Maio termina com aumento em preço de energia e alimentos
Governo brasileiro perde as rédeas da economia ante a agressividade da pandemia
Por Battista
Soarez
(De
São Luís – MA)
Foto: Battista Soarez |
O maranhense chegou ao fim do mês de maio reclamando da alta na conta de energia e na compra de
alimentos. O fato causou impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação. Dados do IBGE,
divulgados no dia 25, terça-feira, indicaram que o índice ficou em 0,44% — uma
desaceleração em relação aos 0,60% de abril — mas representa o maior resultado
para o mês em cinco anos.
De acordo com
especialistas, nos últimos doze meses, o indicador acumulou alta de 7,27%, ficando
acima dos 6,17% registrados nos doze meses anteriores. As avaliações dão conta
de que a meta da inflação para este ano é de 3,75%, com a tolerância chegando a
5,25%.
Os mesmos
especialistas fizeram levantamento e afirmam que todos os grupos, a exceção de
transporte, tiveram altas. A deflação nos transportes, que caiu 0,27%, pesa no
indicador porque o grupo tem o maior peso no IPCA. Essas mesmas fontes dizem
que a principal influência é a queda de 28% nas passagens aéreas, que levaram o
grupo a registrar deflação.
O IPCA e o IPCA
15 são medidos por uma cesta de itens e refere-se a famílias de um a quarenta salários
mínimos (1.100 a 44.000 reais). Em tese, nem todos os consumidores sentem a
alta dos preços do mesmo jeito.
O maior impacto
foi na energia elétrica, que subiu 2,31%. Neste mês de maio, passou a vigorar a
bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta 4,169 reais na conta de
luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, depois de quatro meses seguidos da
bandeira amarela em vigor, cujo acréscimo é menor (1,343 reais). Houve
reajustes nas contas de luz de São Luís. Com a falta de chuvas, o governo chama
atenção do risco hidrológico para a inflação.
Foto: Internet |
O gás de botijão também subiu de preço (1,45%) no mês de maio, embora com alta menor que no mês de abril (2,49%). Já é o 12º mês consecutivo de aumento. Os alimentos também ficaram mais caros. A subida do custo da alimentação no domicílio foi de 0,19% em abril, contra 0,50% em maio. A carne aumentou 1,77%. Em 12 meses, o acúmulo foi de 35,68% nos últimos 12 meses. O tomate deu um salto de 7,24%, que havia caído 3,48% em abril. Em compensação, o preço das frutas recuou 6,45% no período.
Foto: Internet |
O IPCA 15 leva em consideração as duas primeiras semanas do mês vigente e as duas últimas do mês anterior. Por isso, o resultado é conhecido como a prévia do mês. O índice muitas vezes capta fenômenos e alterações de preços ajustados do mês anterior. O grupo de saúde e cuidados pessoais, por exemplo, subiu 1,23% contra 0,44% do mês de abril.
No início de abril,
a principal influência ficou no reajuste de 10,08% nos medicamentos. Houve
aumentos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos
(4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).
O governo Bolsonaro não tem conseguido segurar as rédeas da inflação. O combustível, por exemplo, está galopando para a casa dos R$ 6,00 o litro, que em poucos meses poderá chegar a R$ 10,00. Se continuar nessa disparada, vamos ver aonde vai chegar esse descarrilamento do “trem” da economia brasileira.
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