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domingo, 12 de março de 2023

O MARANHÃO DO AGORA E DO AMANHÃ | Por Battista Soarez | Jornal Itaqui-Bacanga

O Maranhão do agora e do amanhã

Battista Soarez (Jornalista, escritor, sociólogo, psicanalista, consultor e professor universitário).

O GOVERNADOR Carlos Brandão fez uma sequência de promessas para serem cumpridas depois das eleições de 2022. Ele, na condição de vice do governador Flávio Dino, candidatou-se e foi reconduzido ao executivo estadual.

Dentre tantas promessas, como, por exemplo, a implantação de nova unidade do espaço do servidor da Região Tocantina, criação de aplicativo de celular para acesso a serviços oferecidos pelo estado, ampliação do programa “adote um casarão”, ampliação da rede de restaurantes populares, etc., há muitas bastante significativas para o desenvolvimento do estado.

Algumas delas me chamaram à atenção pela natureza da sua importância como o Agente Jovem de Desenvolvimento Social e a implantação do Banco do Povo Maranhense (BPM). O programa agente jovem do desenvolvimento social, caso seja implantado, será uma política de coerência extremamente lógica porque prepara uma geração do futuro bastante madura para produzir e colocar o Estado no trilho do crescimento.

O banco do povo maranhense, por sua vez, dará concessão de crédito e capacitação gerencial para microempreendedores formais e informais, uma vez associado ao Fundo Aval para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas. Afora isso, a parceria com os municípios para implantação de câmaras e fábricas de gelo para produtores locais e a atualização da legislação estadual para assegurar a implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) são medidas de fundamental importância para a economia maranhense.

Outra importante política que faz parte da agenda do governo Brandão é a efetivação do Sistema Estadual de Economia Solidária e microcrédito com orçamento para programas de fomento a projetos econômicos geridos por mulheres nos empreendimentos e grupos produtivos, e criar centros regionalizados de capacitação com foco no empreendedorismo e inserção no mercado de trabalho.

Essas e outras políticas que estão no programa do governo maranhense elevam a autoestima da população, gerando uma perspectiva animadora do ponto de vista econômico. O Maranhão tem um potencial efetivamente significativo em matéria de desenvolvimento e isso tem fundamento básico para que o estado possa evoluir em escala galopante e acabe com a pobreza definitivamente.

Se o atual governador bater pé firme nessa direção, o Maranhão de amanhã será modelo para o mundo. O fortalecimento do protagonismo juvenil, por exemplo, não só gera renda para os jovens como também gera outras atividades de absoluto significado para a população.

Dentre os aspectos relevantes da política de desenvolvimento social e econômico do estado, está a sua capacidade de fomentar instrumentos às comunidades que produzem, sempre buscando a eficiência e a equidade. Aliás, eficiência e equidade são dois conceitos fundamentais para a promoção do crescimento e do desenvolvimento econômico.

De certo, para o governador Carlos Brandão, a eficiência está ligada à questão da otimização da produção. O caminho das políticas públicas do governador está correto, mas o uso e a alocação de recursos — sejam eles matéria-prima ou capital — são imprescindíveis. Isto coloca sobre a mesa do debate o aprimoramento da capacidade produtiva em termos de desenvolvimento tecnológico. Enquanto isso, a equidade vislumbra a distribuição de renda e a criação de condições para uma formidável qualidade de vida.

Neste aspecto, é importante que o governo maranhense busque condições para que todos os indivíduos maranhenses tenham acesso às condições básicas necessárias ao bem-estar social. A criação do banco do povo maranhense é uma ideia importante porque dá suporte aos empreendedores quanto à prática do livre comércio, que é condição fundamental para o crescimento. O equilíbrio do mercado — entre oferta e demanda — garantirá o potencial da economia e fará com que, consequentemente, a saúde financeira da população seja garantida.

sábado, 4 de março de 2023

VACINAS, VACINADOS E INTENCIONALIDADE | Por Battista Soarez | Jornal Itaqui-Bacanga

 

Vacinas, vacinados e intencionalidade

Battista Soarez (Jornalista, escritor, sociólogo, psicanalista, consultor e professor universitário).

QUANDO SE FALA sobre vacinas contra Covid-19, vem à tona uma enxurrada de badalação. Se, de um lado, morre gente não-vacinada, de outro, milhares de pessoas estão morrendo depois de tomar uma sequência de doses, inclusive amigos meus bem próximos. Alguns deles tinham pressa em se vacinar e chegaram mais cedo ao cemitério. Que lástima! Perdi muitos amigos após tomarem a terceira, quarta e quinta doses.

Mas o sistema — que é global e comandado por dominantes poderosos do mundo político, econômico e intelectual — continua fazendo campanha para que a população continue se vacinando. Todavia, a opinião médica vem se dividindo quanto à eficácia das vacinas. Uns dão explicação bem plausível acerca dos danos causados. Outros preferem expor argumentos meramente políticos, dizendo apenas que o fato de se vacinar não garante nenhuma imunidade contra a Covid-19, mas dizem que é preciso vacinar. E, em matéria de poder político, a vacinação torna-se obrigatória.

Ora, se as vacinas não garantem nenhuma eficácia, que sentido faz vacinar? Qual o objetivo do sistema em manter tal inconveniência? Estudiosos alertam para o fato de que as vacinas têm um papel fundamental. A redução da população mundial em cerca de 50%. Esse é um dos objetivos da ONU (Organização das Nações Unidas), que é quem comanda o sistema global.

Recentemente, a equipe da Pfizer declarou que foi estabelecida uma meta para reduzir a população mundial e que essa meta, praticamente, foi alcançada em 2023. Bill Gates, o gênio da Microsoft, vem afirmando — desde 2011 (em suas palestras) e 2019 (um pouco antes de começar a pandemia por Covid-19) — que a diminuição do crescimento populacional com vacinas reduz a poluição. Gates financiou programas de esterilização em massa e impulsionou programas de vacinação generalizada que causaram grandes danos à sociedade.

Por defender a utilização das vacinas como meio de reduzir a população mundial, Bill Gates passou a ser criticado por pessoas no mundo todo, inclusive em redes sociais. Só que o argumento oficial é outro. Diz que as famílias têm tendência a crescer menos se viverem numa sociedade com boas condições de vida, o que envolve o acesso facilitado à vacinação. Ou seja, o discurso oficial do sistema é sempre técnico, para que o cidadão comum não tenha clareza no entendimento acerca das reais intencionalidades do sistema dominante. Aliás, quem manda no poder são os dominantes: poder político (governos), poder econômico (grandes empresários) e poder intelectual (escritores, grandes jornalistas, grandes meios de comunicação e autoridades do mundo jurídico). Estes poderes representam apenas 1% da população mundial. Os dominados, população em geral, representam 99% da população no planeta.

Nas suas palestras, Gates expõe que há uma fórmula que permite calcular, segundo ele, as emissões de dióxido de carbono no planeta e passa a ter em conta quatro fatores: a população mundial, a média de serviço que cada pessoa utiliza, a média de energia que cada serviço consome e a emissão de dióxido de carbono que cada unidade de energia produz. Com isso, ele conclui que, para que essa emissão de dióxido de carbono se aproxime de zero, uma dessas parcelas também tem de se aproximar de zero.

Tal explicação, na opinião de Gates, justifica a criação de meios de conter o crescimento da população mundial, que é o maior problema para o meio ambiente. Essa é a mesma opinião da ONU e dos governos de esquerda no mundo inteiro. Por isso, um dos pontos fundamentais da Agenda 2030 da ONU é o meio ambiente. A ideia de que matando ou reduzindo a metade das pessoas no mundo — por meio de vacinação obrigatória, controle de natalidade (inclusive com a liberalização do abordo), casamento entre pessoas do mesmo sexo e destruição da instituição família — resolve os problemas ambientais e, consequentemente, outras situações.

Gates doou centenas de milhões de dólares para novos esforços de vacinação, apresentando como justificativa a questão das emissões de CO2 e seus efeitos nas mudanças climáticas. O bilionário, então, apresenta uma fórmula para rastrear emissões de CO2 da seguinte maneira: CO2 = P x S x E x C. Traduzindo de forma bem clara, “P” é igual ao número de pessoas, “S” é igual aos serviços, “E” equivale à energia consumida pelos serviços e “C” significa a quantidade de dióxido de carbono que essa energia gera no meio-ambiente.

Bill Gates afirma que o mundo tem um problema real. É que, hoje, são 6,8 bilhões de pessoas. E a população global está caminhando para cerca de nove bilhões. Todavia, diz ele, “se fizermos um trabalho bom de verdade, investindo em novas vacinas obrigatórias, cuidados de saúde, serviços de saúde reprodutiva (incluindo controle de natalidade), podemos diminuir isso em, talvez, 10% a 15%”. A experiência com a Covid-19 testou a possibilidade de que esse mecanismo dá certo.

É exatamente nesse ponto que começa o problema. Está claro que as vacinas são um método de redução populacional. Guerra biológica. Para Gates, enfim, esse é caminho. Reduzir a população global, por meio de vacinas, significa reduzir, também, as emissões de CO2, que é o gás poluente do planeta. Mas qual o interesse de Bill Gates nisso? Estarei explicando na próxima edição.

quarta-feira, 1 de março de 2023

A DANÇA DAS INCERTEZAS | Por Battista Soarez | Coluna Leitura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga

 

A dança das incertezas

Battista Soarez (Jornalista, escritor, sociólogo, psicanalista, consultor e professor universitário).

DE UM LADO, a polêmica das vacinas contra Covid-19 divide a sociedade em grupos antagonistas, e sobre este assunto tratarei na edição da próxima semana. De outro, o impasse entre alas econômica e política leva o novo governo a avaliar reoneração da gasolina e do álcool. E marcou a desoneração para terça-feira, 28 de fevereiro. Logo, com a reoneração parcial, o litro da gasolina deixa de subir R$ 0,69, passando o aumento a ser de apenas R$ 0,49. O álcool, por sua vez, sobe apenas R$ 0,06 e não R$ 0,24, como previsto. É somente uma reoneração parcial e, então, uma solução de meio termo.

Portanto, a desoneração do PIS e da Confins, que incidem sobre a gasolina e o álcool, é reavaliada. A medida provisória, editada pelo governo federal no início do ano, estipulou que a desoneração duraria até o dia 28, terça-feira. Por isso, o Brasil tem dois ritmos no descompasso da dança político-econômica do momento.

O primeiro é que a ala política defende que a medida seja prorrogada, por razões diversas. Já o segundo evidencia que a ala econômica entende que, diante do impacto a ser gerado nas contas públicas, a cobrança dos impostos deve voltar integralmente.

E haja debate. Na sexta-feira, 24, a alternativa da reoneração foi discutida numa reunião entre a Casa Civil, a Petrobrás, o Ministério da Fazenda e o Ministério de Minas e Energia.

Nessa dança, no quesito sobre a gasolina, a possibilidade que está na mesa — e que será levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva — acena com a previsibilidade de que a gasolina C, aquela que vai para o consumidor, seja reonerada em 71% do PIS e da Confins. Isto significa que, em vez de voltar a cobrar a totalidade do imposto, o que seria R$ 0,69 por litro de combustível, o governo se contenta com R$ 0,49 por litro do produto.

Já em matéria do álcool, a reoneração seria menor, com a margem de 25% somente. Isto é, dos R$ 0,24 por litro — que seria a totalidade do tributo federal — o governo voltaria a cobrar somente R$ 0,06 por litro. O objetivo é manter a competitividade do etanol no mercado.

Mas isso acendeu o sinal vermelho na Bolsa de Valores. A desoneração dos combustíveis provoca queda significativa, prevista por especialistas. Estava dependendo apenas da aprovação de Lula. Vamos ver em que vai dar.

A definição, então, ficou por conta de uma reunião (marcada para segunda-feira, 27) entre o presidente Lula e os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Fernando Haddad, da Fazenda, e o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates. A aprovação de Lula desencadeará uma nova medida provisória com as mudanças na cobrança dos impostos com assinatura do governo.

Nesse caso, para amenizar o efeito da reoneração parcial, o governo espera que a Petrobrás reduza o preço da gasolina nas refinarias nos próximos dias. Isto porque o valor cobrado hoje sobre a gasolina está 6% acima do valor internacional, conforme informação da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM). Na avaliação do governo, oportunamente, haveria espaço para a redução respeitando a política de paridade de importação, a chamada PPI.

Ocorre que, nos embates, a discussão sobre a reoneração está dividindo o Ministério da Fazenda e a ala política do governo, uma vez que o ministro Fernando Haddad vinha defendendo que o subsídio não fosse renovado. Isso renderia aos cofres públicos uma recomposição de receita de cerca de 29 bilhões de reais neste ano de 2023. O próprio Lula manifestou preocupação do impacto que essa dança pode gerar para o bolso do consumidor e para a inflação.

Na sexta-feira, 24, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, disse em rede social que voltar a taxar combustíveis agora é “descumprir compromisso de campanha”. Além disso, a petista explica que não é contra taxar combustíveis. Só que, segundo ela, fazer isso agora “é penalizar o consumidor e gerar mais inflação”.

Diante disso tudo, o presidente Lula precisa ter muita maturidade na definição de suas políticas e decisões. Qualquer inexatidão na estratégia de governabilidade colocará o país em desvantagem e a população, que é quem paga a conta de erros e acertos cometidos pelo governo, estará em crise sofrendo a dor das consequências.

TEMPO DE PROSPERIDADE | Coluna Leitura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga

Tempo de prosperidade

BATTISTA SOAREZ (Jornalista, escritor, consultor e professor universitário)

NOS ÚLTIMOS SEIS ANOS, tenho percorrido a Baixada Maranhense com grande admiração. Lagos, lagoas, rios, igarapés e riachos encantam qualquer pessoa que passa pela região. A partir de Alcântara — município com cerca de 26 mil habitantes e onde fica a base de lançamento de foguetes espaciais — as terras são produtíveis e, portanto, apropriadas para produção de várias culturas como, por exemplo, arroz, feijão, melancia, batata, fava, quiabo, maxixe, mamão, laranja e muitas outras. Além disso, bovinos, caprinos, ovinos e suínos também são culturas pontuadas na economia maranhense.

Somando-se a isso, o turismo e a pesca são atividades que se destacam no Maranhão, colocando o estado numa posição de desenvolvimento tão importante que desmente a estatística que o classifica como o mais pobre da federação. São 217 municípios. Todos com terras produtíveis. Sua população, já chegando a oito milhões de habitantes, só precisa de apoio financeiro para impulsionar a produção e fazê-la crescer em larga escala.

As linhas férreas e rodovias, construídas a partir dos anos 1960 e 1970, deram ao Maranhão uma infraestrutura totalmente favorável a uma nova configuração econômica. O estado foi ligado a todas as regiões do Brasil, o que proporcionou o escoamento da produção e o consecutivo crescimento da economia.

O investimento na agropecuária, no extrativismo vegetal e mineral e, ainda, em outras áreas colocam o estado num ritmo de crescimento vantajoso. Se há má gestão política, isso já configura uma outra questão totalmente à parte do potencial que o estado tem no setor produtivo. Agora mesmo estive nos municípios de Alcântara, Santa Helena e Turilândia. Conversando com moradores, ouço deles relatos animadores. Pequenos produtores — que não têm preguiça de trabalha — contam que investimentos simples e uma disposição assídua para por a mão na massa lhe garantem uma vida confortável e saudável financeiramente.

Algum tempo atrás, alguns problemas como, por exemplo, ambientais faziam com que a contribuição do estado no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pontuasse apenas 1,3%. Baixíssima, segundo especialistas. E, de fato, o era. E não era para ser assim. Com isso, a participação dos principais setores da economia estadual registrava 63,5% no setor de serviços, 18,6% no setor agropecuário, 17,9% na indústria. A indústria no Maranhão, aliás, baseia-se nos setores metalúrgico, da madeira, no extrativismo, na alimentício e químico. Essa realidade vem mudando muito pouco nos últimos anos. Mas o Maranhão tem uma riqueza natural incomensurável.

Na agricultura, destacam-se culturas como a mandioca, o milho, a cana-de-açúcar, a soja, frutas e legumes. O Maranhão, portanto, tem um potencial produtivo muito rico. Ainda podem ser pontuados o turismo, já que o Maranhão tem belas praias e lenções em vários pontos do litoral. Além disso, o turismo cultural e religioso é um atrativo que chama a atenção do mundo.

O complexo portuário — integrado pelos terminais do Itaqui, da Ponta da Madeira e da Alumar — comanda mais de 50% da movimentação de cargas portuárias do Norte e do Nordeste. Os principais produtos exportados são alumínio, ferro, soja e manganês. Do total de 2,8 bilhões de dólares, 29% é de ferro fundido, 23% é de alumínio e suas ligas, 23% é de minério de ferro, 15% vem da soja, 6% vem da alumina calcinada e 4% vêm de outros. Já a importação, com 4,1 bilhões de dólares, 71% vêm do óleo diesel, 11% vêm do querosene de aviação, 6% vêm de adubo e fertilizantes, 3% vêm das indústrias químicas, 2% vêm das locomotivas e suas partes e 7% vêm de outros.

Em 2019, o PIB maranhense atingiu 97,340 bilhões de reais, sendo o 4º maior do Nordeste e o 17º maior do Brasil. De lá para cá, a economia vem atingindo uma realidade animadora. O setor de serviços, agora, já registrou 74% de representatividade, sendo que as atividades mais relevantes são administração pública (39,6%) e comércio (16,7). O setor da agropecuária apresenta o menor peso no valor adicionado (VA) total, que foi de 8,7% em 2019, antes da pandemia por Covid-19. Neste setor, destacam-se as atividades de lavoura temporária como soja, feijão, arroz, milho e algodão, cujo peso tem sido de 58,4%.

A pecuária tem registrado 28,3% e pesca e aquicultura têm pontuado 9,2%. A indústria, por sua vez, vem pontuando uma representação em torno de 17,3%, os serviços industriais de utilidade pública (conhecidos pela sigla SIUP) aparece com 31,2% e, enfim, a indústria da construção vem registrando 26,4%.

É importante considerar que as dez cidades com maior PIB no Maranhão concentraram mais da metade das riquezas do estado, com um percentual de 58,1% em 2018, revelando acentuadamente concentração de renda e desigualdade regional e de indicadores sociais. Os municípios maranhenses com maior PIB per capita são Tasso Fragoso, Santo Antônio dos Lopes, Balsas, Godofredo Viana (região de ouro explorada por uma empresa canadense) e Davinópolis.

O município de Alcântara, que faz parte da Região Metropolitana de São Luís, tem um grande potencial produtivo, mas que, por falta de iniciativa e gestão, se mantém inerte. Eu visitei vários povoados e conversei com moradores da área rural sobre o tema. Eles mostraram-me grande elevação de terras, uma incrível organização comunitária, mas reclamam que está faltando apoio público, mão de obra técnica, visão política e gestão. Alcântara tem potencial para ser um dos maiores municípios de produção e distribuição de produtos agrícolas para o mercado nacional e internacional. Está faltando apenas, como dizem os moradores, visão política e gestão publica.

BATTISTA SOAREZ

Jornalista, escritor, consultor e professor universitário.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

BIOGRAFIA: EUGÊNIA MENDES CÂMARA | Por Sônia Maria Câmara

Cem anos de vida e felicidade
Nascida em 1922, Dona Eugênia Câmara comemora centenário com saúde e lucidez

 

Por Sônia Maria Câmara

 

Dona Eugênia Câmara comemora 100 anos de idade | FOTOS: Arquivo pessoal.

EUGÊNIA MENDES CÂMARA, carinhosamente chamada Dadá, nasceu no dia 13 de novembro de 1922, no povoado Enseada dos Bezerros, São João Batista no Maranhão.

A segunda dos sete filhos de Raimunda Mendes, sendo eles Maria de Lourdes (Lulu), Eugênia (Dadá), Levi, Belísia (Belinha), Julião, Miriam e José Manoel.

Dadá passou parte da sua infância no povoado onde nasceu, com sua mãe Raimunda e sua avó Cândida que era o referencial familiar para os seus netos.

Sua origem humilde não foi obstáculo para tentativas de uma vida melhor. Queria estudar, mas não era possível porque não havia escolas naquele lugar e estudar era privilégio apenas dos homens, uma vez que as mulheres eram educadas para serem donas de casa. Seu papel deveria ser aprender cuidar dos filhos e do marido.


Aos sete anos veio para São Luís, onde morou com sua tia e madrinha Ângela Araújo, no bairro Sítio do Meio, sendo matriculada na Escola Modelo Benedito Leite, cursando até a 4ª série do antigo ensino primário. Mas adquiriu um vasto conhecimento de mundo. Sua universidade foi a própria vida.

Aos 21 anos conheceu o jovem João Câmara, no bairro Diamante, encontrando-o normalmente. No entanto, aquele jovem, vindo de São Vicente Férrer, município da Baixada maranhense, com o objetivo de prestar contas com o serviço militar, procurou se informar sobre o endereço daquela senhorita para enviar-lhe uma carta, pedindo-a em namoro, pois o seu futuro marido era um homem de tradicional família de São Vicente Férrer, a família Marques Câmara, vinda da Ilha da Madeira, de Portugal, a qual teve um ancestral que por determinação da coroa portuguesa fixou-se no município de Peri-Mirim, no Maranhão.

Após um ano de namoro, Dadá casa-se com João Câmara e desse casamento nasceram dez filhos: Carlos Alberto, Sônia, Edna, Dalva, João, Flor de Maria (In Memoriam), Apolinária, Jomar, Anilde e Váldima.

Supermãe, além de seus dez filhos, adotou outras crianças, educando-as sem fazer distinção entre elas e os seus filhos biológicos.

Sempre preocupada com a educação dos filhos, foi capaz de desempenhar com muita sabedoria os papéis de mãe, professora e, às vezes, psicóloga, tendo como base os princípios da ética e da honestidade, valores imprescindíveis para a boa formação do ser humano.

Em 1956 mudou-se, com toda a família, para um povoado em São Vicente Férrer, lugar onde seu esposo nasceu, permanecendo lá por quatro anos.


No início de 1960, a fim de que seus filhos pudessem estudar, resolveu fixar residência em São João Batista. Logo que chegou no município, a primeira providência a ser tomada foi sair em busca de escolas para matricular seus filhos. Mas conseguiu organizar, em sua própria casa, uma escolinha com duas salas de aula multisseriadas, contando com a ajuda de um representante político, partido PTB, o Sr. Procópio Meireles, que remunerava duas professoras alfabetizadoras: Violeta Meireles e Maria Souza Coelho. A escola foi denominada de Escola Trabalhista Brasileira.

Em São João Batista desenvolveu várias atividades tais como: professora alfabetizadora, costureira e parteira. Mas a sua maior dedicação, durante vinte anos (1960-1980), foi o trabalho de parteira. Este trabalho tornou-se tão intenso que era necessário sair de casa às altas horas da noite, transportada em canoas ou a cavalos, meios de transporte da época, para prestar atendimento a mulheres em povoados distantes.

Prestava, também, atendimento, em sua própria residência às gestantes que iam verificar a posição do bebê na barriga, bem como receber orientações acerca da gravidez e o parto.

A fim de uma melhor qualificação para o trabalho, Dadá fez um estágio na maternidade Benedito Leite, em São Luís, no final dos anos 1960.

Em São João Batista, conquistou a amizade da população e das autoridades locais, nutrindo, com todas as pessoas, um bom relacionamento.

Mulher religiosa que, movida pela fé, construiu, com a ajuda de três amigos, uma igreja católica (Igreja Nossa Senhora Aparecida), no bairro Paulo VI, existente ainda hoje.

Seu retorno a São Luís concretizou-se em 1980, residindo no Conjunto Vinhais até os dias atuais, sendo visitada diariamente por pessoas amigas e conterrâneos.

Aos 100 anos, ainda lúcida e com tanta experiência de vida, é capaz de orientar seus filhos, netos e bisnetos.

Faz tudo o que é possível para manter a família sempre unida, comemorando aniversários e outras datas festivas com almoços e jantares.

Com grande satisfação, sempre repete em suas conversas diárias: “tenho dez filhos, vinte netos e dezesseis bisnetos!”

Mulher extrovertida, de temperamento assumidamente forte, determinada, mas generosa. Sente-se feliz e abençoada por Deus por ter criado os seus dez filhos, orientando-os a fim de que alcançassem seus próprios voos, uma sensação de dever cumprido!

Sua imagem engrandece seus familiares, seu exemplo de vida dignifica seus filhos e suas futuras gerações!

 

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CEM ANOS DE VIDA CRONOLÓGICA
Fatos de uma joanina legítima.

Por Jomar Câmara

 


Um dia nasceu uma menina, um ser, uma esperança, uma vida.

O tempo passou, já não temos os brilhos e raios de sol do ontem, nesta estrada.

O corpo físico perdeu seu vigor, nasceu a fraqueza nos ossos;

Com fala singela, bem lenta vejo a ternura do passado.

 

Inquieto renovo meu olhar, mais uma vez com admiração;

chego no fim de um pensamento sem fim.

Como foi a primazia dessa jornada,

nosso Criador bem o sabe.

 

Cada dia é o liame entre a existência do passado e o quase vigor do agora.

Nada se pode fazer, assim é o folego da vida na terra.

Caminhei, pensei, orei, fiz uma prece, encontro o mundo a meu redor.

Quem pode trilhar essa estrada da vida?

A eternidade, bem quero, não depende de mim.

 

Nossa missão foi construir o alpendre;

De tudo que de sorte surgiu com ela;

Eugenia Mendes Câmara, uma joanina, vinda da Enseada do Bezerros;

Mãe de dez filhos, varoa ungida, que mulher!

Quase perfeita. Para os filhos uma Santa.

 

Tudo descrito, não temo narrar, ela é nossa Mãe, uma heroína.

É teu aniversário, completas cem anos, Dona Dadá.

Parabéns senhora, de todos e por todos, sem lamento.

Estamos certo de tudo, do amor do Eterno Pai em ti.

Lembramos da longeva vida. Só nos cabe agradecer e amar.

Tu és minha e nossa mãe, eternamente nossa Rainha.

 

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Artigo: HOMOFOBIA X CRISTOFOBIA | — Pr. Battista Soarez

Homofobia versus cristofobia

Moralidade civilizatória ou promíscuo-perversão da sociedade?


Por Pr. Battista Soarez
(Escritor, jornalista, psicanalista e professor)


FOTO: Divulgação/Internet | Imagem meramente ilustrativa

A luta da sociedade cristã é pela referência à condição de cidadão de bem como parte integrante do Estado. A igreja cristã, baseada em princípios universais e infalíveis (eternos) da justiça de Deus (leia o evangelho de Mateus, capítulos 5, 6 e 7), prima por obrigações cívicas e deveres igualmente cívicos.

Aliás, o que a igreja genuinamente cristã quer é que os valores e princípios sociais se desenvolvam a partir da honra à pátria. Que a sociedade, como um todo, demonstre honra pela pátria e sentimento cívico e patriótico na coletividade.

Mas o que estamos vendo e enfrentando atualmente é um poder obscuro e transloucado lutando pela avacalhação geral da sociedade. Têm surgido grupos sociais de mentes pervertidas tentando implantar uma sociedade igualmente pervertida. Na cabeça promíscua desses grupos, não bastam os pervertidos. É preciso perverter, também, os não pervertidos e obrigar perverter os que não querem ser pervertidos.

Infelizmente, isso é o que vem acontecendo no embate homofobia x cristofobia no Brasil. Grupos de pessoas que parecem odiar a Deus e seus princípios de justiça. Uma gama de gente compactuada com o demônio (inimigo de Deus e das nossas almas) está buscando combater os princípios reguladores da sociedade (fundamentados em justiça e equidade) em detrimento de uma sociedade totalmente promíscua e pervertida.

Nossa constituição federal prega liberdade de expressão. Mas a esquerda brasileira quer criar leis que impeçam as pessoas de falar. Li, em algum lugar, um ditado que diz que “o meu direito de esticar o braço termina na ponta do nariz da pessoa ao lado”. Ou seja, ao apontar o dedo para alguém, devo lembrar de que o outro também tem direitos. Logo, policiar minha conduta na relação com o meu próximo significa respeito, obrigação e cidadania (haja vista o conceito de cidadão ser amplo).

Essa história de orientação sexual deve ser refletida pelos ativistas da perversão e da promiscuidade antes que saiam por aí atropelando a ética, os bons princípios e a moralidade das pessoas normais, pessoas do bem. Quer ser promíscuo, pervertido e insano, seja. Fique à vontade. Mas lembre-se de que eu tenho o direito de ser normal e de expressar a minha fé em Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou por todos. Inclusive por quem quer ser delinquente sexual.

Ser homossexual é uma coisa. Ser pervertido, promíscuo, espalhafatoso, rabugento e neurótico sexual é outra coisa e não tem nada a ver com homossexualidade. Tenho excelentes amigos homossexuais e extremamente respeitadores.

Como psicoterapeuta e pesquisador autônomo (leia meus livros “E assim o amor acontece” e “Ser cristão em tempo de crise”), estudei a fundo a homossexualidade, inclusive do ponto de vista da ciência genética e da neurociência para ajudar amigos e pessoas da igreja. Sei da complexidade cromossômica que envolve essa matéria. Mas, a bem da verdade, o que estão fazendo com essa tal de “ideologia de gênero” é simplesmente violência social. E isso ultrapassa todos os limites da anormalidade.

Freud dizia que “negar a própria sexualidade é negar a própria existência”. Mas isso não quer dizer que eu deva sair por aí violentando a sociedade com o meu pensamento sexual. E as instituições governamentais, por sua vez, não devem formalizar leis que venham incitar a violência entre grupos sociais em nome de uma ideologia sem comprovação científica. Aliás, é uma ideologia agressiva e hostil. Insana, até.

Entendo que cada um tem o direito de fazer o que bem entender da sua vida sexual. Mas que isso fique apenas na individualidade de cada indivíduo. Ninguém precisa expor ou publicizar sua sexualidade e protagonizar o ridículo.

A “parada gay”, por exemplo, da forma como é feita, é um total desrespeito à sociedade. É um verdadeiro estupro à boa ética, aos bons princípios, à consciência e à normalidade social. Ninguém ver por aí “parada heterossexual”. Por que que o heterossexual celebra sua sexualidade entre quatro-paredes e o homossexual tem que ir às ruas protagonizando o ridículo, perturbando a ordem pública?

Sexualidade é uma questão biológica, constituição cromossômica e administração hormonal. A pergunta é: será que todos os homossexuais e simpatizantes se sentem representados quando veem um cristo beijando outro homem na cruz ou um crucifixo ser introduzido no ânus de outro? Não há homossexuais que se consideram cristãos? O que há de normal ou engraçado nos espalhafatos gays? Por que os travestis são espalhafatosos e os transexuais não? Aliás, os transexuais sentem-se mulher. É uma questão interna, psicobiológica. São respeitadores e não expressam trejeitos debochados e transloucados.

É de fundamental importância que nos respeitemos uns aos outros, principalmente no que concerne a direitos e verdades individuais. Cada indivíduo tem o direito de fazer da sua vida o que bem entender, desde que observe e respeite a boa ética, as boas maneiras e os direitos que assistem à coletividade. Aquilo que agride aos outros deixa de ser direito e passa a ser desrespeito e violência. Portanto, o homossexual tem o direito de viver de acordo com a sua opção sexual; o hetero tem o direito de viver a sua sexualidade; o cristão tem o direito de expressar a sua fé em Deus; e, assim, sucessivamente.

Deus criou o ser humano, assim como criou todas as coisas. Infelizmente, o ser humano, criatura de Deus, tornou-se rebelde. E muitos, desgraçadamente, servem a satanás, isto é, com a sua maneira de pensar, com o seu comportamento delinquente e com a sua ingratidão.

Você já se perguntou o que seria do mundo sem Deus? Sem igreja? Sem um pingo de moralidade? E mais: você já se perguntou o que será da sua alma após a morte? Segundo as Escrituras Sagradas, só há dois destinos eternos: o céu (paraíso de gozo no porvir) e o inferno (lago de fogo e enxofre, onde haverá choro e ranger de dentes), conforme o Evangelho segundo Mateus (13.42).

Estão atacando a boa ética social e sagrada, a família, a igreja e os princípios cristãos em nome de uma tal ideologia de gênero. Você crendo ou não, Deus existe e a justiça dele vai cobrar de você na eternidade. Se você morrer em desobediência e rebeldia, saiba de uma coisa: depois da morte, não haverá mais arrependimento. Não haverá mais jeito para a tua alma. Portanto, a salvação é uma escolha que deve ser feita em vida.

Quanto aos cristãos, uma palavra: não é todo homossexual que é cristofóbico. Têm homossexuais corretos, que expressam sua fé em Jesus Cristo e, em meio a tudo isso, são respeitadores e cumprem seus deveres e obrigações corretamente. E mais: eles sofrem com a situação. Portanto, estudem a ciência, a genética, os cromossomos, a administração hormonal de cada tipologia biológica e torne-se um instrumento de Deus na vida das pessoas, independentemente da natureza do problema que elas têm. Afinal de contas, você foi chamado por Deus para ser agente de bênção e solução. E não para ser chicote, nem palmatória do mundo.

Quanto às autoridades que querem meter goela abaixo da sociedade comportamentos devassos e desajustados de pervertidos sociais, apliquem isso na sua casa, para você mesmo. Mas não agrida a coletividade em nome da tal ideologia de gênero, que não tem nenhum fundamento científico e nem lógica alguma. Isso não tem nenhuma graça. Nenhuma eficácia benéfica. Só resulta em desconfortos sociais e violência.

Por outro lado, o evangelho de Jesus é para todos, desde que todos aceitem chegar ao pleno conhecimento da verdade. Afinal, Jesus Cristo é o único caminho que conduz o homem para a vida eterna. Por isso o evangelho deve continuar sendo pregado para que todos possam conhecer a verdade divina.

Pregar o evangelho da verdade não quer dizer que o cristão seja homofóbico. Mas significa que Deus é poderoso e misericordioso para perdoar e salvar qualquer pecador, fazendo-lhe justiça eterna.

Ofender uns aos outros em razão de ideologias, pensamentos e filosofias não é o caminho para se endireitar as coisas e construir a paz social. Isso só vem causar dor a muita gente e estrago nas relações sociais. Portanto, respeito, respeito, respeito. Tolerância, tolerância, tolerância. Estas palavras não têm preço. Só promovem o bem e a harmonia social.

Quem ofende e odeia em nome de Cristo é tão patológico quanto quem ofende e odeia em nome das suas opções sexuais. E vice-versa. Jesus dá vida a quem não tem vida. Jesus salva a quem está perdido. Jesus ama mesmo aquele que pratica o ódio. Se você acha que deve combater a homofobia, faça-o. Mas não use isso como desculpa para ser cristofóbico e cair no ridículo, sair por aí como um desvairado sem limites de ânimo. Enfim, não seja um delinquente social, desvairado ou pervertido. Seja plenamente normal. Exija seus direitos, mas sem violência. Exija, por exemplo, leis que obriguem as autoridades governamentais a construírem banheiros públicos para a comunidade LGBT. E não saia por aí causando desconforto e correndo riscos.