. O bombardeio marca a mais grave escalada entre Washington e Teerã desde o início do conflito armado entre Israel e Irã, há duas semanas.

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Segundo a mídia estatal iraniana, o ataque ocorreu “poucas horas após a ativação dos sistemas de defesa aérea de Qom”, região próxima da usina subterrânea de Fordow. O porta-voz do centro de gerenciamento de crises do Irã declarou que “forças aéreas inimigas conseguiram atingir parte da área da instalação”.

Fordow: alvo mais estratégico da ofensiva

A instalação nuclear de Fordow, localizada nas profundezas das montanhas ao norte do Irã, é considerada o ponto mais sensível do programa nuclear iraniano. Abriga centrífugas avançadas capazes de enriquecer urânio em níveis próximos ao necessário para armas nucleares. Por estar enterrada sob rochas, acreditava-se que apenas mísseis de penetração profunda (“bunker buster”), como os fabricados pelos EUA, seriam capazes de danificar a estrutura.

Embora o Irã não tenha divulgado a extensão dos danos, a confirmação do ataque sugere violação do que era considerado um limite estratégico de segurança nacional.

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Alvos também incluem Natanz e Isfahan

Em comunicado separado, o vice-governador da província de Isfahan informou que também houve “intrusões” nas regiões das instalações de Natanz e Isfahan, no centro do país. Defesas antiaéreas foram ativadas em ambos os locais, mas “várias explosões foram ouvidas”, segundo relatos da agência estatal IRNA.

A usina de Natanz já foi alvo de sabotagens anteriores atribuídas a Israel, e é uma das principais unidades de enriquecimento de urânio do Irã. Isfahan, por sua vez, abriga instalações de conversão de urânio.

A agência semioficial Mehr afirmou que, de acordo com fontes do governo, as instalações haviam sido esvaziadas “há algum tempo”, em antecipação a um possível ataque. A TV estatal IRIB repetiu a versão, alegando que a operação teria impacto operacional limitado.

No entanto, analistas ouvidos pela imprensa internacional alertam que a destruição física de componentes críticos pode atrasar significativamente o programa nuclear iraniano — e aprofundar a disposição de retaliação por parte de Teerã.

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Trump confirma operação em rede nacional

Pouco após a divulgação dos bombardeios pela imprensa iraniana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou em pronunciamento oficial que aeronaves americanas haviam “atingido com sucesso alvos críticos do programa nuclear do Irã”.

Trump classificou o ataque como uma resposta “proporcional e preventiva” às ações de Teerã, e disse que não aceitará um Irã nuclear. “O regime teve todas as chances de recuar. A escolha foi deles. E agora o mundo está mais seguro”, declarou.

As instalações de Fordow, Isfahan e Natanz estão no centro das ambições nucleares do Irã e já foram alvos de ataques israelenses.

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O complexo nuclear, localizado a cerca de 250 quilômetros ao sul da capital Teerã, é considerado a maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã.

Analistas afirmam que ele é usado para desenvolver e montar centrífugas para enriquecimento de urânio, uma tecnologia essencial que transforma urânio em combustível nuclear.

Natanz possui seis edifícios acima do solo e três estruturas subterrâneas, duas das quais com capacidade para 50.000 centrífugas, de acordo com a organização sem fins lucrativos Nuclear Threat Initiative (NTI).

O local foi alvo do ataque inicial de Israel ao Irã, com fotos e análises de satélite mostrando que os ataques destruíram a parte aérea da Usina Piloto de Enriquecimento de Combustível de Natanz.

Trata-se de um local extenso, em operação desde 2003, onde o Irã vinha enriquecendo urânio com até 60% de pureza, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O urânio para armas é enriquecido a 90%.

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Os ataques anteriores também cortaram a energia elétrica nos níveis inferiores onde as centrifugadoras estão armazenadas, disseram duas autoridades norte-americanas à CNN à épcoa. Como grande parte da instalação é subterrânea, o corte da energia destas partes é a forma mais eficaz de impactar equipamentos e máquinas subterrâneas.

Ainda se desconhece muito sobre a dimensão e a natureza desta instalação secreta e fortemente protegida, localizada perto da cidade sagrada de Qom e enterrada nas profundezas de um conjunto de montanhas. Boa parte do que sabemos vem de um acervo de documentos iranianos roubados há anos pela inteligência israelense.

Estima-se que os salões principais estejam a uma profundidade de 80 a 90 metros abaixo do solo, tornando muito difícil destruir a instalação por via aérea.

Os EUA são o único país com o tipo de bomba necessária para atingir esta profundidade, disseram anteriormente responsáveis ​​israelenses e relatórios independentes. No entanto, os analistas alertaram que mesmo estas bombas podem não ser suficientes.

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O Irã pode converter o seu actual stock de urânio enriquecido a 60% em 233 kg de urânio para armas em três semanas na Central de Enriquecimento de Combustível de Fordow”, o suficiente para nove armas nucleares, de acordo com o apartidário Instituto para a Ciência e Segurança Internacional (ISIS).

Relatórios recentes da AIEA sugeriram que o Irã aumentou a produção de urânio enriquecido para um nível de 60% em Fordow. A instalação contém agora 2.700 centrifugadoras, segundo os especialistas e a AIEA.

Isfahan fica na região central do Irã e abriga o maior complexo nuclear do país.

A instalação foi construída com o apoio da China e inaugurada em 1984, segundo o NTI. 3.000 cientistas trabalham em Isfahan, e o local é “suspeito de ser o centro” do programa nuclear iraniano.

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“Opera três pequenos reatores de investigação fornecidos pela China”, bem como uma “instalação de conversão, uma fábrica de produção de combustível, uma fábrica de revestimento de zircônio e outras instalações e laboratórios”, refere o NTI.


Fonte: InfoMoney 25

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quinta-feira, 19 de junho de 2025

POLÍTICA | por Battista Soarez

 POLÍTICA

Iracema Vale ressalta caráter democrático, cultural e social do Arraial da Assembleia

A presidente da Alema destacou ainda o ambiente inclusivo, seguro e familiar proporcionado no Arraial da Assembleia aos visitantes

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Por:
Agência Assembleia
Foto:
Agência Assembleia
 

Deputada Iracema Vale, presidente da Alema

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O PRIMEIRO DIA DO ARRAIAL DA ASSEMBLEIA, nesta quinta-feira (19), deu o tom do que o público pode esperar nos próximos dias do evento, ou seja, muita alegria, diversão e entretenimento até domingo (22). Presente à abertura da festança, a presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB), destacou o caráter democrático, social e cultural da festa que fomenta e valoriza a cultura popular do Maranhão e que já se consolidou no calendário festivo do estado.

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A chefe do Legislativo maranhense estava acompanhada dos deputados estaduais Davi Brandão (PSB), Wellington do Curso (Novo), Júnior França (PP), Adelmo Soares (PSB) e Ana do Gás (PCdoB); do deputado federal Rubens Júnior (PT) e do prefeito de Bacabal e presidente da Famem, Roberto Costa (MDB).

“O nosso arraial foi pensado com muito carinho para o povo do Maranhão. Além da programação cultural, temos também aqui a geração de renda com os carrinhos do programa Mais Renda e, também, todas as barracas são de instituições filantrópicas. Temos ainda um ambiente inclusivo, seguro e familiar. O Arraial da Assembleia é aguardado pela nossa população e por isso mesmo preparamos tudo com muito amor”, disse Iracema Vale.

 Madrinha de 18 manifestações culturais, Iracema Vale, em alguns momentos da festa, subiu ao palco para enaltecer a cultura popular do Maranhão, da qual é admiradora e incentivadora.

“A cultura do Maranhão é diversa, é linda, e junho é um mês maravilhoso, no qual a gente se reconhece na cultura. Então, fico muito feliz, como maranhense que nasceu no mês de junho e que ama a nossa cultura, em promover este arraial enaltecendo nossas manifestações e oferecendo um bom espaço para as famílias se divertirem”, frisou a presidente da Alema.

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A deputada também percorreu o terreiro junino montado no estacionamento da Casa cumprimentando o público que a recebeu com demonstrações de afeto e carinho.

“Admiro muito a deputada Iracema Vale e ela tem desenvolvido um excelente trabalho na Assembleia. Este arraial é a prova disto”, disse Fernanda Barbosa que foi ao arraial acompanhada do filho, Cássio, de 10 anos.

Autoridades

O primeiro dia de programação do Arraial da Assembleia foi prestigiado por deputados estaduais e outras autoridades que puderam apreciar de perto o ambiente e a cultura popular do Maranhão.

“O Arraial da Assembleia é uma iniciativa muito importante, que valoriza a nossa cultura. Nossa presidente Iracema Vale tem feito uma festa linda para todos os servidores da Casa e para o público em geral. A gente fica muito feliz em poder vivenciar uma das melhores épocas do ano aqui no Maranhão e a Assembleia não pode ficar fora desta festa”, destacou a deputada Ana do Gás.

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O deputado Davi Brandão também ressaltou a importância do Arraial da Assembleia para a cultura do Maranhão. “Parabenizo a presidente Iracema Vale por essa sensibilidade que ela tem, de aproximar o Parlamento do povo do Maranhão. E esse São João, a cada ano, se torna melhor”, disse.

A mesma opinião é compartilhada pelo deputado Wellington do Curso. “Graças a nossa presidente Iracema Vale e os demais deputados, este é um arraial que é feito com muito amor para que todas as famílias maranhenses possam vir, prestigiar comidas típicas, brincadeiras. Este arraial é a cara do nosso povo”.

O deputado federal Rubens Júnior enfatizou que o Arraial da Assembleia já faz parte do calendário social e cultural do Maranhão. “O arraial abriu com chuva de bençãos e sei que teremos muita animação nos próximos dias de festa. Aqui é um espaço para quem gosta de apreciar o São João, assim como eu que adoro comidas típicas. Quero parabenizar a organização, a decoração que tornam esse ambiente tão acolhedor. Parabéns à deputada Iracema Vale”, destacou o deputado.

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terça-feira, 17 de junho de 2025

POLÍTICA por Battista Soarez

 POLÍTICA 

Ações do governo do MA em diversas áreas ganham repercussão em discursos de deputados na Alema

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Por:
Selma Figueiredo
Foto:
Divulgação 


AO REPERCUTIR A PARTICIPAÇÃO em atos de  inauguração, entrega e assinatura de ordens de serviço, ao lado do governador, em São João dos Patos, o deputado Guilherme Paz assinalou que tem sido assim por todo o estado. “Por onde a gente roda, vê o governador Carlos Brandão anunciando obras”, disse.

O parlamentar detalhou que, no município, foram assinadas ordem de serviço para poços artesianos; foi feita a entrega de ambulância e do Santuário de São Francisco. “Uma obra linda, que fica em cima da montanha, de lá a gente tem a vista de toda a cidade de São João dos Patos”, afirmou, ressaltando a presença do prefeito Alexandre Magno e  do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.

Reajuste

A deputada Ana do Gás repercutiu o anúncio do reajuste salarial para todos os níveis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão, incluindo aposentados e pensionistas. A medida foi anunciada nesta terça-feira pelo governador Brandão.

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“Essa é uma conquista que representa muito mais do que os números. Representa respeito, reconhecimento e a valorização de homens e mulheres que saem de suas casas para nos proteger, para garantir a segurança de todos nós, maranhenses”, enfatizou Ana do Gás.

A parlamentar também parabenizou o governo pela entrega de 2 mil cartões universitários. “É uma bolsa de R$ 800,00 que ajuda, que é bem-vinda, que é útil para os nossos jovens que têm dificuldade de sair de casa, principalmente, aqui na Região Metropolitana, no interior do Estado, para que possam chegar à universidade. Já se soma mais de 30 mil estudantes sendo beneficiados”, observou.

Deputado da oposição, Welington do Curso (Novo) também repercutiu, além do aumento para PMs e bombeiros, outras ações na área de segurança. “Mesmo sendo oposição, quero fazer um elogio ao governador Carlos Brandão por ter nomeado todos os aprovados na Polícia Militar e todos os aprovados na Polícia Civil. Uma luta antiga do professor e deputado Wellington do Curso, uma luta antiga na gestão anterior, mas que contou com a sensibilidade do governador Carlos Brandão e nomeou todos”, afirmou.

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E Wellington emendou acerca do aumento concedido pelo governador: “Hoje, mais uma vez, parabenizar pelo reajuste que ele anunciou à Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Maranhão”.

Catraca livre

Helena Duailibe comemorou a notícia de que o governador Brandão garantiu que, na quinta-feira (19), feriado de Corpus Christi, o transporte semiurbano na Região Metropolitana de São Luís terá catraca livre, das 5h até a meia-noite. 

“Parabéns, governador. Essa iniciativa vai ajudar ainda mais a participação dos mais de 40 mil católicos que nós estamos esperando na solenidade do Corpus Christi”, disse ela.

O deputado Adelmo Soares assinalou ações voltadas ao São João do Maranhão visando o incremento da economia. “Estive ontem no Arraial do Ipem e vi o movimento e a economia do Estado se desenvolvendo a partir das manifestações culturais”, salientou.

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Adelmo aproveitou para ressaltar o cuidado do governador com todos os setores no estado. “É muito bom a gente saber que tem um governador que olha para todas as áreas. Anunciou o aumento, agora, dos policiais, fez um carnaval maravilhoso e está fazendo mais uma vez um São João espetacular no estado do Maranhão”, resumiu. 

Neto Evangelista também tratou sobre o São João do Maranhão e ressaltou o aumento do cachê das manifestações após 12 anos de congelamento. 

“Agora, depois de 12 anos, de 12 anos, sem reajuste para as atrações locais, ou seja, há 12 anos, o bumba-boi quando ia se apresentar no arraial do Estado, recebia R$ 7.000, durante 12 anos. No Governo de Carlos Brandão, esse recurso aumentou de R$ 7.000 para R$ 9.000, nesse ano de 2025”, disse. 

Evangelista também assinalou que as atrações nacionais da festa são financiadas com recursos da iniciativa privada. “Porque é gasto, hoje, no São João, zero com artista nacional”, afirmou o deputado, que é líder do governo na Assembleia.

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POLÍTICA | por Battista Soarez

 POLÍTICA 

Brandão anuncia reajuste salarial para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros

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Por:
Selma Figueiredo
Foto:
Divulgação 

Gov. Carlos Brandão anunciou ajuste salarial aos militares|Foto: Divulgação.
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O GOVERNADOR DO MARANHÃO, Carlos Brandão (PSB), anunciou, nesta terça-feira (17), um reajuste salarial para todos os níveis da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMA). A medida faz parte das comemorações pelos 189 anos da Polícia Militar do Estado.

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O anúncio do reajuste foi feito por meio das redes sociais. “Em celebração aos 189 anos da briosa Polícia Militar do Maranhão, anunciamos um aumento salarial para todos os níveis da PMMA e CBMMA, incluindo aposentados e pensionistas. Valorização de quem salva, protege e honra nosso estado. Parabéns aos nossos militares”, escreveu Brandão.

Segundo o governador, o aumento será implementado em duas etapas: a primeira em julho e a segunda em dezembro de 2025. A proposta com todos os detalhes será encaminhada à Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) até o final deste mês.

Além do reajuste, o governador informou que o Estado também está autorizando promoções requeridas dentro das corporações, reforçando o compromisso com a valorização dos profissionais da segurança pública.

O secretário de Estado de Segurança Pública, Maurício Martins, afirmou que ao conceder o incremento na remuneração, o governador Carlos Brandão reafirma o compromisso do governo com a segurança pública.

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“Este reajuste reforça as políticas do Governo do Maranhão para a valorização das forças policiais, que exercem uma atividade estratégica e essencial para a proteção e o bem-estar da população. A medida também garante mais motivação e melhores condições de vida aos agentes e suas famílias e, certamente, fará com que esses profissionais, já comprometidos, atuem nas ruas com ainda mais disposição e dedicação em favor da sociedade maranhense”, assinalou Maurício Martins.

Ao longo de sua gestão, o governador Carlos Brandão tem executado diversas ações para valorizar as forças de segurança, e já contabiliza a promoção de 3.500 policiais e bombeiros militares de 2022 até o momento.

As promoções foram concedidas por mérito e antiguidade, e integram os investimentos voltados para o aperfeiçoamento das atividades policiais e a garantia de maior segurança à população maranhense.

Além de promoções a oficiais e praças, o governador Carlos Brandão tem investido em uma série de melhorias para a segurança pública. Já foram entregues, por exemplo, aproximadamente 740 viaturas (carros e motocicletas), sendo cerca de 500 delas desde abril de 2023 até agora.

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domingo, 15 de junho de 2025

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

 COLUNA LEITURA LIVRE 

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Por Battista Soarez
(Jornalista, escritor, sociólogo, teólogo e professor universitário)

A igreja de Jesus e a Agenda 2030 da ONU

É triste o fato de a igreja ficar distante dos temas globais e ser engolida por eles, principalmente no que se refere à igreja evangélica e sua membresia como um todo.

Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação
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A AGENDA 2030 DA ONU E A IGREJA de Jesus Cristo é um tema que merece um debate cauteloso e analítico. A Igreja, através de seus líderes, tem demonstrado relevância e, por vezes, até apoio à Agenda 2030, reconhecendo sua importância para o enfrentamento de desafios globais como a pobreza, a fome, as mudanças climáticas e a desigualdade social. Todavia, tem algo mais pertinente a uma consideração relevante que merece cautelosa análise do ponto de vista apocalíptico e geopolítico.

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Alguns grupos defendem a inclusão de um 18º ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) específico para a promoção da liberdade religiosa e combate à perseguição religiosa, argumentando que a liberdade de crença é um direito humano fundamental e essencial para o desenvolvimento social e a construção de sociedades pacíficas.

O Papa Francisco, por exemplo, em seus discursos na ONU, destacou a importância da "ecologia integral", que engloba o meio ambiente, o crescimento econômico, a justiça social e o bem-estar das pessoas, elementos que se alinham com os objetivos da Agenda 2030.

No entanto, a Igreja também tem levantado questões sobre a Agenda 2030, especialmente em relação à liberdade religiosa e à necessidade de incluir a dimensão religiosa no debate sobre o desenvolvimento sustentável. Mas é triste o fato de a igreja ficar distante desses temas e ser engolida por eles, principalmente no que se refere à igreja evangélica e sua membresia como um todo. Os evangélicos são absurdamente leigos (e, por vezes, até mesmo ignorantes) quanto aos assuntos relacionados aos interesses da sociedade global e o fim dos tempos.

A coisa fica mais ardente quando se trata da liberdade religiosa e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. A liberdade religiosa é um direito humano fundamental que abrange a liberdade de crer, professar a fé, praticar o culto e manifestar as convicções religiosas, tanto individualmente quanto em comunidade.

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Por outro lado, alguns críticos da Agenda 2030 argumentam, entretanto, que a ausência de menção explícita à liberdade religiosa em seus objetivos pode levar a interpretações que negligenciam a importância da fé e da prática religiosa para o desenvolvimento social e a construção de sociedades justas e pacíficas.

A liberdade religiosa é vista como um elemento crucial para a construção de sociedades democráticas, pluralistas e tolerantes, e sua proteção é considerada essencial para a promoção da paz e da justiça social. A igreja de Jesus Cristo enfrentará uma grande batalha e sofrerá, pagando caro por sua ignorância e menosprezo a esta temática de interesse geral.

A inclusão de um 18º ODS sobre liberdade religiosa, portanto, é vista por alguns líderes cristãos como uma forma de garantir que a Agenda 2030 leve em consideração a dimensão religiosa do desenvolvimento sustentável e a importância de proteger a liberdade de crença em todas as suas dimensões.

Por fim, a relação entre a Agenda 2030 e a Igreja de Jesus é complexa e multifacetada. A Igreja apoia os objetivos de desenvolvimento sustentável, mas também levanta questões sobre a importância da liberdade religiosa como um direito humano fundamental e um elemento essencial para a construção de sociedades justas e pacíficas.

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Outro elemento crítico no singular progresso da humanidade é sumarizado em um fato surpreendente na sua inteireza em relação à sua expressão mundial e devoção no tramitar de uma espiritualidade praticamente irrelevante. Nós, como igreja comunidade de poder, não conseguimos, sequer, conquistar todas as nações para Cristo. Nossa luta ficou pela metade do caminho porque faltou estratégia de alcance.

A visão imprudente de uma sucessão de ditadores em países do Oriente Médio e da China, por exemplo, em relação ao cristianismo, foi o principal elemento de retaliação da igreja. Isso bloqueou muito da sua tarefa missionária. O resultado final dessa batalha é um desgaste cada vez mais evolutivo da força missionária da igreja de Jesus. A igreja simplesmente não fez o que Jesus ordenou no que se refere ao seu preparo social, político (no contexto da polis grega) e cultural. Ela se bitolou e se enrijeceu na tradição religiosa de uma maneira que sua comunicação com o mundo ficou limitada e, portanto, prejudicada. Particularizou sua comunicação quando criou doutrinas individuais e/ou denominacionais. Por conta disso, a igreja não consegue dialogar com o mundo, conforme a cosmologia social ensinada por Jesus, o Cristo (Marcos 16.15). Cristo propôs que a igreja tivesse uma dinâmica de relações sociais mais ousada com o mundo, favorável à sua atraência para o plano da salvação.

A expressão “a toda criatura” (ethnogènesis), usada por Jesus, inclui todas as culturas, personalidades e gêneros. As culturas que existem perto, ao redor, longe, as que existem no presente e as que ainda virão a existir. E, ainda, todo tipo de pecador. Evangelizar é conquistar e não combater. A igreja faz o inverso. Ela quer evangelizar combatendo, acusando, provocando e molestando o pecador, e não conquistando-o para Cristo. Portanto, ela mesma dificultou a sua atividade missionária e evangelizacional.

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Há uma manipulação de linguagem na Agenda 2030

Ao longo de todo este processo, a substância, os conteúdos, os próprios conceitos foram mudando. Já não se fala de saúde infantil e saúde materna. Agora fala-se de saúde e bem estar geral. No objetivo 4 fala-se em educação de qualidade. É apelativo. Mas o que se entende por educação de qualidade? No objectivo 5 já não se fala de igualdade entre homem e mulher. Fala-se agora em igualdade de gênero (gênero é um conceito essencialmente ideológico, com uma agenda oculta). Em 1994, na Conferência de População e Desenvolvimento, no Cairo, começou-se a falar de direitos sexuais e de saúde sexual e reprodutiva.

Alguns países opuseram-se, pois eram expressões “novas” que não estavam contempladas no Direito Internacional. Havia, por outro lado, acordos, contratos, cláusulas, tratados já assinados e confrontavam-se, agora, com os países, com uma nova linguagem, ambígua, desconhecida, enviesada. Não queriam, legitimamente,  vincular-se a obrigações perante algo que não estava bem explícito, claro e transparente. Os países estavam, então, muito preocupados com esta nova linguagem, a qual tinha sido “lançada” no início da década de 1990.

É muito comum, neste tipo de organizações como a ONU, a introdução de uma linguagem nova, “mascarada” (termos, expressões, vocábulos) que a pouco e pouco, de maneira mais ou menos forçada, mais ou menos “negociada”, vai acabar por impor uma agenda com certos interesses particulares, mais ou menos explícitos, mais ou menos perceptíveis, mais ou menos lógicos e racionais. E por que é que tudo isto não é uma mera e simples questão de linguagem? Porque, a partir daqui, na Conferência sobre População e Desenvolvimento em 1994, no Cairo, começaram-se a criar uns supostos novos direitos humanos. Aqui começa todo este processo.

Um ano depois, em 1995, na Conferência sobre a Mulher, em Beijing, lança-se a palavra “gênero”. Mais uma vez, ninguém sabia do que se tratava, não havia qualquer definição do conceito, mas, ainda assim, pelas razões referidas anteriormente, foi ficando. Os anos vão passando, a palavra vai sendo forçada, usada, manipulada, até que passa a ser normalizada, passa ser a linguagem acordada, convencionada, assente. Na prática, passa a fazer parte dos documentos internacionais.

Tal coisa não está correcta. É algo totalmente ilegal, pois está-se a violar a soberania e a vontade dos países quando se uniram a esses tratados.

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Todas estas novas ideias, novos conceitos, com origem nas conferências de 1994 e 1995 (Cairo e Beijing), eram muito recentes, não podendo ser propostas e implementadas de imediato e por isso mesmo não foram contempladas na agenda dos 8 objectivos do milênio definidos. Apenas 5 anos depois (em 2000). Era cedo demais. Era preciso ir devagar, a pouco a pouco. Era cedo para se falar de igualdade de gênero. Era cedo para se falar de educação sexual e saúde reprodutiva.

Ou seja, estes 8 objectivos do milênio, definidos inicialmente, foram uma espécie de “ponta de lança”. Eles vieram a constituir a base a partir da qual foi possível, então, evoluir para outro “patamar”. Já não se fala, agora, em igualdade entre homem e mulher. Fala-se em Igualdade de gênero. Já não se fala, agora, de educação em geral. Fala-se de uma educação em que a ideologia de gênero é um tema constante. É desta forma que toda esta agenda vem se desenvolvendo e implementando nos países. Claro que não nos opomos às grandes propostas e objectivos gerais da Agenda 2030, os quais são desejáveis para qualquer ser humano razoável. Mas, por detrás de toda esta linguagem, frequentemente manipulada e forjada, está toda uma agenda política e ideológica (e por isso mesmo tão criticável, como qualquer outra) à qual ninguém pode ser obrigado a submeter-se.

O que é liberdade religiosa na Agenda 2030?

Como nos alerta, numa recente conferência sobre o tema, o especialista em Direito Religioso, Thiago Vieira: “Como se explica a ausência do tema, liberdade religiosa, da Agenda 2030 da ONU? Num mundo onde 70% das pessoas sofrem de perseguição religiosa severa (não simbólica), China, Índia, Rússia, África, Médio Oriente, têm fortes restrições à liberdade religiosa. E, na Agenda da ONU, não existe qualquer preocupação em relação à liberdade religiosa”.

A liberdade de crença é diferente de liberdade religiosa. A liberdade de crença é algo do foro íntimo: eu creio. A pessoa acredita, catequiza-se, batiza-se e está a exercer o seu direito de crença. Outra coisa diferente é a liberdade religiosa. É o direito de colocar em prática, publicamente, aquilo em que se acredita. Dar uma palestra, uma conferência sobre o cristianismo, sobre Jesus Cristo, numa universidade, por exemplo.

O que é que tudo isto tem a ver com a agenda da ONU? “Em nenhum momento do documento”, continua Thiago Vieira, "se ouve a palavra religião". Nas 169 metas se vê a palavra “religião” apenas duas vezes, mas sempre como não podendo constituir um obstáculo à consecução da meta.

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A religião sempre foi considerada um dos núcleos centrais dos Direitos Humanos, como um dado e um pressuposto antropológico fundamental. Por isso mesmo, sempre foi considerada como sendo algo positivo, intrinsecamente bom para a promoção da paz e bem estar dos povos. Lamentavelmente, os documentos da Agenda 2030 de 2015 expressam uma visão redutora, parcial da religião, como sendo algo não conducente à  concórdia e à paz, mas como algo gerador de divisão e conflito. É assim considerada como uma ameaça ao sucesso da Agenda 2030.

Esta visão caricatural da religião está, contudo, em contradição com os próprios objetivos da Agenda 2030, pois, tendo esta como fim último o pleno desenvolvimento do potencial humano, jamais poderá este ser alcançado se houver uma amputação de uma das dimensões mais estruturantes do ser humano, isto é, a sua dimensão religiosa, a sua abertura à transcendência.

Constata-se, cada vez mais, nas políticas públicas e sociais, uma diminuição do tema da liberdade religiosa. A liberdade religiosa tenderá (e os sinais apontam nesse sentido) a estar limitada à liberdade de culto, a qual será progressivamente confinada ao espaço privado. Os líderes evangélicos, lamentavelmente, nada sabem sobre estas coisas.

Lamentavelmente, os países mais ricos, mais influentes, mais poderosos (e mais egoístas) vão instrumentalizando as estruturas, as reuniões, as assembleias que sustentam e alimentam estes organismos internacionais, acabando por ir impulsionando, promovendo e impondo as suas próprias agendas. São objectivos, metas e compromissos que, finalmente, mais os beneficia a si próprios e aos seus interesses particulares, do que propriamente às verdadeiras necessidades das pessoas e das sociedades como um todo.

As religiões, particularmente o catolicismo e a igreja evangélica, ainda vão sendo um contrapoder com peso global significativo, que é assim, preciso, fragilizar, neutralizar, tornar insignificante. A liberdade religiosa é uma temática à escala global, na ordem do dia. É urgente tratá-la como tal. Espero, com este artigo, estar mais uma vez contribuindo com a igreja cristã sobre o que está acontecendo no mundo e o que ainda vai acontecer no decorrer dos próximos cinco anos.

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