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sábado, 2 de outubro de 2021

SÃO LUÍS: SPU SE EMPENHA POR REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Comunidade da Vila 25 de Maio recorre à SPU-MA por regularização fundiária

Centenas de famílias sem teto recebem apoio da União e superintendente, Cel. Monteiro, diz que moradia é direito de todos

 

Por Battista Soarez
(De São Luís – MA)

  

Fotos: Battista Soarez | Representantes da SPU em reunião com comunitários da V. 25 de Maio

A COMUNIDADE da Vila 25 de Maio, invasão localizada no Recanto dos Vinhais, recorreu à Superintendência do Patrimônio da União no Maranhão (SPU-MA) em busca de apoio para obter a legalização da área ocupada por pessoas sem teto. Segundo os moradores, a área foi invadida há pouco mais de dois anos por famílias que não tinham onde morar. “O problema é que, depois que ocupamos esta área, apareceram pessoas se dizendo donas, mas, depois, verificamos que sua documentação não era de procedência legal”, diz o pastor Ednilzo do Nascimento Santos, líder comunitário e pastor de uma igreja evangélica local.

Cel. Monteiro reunido com representantes da Vila 25 de Maio, no Recanto dos Vinhais

Ele conta que todos os ocupantes do terreno — que pertence à União — são cidadãos que realmente necessitam de praticamente tudo, porque vivem em situação de vulnerabilidade social. “Eu, como pastor evangélico, me sensibilizei com a situação das famílias carentes e me dispus a fazer o meu papel como homem de Deus que está a serviço do próximo. E o próximo é o povo, isto é, todos os seres humanos, principalmente aqueles que têm fome e sede de justiça”, destaca pastor Ednilzo.

Segundo explica, ele vinha orando a Deus para que a situação da Vila 25 de Maio fosse resolvida. E, num certo dia, ouvindo uma espécie de voz no seu coração, enquanto pregava no púlpito, teve a convicção de que deveria lutar em favor daquelas famílias carentes. Dias seguintes, conforme enfatiza, Ednilzo leu duas reportagens do blog Leitura Livre falando a respeito do trabalho da SPU-MA, na gestão do superintendente Coronel Monteiro. “Então, resolvi entrar em contato com o autor da matéria, pastor Battista Soarez, que, juntamente com a Dra. Valdirene Chagas, me levou até à presença do superintendente, o qual nos recebeu muito bem. E ali pudemos conversar. Expus a real situação dos moradores da Vila 25 de Maio e o Coronel Monteiro deu a sua palavra no sentido de que iria analisar a questão e que só ia depender de nós. E assim tem sido”, destacou o pastor.

Cel. Monteiro (SPU-MA)
Fagner Gatinho (AV25M)


Logo em seguida, uma equipe enviada pela Superintendência do Patrimônio da União esteve visitando o local e averiguou a situação das famílias envolvidas, constatando que, de fato, se trata de pessoas que vivem na extrema pobreza e que realmente necessitam de um teto para morar. “Realmente são pessoas que precisam e que, a começar pela natureza da situação, vale a pena a gente se empenhar. Afinal de contas, são cidadãos e cidadãs portadores de direitos sociais e cidadania”, asseverou a psicóloga Valdirene Chagas que esteve no local a serviço da SPU-MA.

Pr. Ednilzo Santos e Valdirene Chagas

De acordo com Fagner Gatinho, presidente da Associação de Moradores da Vila 25 de Maio, alguns ocupantes já estavam desmotivados pelo fato de vez e outras aparecerem pessoas, enviadas por construtoras, dizendo-se donas do terreno. “Mas a gente correu atrás e verificamos que se tratava de pessoas que têm, por hábito, saírem percorrendo a Ilha de São Luís procurando áreas desocupadas para se apossarem como proprietárias, forjando documentos, e depois vendem para construtoras”, diz ele. Gatinho informa que essas pessoas não precisam invadir terrenos da União porque são indivíduos que têm moradia e dinheiro. “Usam dessa prática apenas para ganhar mais dinheiro”, denuncia.

Recentemente, representantes da comunidade da Vila 25 de Maio estiveram na SPU-MA, no Canto da Fabril, reunidos com o Coronel Monteiro. Após ouvi-los, Monteiro disse que o interesse do governo federal, na gestão Bolsonaro, é resolver cada situação de regularização de terras para que os cidadãos tenham seus tetos com dignidade no exercício de sua cidadania. “A terra é do povo. E o dever do governo é apenas regularizar aquilo que é do povo, em nome do povo. Afinal, Deus criou a terra para o homem dominá-la. Logo, a terra é de todos, e não de uma só pessoa ou de uma empresa”, asseverou Coronel Monteiro, acrescentando que lutar pelo direito do povo é uma questão de justiça. “As Escrituras dizem que quando o justo governa o povo se alegra”, conclui o superintendente citando a Bíblia.

Aos 73 anos de idade, Monteiro tem mostrado ser um homem sensível às causas sociais, aos direitos do cidadão e ao desenvolvimento do Maranhão porque, segundo ele, somente investindo no desenvolvimento social e econômico é possível tirar o estado da situação de pobreza em que ele se encontra atualmente. 

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