COLUNA LEITURA LIVRE
Casamento é coisa séria
E nisso há um fundo espiritual. Para dar certo, tem que haver senso de vergonha, temor a Deus e renúncia
NOS TEMPOS ATUAIS, as pessoas estão brincando de “casa-separa, separa-casa”. E a estatística fica cada vez mais triste e vergonhosa quando a gente volta o olhar para o ambiente cristão e, principalmente, para a ala evangélica. Vergonhosamente, há mais separação e divórcio na igreja evangélica do que fora dela. Isso é algo muito triste, e a gente não sabe nem como discutir essa questão com critério de avaliação e certeza. Há muitos questionamentos. Muitas dúvidas. Muitas incertezas. Muitas perguntas para as quais, quase sempre, ficamos sem resposta. Eu, raramente, falo sobre este assunto. Mas quando falo, deixo bem clara, particularmente, a minha posição totalmente contrária a separação e divórcio. Eu nunca pedi separação e divórcio, e jamais pediria. Tenho ojeriza a essa palavra e a qualquer tipo de pensamento que prega a destruição da família.
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De início, na condição de psicoterapeuta e pastor, vou logo acrescentando que a estabilidade conjugal não depende só de uma das partes. Os dois lados (homem e mulher) têm que ter, acima de tudo, o mesmo senso de vergonha na cara e temor a Deus. Quando um dos lados, vulneravelmente, põe na sua cabeça que quer separar, a outra parte, sozinha, não pode fazer nada, a não ser orar muito a Deus e pedir sabedoria a Ele para saber lidar com o problema. Muitas vezes, sem sucesso.
O casamento é uma instituição divina. Por isso o diabo tem grave interesse em destruí-lo, principalmente quando se trata de alguém que tem o chamado divino para a obra de Deus. Muitos pastores, do nada, são surpreendidos pelas esposas com pedido de divórcio. Outros são setados pelo diabo a pedir separação e divórcio. O certo é que você nunca deve bater no peito dizendo “eu tenho um casamento estabilizado”. Quando você fala isso, o diabo, no mundo espiritual, passa a trabalhar sutilmente até criar uma brecha para atacá-lo e envergonhá-lo. É preferível você guardar seu casamento em silêncio, não se expor e buscar a Deus em oração para fechar todas as brechas.
Muitos crentes estão enfronhados num casamento infeliz simplesmente porque uma das partes, ou ambas, não quer abrir mão do orgulho pessoal ou porque, de alguma forma, foi quebrado o princípio bíblico da palavra. “Até que a morte os separe” é um princípio que não pode ser quebrado. E quando é quebrado, gera consequências. No livro de Marcos (10.11-12), Jesus disse: “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério”. Embora “repudiar”, no grego original, não é a mesma coisa que “divórcio”, a questão é que qualquer coisa que destrói a família é nojenta. É satânica.
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Com base na Bíblia, vemos que as pessoas não têm o direito de dissolver um casamento, mesmo estando ele infeliz, porque é instituição divina. A menos que esteja havendo risco de morte. A vontade do Senhor é que as pessoas ponham juízo na cabeça, vergonha na cara e temor a Deus no coração para consertar tudo e manter um rigoroso processo de reconstrução da felicidade. Tem jeito sim, se ambos buscarem em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. O casamento está no centro da justiça de Deus. E pronto. Por isso deve ser mantido por toda a vida, "até que a morte os separe".
O texto de Efésios 5 apresenta o casamento como uma imagem do relacionamento que Deus tem conosco. Essa é uma razão pela qual Deus tem tanto interesse em manter os casamentos intactos. Casamentos fracassados e lares desfeitos são devastadores para o marido e para a esposa, sem mencionar quando há crianças envolvidas. A ruína financeira é apenas uma das consequências infelizes do divórcio. A unidade familiar é o alicerce básico de qualquer sociedade e o divórcio desenfreado tem um impacto trágico em toda a cultura familiar e ajustes sociais.
Isso não significa que Deus queira nos forçar a permanecer para sempre em um casamento infeliz. Ele não nos pede que aturemos um relacionamento turbulento e que soframos até o fim com isso. Mas, numa situação de crise, o casal precisa confiar no poder do Senhor para mudar as coisas. Senão não faz sentido ser crente. Evitar o pior — no caso a destruição do casamento — é o melhor caminho para crescer em Deus e receber prosperidade espiritual e, ainda, nas outras áreas da vida. Inclusive na área financeira. Por este prisma, enfim, quando Deus aborda problemas conjugais, Ele o faz na perspectiva de como consertá-los, e não de como dissolver o casamento.
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Veja, por exemplo, o que Paulo escreve sobre o impacto demoníaco nos casamentos (1 Coríntios 7.5). O apóstolo afirma que o casal deve ser ativo no relacionamento sexual para que Satanás não os tente. Pedro, por sua vez, encoraja os maridos a tratarem suas esposas com compreensão para que suas orações não sejam impedidas (1 Pedro 3.7) de chegarem até Deus. Nessas passagens bíblicas podemos observar que o casamento é um campo de batalha espiritual. É preciso trabalhar para lutar pelo relacionamento, não para lutar no relacionamento. As brigas devem ser racionalizadas, controladas e superadas, à base de autogovernabilidade. Isso mesmo: exerça a governança da sua vida. Do contrário, perderá tudo, sendo simplesmente um derrotado. Mas tanto o homem quanto a mulher precisam ter discernimento espiritual e, acima de tudo, obedecer a Deus neste quesito. Casamento deve permanecer inabalável “até que a morte os separe”.
Em qualquer situação, o caminho da reconciliação é a mais sábia decisão do casal. O texto de Mateus 18.15-16 exige uma comunicação aberta e honesta para lidar com mágoas e frustrações em caso de pecado. O texto nos encoraja a obter ajuda para resolver problemas. Deus também nos chama a encontrar nossa alegria ou felicidade nEle (Filipenses 4.4). A alegria do Senhor é algo que você sempre pode ter, independentemente das circunstâncias. Em todas as diretrizes de Deus para experimentar alegria, nenhuma delas exige que o cônjuge coopere. Essa é uma experiência pessoal. Um cônjuge não controla a capacidade de ter alegria ou paz. O texto de Tiago 1.3-4 nos diz que a alegria profunda e duradoura acontece quando perseveramos através das provações, com a ajuda de Deus, e à medida em que nossa fé amadurece e é fortalecida.
Em tese, o livro de Filipenses é um importante estudo sobre a diferença entre alegria e felicidade. Escrito pelo apóstolo Paulo, enquanto estava preso em Roma, o livro usa as palavras alegria, regozijar e alegrar-se 16 vezes e nos ensina como ter verdadeiro contentamento em Jesus Cristo, apesar das circunstâncias. Acorrentado, Paulo fala sobre sua fé e confiança em Cristo e de como isso mudou toda a sua visão e perspectiva sobre o sofrimento.
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Vejamos que o Senhor deu instruções claras aos maridos em Efésios 5.25-28: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela… Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama”. Para as esposas, a instrução de Deus é submeter-se à liderança de seus maridos (versículo 22) e respeitá-los (versículo 33). Deus conhece a natureza do coração das mulheres. Nos dias de hoje, a maioria das mulheres está interessada apenas em dinheiro e sexo. E isso estraga totalmente o propósito na construção de um ambiente familiar saudável. Em um espírito semelhante ao de Cristo, ambos devem se submeter um ao outro (Efésios 5.21). Se ambas as partes estiverem cumprindo suas responsabilidades bíblicas e deveres espirituais, haverá alegria e felicidade no casamento.
Qual é a mulher que não respeitaria e se submeteria a um homem que a ama do jeito que Cristo ama a Sua igreja? E qual é o homem que não amaria uma mulher que respeita e se submete a ele? É um princípio da justiça divina. A infelicidade presente na maioria dos casamentos é, muitas vezes, o resultado de quando uma ou ambas as partes se recusam a se submeter a Deus e a obedecer a Sua vontade revelada quanto ao casamento. Por vezes, a infelicidade é exacerbada por questões não resolvidas — por parte de um dos cônjuges — que acabaram vazando para o casamento. Nesses casos, além do aconselhamento matrimonial, o aconselhamento individual pode ser bastante eficaz.
Mesmo que um casamento infeliz resulte de um crente ter se casado com um incrédulo, há sempre a possibilidade do cônjuge crente conduzir o cônjuge incrédulo ao Senhor por sua conduta casta e gentil. “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa" (1 Pedro 3.1). A Bíblia fala especificamente daqueles que são casados com os incrédulos em 1 Coríntios 7.12-14: “...Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa crente, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente”. Pronto! Simples assim.
Devemos lembrar, finalmente, que “os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males” (1 Pedro 3.12). Deus conhece a dor de um casamento infeliz e compreende os desejos carnais. Mas Ele nos deu a Sua Palavra sobre este assunto e pede a nossa obediência em qualquer situação. A obediência a Deus sempre traz alegria (Romanos 16.19) e crescimento espiritual, bem como pessoal.
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