COLUNA LEITURA LIVRE
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domingo, 22 de junho de 2025
COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez
INTERNACIONAL | por Battista Soarez
INTERNACIONAL
EUA atacam instalações iranianas mas fontes do país dizem que elas foram esvaziadas
Alvos atingiram Fordow, Natanz e Isfahan; mídia estatal diz que usinas estavam esvaziadas. Ataque marca maior escalada militar entre EUA e Irã desde início do conflito
(De São Luís - MA - Brasil)
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O local da Fordow foi atingido com precisão na noite deste sábado (21) | Foto: Divulgação. |
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O GOVERNO DO IRÃ confirmou na noite deste sábado (21) que três de suas principais instalações nucleares — Fordow, Natanz e Isfahan — foram alvo de ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos. O bombardeio marca a mais grave escalada entre Washington e Teerã desde o início do conflito armado entre Israel e Irã, há duas semanas.
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Fordow: alvo mais estratégico da ofensiva
A instalação nuclear de Fordow, localizada nas profundezas das montanhas ao norte do Irã, é considerada o ponto mais sensível do programa nuclear iraniano. Abriga centrífugas avançadas capazes de enriquecer urânio em níveis próximos ao necessário para armas nucleares. Por estar enterrada sob rochas, acreditava-se que apenas mísseis de penetração profunda (“bunker buster”), como os fabricados pelos EUA, seriam capazes de danificar a estrutura.
Embora o Irã não tenha divulgado a extensão dos danos, a confirmação do ataque sugere violação do que era considerado um limite estratégico de segurança nacional.
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Em comunicado separado, o vice-governador da província de Isfahan informou que também houve “intrusões” nas regiões das instalações de Natanz e Isfahan, no centro do país. Defesas antiaéreas foram ativadas em ambos os locais, mas “várias explosões foram ouvidas”, segundo relatos da agência estatal IRNA.
A usina de Natanz já foi alvo de sabotagens anteriores atribuídas a Israel, e é uma das principais unidades de enriquecimento de urânio do Irã. Isfahan, por sua vez, abriga instalações de conversão de urânio.
A agência semioficial Mehr afirmou que, de acordo com fontes do governo, as instalações haviam sido esvaziadas “há algum tempo”, em antecipação a um possível ataque. A TV estatal IRIB repetiu a versão, alegando que a operação teria impacto operacional limitado.
No entanto, analistas ouvidos pela imprensa internacional alertam que a destruição física de componentes críticos pode atrasar significativamente o programa nuclear iraniano — e aprofundar a disposição de retaliação por parte de Teerã.
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Pouco após a divulgação dos bombardeios pela imprensa iraniana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou em pronunciamento oficial que aeronaves americanas haviam “atingido com sucesso alvos críticos do programa nuclear do Irã”.
Trump classificou o ataque como uma resposta “proporcional e preventiva” às ações de Teerã, e disse que não aceitará um Irã nuclear. “O regime teve todas as chances de recuar. A escolha foi deles. E agora o mundo está mais seguro”, declarou.
As instalações de Fordow, Isfahan e Natanz estão no centro das ambições nucleares do Irã e já foram alvos de ataques israelenses.
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O complexo nuclear, localizado a cerca de 250 quilômetros ao sul da capital Teerã, é considerado a maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã.
Analistas afirmam que ele é usado para desenvolver e montar centrífugas para enriquecimento de urânio, uma tecnologia essencial que transforma urânio em combustível nuclear.
Natanz possui seis edifícios acima do solo e três estruturas subterrâneas, duas das quais com capacidade para 50.000 centrífugas, de acordo com a organização sem fins lucrativos Nuclear Threat Initiative (NTI).
O local foi alvo do ataque inicial de Israel ao Irã, com fotos e análises de satélite mostrando que os ataques destruíram a parte aérea da Usina Piloto de Enriquecimento de Combustível de Natanz.
Trata-se de um local extenso, em operação desde 2003, onde o Irã vinha enriquecendo urânio com até 60% de pureza, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O urânio para armas é enriquecido a 90%.
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Ainda se desconhece muito sobre a dimensão e a natureza desta instalação secreta e fortemente protegida, localizada perto da cidade sagrada de Qom e enterrada nas profundezas de um conjunto de montanhas. Boa parte do que sabemos vem de um acervo de documentos iranianos roubados há anos pela inteligência israelense.
Estima-se que os salões principais estejam a uma profundidade de 80 a 90 metros abaixo do solo, tornando muito difícil destruir a instalação por via aérea.
Os EUA são o único país com o tipo de bomba necessária para atingir esta profundidade, disseram anteriormente responsáveis israelenses e relatórios independentes. No entanto, os analistas alertaram que mesmo estas bombas podem não ser suficientes.
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Relatórios recentes da AIEA sugeriram que o Irã aumentou a produção de urânio enriquecido para um nível de 60% em Fordow. A instalação contém agora 2.700 centrifugadoras, segundo os especialistas e a AIEA.
Isfahan fica na região central do Irã e abriga o maior complexo nuclear do país.
A instalação foi construída com o apoio da China e inaugurada em 1984, segundo o NTI. 3.000 cientistas trabalham em Isfahan, e o local é “suspeito de ser o centro” do programa nuclear iraniano.
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Fonte: InfoMoney 25
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quinta-feira, 19 de junho de 2025
POLÍTICA | por Battista Soarez
POLÍTICA
Iracema Vale ressalta caráter democrático, cultural e social do Arraial da Assembleia
A presidente da Alema destacou ainda o ambiente inclusivo, seguro e familiar proporcionado no Arraial da Assembleia aos visitantes
Agência Assembleia
Foto:
Agência Assembleia
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Deputada Iracema Vale, presidente da Alema |
O PRIMEIRO DIA DO ARRAIAL DA ASSEMBLEIA, nesta quinta-feira (19), deu o tom do que o público pode esperar nos próximos dias do evento, ou seja, muita alegria, diversão e entretenimento até domingo (22). Presente à abertura da festança, a presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB), destacou o caráter democrático, social e cultural da festa que fomenta e valoriza a cultura popular do Maranhão e que já se consolidou no calendário festivo do estado.
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“O nosso arraial foi pensado com muito carinho para o povo do Maranhão. Além da programação cultural, temos também aqui a geração de renda com os carrinhos do programa Mais Renda e, também, todas as barracas são de instituições filantrópicas. Temos ainda um ambiente inclusivo, seguro e familiar. O Arraial da Assembleia é aguardado pela nossa população e por isso mesmo preparamos tudo com muito amor”, disse Iracema Vale.
Madrinha de 18 manifestações culturais, Iracema Vale, em alguns momentos da festa, subiu ao palco para enaltecer a cultura popular do Maranhão, da qual é admiradora e incentivadora.
“A cultura do Maranhão é diversa, é linda, e junho é um mês maravilhoso, no qual a gente se reconhece na cultura. Então, fico muito feliz, como maranhense que nasceu no mês de junho e que ama a nossa cultura, em promover este arraial enaltecendo nossas manifestações e oferecendo um bom espaço para as famílias se divertirem”, frisou a presidente da Alema.
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“Admiro muito a deputada Iracema Vale e ela tem desenvolvido um excelente trabalho na Assembleia. Este arraial é a prova disto”, disse Fernanda Barbosa que foi ao arraial acompanhada do filho, Cássio, de 10 anos.
Autoridades
O primeiro dia de programação do Arraial da Assembleia foi prestigiado por deputados estaduais e outras autoridades que puderam apreciar de perto o ambiente e a cultura popular do Maranhão.
“O Arraial da Assembleia é uma iniciativa muito importante, que valoriza a nossa cultura. Nossa presidente Iracema Vale tem feito uma festa linda para todos os servidores da Casa e para o público em geral. A gente fica muito feliz em poder vivenciar uma das melhores épocas do ano aqui no Maranhão e a Assembleia não pode ficar fora desta festa”, destacou a deputada Ana do Gás.
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A mesma opinião é compartilhada pelo deputado Wellington do Curso. “Graças a nossa presidente Iracema Vale e os demais deputados, este é um arraial que é feito com muito amor para que todas as famílias maranhenses possam vir, prestigiar comidas típicas, brincadeiras. Este arraial é a cara do nosso povo”.
O deputado federal Rubens Júnior enfatizou que o Arraial da Assembleia já faz parte do calendário social e cultural do Maranhão. “O arraial abriu com chuva de bençãos e sei que teremos muita animação nos próximos dias de festa. Aqui é um espaço para quem gosta de apreciar o São João, assim como eu que adoro comidas típicas. Quero parabenizar a organização, a decoração que tornam esse ambiente tão acolhedor. Parabéns à deputada Iracema Vale”, destacou o deputado.
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terça-feira, 17 de junho de 2025
POLÍTICA por Battista Soarez
POLÍTICA
Ações do governo do MA em diversas áreas ganham repercussão em discursos de deputados na Alema
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Selma Figueiredo
Foto:
Divulgação
O parlamentar detalhou que, no município, foram assinadas ordem de serviço para poços artesianos; foi feita a entrega de ambulância e do Santuário de São Francisco. “Uma obra linda, que fica em cima da montanha, de lá a gente tem a vista de toda a cidade de São João dos Patos”, afirmou, ressaltando a presença do prefeito Alexandre Magno e do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.
Reajuste
A deputada Ana do Gás repercutiu o anúncio do reajuste salarial para todos os níveis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão, incluindo aposentados e pensionistas. A medida foi anunciada nesta terça-feira pelo governador Brandão.
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“Essa é uma conquista que representa muito mais do que os números. Representa respeito, reconhecimento e a valorização de homens e mulheres que saem de suas casas para nos proteger, para garantir a segurança de todos nós, maranhenses”, enfatizou Ana do Gás.
A parlamentar também parabenizou o governo pela entrega de 2 mil cartões universitários. “É uma bolsa de R$ 800,00 que ajuda, que é bem-vinda, que é útil para os nossos jovens que têm dificuldade de sair de casa, principalmente, aqui na Região Metropolitana, no interior do Estado, para que possam chegar à universidade. Já se soma mais de 30 mil estudantes sendo beneficiados”, observou.
Deputado da oposição, Welington do Curso (Novo) também repercutiu, além do aumento para PMs e bombeiros, outras ações na área de segurança. “Mesmo sendo oposição, quero fazer um elogio ao governador Carlos Brandão por ter nomeado todos os aprovados na Polícia Militar e todos os aprovados na Polícia Civil. Uma luta antiga do professor e deputado Wellington do Curso, uma luta antiga na gestão anterior, mas que contou com a sensibilidade do governador Carlos Brandão e nomeou todos”, afirmou.
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E Wellington emendou acerca do aumento concedido pelo governador: “Hoje, mais uma vez, parabenizar pelo reajuste que ele anunciou à Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Maranhão”.
Catraca livre
Helena Duailibe comemorou a notícia de que o governador Brandão garantiu que, na quinta-feira (19), feriado de Corpus Christi, o transporte semiurbano na Região Metropolitana de São Luís terá catraca livre, das 5h até a meia-noite.
“Parabéns, governador. Essa iniciativa vai ajudar ainda mais a participação dos mais de 40 mil católicos que nós estamos esperando na solenidade do Corpus Christi”, disse ela.
O deputado Adelmo Soares assinalou ações voltadas ao São João do Maranhão visando o incremento da economia. “Estive ontem no Arraial do Ipem e vi o movimento e a economia do Estado se desenvolvendo a partir das manifestações culturais”, salientou.
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Adelmo aproveitou para ressaltar o cuidado do governador com todos os setores no estado. “É muito bom a gente saber que tem um governador que olha para todas as áreas. Anunciou o aumento, agora, dos policiais, fez um carnaval maravilhoso e está fazendo mais uma vez um São João espetacular no estado do Maranhão”, resumiu.
Neto Evangelista também tratou sobre o São João do Maranhão e ressaltou o aumento do cachê das manifestações após 12 anos de congelamento.
“Agora, depois de 12 anos, de 12 anos, sem reajuste para as atrações locais, ou seja, há 12 anos, o bumba-boi quando ia se apresentar no arraial do Estado, recebia R$ 7.000, durante 12 anos. No Governo de Carlos Brandão, esse recurso aumentou de R$ 7.000 para R$ 9.000, nesse ano de 2025”, disse.
Evangelista também assinalou que as atrações nacionais da festa são financiadas com recursos da iniciativa privada. “Porque é gasto, hoje, no São João, zero com artista nacional”, afirmou o deputado, que é líder do governo na Assembleia.
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POLÍTICA | por Battista Soarez
POLÍTICA
Brandão anuncia reajuste salarial para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros
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Selma Figueiredo
Foto:
Divulgação
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Gov. Carlos Brandão anunciou ajuste salarial aos militares|Foto: Divulgação. |
Segundo o governador, o aumento será implementado em duas etapas: a primeira em julho e a segunda em dezembro de 2025. A proposta com todos os detalhes será encaminhada à Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) até o final deste mês.
Além do reajuste, o governador informou que o Estado também está autorizando promoções requeridas dentro das corporações, reforçando o compromisso com a valorização dos profissionais da segurança pública.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Maurício Martins, afirmou que ao conceder o incremento na remuneração, o governador Carlos Brandão reafirma o compromisso do governo com a segurança pública.
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Ao longo de sua gestão, o governador Carlos Brandão tem executado diversas ações para valorizar as forças de segurança, e já contabiliza a promoção de 3.500 policiais e bombeiros militares de 2022 até o momento.
As promoções foram concedidas por mérito e antiguidade, e integram os investimentos voltados para o aperfeiçoamento das atividades policiais e a garantia de maior segurança à população maranhense.
Além de promoções a oficiais e praças, o governador Carlos Brandão tem investido em uma série de melhorias para a segurança pública. Já foram entregues, por exemplo, aproximadamente 740 viaturas (carros e motocicletas), sendo cerca de 500 delas desde abril de 2023 até agora.
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domingo, 15 de junho de 2025
COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez
COLUNA LEITURA LIVRE
A igreja de Jesus e a Agenda 2030 da ONU
É triste o fato de a igreja ficar distante dos temas globais e ser engolida por eles, principalmente no que se refere à igreja evangélica e sua membresia como um todo.
Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação |
A AGENDA 2030 DA ONU E A IGREJA de Jesus Cristo é um tema que merece um debate cauteloso e analítico. A Igreja, através de seus líderes, tem demonstrado relevância e, por vezes, até apoio à Agenda 2030, reconhecendo sua importância para o enfrentamento de desafios globais como a pobreza, a fome, as mudanças climáticas e a desigualdade social. Todavia, tem algo mais pertinente a uma consideração relevante que merece cautelosa análise do ponto de vista apocalíptico e geopolítico.
O Papa Francisco, por exemplo, em seus discursos na ONU, destacou a importância da "ecologia integral", que engloba o meio ambiente, o crescimento econômico, a justiça social e o bem-estar das pessoas, elementos que se alinham com os objetivos da Agenda 2030.
No entanto, a Igreja também tem levantado questões sobre a Agenda 2030, especialmente em relação à liberdade religiosa e à necessidade de incluir a dimensão religiosa no debate sobre o desenvolvimento sustentável. Mas é triste o fato de a igreja ficar distante desses temas e ser engolida por eles, principalmente no que se refere à igreja evangélica e sua membresia como um todo. Os evangélicos são absurdamente leigos (e, por vezes, até mesmo ignorantes) quanto aos assuntos relacionados aos interesses da sociedade global e o fim dos tempos.
A coisa fica mais ardente quando se trata da liberdade religiosa e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. A liberdade religiosa é um direito humano fundamental que abrange a liberdade de crer, professar a fé, praticar o culto e manifestar as convicções religiosas, tanto individualmente quanto em comunidade.
A liberdade religiosa é vista como um elemento crucial para a construção de sociedades democráticas, pluralistas e tolerantes, e sua proteção é considerada essencial para a promoção da paz e da justiça social. A igreja de Jesus Cristo enfrentará uma grande batalha e sofrerá, pagando caro por sua ignorância e menosprezo a esta temática de interesse geral.
A inclusão de um 18º ODS sobre liberdade religiosa, portanto, é vista por alguns líderes cristãos como uma forma de garantir que a Agenda 2030 leve em consideração a dimensão religiosa do desenvolvimento sustentável e a importância de proteger a liberdade de crença em todas as suas dimensões.
Por fim, a relação entre a Agenda 2030 e a Igreja de Jesus é complexa e multifacetada. A Igreja apoia os objetivos de desenvolvimento sustentável, mas também levanta questões sobre a importância da liberdade religiosa como um direito humano fundamental e um elemento essencial para a construção de sociedades justas e pacíficas.
A visão imprudente de uma sucessão de ditadores em países do Oriente Médio e da China, por exemplo, em relação ao cristianismo, foi o principal elemento de retaliação da igreja. Isso bloqueou muito da sua tarefa missionária. O resultado final dessa batalha é um desgaste cada vez mais evolutivo da força missionária da igreja de Jesus. A igreja simplesmente não fez o que Jesus ordenou no que se refere ao seu preparo social, político (no contexto da polis grega) e cultural. Ela se bitolou e se enrijeceu na tradição religiosa de uma maneira que sua comunicação com o mundo ficou limitada e, portanto, prejudicada. Particularizou sua comunicação quando criou doutrinas individuais e/ou denominacionais. Por conta disso, a igreja não consegue dialogar com o mundo, conforme a cosmologia social ensinada por Jesus, o Cristo (Marcos 16.15). Cristo propôs que a igreja tivesse uma dinâmica de relações sociais mais ousada com o mundo, favorável à sua atraência para o plano da salvação.
A expressão “a toda criatura” (ethnogènesis), usada por Jesus, inclui todas as culturas, personalidades e gêneros. As culturas que existem perto, ao redor, longe, as que existem no presente e as que ainda virão a existir. E, ainda, todo tipo de pecador. Evangelizar é conquistar e não combater. A igreja faz o inverso. Ela quer evangelizar combatendo, acusando, provocando e molestando o pecador, e não conquistando-o para Cristo. Portanto, ela mesma dificultou a sua atividade missionária e evangelizacional.
Ao longo de todo este processo, a substância, os conteúdos, os próprios conceitos foram mudando. Já não se fala de saúde infantil e saúde materna. Agora fala-se de saúde e bem estar geral. No objetivo 4 fala-se em educação de qualidade. É apelativo. Mas o que se entende por educação de qualidade? No objectivo 5 já não se fala de igualdade entre homem e mulher. Fala-se agora em igualdade de gênero (gênero é um conceito essencialmente ideológico, com uma agenda oculta). Em 1994, na Conferência de População e Desenvolvimento, no Cairo, começou-se a falar de direitos sexuais e de saúde sexual e reprodutiva.
Alguns países opuseram-se, pois eram expressões “novas” que não estavam contempladas no Direito Internacional. Havia, por outro lado, acordos, contratos, cláusulas, tratados já assinados e confrontavam-se, agora, com os países, com uma nova linguagem, ambígua, desconhecida, enviesada. Não queriam, legitimamente, vincular-se a obrigações perante algo que não estava bem explícito, claro e transparente. Os países estavam, então, muito preocupados com esta nova linguagem, a qual tinha sido “lançada” no início da década de 1990.
É muito comum, neste tipo de organizações como a ONU, a introdução de uma linguagem nova, “mascarada” (termos, expressões, vocábulos) que a pouco e pouco, de maneira mais ou menos forçada, mais ou menos “negociada”, vai acabar por impor uma agenda com certos interesses particulares, mais ou menos explícitos, mais ou menos perceptíveis, mais ou menos lógicos e racionais. E por que é que tudo isto não é uma mera e simples questão de linguagem? Porque, a partir daqui, na Conferência sobre População e Desenvolvimento em 1994, no Cairo, começaram-se a criar uns supostos novos direitos humanos. Aqui começa todo este processo.
Um ano depois, em 1995, na Conferência sobre a Mulher, em Beijing, lança-se a palavra “gênero”. Mais uma vez, ninguém sabia do que se tratava, não havia qualquer definição do conceito, mas, ainda assim, pelas razões referidas anteriormente, foi ficando. Os anos vão passando, a palavra vai sendo forçada, usada, manipulada, até que passa a ser normalizada, passa ser a linguagem acordada, convencionada, assente. Na prática, passa a fazer parte dos documentos internacionais.
Tal coisa não está correcta. É algo totalmente ilegal, pois está-se a violar a soberania e a vontade dos países quando se uniram a esses tratados.
Ou seja, estes 8 objectivos do milênio, definidos inicialmente, foram uma espécie de “ponta de lança”. Eles vieram a constituir a base a partir da qual foi possível, então, evoluir para outro “patamar”. Já não se fala, agora, em igualdade entre homem e mulher. Fala-se em Igualdade de gênero. Já não se fala, agora, de educação em geral. Fala-se de uma educação em que a ideologia de gênero é um tema constante. É desta forma que toda esta agenda vem se desenvolvendo e implementando nos países. Claro que não nos opomos às grandes propostas e objectivos gerais da Agenda 2030, os quais são desejáveis para qualquer ser humano razoável. Mas, por detrás de toda esta linguagem, frequentemente manipulada e forjada, está toda uma agenda política e ideológica (e por isso mesmo tão criticável, como qualquer outra) à qual ninguém pode ser obrigado a submeter-se.
O que é liberdade religiosa na Agenda 2030?
Como nos alerta, numa recente conferência sobre o tema, o especialista em Direito Religioso, Thiago Vieira: “Como se explica a ausência do tema, liberdade religiosa, da Agenda 2030 da ONU? Num mundo onde 70% das pessoas sofrem de perseguição religiosa severa (não simbólica), China, Índia, Rússia, África, Médio Oriente, têm fortes restrições à liberdade religiosa. E, na Agenda da ONU, não existe qualquer preocupação em relação à liberdade religiosa”.
A liberdade de crença é diferente de liberdade religiosa. A liberdade de crença é algo do foro íntimo: eu creio. A pessoa acredita, catequiza-se, batiza-se e está a exercer o seu direito de crença. Outra coisa diferente é a liberdade religiosa. É o direito de colocar em prática, publicamente, aquilo em que se acredita. Dar uma palestra, uma conferência sobre o cristianismo, sobre Jesus Cristo, numa universidade, por exemplo.
O que é que tudo isto tem a ver com a agenda da ONU? “Em nenhum momento do documento”, continua Thiago Vieira, "se ouve a palavra religião". Nas 169 metas se vê a palavra “religião” apenas duas vezes, mas sempre como não podendo constituir um obstáculo à consecução da meta.
Esta visão caricatural da religião está, contudo, em contradição com os próprios objetivos da Agenda 2030, pois, tendo esta como fim último o pleno desenvolvimento do potencial humano, jamais poderá este ser alcançado se houver uma amputação de uma das dimensões mais estruturantes do ser humano, isto é, a sua dimensão religiosa, a sua abertura à transcendência.
Constata-se, cada vez mais, nas políticas públicas e sociais, uma diminuição do tema da liberdade religiosa. A liberdade religiosa tenderá (e os sinais apontam nesse sentido) a estar limitada à liberdade de culto, a qual será progressivamente confinada ao espaço privado. Os líderes evangélicos, lamentavelmente, nada sabem sobre estas coisas.
Lamentavelmente, os países mais ricos, mais influentes, mais poderosos (e mais egoístas) vão instrumentalizando as estruturas, as reuniões, as assembleias que sustentam e alimentam estes organismos internacionais, acabando por ir impulsionando, promovendo e impondo as suas próprias agendas. São objectivos, metas e compromissos que, finalmente, mais os beneficia a si próprios e aos seus interesses particulares, do que propriamente às verdadeiras necessidades das pessoas e das sociedades como um todo.
As religiões, particularmente o catolicismo e a igreja evangélica, ainda vão sendo um contrapoder com peso global significativo, que é assim, preciso, fragilizar, neutralizar, tornar insignificante. A liberdade religiosa é uma temática à escala global, na ordem do dia. É urgente tratá-la como tal. Espero, com este artigo, estar mais uma vez contribuindo com a igreja cristã sobre o que está acontecendo no mundo e o que ainda vai acontecer no decorrer dos próximos cinco anos.
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