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terça-feira, 27 de agosto de 2024

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

 COLUNA LEITURA LIVRE
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Por Battista Soarez
(Jornalista e escritor)

Nossa São Luís de ninguém
A capital maranhense, trilhada por todos e cuidada por ninguém, clama por revitalidade e investimento

Centro Histórico de São Luís sem cuidado | Foto: Divulgação
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ANDANDO PELO CENTRO HISTÓRICO de São Luís, capital do Maranhão, de repente vejo-me observando ruas e casarões que fazem parte do patrimônio histórico tombado pela Unesco em 1997, por aportar o testemunho de uma tradição cultural rica e diversificada, além de constituir um excepcional exemplo de cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e conjunto arquitetônico representativo. Imagens passam pela minha cabeça e meu coração, triste, lamenta a falta de cuidado por parte dos seus habitantes que aqui se abrigam, trabalham e dela tiram o sustento para sua sobrevivência.

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Quem passa por São Luís, logo percebe que o Centro Histórico não está nas condições dignas ideais, como deveria, dado o seu valor histórico e cultural de primeira grandeza. Descuidado e abandonado, o Centro Histórico é emblemático por seu charme composto por becos e vielas. Eu o considero inspiracionístico para artistas, escritores e poetas.

A gente vai até a Central de Informação Turística, localizada na Praça Dom Pedro II, no térreo do antigo Palácio do Comércio, e pode conhecer algumas explicações pouco detalhadas, ante a sua robusta riqueza histórico-cultural. O pessoal que fica ali, servindo de guia, embora bastante receptivo, pode explicar um pouco da história de São Luís, mas não com tanto domínio de conhecimento. Deveria haver mais leitura e capacitação desse pessoal para tão grande importância do cargo que ocupa. Mas isso ajuda um pouco nas pesquisas.

No Centro de Informação Turística (CIT), a gente pode se deparar com personagens do folclore maranhense como, por exemplo, o Bumba-meu-boi (da festa de São João) e o Fofão (personagem do Carnaval). No Centro Histórico de São Luís também a gente pode conhecer, em frente à Praça Dom Pedro II, a Catedral da Sé , onde o padre Antônio Vieira pregou, aos fiéis, em 13 de junho de 1654, o seu famoso Sermão aos peixes. Podemos conhecer, ainda, o Museu de Arte Sacra. Essas duas peças formam o conjunto religioso mais imponente e importante do Centro.

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O próprio Palácio dos Leões, com seus mobiliários franceses e portugueses dos séculos XVIII e XIX, faz parte dessa riqueza cultural. Ali, no século XVII, funcionava um forte construído pelos franceses. Com a tomada da cidade pelos portugueses, o forte deixou de existir e, em seu lugar, foi construído o palácio, feito de pau-a-pique. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, após várias reformas, foi transformado no palácio que hoje vemos, com seus jardins projetados por Burle Max.

O famoso Beco da Catarina Mina que, segundo conta a lenda cultural, era uma escrava muito bonita, que se casou duas vezes, sendo a primeira delas com um senhor muito rico, que morreu deixando toda sua fortuna com a qual Catarina comprou sua alforria, alguns bens e a alforria de seus melhores amigos. O beco é uma escadaria e tem o nome em sua homenagem.

Bem próximo ao Beco está a Rua Portugal, onde fica o maior conjunto de sobradões de fachadas revestidas com azulejos portugueses de São Luís. É naquela rua que está o Museu de Artes Visuais e onde funcionam diversas lojas com produtos regionais.

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Do outro lado da Rua Portugal está a antiga Casa das Tulhas, onde hoje funciona o Mercado das Tulhas. No local, a gente encontra artesanatos regionais, lembrancinhas e a famosa Tiquira (cachaça de mandioca). O Largo do Comércio é outra riqueza importante. As ruazinhas do Centro são cheias de detalhes, onde há construções abandonadas e outras curiosidades.

A casa de Aluísio Azevedo destruída? Que lástima!

O interior da casa onde o escritor Aluísio Azevedo morou, em São Luís, já foi destruído e está praticamente pronto para virar um estacionamento. O maranhense Aluísio Azevedo é considerado um dos maiores escritores brasileiros, autor de clássicos da literatura como 'O Mulato' e 'O Cortiço'. É o único escritor maranhense distribuído, ainda hoje, em mais de 180 países.

Casa de Aluísio Azevedo, em São Luís, onde o escritor escreveu a obra "O curtiço" | Foto: Divulgação

A casa, localizada na Rua do Sol, na esquina com a Rua da Mangueira, no Centro Histórico de São Luís, fica em meio ao conjunto histórico e arquitetônico intitulado como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, tombado pela Unesco. O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) relembra isso para chamar a atenção das autoridades no que diz respeito à importância de cuidar do prédio como algo de grande significado para a cultura maranhense.

Existe um inquérito policial que investiga a demolição do local que já foi concluído, e uma cópia do documento foi encaminhada, em 2014, para consulta ao Ministério Público do Maranhão, segundo a Delegacia de Meio Ambiente.

De acordo com a delegacia, na época, para ser finalizado, o inquérito aguardava um laudo do Instituto de Criminalística (Icrim) sobre a deterioração do imóvel. A Superintendência do Patrimônio Cultural (SPC), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (SECMA), confirmou que o interior da casa está parcialmente destruído.

Atualmente, a proprietária foi multada em R$ 10 mil resis ao dia e a dívida já acumula mais de R$ 500 mil reais. A justiça do Maranhão propõe que a proprietária entregue o prédio para o estado, como punição pela destruição do interior da casa do famoso escritor. E que o estado deve fazer do local um centro cultural na área da literatura ou alguma coisa nesse sentido. 

A Superintendência afirmou que a aprovação do projeto para o imóvel era referente a um estabelecimento comercial e seriam feitos reparos como pintura, forro, piso e esquadrias.

De acordo com o MP, a proprietária do imóvel foi indiciada criminalmente por demolição do patrimônio público, mas, até agora, pelo que se sabe, nada foi feito por parte dela.

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Em 2014, a SPC informou que a obra foi embargada pela equipe de fiscais da Superintendência, “pois constatamos divergências com o projeto aprovado, ou seja, a destruição parcial da parte interna da edificação. Diante disso, chamamos o proprietário que assinou um Termo de Compromisso com o objetivo de corrigir os erros, porém isto não foi feito. Logo, administrativamente, o Governo do Estado tomou todas as providências possíveis”, disse o órgão na época, explicando que foi encaminhado um processo para ser apurado o crime contra o patrimônio através da Delegacia Especial de Meio Ambiente. O delegado instaurou inquérito policial. A SPC também informou que o processo foi encaminhado para o Ministério Público Estadual, recebido, na época, pelo promotor Dr. Fernando Barreto. Ficou acertado que, após a conclusão do inquérito, seria feita uma ação cautelar para impedir o uso da casa como estacionamento privativo.

No final da década de 1990 e início do ano 2000, eu mesmo reclamei, junto aos órgãos competentes, sobre a situação da casa do escritor maranhense. Mobilizei alguns colegas da imprensa e várias reportagens foram feitas. Naquela época, a casa tinha sido comprada por um camelô que, depois, vendeu para uma senhora que iniciou uma casa de prostituição. Isso, ao que parece, não foi divulgado, mas eu mesmo, após visitar o local e constatar o fato, escrevi um artigo sobre o caso.

Depois foi feita uma denúncia de que a casa onde Aluísio Azevedo morou, em São Luís, poderia virar um estacionamento privativo. Isso foi no dia 11 de março de 2014, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, na página da instituição no Facebook. A postagem dizia o seguinte: "Veja o estado de deterioração em que se encontra a casa onde residiu o escritor Aluísio Azevedo, fundador do naturalismo no Brasil e autor de várias obras clássicas da nossa literatura. Nesse mirante ele escreveu 'O Mulato'. A casa está localizada à Rua do Sol, Centro, São Luís - Maranhão. Segundo informações colhidas no local, está sendo preparada para funcionar como um estacionamento de carros".

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Esse texto foi mais ou menos o mesmo teor que eu escrevi, na época, na página do Facebook do IHGM.

Hoje, 27 de agosto de 2024, eu postei uma mensagem no grupo do WhatsApp da Academia Atheniense de Letras e Artes (ATHEART) sobre o problema e alguns confrades concordam comigo de que devemos unir artistas, escritores, poetas e demais ativistas da cultura maranhense para mobilizar a imprensa, os poderes públicos (justiça, governo do estado, prefeitura municipal) e a Academia Maranhense de Letras (AML) para revermos a situação, resgatar a casa e fazer, ali, uma casa de cultura, de pesquisa sobre a cultura, a arte e a literatura do Maranhão. As pessoas, inclusive estudantes, lamentavelmente, pouco conhecem sobre os escritores, a literatura e demais ramos da arte produzida no nosso estado. E essa iniciativa supriria essa necessidade. Espero, mais uma vez, estar contribuindo com a cultura maranhense.


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domingo, 25 de agosto de 2024

SAÚDE | por Battista Soarez

SAÚDE
Maranhão segue sem registro de Mpox, tipo mais perigoso da nova doença
Com apenas um caso confirmado em 2024,  a 'varíola dos macacos', que se tornou emergência sanitária global, é monitorada no Maranhão.

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Por Battista Soarez
(De São Luís - MA)

Autoridades da saúde dizem que população maranhense não deve se preocupar com varíola dos macacos | Foto: Divulgação 

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O MARANHÃO ESTÁ FORA do risco de propagação do vírus MPXV, que causa a doença conhecida como "varíola dos macacos". A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão. A doença é considerada controlada, com apenas 1 caso registrado em todo o ano de 2024 no estado.

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A preocupação em relação ao vírus surgiu devido ao mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), na última semana. O alerta, no entanto, faz menção a uma nova variante da doença que não possui casos confirmados no Brasil.

Atualmente, segundo a OMS, existem dois grandes tipos do MPXV. Um é o clado 1, e o outro é o clado 2. De forma geral, o clado 1 é considerado mais grave e mortal que o clado 2 nas populações afetadas.

Mas no Brasil, até o momento, nenhum caso do Clado 1b (o subclado que originou esse novo surto) foi identificado. Há apenas casos na África central e oriental, que estão sendo acompanhados para não se espalharem.

O alerta, portanto, é para facilitar a coordenação internacional para lidar com a Mpox e, consequentemente, evitar o aumento do número de casos.

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No Maranhão, o primeiro registro de varíola dos macacos aconteceu no dia 10 de agosto de 2022, em São Luís, e desde então as autoridades monitoram o avanço da doença.

Naquele ano, o estado chegou a ter mais de 20 casos confirmados, em municípios como São José de Ribamar, Santa Inês, Paço do Lumiar, Timon, Imperatriz e Pindaré Mirim.

Dentre os casos, um terminou em morte no dia 22 de novembro. O caso aconteceu com um paciente de 37 anos com comorbidades. Apesar disso, a doença seguia com baixíssima letalidade e transmissão, que foi caindo gradativamente no decorrer do tempo.

Atualmente, em todo o ano de 2024, além do único caso confirmado, e sem mortes, há apenas outros 25 casos suspeitos notificados em São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Timon.

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

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"Depois do período de incubação (tempo entre a infecção e o início dos sintomas), o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração", explica Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

Na Grande Ilha, as pessoas que apresentarem sintomas semelhantes à varíola dos macacos devem procurar as Unidades Básicas de Saúde, de gestão municipal, o Hospital Carlos Macieira e o Hospital da Ilha. No interior do estado, além das UPAs, a população pode buscar atendimento nos seis hospitais macrorregionais.

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Fonte: g1.com 

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terça-feira, 20 de agosto de 2024

POLÍTICA | Iracema Vale celebra o fortalecimento das relações entre Maranhão e Jamaica

P O L Í T I C A
Iracema Vale celebra fortalecimento das relações entre Maranhão e Jamaica
No Museu do Reggae, em São Luís, a presidente da Assembleia participou da solenidade de assinatura do Memorando de Entendimento entre os Ministérios do Turismo do Brasil e da Jamaica
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Por Battista Soarez | Agência Assembleia

Iracema Vale, o governador Carlos Brandão e os ministros do Turismo do Brasil e da Jamaica | Foto: Agência Assembleia
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A PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA do Estado do Maranhão (ALEMA), deputada Iracema Vale (PSB), participou, ao lado do governador Carlos Brandão (PSB) e dos ministros do Turismo do Brasil, Celso Sabino, e da Jamaica, Edmund Bartlett, do ato de assinatura do Memorando de Entendimento entre o Ministério do Turismo do Brasil e o Ministério do Turismo da Jamaica. A solenidade ocorreu nesta segunda-feira (19), no Museu do Reggae, em São Luís.

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O objetivo da ação é fomentar e fortalecer os laços entre os dois países, via São Luís e o Maranhão, por meio do turismo e da cultura, principalmente. As duas cidades, além de reunir atrativos naturais reconhecidos mundialmente, compartilham raízes musicais semelhantes: ambas são consideradas capitais do reggae. A Jamaica, a mundial; e São Luís, a brasileira.

"Este é um momento muito importante para o Brasil, pois celebra a parceria entre o Maranhão e a Jamaica. O governador Carlos Brandão, ao lado dos ministros dos dois países, vai fortalecer esse intercâmbio cultural, especialmente em São Luís, que é a capital brasileira do reggae. No Maranhão temos ainda as belezas naturais que também são atrativos para turistas estrangeiros e esperamos receber muita gente da Jamaica", destacou Iracema Vale. 

Também participaram da solenidade os deputados estaduais Antônio Pereira (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Júnior Cascaria (Podemos).

Documento 

Integram o Memorando de Entendimento entre os Ministérios do Turismo do Brasil e da Jamaica ações como instituir cursos de idiomas no âmbito da cultura reggae; desenvolver roteiro turístico-cultural do reggae no Maranhão; promover intercâmbio cultural entre o Maranhão e a Jamaica; implementar cursos de pós-graduação em história da cultura afro-brasileira; fomentar produções artísticas do reggae no Maranhão; e qualificar a cadeia produtiva do reggae.

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"Hoje é uma data muito especial para todos nós. Eu entendo que o reggae estava precisando dessa homenagem, porque nosso povo abraçou essa cultura, essa tradição. A presença do ministro jamaicano aqui é o primeiro passo para a gente fortalecer esta relação de forma oficial, por meio do turismo e da cultura", salientou o governador Carlos Brandão. 

Parceria

O ministro do Turismo da Jamaica, Edmund Bartlett, expressou sua felicidade com a aproximação entre o Brasil e seu país. “Hoje, a Jamaica e o Brasil firmam uma nova parceria, fortalecendo o relacionamento, com uma referência específica da cidade de São Luís e também do estado do Maranhão. A visita a este Museu do Reggae, em São Luís, é uma declaração de amor feita pelo poder da música", ressaltou o .inistro jamaicano.

São Luís foi a única cidade no Brasil a ser visitada por Edmund Bartlett durante sua estadia no país. Segundo o ministro do Turismo brasileiro, Celso Sabino, a escolha da capital maranhense se deu "em virtude da similaridade que existe entre a cultura maranhense, as músicas, o povo do Maranhão e o povo da Jamaica, a cultura jamaicana", frisou Sabino.

Além da assinatura do memorando, o governo do Maranhão e os ministros do Brasil e da Jamaica prosseguirão, nos próximos dias, com as tratativas em prol do fortalecimento das relações entre os dois países.

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sábado, 17 de agosto de 2024

ENTERRO DE SILVIO SANTOS | por Battista Soarez

LUTO
Enterro de Silvio Santos seguiu tradição judaica
O corpo do empresário foi enterado, neste domingo (18/8), no Cemitério Israelita, em Butantã e a cerimônia foi restrita conforme desejo do próprio apresentador.
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Por Battista Soarez
(De São Luís - MA)

Silvio Santos foi enterrado no Cemitério Israelita, em Butantã | Foto: Divulgação 

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A HISTÓRIA DA TELEVISÃO BRASILEIRA seguirá em luto por muito tempo. Sílvio Santos faleceu na madrugada deste sábado (17/8), depois de ter sido internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O corpo do apresentador e fundador do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) foi enterrado no Cemitério Israelita, Butantã, SP, e a cerimônia foi restrita para familiares. Em nota, a família explicou que a escolha foi decisão do próprio empresário. Sílvio era judeu e, por isso, a cerimônia seguiu a tradição judaica, sem velório.

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Queremos dizer para vocês que, por muitas vezes, ao longo da vida, à medida em que nosso pai ia ficando mais velho, ele ia expressando um desejo dele com relação à sua partida. Ele pediu para que, assim que ele partisse, que levássemos direto para o cemitério e fizéssemos uma cerimônia judaica. Ele pediu para que não explorássemos a sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com a alegria com que ele viveu diz a nota.

Afastado da televisão há quase dois anos (desde de setembro de 2022), o empresário estava internado desde 1º de agosto no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Silvio havia sido internado também em 16 de julho com H1N1. Recebeu alta em 21 de julho. O SBT confirmou a morte de Silvio pelas redes sociais. O perfil da emissora no X disse que “a família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria”. O apresentador deixa 6 filhas e a mulher, Íris Abravanel.

Por ser judeu, o corpo de Silvio Santos não pode ser cremado. O enterro foi realizado neste domingo (18). De acordo com a tradição da religião judaica, o corpo teria de ser enterrado até 24 horas, depois da morte, para que pudesse descansar. O funeral do apresentador seguiu os ritos da religião. Na tradição, depois de confirmada a morte, o 1º passo é contatar o Chevra Kadisha, grupo de voluntários que realiza os procedimentos funerários. Esses voluntários são responsáveis por ajudar na preparação do corpo (Taharat). O momento serve para purificar a alma da pessoa. É feito um banho com água pura enquanto preces são recitadas para pedir perdão por possíveis pecados cometidos em vida.

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O corpo de Silvio foi enterrado com roupas brancas. A vestimenta é chamada de Tachrichim. As vestes representam a neutralidade com que a alma irá se encontrar com Deus.

O caixão também foi simples. A ideia é que todos são iguais perante Deus. A tradição da religião judaica não permite ornamentos. Teve apenas uma Estrela de Davi e as iniciais do nome do apresentador, conforme a tradição do judaísmo.

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