COLUNA LEITURA LIVRE
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(Jornalista, escritor, sociólogo, teólogo e professor universitário)
Os céticos, no fundo, têm um espírito que busca incessantemente por uma espiritualidade em Deus. |
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O combate à corrupção tem sido uma constante de organizações mundiais | Foto: Divulgação |
DESDE QUE LULA FOI SOLTO e assumiu o comando do Brasil pela terceira vez, a marcha para o controle total da governança global tem sido galopante. Ele tem sido usado pelo sistema globalista para dialogar com os líderes sul-americanos sobre a organização e unificação do bloco econômico da América do Sul e, a partir daí, novos passos serão dados na concretização da governança do planeta. E um dos mecanismos da esquerda global tem sido a institucionalidade da corrupção. Em 2024, o Brasil registrou 34 pontos e a 107ª posição, entre 180 países, no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, o IPC. Trata-se da pior nota e da pior colocação do país na série histórica do índice, iniciada em 2012. O governo mundial, vale considerar, será um governo de corrupção institucionalizada, em que uma ditadura violenta será instalada sem nenhum sentimento de piedade. Lula já disse que é a favor dessa nova ordem. Por isso ele foi reconduzido ao posto de chefe de Estado da forma como foi. Porque, de fato, a nova ordem precisa desse tipo de gente.
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Vejamos alguns pontos quanto a esta questão. Há dez anos, para início de conversa, o país estava empatado com Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Essuatíni (antiga Suazilândia). Desse grupo, apenas este último e o Brasil estão com notas piores no índice desde então. Atualmente o Brasil está empatado com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia.
O Leitura Livre apurou que, produzido pela Transparência Internacional desde 1995, com uma série histórica comparável desde 2012, ele avalia 180 países e territórios e atribui notas entre 0 e 100. Quanto maior a nota, maior é a percepção de integridade do país. É perceptível que o mundo caminha para uma nova ordem de governança global totalmente controlada pela corrupção e pela violência. Há anos tenho dito que a esquerda é uma rede mundial de corrupção e violência. E nisso estão balizadas, apocalipticamente, todas as suas ideologias como método de governo e democracia numa perspectiva unilateral por parte dos dos dominantes da sociedade.
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Em 2024, o Brasil falhou, mais uma vez, em reverter a trajetória dos últimos anos de desmonte da luta contra a corrupção. Ao contrário, o que se viu foi o avanço do processo de captura do Estado pela corrupção. A principal evidência de que estamos entrando no estágio avançado desse processo vai se tornando clara: a presença cada vez maior e explícita do crime organizado nas instituições estatais, que anda de mãos dadas com a corrupção. Não surpreende, portanto, o resultado do Brasil no IPC 2024 ser o pior da sua série histórica. É fundamental que isso soe como um alarme, para que a sociedade e as instituições brasileiras ajam contra esse processo de captura do Estado que, a cada dia, se torna mais difícil de reverter.
Em 2024, os melhores colocados no Índice de Percepção da corrupção foram Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88), Cingapura (84), Nova Zelândia (83) e, empatados com 81 pontos, Luxemburgo, Noruega e Suíça. Os piores colocados no índice de 2024 foram Sudão do Sul (com 8 pontos), Somália (9), Venezuela (10), Síria (12) e, empatados com 13 pontos, Guiné Equatorial, Eritréia, Líbia e Iêmen. Onde a esquerda domina, impera a corrupção.
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Junto com o lançamento global do IPC 2024, a Transparência Internacional Brasil lança o relatório “Retrospectiva Brasil 2024”, em que analisa os principais avanços e retrocessos em transparência e no combate à corrupção em 2024. O relatório também apresenta recomendações aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público.
Entre os destaques negativos do “Retrospectiva Brasil 2024” estão: o silêncio reiterado do presidente Lula sobre a pauta anticorrupção; a renegociação de acordos de leniência para beneficiar empresas envolvidas em macrocorrupção, em processos expostos a conflitos de interesses, sem transparência e sem participação das vítimas dos esquemas; permanência no cargo do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado pela PF por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa; retomada da influência no governo de empresários que confessaram esquemas de macrocorrupção e permanecem impunes, como os irmãos Batista da J&F; falta de transparência e condições de controle social no Novo PAC; percepção de crescente ingerência política na Petrobras; decisões do ministro Toffoli com impacto sistêmico e internacional de impunidade, e inércia do STF em colocar a julgamento recursos da PGR contra tais decisões; episódios reiterados de conflito de interesse de magistrados, principalmente em julgamentos envolvendo bancas de advogados de parentes e em eventos cada vez mais frequentes de lobby judicial; institucionalização da corrupção em larga escala com a persistência, agigantamento e descontrole das emendas orçamentárias, em franca insubordinação às decisões do STF; aprovação da PEC da Anistia.
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Lamentavelmente, 2024 trouxe muito mais retrocessos que avanços. Vimos um país onde o presidente da República praticamente não pronunciou a palavra ‘corrupção’, o Judiciário escancarou a impunidade para corruptos poderosos e o Congresso persistiu com o assalto ao orçamento público. Esse quadro se torna ainda mais difícil de reverter graças à polarização política exacerbada, que funciona para desviar a atenção da sociedade da corrupção e da impunidade.
Corrupção contra o clima. O relatório “Retrospectiva Brasil 2024” também demonstra que o ano de 2024 foi marcado por casos de corrupção com impacto na agenda climática, um dos desafios mais urgentes do país e do mundo.
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O mercado de carbono, uma oportunidade de fontes de recursos para o Brasil, que ainda abriga importantes áreas cobertas de florestas, também não está livre de corrupção. É o que demonstra o caso da Operação Greenwashing, conduzida pela Polícia Federal em 2024, que buscou desarticular organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono, gerados a partir da invasão de terras públicas.
Diversas investigações de corrupção envolveram também o Judiciário em casos, direta ou indiretamente, relacionados à disputa fundiária e grilagem de terras, como nas operações Ultima Ratio e Máximus, envolvendo juízes e desembargadores, respectivamente, dos Tribunais de Justiça do Mato Grosso do Sul e Tocantins, além dos desdobramentos da Operação Faroeste, junto ao Tribunal de Justiça da Bahia. A corrupção do Judiciário em casos de disputa de terras pode implicar no aumento de conflitos fundiários, impactos em comunidades locais e estímulo ao desmatamento, que é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
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A corrupção, nesse contexto, além de afetar a vida de milhões de pessoas ao exacerbar a crise climática, provoca violência direta contra defensores e defensoras ambientais. Dos registros de 1.013 defensores ambientais assassinados entre 2019 e 2023, 99% viviam em países com pontuações abaixo de 50 no IPC, segundo dados cruzados pela Transparência Internacional com informações da Global Witness. Mais de um em cada dez defensores e defensoras assassinadas no mundo, nesse período, viviam no Brasil, o segundo país mais violento contra esse grupo, ficando atrás somente da Colômbia.
O Brasil só enfrentará com eficiência as mudanças climáticas caso implemente medidas adequadas de prevenção e combate à corrupção. O país tem a oportunidade de demonstrar isso para o mundo, em especial no contexto em que receberá a COP do clima, neste ano, em Belém do Pará, caso reforce a transparência e a integridade dos órgãos e políticas relacionadas à agenda climática.
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Por Battista Soarez
(Jornalista, escritor, psicanalista, teólogo e professor universitário)
Os próximos passos da história e suas complexidades
A humanidade está a caminho de um obscurantismo de sociodemocracia e absolutismo governamental
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O BRICs quer assumir controle na complexidade global | Foto: Divulgação |
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DOS DIAS 22 A 24 DE OUTUBRO DE 2024, líderes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reuniram em Kazan, Federação da Rússia, para a XVI Conferência do BRICS, realizada sob o tema “Fortalecendo o Multilateralismo para o desenvolvimento e a segurança globais justos”.
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A cúpula trabalha, nesse trajeto, três pilares de cooperação, sendo eles os seguintes: política e segurança, econômica e financeira, cultural e interpessoal. Além disso, falam de promoção da paz mundial, de uma ordem internacional, de um sistema multilateral revigorado e reformado do desenvolvimento sustentável e do crescimento inclusivo.
Está trabalhando, portanto, o fortalecimento do multilateralismo para uma ordem mundial mais justa e democrática (na linguagem da esquerda globalista). Neste ponto, a ordem internacional vislumbra novos centros de poder, de tomada de decisões políticas e de crescomento econômico que podem pavimentar o caminho para uma ordem mundial multipolar mais equitativa, justa, democrática e equilibrada. Esta é, em síntese, a narrativa do bloco.
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E o papel central da ONU no sistema internacional, no qual os Estados soberanos cooperam para manter a paz e a segurança internacionais, é promover o desenvolvimento sustentável, assegurar a promoção e a proteção da democracia, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos, bem como a cooperação baseada na solidariedade, no respeito mútuo, na justiça e na igualdade.
Para a Cúpula do BRICS, há uma necessidade urgente de alcançar uma representação geográfica equitativa e inclusiva na composição da equipe do secretariado das Nações Unidas e de outras organizações internacionais oportunamente. Nesse caso, a governança global procura se intensificar por meio da promoção de um sistema internacional e multilateral mais ágil, mais eficaz, mais eficiente, responsivo, representativo, legítimo, democrático e responsável.
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O BRICS requer que seja assegurada uma participação maior e mais significativa dos EMDCs (Economias Emergentes e Em Desenvolvimento) e dos países menos desenvolvidos — especialmente na África, na América Latina e no Caribe — nos processos e nas estruturas globais de tomada de decisões, tornando-se mais sintonizados com as realidades contemporâneas. A Cúpula defende, também, o aumento do papel e da participação das mulheres, especialmente dos EMDCs, em diferentes níveis de responsabilidades nas organizações internacionais.
Como um passo positivo nessa direção, a Cúpula reconhece o Chamado à Ação do G-20 sobre a Reforma da Governança Global lançado pelo Brasil durante sua presidência do G-20. Além disso, os líderes do BRICs também levam em conta a importância dos diálogos e parcerias que fortalecem a cooperação com o continente africano, como a Cúpula do Fórum de Cooperação China-África, a Cúpula do Fórum Índia-África, a Cúpula Rússia-África e a Conferência Ministerial.
Na esteira da Declaração de Johanesbusgo II de 2023, o BRICs manifesta apoio a uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança. Foi o que propôs o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva no seu discurso na Conferência da ONU em 2023. Lula concorda com o objetivo de tornar o Conselho mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e de aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho para que ele possa responder adequadamente aos desafios globais predominantes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. Isso inclui, também, os países do BRICS, a desempenhar um papel maior nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança. Logo, a Cúpula do BRICs reconhece as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Conselho de Ezulwini e na Declaração de Sirte.
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É observado, entretanto, que ainda é preciso um maior esforço em muitas questões pendentes. A Cúpula reforça a importância de reformar a OMC e fortalecer a dimensão do desenvolvimento em seu trabalho. Nesse caso, a Cúpula se compromete ao encorajamento, de forma construtiva, dentro da OMC, para atingir a meta de entregar um sistema de solução de controvérsias da OMC vinculante de duas instâncias, completo e em bom funcionamento, acessível a todos, e, ainda, a seleção de novos membros do Órgão de Apelação sem mais demora.
Isso já vem acontecendo. Os globalistas têm pressa em aprimorar o diálogo deles sobre o sistema de comércio multilateral e questões relacionadas à OMC. Nessa trilha, o BRICs prima pelo estabelecimento da Estrutura Consultiva Informal sobre questões da OMC. A Cúpula reitera a decisão, no âmbito da Estratégia para a Parceria Econômica do BRICs 2025, de tomar medidas para apoiar a reforma necessária da OMC para aumentar a resiliência, a autoridade e a eficácia da OMC e promover o desenvolvimento e a inclusão.
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Desde o acordo de Bretton Woods (1944), o dólar é a moeda padrão em negociações internacionais. Líderes do BRICs, entretanto, têm argumentado que tal fato, na prática, mantém os países reféns da política monetária dos EUA.
O Leitura Livre está preparando uma matéria opinativa sobre tal questão, com uma hermenêutica jornalística que indica — na escala da geografia econômica global — qual é o real sentido geopolítico desse conflito na briga pelo controle sobre a economia mundial e o que pretende a nova ordem mundial, envolvendo política internacional, religiosidade secreta e o controle total do mundo por parte do sistema globalista.
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Por Battista Soarez
(Jornalista, escritor, psicanalista, teólogo e professor universitário
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O turismo se destaca na economia do Maranhão | Foto: Divulgação |
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