A definição mais coerente sobre caráter é a força do valor moral. A. W. Tozer falou sobre isso quando disse que o caráter é “a excelência dos seres morais”. Assim como a excelência do ouro é sua pureza e a excelência da arte é sua beleza, a excelência do ser homano é seu caráter.
Mas, infelizmente, temos deparado com pessoas cristãs que dão mau exemplo de caráter. Recentemente, um irmão da igreja pediu que queria comprar meu novo livro. Fiquei agradecido e, no dia seguinte, pela manhã, fui à casa dele levando um exemplar da obra. Logo que bati na porta, fui informado de que ele estava no banho e foi-me pedido que entrasse e tomasse assento. Em poucos minutos, o homem saiu do banheiro enrolado numa toalha.
— Cadê o meu livro? — perguntou ele.
— Aqui está — disse eu, estendendo as mãos e entregando-lhe o livro.
— Posso pagar mais tarde, pastor? Vou me enxugar e aí lhe pago. Coloque aqui a chave do seu PIX.
No meu coração algo falou que tinha alguma coisa errada naquele homem. Mas anotei os dados do PIX e lhe entreguei. O tempo passou e ele nunca pagou o livro.
Mais tarde, várias pessoas me disseram que aquele homem crente era mentiroso e que a fama dele na cidade era grande por não pagar suas dívidas e viver fazendo trapaças com as pessoas. Mas esse homem é casado, frequenta a igreja regularmente e vive falando da Bíblia como se fosse o crente mais correto do mundo. Mas, na verdade, é um grande mau caráter. E por aí vai.
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Ao longo do tempo que tenho na igreja, aprendi que pessoas de caráter são conhecidas por sua honestidade, conduta, ética e fidelidade.
A falta de caráter, no entanto, é uma deficiência moral, e as pessoas sem caráter tendem a se comportarem de forma desonesta, antiética e sem respeito para com o seu próximo.
Na igreja, qualquer que seja a denominaçào, a gente observa que o caráter de uma pessoa é a soma de sua disposição, pensamentos, intenções, desejos e ações. O caráter, então, é medido por tendências gerais, não com base em algumas ações isoladas. E aí a gente deve olhar para toda a vida.
O que você imagina, por exemplo, quando vê o rei Davi como um homem de bom caráter (1 Samuel 13.14), embora ele tivesse um currículo de pecado assustador? E, por outro lado, embora o rei Acabe possa ter agido nobremente uma vez (1 Reis 22.35), ele ainda era um homem de mau caráter ? (1 Reis 16.33). Qual a preferência de Deus? Por que de uma situação? E por que de outra?
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A questão é que o pecador Davi tinha o coração humilde e quebrantado perante o Senhor. Já Acabe era arrogante, frio e fazia pouco caso de Deus. O Senhor sonda o nosso coração e avalia nossas fraquezas e, ao mesmo tempo, nossa capacidade de arrependimento e quebrantamento de coração perante Ele. É isso que vale. Foi isso que colocou Davi no coração de Deus. No entanto, homens como Acabe, Saul e outros da mesma estirpe eram soberbos, duros de coração e perderam a graça de Deus.
Várias pessoas na Bíblia são descritas como tendo um caráter nobre. Veja o caso de Rute (Rute 3.11), Hanani (Neemias 7.2), Davi (Salmo 78.72) e Jó (Jó 2.3). As vidas dessas pessoas se distinguiram pela persistente virtude moral e coração quebrantado.
O caráter é influenciado e desenvolvido por nossas escolhas e motivações interiores. Daniel, por exemplo, “resolveu não se contaminar” na Babilônia (Daniel 1.8), e essa escolha piedosa foi um passo importante na formulação de uma integridade inatacável na vida do jovem.
A JOCUM (Jovens Com Uma Missão) não trabalha santidade. Em vez disso, ela trabalha caráter. Porque quem tem caráter é santo. Ao passo que muita gente piedosa não tem caráter. O caráter influencia nossas escolhas e nossa comportamentalidade. “A integridade dos retos os guia” (Provérbios 11.3a). O caráter nos ajudará a enfrentar as tempestades da vida e nos manterá longe do pecado (Provérbios 10.9a). Quem tem bom caráter foge do pecado. Quem não tem bom caráter se atola no pecado.
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O Senhor nosso Deus, na sua majestade e grandeza, tem o propósito de desenvolver o caráter cristão dentro de nós. Na sua palavra Ele diz: “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o Senhor” (Provérbios 17.3). O caráter do cristão é o resultado da obra de santificação do Espírito Santo.
O caráter no crente é uma manifestação consistente de Jesus em sua vida. É a pureza de coração que Deus dá e que se torna pureza em ação. Deus, às vezes, usa provações para fortalecer o caráter, reconstruir aquilo que, por vezes, está fora do plumo por Ele estabelecido. “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3-4). O Senhor Deus se agrada quando seus filhos crescem em caráter. Viver no centro da sua vontade e dos seus conselhos é o que importa para nEle crescermos. “Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas”, diz a Bíblia em 1 Crônicas 29.17 e também nos Salmos 15.1-2.
Paulo mostra que podemos desenvolver o nosso caráter quando controlamos nossos pensamentos (Filipenses 4.8). Quando praticamos as virtudes cristãs (2 Pedro 1.5-6). Quando guardamos nossos corações (Provérbios 4.23; Mateus 15.18-20). E quando mantemos boa companhia ( 1 Coríntios 15.33).
Podemos concluir que homens e mulheres de caráter sempre são bons exemplos para os outros seguirem, e sua reputação piedosa será espelho para todos (Tito 2.7-8). Se você diz que é cristão e segue a vida por aí sendo um mau caráter, você ainda não encontrou Cristo de verdade e, portanto, vive apenas num engodo religioso e vazio de Deus.
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