Novo ano. Velhos problemas
Battista Soarez
Novo ano.
Velhos problemas... Hoje, acordei um pouco mais tarde do que o de costume.
Normalmente, acordo às 06:00h da manhã. Pensando em algumas perdas de 2015 e
perspectivas para 2016, levantei às 08:35h já pensando nas tarefas do dia e uma
porção de coisas fervilhava na minha mente. Liguei a televisão. Um vendaval de
notícias ruins que vem sacudindo o país nos últimos tempos tomava conta de
parte da programação jornalística. Imagens lúgubres preenchiam a tela da TV. E,
como jornalista, não posso deixar de assistir ao noticiário. Um novo ano já
começou, mas os fatos são os mesmos velhos de sempre: corrupção, política
carregada de sujeira, sujeira fantasiada de política, violência e
criminalidade. São esses os pratos do dia. De todos os dias. O natal não teve
nada para comemorar. Ano novo também foi melancólico. E o carnaval está vindo
cheio de bandalheira e violência. Como sempre. Por isso não escrevi nada nas
últimas edições do JIB. Preferi ficar observando o tempo passar e as coisas
acontecerem. Sempre à expectativa.
A desordem nas
disputas por poder entre a presidente Dilma e a oposição —envolvendo, também,
Eduardo Cunha, presidente da Câmara do Deputados — desestabilizou a economia e,
por causa disso, 2015 terminou sem alegria para os brasileiros. A valsa do
impeachment da presidente brasileira gerou uma febre de desmotivação no
espírito da nação. O povo está sem ânimo até mesmo para comprar presentes.
Alguns até acham que o Brasil não tem mais jeito.
Mas, apesar das
coisas ruins que permeiam o país inteiro, não devemos deixar de pensar em algo
positivo que possa mudar o país para melhor. Bom seria se isso começasse a
partir de 2016. Mas, pelo visto....!
Sem muita
delonga, talvez possamos concluir que parte do nosso problema seja apenas um
sistema educativo defeituoso e uma cultura mental contaminada pela tradicional
filosofia da corrupção. Uma corrupção que cada vez mais parece se modernizar e
uma modernidade que cada vez mais parece se corromper. E isto, ainda, com todo
apoio do aparato tecnológico que não pára de evoluir.
Pelo que se vê,
a maioria dos políticos brasileiros tem dificuldade em viver com honestidade.
Em tese, essa dificuldade parece ser responsável por todos os problemas
políticos e econômicos do país, inclusive por aqui, no Maranhão. A segurança, a
economia, o turismo, a agricultura e o setor portuário tem como destaque uma
melhora acima de tudo condicionada aos esforços do atual governador Flávio
Dino.
Aliás, o jornal
Financial Times, da Inglaterra,
trouxe como destaque exatamente o esforço político de Dino para recuperar o
Estado e, portanto, uma série de coisas que já não tinham mais credibilidade. O
Estado, por conta da corrupção, estava praticamente falido. A reportagem
enfatiza que a eleição de Flávio Dino foi uma soma de perspectivas motivadas
pelo desejo de mudança e governabilidade focada em resultados positivos. O
Maranhão tinha um dos piores cenários de corrupção e uma das mais cruéis
qualidades de serviços públicos. Como exemplo, colocam-se em evidência os
asfaltos de péssima qualidade esparramados por estradas, ruas e avenidas a
partir da capital e se espalhando por todo o estado. As camadas de asfalto têm
menos de um dedo de espessura, fato que contribui para se ter ruas quebradas, buracos
absurdos e uma soma de prejuízo incalculável para donos de veículos. O IPVA, no
entanto, é cobrado a um preço exorbitante.
A iniciativa do
governador Flávio Dino, segundo o jornal inglês, tem fundamento em diferentes
matizes ideológicas e seu foco de mudança gira em torno de um programa de
combate à pobreza e melhoria econômica crescente. O jornal diz, ainda, que o
governador Flávio Dino desenvolve programas como o “Mais IDH”, que leva água
para 30 cidades menos desenvolvidas do Estado. Também cita o programa “Mais
Asfalto” e, ainda, outras ações e planos planejados desde a sua campanha,
inclusive a entregar de sete hospitais regionais, 300 novas escolas e a
convocação de novos policiais para combater a criminalidade no Estado.
Dino fez uma
economia de R$ 68 milhões nas despesas, economia esta necessária para ajudar a
compensar a recessão. A depreciação da moeda do Brasil, segundo o jornal
inglês, em relação ao dólar, aumentou os pagamentos do estado de sua dívida
externa em 25% em seis meses. Enquanto isso, as transferências do governo
federal, que respondem por metade do orçamento do Maranhão, caíram em cerca de
30 por cento.
Que em 2016 o
Maranhão consiga encontrar o caminho do verdadeiro desenvolvimento esperado por
todos os maranhenses. Que São Luís seja tratada realmente como patrimônio da
humanidade. Mas que as autoridades entendam que, antes de ser patrimônio da
humanidade, a capital maranhense é patrimônio nosso.
Que as
instituições sociais, arroladas no orçamento público, recebam seus repasses para
que possam ajudar o governo quanto a administração das políticas públicas e
sociais. E que, assim, tenhamos uma vida digna, de fato, como resultado de um
censo de cidadania e sentimento de humanidade na cabeça e no coração dos
governantes que, até agora, só têm pensado em si e nos seus patrimônios.
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