Depoimento vazado na
internet
deixa
dúvidas e expectativas
Depoimento de Jhonatan deixa dúvidas e expectativas |
O fato
de ter vazado o depoimento do assassino confesso do jornalista e blogueiro
Décio Sá deixa muitas dúvidas. Entre elas, algumas das mais importantes são: quem
permitiu que um documento tão sigiloso pudesse ser divulgado via internet?;
quem, dentre os delegados que investigam o caso, estaria realmente interessado no
vazamento das informações contidas no depoimento?; o que motivou alguém da
equipe que trabalha no caso a permitir o tal vazamento?; a quem se quer
atingir?; a quem se quer livrar a pele?; por que menções duvidosas, como a do
nome “Cutrim”, aparecem sem maiores detalhes?; por que a polícia não perguntou
ao assassino confesso Jhonatan de Sousa Silva, 24 anos, quem é esse
Cutrim? Já que os outros nomes mencionados foram averiguados e esclarecidos de
quem se trata, conforme se pode conferir neste trecho de uma matéria do Jornal
Pequeno:
“Ao ser questionado
acerca de quem seriam os mandantes [do assassinato de Décio Sá], o interrogado
cita os nomes de Júnior Bolinha, Capitão, Gláucio, Buchecha e o Cutrim”.
Mais adiante, são
qualificados “Júnior Bolinha” (José Raimundo Sales Chaves Júnior), “Capitão”
(Fábio Aurélio Saraiva Silva, capitão da PM, subcomandante (afastado) do
Batalhão de Choque, amigo de infância de “Júnior Bolinha”); Gláucio (Gláucio
Alencar Pontes Carvalho, preso com o pai, José de Alencar Miranda de Carvalho)
e “Buchecha” (Fábio Aurélio do Lago e Silva, “cobrador” de “Júnior Bolinha”).
Nada é comentado sobre “Cutrim”. Apenas é relatado: “No que tange às outras
pessoas citadas pelo interrogado, temos a esclarecer que não possuímos, ainda,
elementos que corroborem a efetiva participação no crime”.
As
dúvidas não param por aí. Tudo indica que Jhonatan de Sousa
Silva, o assassino, ainda tem muito o que falar. O problema é se ele está sendo
orientado (leia-se pressionado) para falar apenas algumas “verdades” ― verdades “militares”, “jurídicas” e “políticas”. É
que esse crime é de alta complexidade, considerando-se o fato de que Décio Sá
era um jornalista que vinha denunciando nomes importantes da alta sociedade. E,
segundo informações colhidas nos bastidores da imprensa, ele ainda tinha muitos
fatos para publicar, em que havia envolvidos perigosos.
O fato
é que esse crime ― como disse o deputado Bira do Pindaré ― ainda está longe de toda a verdade. O que o
judiciário precisa ter cuidado é com as injustiças. Pode ser que um “fulano”
que não gosta de “cicrano” se aproveite da de algumas incógnitas da situação
para atingir quem não tem nada a ver com o fato.
É
necessário que se esclareça, por exemplo, quem é o tal “Cutrim” mencionado no
depoimento do assassino do jornalista Décio. A família Cutrim no Maranhão e no
Brasil é muito grande. E esse sobrenome está presente na política, no
judiciário, no empresariado, nas famílias de bem e na criminalidade. Por isso a
polícia precisa concluir seu trabalhado de investigação. A imprensa está de
olho nos fatos: nos verdadeiros e nos falsos.
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