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terça-feira, 25 de maio de 2021

CAVID-19: VARIANTE INDIANA NO MARANHÃO

 

Secretário de estado da Saúde toma medidas rápidas sobre variante indiana no Maranhão

Depois de navio indiano ter ancorado no litoral maranhense, Carlos Lula dedica atenção criteriosa a tripulação infectada

 

Por Battista Soarez
(De São Luís – MA)


Fotos: Internet / Carlos Lula, secretário da Saúde do Maranhão

 O secretário de estado da Saúde do Maranhão, Carlos Lula, tem dedicado, nos últimos momentos, criteriosa atenção à tripulação do navio indiano MV Shandong Da Zhi, contaminada com a variante indiana do coronavírus B.1.617.2. Segundo informações da Secretaria de Saúde, todos os 24 ocupantes do navio foram testados, sendo que 15 amostras indicaram resultado positivo. O homem de 54 anos, que foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva ((UTI) em São Luís, segue internado em segurança.

 De acordo com as últimas informações, Carlos Lula decretou que os tripulantes do navio indiano fiquem em quarentena, atendendo ao protocolo da Saúde.

 

Navio indiano MV Shandong Da Zhi

O navio em estudo tem bandeira de Hong Kong, com passagem pela África do Sul. Os tripulantes infectados cumprem quarentena em cabines individuais, uma medida inteligente determinada pelo titular da Secretaria de Saúde do Maranhão que certamente evitará muitos problemas futuros. Profissionais da SES/MA garantem que todas as pessoas que tiveram contato com a tripulação do navio indiano estão sendo isoladas e testadas.

 Carlos Lula, que além de secretário da Saúde do Maranhão também é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), assegura que ainda não foi registrada nenhuma transmissão local da nova variante.


quarta-feira, 19 de maio de 2021

MOB provoca tumulto no Cujupe

MOB provoca tumulto no porto do Cujupe

Política da agência de mobilidade urbana prejudica milhares de pessoas que se locomovem via ferry boat


Por Battista Soarez
(De São Luís - MA)



Porto do Cujupe tumultuado


A política da Agência de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) está causando graves transtornos na vida de milhares de usuários dos transportes regular e alternativo que utiliza o serviço do ferry boat como meio de acesso aos municípios da baixada maranhense. Hoje mesmo, 19 de maio, vans e passageiros estão impedidos de atravessar.

Tudo começou com a reforma do Anel Viário em São Luís, quando o terminal das vans foi removido de onde estava para o outro lado da avenida. Segundo Genivaldo Rodrigues Souza, diretor financeiro da COOPETRAMA (Cooperativa de Transportes Regular e Alternativo do Maranhão), os donos dos transportes não têm apoio do estado ou município para poderem prestar um serviço digno aos passageiros. "Queremos um terminal decente para trabalhar. Porque fomos jogados para cá sem apoio do estado, nem município. No entanto, somos regulamentados pela MOB e pagamos todos os impostos que nos são exigidos", diz Genivaldo.

Ele explica que o único órgão que está ajudando as cooperativas de transportes é a SPU/MA (Superintendência do Património da União), na pessoa do seu superintendente Coronel Monteiro. "O Coronel Monteiro nos colocou aqui provisoriamente e está trabalhando para nos conseguir uma área definitiva onde possamos ficar", acrescenta Genivaldo. Segundo ele, são 26 municípios da baixada maranhense que são beneficiados com o serviço de transportes regular e alternativo.

Genivaldo também reclama da decisão da MOB de retirar a venda de passagem de São Luís para Pinheiro, o que todos consideram uma aberração. "Nós estamos querendo entender essa mudança. Venda de passagem em Pinheiro não resolve, porque a gente só passa em Pinheiro. No entanto, vem gente de tudo quanto é lugar. E outro problema é que tem carro que passa em Pinheiro às 3:00hs e 5:00hs da manhã, quando ainda não tem ninguém nos guichês", observa ele.

Segundo a presidente da Cooperativa Alternativa de Transportes de Passageiros da Baixada Maranhense (COOPBAMA), Gracirene Silva Fonseca, teria que ter um acordo entre a empresa responsável pelos ferrys, as cooperativas de transportes, a MOB e outros órgãos envolvidos na situação. "Tem que ter, em primeiro lugar, bom senso. O estado tem de entender que o que ele está fazendo está prejudicando, antes de tudo, a população. São milhares de pessoas que se beneficiam com os nossos serviços", diz Gracirene.

Agregado ao serviço de transportes têm outros trabalhadores autônomos. São pessoas desempregadas que tiram o seu sustento do local. Merinilde Coelho de Abreu, 44 anos, vende comida no local. Ela diz que tira o sustento para sua família do local e acha que o que estão fazendo é uma injustiça. "Eu espero que tudo seja logo resolvido, porque é daqui que a gente sobrevive. E vejo também que os passageiros precisam de mais respeito e conforto", pondera Marinilde.

sábado, 8 de maio de 2021

Godofredo Viana/MA: Empresa canadense ameaça população

 S É R I E: RIQUEZAS DO MARANHÃO

Projeto Aurizona ameaça população de Godofredo Viana no Maranhão

Empresa canadense monopoliza extração de ouro no Aurizona e comunidade sofre com violência capitalista


Por Battista Soarez
(De Santa Helena - MA)


Foto: Internet / Barragem foi rompida em Aurizona, matando várias espécies


A empresa canadense Equinox Gold Corp, antiga Luna Gold e Trek Mining, vem explorando a extração de ouro na comunidade Aurizona, no município maranhense de Godofredo Viana, distante de São Luís 206,10 km, em linha reta, e 339 km via estrada. Com uma população de 11.963 habitantes, segundo dados de 2020, Godofredo Viana fica localizada próximo à divisa com o estado do Pará.

Em toda a região, o município abriga reservas de ouro que vem sendo exploradas por garimpeiros pelo menos desde o século XIX. A localidade mais atacada sempre foi a comunidade Aurizona, cujo nome significa "zona do ouro". No decorrer do tempo, Aurizona sempre foi perseguida por exploradores estrangeiros, inclusive por ingleses, que sempre buscaram instalar minas de ouro na região.

Foto: Internet / Comunidade protesta contra empresa canadense

Em 2007, o garimpo deixou de prevalecer em razão de um morador da localidade, por nome Orlando (já falecido), ter vendido a sua terra para a então empresa canadense Luna Gold. Homem simples e sem leitura, de senso comum, Orlando vendeu sua terra por um preço irrisório de apenas 100 mil reais. O dono da empresa milionária ficou impactado com o valor tão baixo que fez a seguinte pergunta ao senhor Orlando: "O senhor está lúcido o bastante a ponto de saber o que está fazendo? O senhor sabe que esta sua terra vale muito dinheiro. É esse valor mesmo?". Orlando confirmou que sim. O canadense, que imaginava pagar pela reserva algo em torno de 5 milhões de reais, puxou os 100 mil reais e entregou a migalha ao morador.

A partir daí, a Luna Gold, depois de conseguir licença junto ao governo brasileiro, instalou uma infraestrutura de exploração da reserva aurífera denominada Piaba. Em 2010, o chamado Projeto Aurizona entrou em operação e, desde então, a Luna Gold passou por duas fusões. Primeiro transformou-se em Trek Mining e depois, em 2017, virou a Equinox Gold Corp, que, atualmente, é proprietária do Projeto Aurizona.

Foto: Internet

Hoje, a Equinox Gold, em Godofredo Viana, possui reservas de mais de 750 mil toneladas de ouro estocadas em apenas uma de suas minas. A empresa extrai, por ano, cerca de 7.200 kg de ouro. Segundo relatório da Equinox Gold, somente em 2020 a empresa alcançou um fluxo de caixa de mais de 212 milhões de dólares, equivalentes a 1 bilhão de reais. Segundo informação dos movimentos de defesa dos atingidos por rompimentos de barragens, a empresa está levando milhares de toneladas do ouro brasileiro sem destinar os devidos impostos aos cofres públicos. A população está chamando a atenção das autoridades competentes do estado do Maranhão e federais para que tomem as medidas jurídicas cabíveis. A Procuradoria Geral do Estado, a Superintendência do Patrimônio da União (SPU/MA) e o Ministério Público devem estudar a matéria e agir em defesa do patrimônio público e da população afetada. O caso é grave e envolve crime ambiental.

Na madrugada de 25 de março de 2021, numa quinta-feira, uma barragem secundária de rejeito da subsidiária Mineração Aurizona (MASA), de responsabilidade da Equinox Gold, rompeu no Aurizona, causando vários danos à população local. Fez estragos em lagoas, igarapés, riachos e rios.

O rio Tromaí, que banha a região, foi gravemente atingido, sendo afetado por uma poluição de complexidade intensa, matando peixes e deixando a população em escassez de água para consumo humano.

A população da área reclama que a empresa proíbe os moradores de pescar, tirar açaí e outras ações extrativistas próprias da cultura local. "Eles estão querendo dominar toda a região do nosso município", reclama uma moradora do local.

O blog Leitura Livre tomou conhecimento do fato e está publicando uma sequência de matérias, na série de reportagens "Riquezas do Maranhão", com colaboração de moradores de Godofredo Viana e da comunidade de Aurizona.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Deputada Mical Damasceno cria projeto de lei voltado para viúvas

Assembleia Legislativa aprova projeto de lei de autoria da Dep. Mical Damasceno sobre política de amparo às viúvas

A proposta é pioneira no Brasil e pode servir de modelo para outros estados

Por Battista Soarez
(São Luís - MA)


Deputada Mical Damasceno cria PL voltado para viúvas


Nesta quarta-feira, 5 de maio, a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (ALEMA) aprovou o projeto de lei n° 26/2021, de autoria da deputada Mical Damasceno (PTB). O PL trata da criação da política estadual de amparo, apoio e capacitação de viúvas para ingresso ou retomada ao mercado de trabalho.

A proposta de que trata o projeto de lei da deputada Mical é pioneira no Brasil e trás, no contexto do mercado de trabalho, uma importante ideia de desenvolvimento que pode incluir a mulher viúva como temática significativa no debate socioeconômico do Maranhão e até do país.

Mical entende que o segmento feminino é um tema que, acima de tudo, deve ser explorado com muita perspicácia porque, de certa forma, o papel ocupado pela mulher no mercado de trabalho nunca foi tão destacado como no mundo atual. Porém, ainda não há motivos suficientes para comemorar. "Ainda precisamos rever muita coisa em nível de políticas públicas e sociais", observa a parlamentar.

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), por exemplo, as mulheres estão cada vez mais presentes nas vagas de emprego. Todavia, elas ainda estão abaixo dos homens. Dados do Ministério do Trabalho no Brasil apontam o crescimento da ocupação feminina em postos formais de trabalho numa marcha que avançou de 40,8% em 2007 para 44% em 2016. Embora isso seja uma realidade, esse dado não corresponde com o percentual de mulheres na população brasileira. Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o público feminino já é maioria no Brasil, em 51,03%, o que sugere um debate mais acentuado sobre a construção de políticas públicas para elas. Nesse viés, a deputada Mical Damasceno entende que as estatísticas são um ponto a mais em um debate complexo, que ainda envolve desigualdade em relação aos homens.

Essa realidade levou a parlamentar a enxergar uma parte desse público que está escondida em meio às desigualdades, inclusive no que concerne à desigualdade de oportunidades. Em meio a essa complexidade, ela olhou as viúvas, e logo elaborou o projeto de lei que sugere essa política pública para elas. "Capacitar mulheres que não atuavam no mercado de trabalho, ou que pararam de atuar em razão dos cuidados com o lar e sua família, demonstra o cuidado e a preocupação do Poder Público com quem precisa de sua atenção", diz a deputada.

Evangélica assembleiana consciente, filha de pastor, Mical faz referência à Bíblia para fundamentar seu compromisso com os menos favorecidos. "A Bíblia nos ensina que a religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper com o mundo", pondera ela.

Em sua redação, o texto do projeto fala da política de amparo às mulheres que dependem exclusivamente do marido e que, com a morte dele, a viúva fica exposta a uma certa situação de vulnerabilidade econômica. Para a deputada do PTB, essa mulher, agora, precisa de apoio psicológico, governamental e incentivo para ingresso ou reingresso no mercado de trabalho.

"Uma das finalidades da proposta é promover a realização de cursos profissionalizantes, seminários e palestras para incentivar e capacitar as viúvas que já possuem formação técnica, graduação ou alguma formação profissional para retomarem ao mercado de trabalho", conclui a deputada.


terça-feira, 4 de maio de 2021

DEP. MICAL DAMASCENO DESTACA-SE EM ATUAÇÃO PARLAMENTAR ÍNTEGRA


Dep. Mical Damasceno demonstra atuação íntegra como parlamentar
Fotos: Divulgação/Internet

Mical Damasceno destaca-se em atuação política íntegra

A deputada é conhecida por não vender emendas parlamentares, já distribuiu mais de 65 toneladas de alimentos na pandemia e diz que vai levantar bandeira de indígenas e quilombolas

 

Por Battista Soarez
 (De São Luís - MA)


A deputada estadual Mical Damasceno (PTB) vem recebendo elogios de autoridades do meio jurídico e do Tribunal de Contas como parlamentar que não entrou no jogo vicioso de vender emendas parlamentares.

Para o leitor que nem imagina o que é isso, emendas parlamentares são recursos do orçamento público, legalmente indicados por parlamentares para finalidades de políticas públicas. Funciona assim: ao serem eleitos, membros do congresso nacional (deputados federais e senadores) e das assembleias legislativas (deputados estaduais) têm direito a determinado valor até o teto de um percentual estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para serem aplicados em temas públicos como saúde, educação, assistência social e outros.

Dep. Mical com a ministra Damares

Cada senador ou deputado pode direcionar a destinação desses recursos financeiros para políticas públicas e compromissos políticos que assumiram com a sua base eleitoral, com estados, municípios e outras instituições, inclusive do terceiro setor. Trata-se de um instrumento legítimo de ação política e serve para fortalecer a democracia, uma vez que permite aos parlamentares destinarem esses recursos para áreas de seu interesse sem a intervenção direta do Executivo.

Ocorre que a maioria dos parlamentares, ao destinar emendas para suas bases eleitorais, impõe uma condição. Quem recebe o dinheiro tem de devolver para o político que destinou a emenda um determinado percentual, que varia de acordo com o tipo de “negócio” que foi combinado entre eles. Essa prática é ilegal, mas, no Brasil, é praticada normalmente pelos políticos que, por esse caminho, enriquecem de maneira fácil e galopante. Outros parlamentares vendem suas emendas para outros colegas por determinado valor e assim segue o jogo político com o dinheiro do contribuinte.

Mais de 65 toneladas de alimentos já foram distribuídas na pandemia

Diferente dos parlamentares que se deliciam com essa prática, a deputada Mical não vende emendas, distribuindo os recursos de forma justa e integral a quem de fato precisa de políticas públicas. Nesse período de pandemia, Mical já distribuiu mais de 65 toneladas de alimentos, beneficiando mais de cem municípios, principalmente da baixada maranhense, onde há uma grande população desempregada e milhares de pessoas em situação de escassez. Segundo a assessoria da parlamentar, muitas vezes ela tira dinheiro do próprio bolso para comprar cestas básicas para distribuir à população e fazer outras ações.

Depois de participar da carreata do dia 1 de maio, em apoio ao presidente Bolsonaro, a deputada diz que vai trabalhar em prol dos povos indígenas e das comunidades quilombolas no Maranhão. “Quero sempre honrar a Deus servindo o povo do meu estado pela oportunidade que me foi dada, sendo eleita para este mandato”, disse ela numa conversa com o Leitura Livre no seu gabinete na AL.

Mical é presidente do PTB no Maranhão e afirma que vai trabalhar em apoio ao presidente Jair Bolsonaro juntamente com o grupo político liderado pelo Coronel Monteiro, superintendente da SPU/MA e líder do Aliança pelo Brasil no estado. “Eu não tenho vergonha de ser bolsonarista, de ser evangélica, de defender os princípios da família e os direitos sociais”, diz a parlamentar.

 

domingo, 2 de maio de 2021

ARTIGO: A POLÍTICA DA MEDIOCRIDADE — Por Battista Soarez

 

A R T I G O

A política da mediocridade e a mediocridade dos políticos

Por que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal, mas a sua população permanece subjugada pela cultura da burguesia





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Por BATTISTA SOAREZ * 

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Quando vejo situações deprimentes como a que vem acontecendo no município de Apicum-Açu, interior da baixada maranhense, em que o prefeito Zequinha Ribeiro (PSC), rasgando a Constituição Federal, afasta concursados nomeados para contratar parentes, amigos e aliados políticos; quando vejo prefeitos e governadores de todo o país roubando o dinheiro público, liberado pelo governo federal para combater a pandemia do momento; quando vejo profissionais da Saúde forjando certidões de óbitos — de pessoas mortas por outras doenças — para aumentar a estatística da morte por Covid-19 com objetivo de aumentar ainda mais o valor do repasse; quando vejo o judiciário brasileiro aplicando suas injustiças em troca de grandes quantias em dinheiro... Tudo isso me enoja. E aí percebo o quanto o povo brasileiro sofre e o quanto os políticos brasileiros são verdadeiras hienas e abutres. Verdadeiros medíocres.

Eu conversei com várias autoridades jurídicas sobre o caso do atual prefeito de Apicum-Açu, Zequinha Ribeiro, pelo fato de ter me chamado a atenção até que ponto chega o cinismo dos políticos brasileiros. O Dr. Jomar Câmara, subprocurador-geral do Estado do Maranhão, disse que, no caso do município de Apicum-Açu, “o prefeito Zequinha rasgou não somente a Constituição Federal, mas também o código penal, a lei de responsabilidade fiscal, a lei da ação civil pública, a lei de improbidade administrativa, a própria lei orgânica municipal, além das normas infraconstitucionais que garantem o funcionamento dos municípios brasileiros como entes jurídicos de direito público interno, cujo fato reclama do Ministério Público as ações competentes”.

Segundo o subprocurador, o caso em analise é passível de reprimenda. “Os gestores públicos precisam entender que a administração pública municipal é exercida dentro dos cinco princípios básicos da administração pública inseridos na Constituição Federal/1988, tais como a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência”, destacou ele.

Isso significa que “se o prefeito de Apicum-Açu não retroceder do seu ato improbo e imoral, ele certamente será afastado por ordem judicial e poderá responder por improbidade administrativa, prevaricação e desvio de finalidades”, disse o Dr. Claudio Guida, especialista em direito público e administrativo e, também, professor da Escola de Governo do Maranhão (EGMA).

Entrei no jornalismo em 05 de fevereiro de 1985. Durante todos esses anos, vi de perto muitas e muitas falcatruas da política e muitas políticas sujas e fraudulentas, costuradas, nos bastidores dos gabinetes legislativos e executivos, sempre articulados entre os três poderes que compõem a burguesia dominante: o poder político, o poder econômico e o poder intelectual. Nisso está a grande desigualdade entre dominantes e dominados. No Brasil, o poder dominante representa apenas 1% da sociedade. Os dominados, aqueles que têm apenas a força do voto, mas que não sabem usá-la, são 99% da população. Coincidentemente, esses mesmos percentuais sempre se repetem na educação, no cenário econômico, no público que lê e nas profissões mais bem remuneradas.

Na verdade, essa foi a herança sociocultural deixada pelos europeus no Brasil. Enquanto mandaram no país, plantaram na cabeça do povo uma cultura mental de subserviência, de “aceitar tudo”, de se “conformar com tudo” e de aceitar ser subjugado pelos dominantes, pela cultura da burguesia. E assim nasceu a política brasileira, em águas totalmente toldadas e emporcalhadas pela sujeira de uma cultura social contaminada por violência, escravidão, miséria, marginalidade, ganância, roubalheira e, enfim, todo tipo de criminalidade. Formou-se, então, uma política de absoluta mediocridade, que pare, todos os dias, políticos medíocres. E essa é a política do sistema que nos governa.

Medíocres, incompetentes e gananciosos por dinheiro — dinheiro esse que os enriquece de maneira ilícita e fraudulenta — os políticos, na sua maioria, fazem escárnio com seus eleitores. Um claro exemplo disso é o fato de que eles, somente em épocas de eleição, aparecem em seus redutos dando tapinhas nas costas dos eleitores e comprando seus votos por 10, 20, 50 e 100 reais, como uma forma cínica e maldosa de dizer: “Peguem isto. Isso é o que vocês valem. Agora, votem em mim”. E o povo, pobre e analfabeto, vota. Depois de eleitos, os políticos ganham milhões, enriquecem, se escodem em suas tocas legislativas e executivas por quatro anos e só então aparecem novamente repetindo as mesmas práticas. E esse é o vício que segue nos labirintos da história política do nosso país.

Corre, finalmente, muito dinheiro pelo bolso dos políticos brasileiros. Como contribuintes e injustiçados, trabalhamos duro para pagar, mensalmente, altos salários para que eles possam bancar seus luxos, vivenciar seus shows de mediocridade e, assim, desfrutarem de uma vida regalada. Prova disso é que todos os meus amigos em quem votei, acreditando numa postura ética diferente, estão vergonhosamente envolvidos no sistema da corrupção. E isso, mais uma vez, me dá nojo. O Brasil é um país rico, mas — por causa da mediocridade dos políticos que nos governam — vive na pobreza de tudo, inclusive na pobreza de mentalidade. Ninguém tem, sequer, o mínimo de ideia de desenvolvimento. Porque desenvolvimento, para a política da mediocridade, é o fato de os dominantes (1%) ficarem mais ricos e os dominados (99%) ficarem mais pobres.

Concordo, de certa forma, com o escritor e professor Eugênio Maria Gomes, quando diz que “não há lugar para o qual você olhe e consiga encontrar algum político que não seja metido, até o pescoço, em falcatruas, negociatas, mentiras e enganações”. E aí parece estar a explicação do por que o país não encontrar, de jeito nenhum, o caminho do desenvolvimento.

O presidente Jair Bolsonaro tem boas ideias de desenvolvimento para o país, mas, infelizmente, tem um judiciário formado por intelectuais medíocres e corruptos (que o atrabalham), um legislativo cheio de medíocres e gananciosos, governadores e prefeitos da mesma laia, espalhados pelo país, e, além disso, adotou um método de governabilidade (o neoliberalismo) que desde que foi criado, no século XVIII, por si só, nunca deu certo em lugar nenhum. Na faculdade, sempre que dou aula de política social e econômica, digo para os meus alunos que o atual presidente governa com o neoliberalismo, mas tem uma cabeça desenvolvimentalista. Com a honestidade que ele tem, se governar com o método desenvolvimentalista, o país decola. Para isso, tem que trocar de técnicos: tirar todos os neoliberais, e colocar na estrutura de governo os desenvolvimentalistas. Se isso acontecer, aí, sim, pode-se falar em desenvolvimento social e econômico para o Brasil. E o país poderá assumir os primeiros lugares no ranque mundial.


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* BATTISTA SOAREZ é escritor, jornalista, pedagogo, sociólogo, assistente social e professor universitário.

sábado, 1 de maio de 2021

RELIGIÃO: UNIGREJAS PROMOVE CAFÉ DA MANHÃ COM PASTORES

UNIGREJAS promove café da manhã com participação da vereadora Rosana da Saúde

Pastores de várias denominações discutem a importância de uma unidade nacional para defender direitos sociais e princípios cristãos no Brasil

 

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Por Battista Soarez

(De São Luís – MA)

 

Pastores reunidos para discutirem importância da unidade das igrejas evangélicas
Foto: Battista Soarez

Hoje, sábado, no 1 de maio, pastores de várias denominações se reuniram em um café da manhã, promovido pela União Nacional de Pastores e Igrejas do Brasil (UNIGREJAS) na sede da Igreja Universal do Reino de Deus, no Canto da Fabril, no centro de São Luís do Maranhão. A reunião teve a participação da vereadora Rosana da Saúde (Republicanos), de São Luís, autora da lei 6.885/2021, que estabelece igrejas e templos religiosos como atividade essencial em tempos de pandemia.

Rosana da Saúde, vereadora de São Luís
Foto: Divulgação

A vereadora falou da lei de sua autoria e da importância que ela tem para o momento atual em que o país está enfrentando. “Vendo a luta das igrejas se mantendo fechadas, fiz um propósito com Deus, durante a campanha eleitoral, de que se o Senhor permitisse o povo confiar e eu ser eleita, a primeira coisa que eu iria fazer, ao chegar à Câmara Municipal de São Luís, era esse projeto. Fui eleita e, então, fiz o projeto e no dia 26 de janeiro dei entrada. Todos os vereadores, inclusive o presidente da Câmara, nos apoiaram e aprovaram. A lei seguiu para o executivo e, finalmente, foi sancionada pelo nosso prefeito Eduardo Braide”, esclarece Rosana.

Ela completa dizendo que as igrejas são uma espécie de pronto socorro nesse tempo de pandemia, em que muitas pessoas estão em situação de desemprego, briga nos lares, doentes e algumas chegam até mesmo ao desespero. “Essas pessoas procuram as igrejas e as encontram fechadas, e, aí, não têm como receber uma oração e nem uma orientação pastoral porque não encontram um pastor, um padre e, enfim, uma autoridade espiritual para lhes darem a devida assistência. E é aí que entra a importância dessa lei, porque mantém as igrejas abertas. Eu vejo as igrejas como linha de frente para receber e atender a população”, assevera a vereadora.

Rosana da Saúde e seu esposo, Pr. Waldir Andrade
Foto: Battista Soarez

O pastor Waldir Andrade, da Universal, liderou o encontro e enfatizou o poder da unidade das igrejas e do significado de “orar num mesmo propósito para que o povo de Deus vença os ataques do inimigo”, que ultimamente tem se manifestado em forma de atitudes do sistema político que governa o país.

Os pastores se reuniram com o propósito de confraternização, divulgação do projeto espiritual e propagação das suas finalidades e objetivos, sendo um deles a qualidade da fé. Nascida em 2017 e oficializada em 2018, a organização UNIGREJAS, segundo os pastores, se dedica em servir as denominações evangélicas e auxiliá-las com atitudes e projetos bem definidos. A ideia das igrejas unidas é colaborar efetivamente para o crescimento do evangelho no Brasil e no mundo. Para a organização, a qualidade na propagação do evangelho é um princípio fundamental.

Pr. Zezinho de Oliveira, presidente da AMOEMA
Foto: Battista Soarez

O pastor assembleiano Zezinho de Oliveira, presidente da Associação de Ministros e Obreiros Evangélicos no Maranhão (AMOEMA), esteve presente no encontro e falou da importância da UNIGREJAS para o desenvolvimento das ações do evangelho no Brasil, especialmente nesse momento de crise política que atinge, principalmente, o povo cristão. “O nosso projeto maior é espiritual. É pregar o evangelho com responsabilidade e zelo pela palavra de Deus”, disse ele.

No final do evento, foram sorteados cinco exemplares da Bíblia e entregues aos ganhadores pela vereadora Rosana da Saúde.