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sexta-feira, 29 de julho de 2016

DEPRESSÃO E SEUS FATORES

Depressão e seus fatores (I)
Por Battista Soarez
Nos últimos tempos, vários amigos meus têm sido afetados por depressão. Inclusive uma irmã minha que trabalha como diretora de escola há 30 anos. Isso tem me chamado à atenção. Tratei de minha irmã por meio de algumas psicoterapias de apoio e atividades motivacionais. Ela foi curada em 30 dias. Como psicoterapeuta e pastor, tenho ajudado outras pessoas a superar esse problema.
Segundo o Dr. Neil Nedley, autor do livro “Como sair da depressão”, de todas as formas de doenças mentais, a depressão é uma das mais comuns, perigosas e temidas. Ele explica que mudanças de humor são uma parte normal da experiência humana, mas que alguns passam por uma forma de depressão que tende a se arrastar com o risco de consequências graves. Essa condição, diz ele, não é normal e necessita de atenção médica.
Muitas vezes, o paciente não percebe ou não admite a necessidade de ajuda médica. Talvez a maior ameaça da depressão seja a falta de compreensão da doença, associada à desinformação.
Uma das formas mais comuns de depressão é a que o Dr. Neil chamou de “depressão maior”. É uma doença mental. Vem em segundo lugar depois das fobias como, por exemplo, medo de multidões, de espaços fechados etc., e afeta qualquer pessoa, independentemente da classe social ou condição financeira.
“Depressão maior” é a forma mais comum de transtornos do humor, é muito mal compreendida, acontece em um a cada três pacientes de medicina interna e, se o caso for tratado adequadamente, pode haver cura com absoluta eficácia.
Tratamentos de rotina são feitos independentemente da causa, mas se quisermos ter eficácia no tratamento temos que determinar a causa. O mais preocupante é que episódios de depressão são cada vez mais frequentes em pessoas com até 25 anos de idade, enquanto que, antes, ocorria comumente na chamada crise da meia-idade, em torno dos 40 anos. Para se ter uma ideia, as vendas de remédios antidepressivos subiram mais de 800% ao redor do mundo desde 1991.
Mas nem toda pessoa deprimida tem depressão. Para os casos corriqueiros, o Dr. Neil chamou de “depressão situacional”. Ele explica que depressão situacional á algo que qualquer um de nós pode ter. Mas não chega ser uma doença mental. Afinal de contas, assevera ele, sentimentos depressivos são reações normais do nosso organismo e são resultantes de eventos traumáticos ou de outras situações corriqueiras da vida.
Os sintomas de “depressão maior” são nove, a saber: (1) tristeza profunda ou uma sensação de vazio profundo, (2) apatia, (3) agitação ou perturbação, (4) distúrbios do sono, (5) distúrbios do peso ou falta de apetite, (6) falta de concentração, (7) sentimentos de excessiva culpa ou indignidade, (8) pensamentos mórbidos ou desejo de querer morrer, (9) fadiga.
Uma pessoa que apresente pelo menos 5 sintomas destes, é considerada portadora de depressão maior ou profunda. Ela perde completamente a qualidade de vida.
Alguém que apresente dois dos quatros sintomas restantes por pelo menos duas semanas, tem depressão leve ou depressão subsindrômica, isto é, muito próximo de uma síndrome.
Dificilmente uma pessoa que sofre de depressão maior ou depressão profunda terá todos os sintomas. O trauma emocional pode causar todos estes sintomas, mas não são indicação de depressão.
A “tristeza profunda” é o primeiro sintoma da depressão, mas é preciso ficar atento. Não é qualquer tristeza profunda que se pode considerar depressão. É comum as pessoas chorarem enquanto estão derramando suas queixas no consultório. Por outro lado, há pessoas com depressão que não têm tristeza profunda. Mas apresentam outros sintomas classificados entre os nove.
O segundo sintoma é a “apatia”. Pode ser descrita como uma diminuição marcante do interesse, ou do prazer, e quase todas as atividades quase que diariamente e na maior parte do dia, segundo o doutor Neil Nedley.
A “agitação” é o terceiro sintoma. Trata-se de um distúrbio sem causa definida, descrita como perturbação ou inquietação. As atividades físicas diminuem e outras atividades rotineiras se tornam mais lentas.
Em quarto lugar estão os “distúrbios do sono”, que podem variar de uma pessoa para outra. Uns ficam sem sono. Outros ficam sonolentos. Outros dormem grande parte do dia e, ainda, têm dificuldade de levantar de manhã, dormindo até tarde do dia.
Os “distúrbios do peso” é o quinto sintoma e está relacionado ao apetite para mais ou para menos. Perda ou ganho de peso no decorrer de um mês sem nenhum esforço do paciente é válido como sintoma de depressão.
O sexto sintoma é a “falta de concentração”. Estudantes, jornalistas e escritores que não estejam se concentrando direito nas suas tarefas de estudo e, diariamente, reclamam da dificuldade de raciocinar precisam procurar um especialista com urgência.
Excessivos “sentimentos de indignidade”, baixa autoestima e culpa excessiva e sem razão de ser é o sétimo sintoma de depressão maior.
“Pensamentos mórbidos”, como, por exemplo, recorrentes sobre a morte ou o suicídio constituem-se o oitavo sintoma. Este sintoma é silencioso porque, às vezes, a pessoa recorre ao suicídio sem que, antes, alguém percebesse. Quando menos se espera a pessoa já se suicidou.
E, finalmente, o nono sintoma se relaciona à “fadiga” ou à falta de energia quase todos os dias. Este é o mais comum dos sintomas.
Me tornei psicoterapeuta por meio da análise transacional, do curso de psicopedagogia clínica e institucional que fiz na Universidade Estadual Vale do Acaráu (UVA) e de muitos estudos e pesquisas autodidatas que tenho feito na área da mente humana. Depois destas capacitações, os casos de depressão que tenho acompanhado têm me proporcionado muitos conhecimentos sobre o problema, inclusive a respeito de mim mesmo.
Quando passei uma separação conjugal, em 2003, tive mais ou menos seis destes sintomas e não sabia que estava passando por depressão. Por isso não procurei tratamento. Um dia os sintomas aumentaram e, então, fui ao médico. Foi quando constatei que eu estava diabético. Depois de uma batalha na justiça com a ex-mulher e, depois, com outras pessoas que tiraram proveitos financeiros de mim por via judicial, os sintomas pioraram e quase fui para a hemodiálise. Felizmente, consultei com o Dr. Wildener, médico naturalista, que, por meio de um tratamento natural intensivo, me livrou dos remédios farmacológicos e das doenças implicadas pelo diabetes.

(Continua na próxima edição.....).

quarta-feira, 13 de julho de 2016

MULTAS E FARÓIS LIGADOS

A indústria de multas
Por Battista Soarez

O governo brasileiro não tem competência para gerar riqueza no país por meio de investimentos nos setores produtivos. Por isso ataca o bolso do cidadão de várias formas: inventa taxas de tudo quanto é jeito, tributos e multas além das contas.
A novidade mais recente é a invenção abusiva de multar veículos que trafeguem com a luz do carro apagada nas rodovias estaduais e federais. A justificativa, nada convincente, é de que isso reduzirá o número de acidentes. Mentira!
O fato é que o governo subestima a inteligência do povo para poder tirar proveito por vias legais. O que o governo quer, de fato, é aumentar a arrecadação do Estado para alimentar ainda mais o inferno da corrupção. Então, o caminho mais curto é criar multas porque, aí, tudo se torna mais fácil, isto é, o governo não tem que investir e nem trabalhar para fazer dinheiro.
Quem tem de trabalhar para pagar tudo é, de fato, o pobre e sofrido cidadão brasileiro que já pena para pagar água, luz, sustentar a família, pagar os impostos, pagar combustível caro, pagar o IPVA absurdo, consertar o carro quebrado por rodar em ruas, avenidas e rodovias esburacadas, por causa da irresponsabilidade do governo que arrecada todo o dinheiro do povo e não faz corretamente a sua parte. Além disso, o trabalhador brasileiro é absurdamente penalizado com uma carga de tributos insuportável.
Temos que ser honestos. Trafegar durante o dia com a luz do carro apagada não causa acidente. O que causa acidente são as rodovias, avenidas e ruas cheias de buracos e, ainda, os quebra-molas espalhados pelo meio dos buracos. O que causa acidente é a má sinalização no trânsito. O que causa acidente é a estupidez de motoristas mal educados que não receberam instrução educativa porque o governo simplesmente cruzou os braços para a educação. O que causa acidente é a falta de investimento em políticas públicas de trânsito.
Você acha mesmo que no governo está preocupado com a vida ou a morte de alguém? Analise o nível de corrupção praticado pelo governo brasileiro e tire suas próprias conclusões. Mas o que está claro, e muito claro, é que o governo está mesmo preocupado é em arrecadar mais dinheiro para alimentar a corrupção que a gente já não aguenta mais.

São Luís do Maranhão, por exemplo, tem tanto buraco, mas tanto buraco que você não verá mais em nenhum outro lugar do mundo tanto buraco assim. As autoridades responsáveis pelo serviço público nada fazem, a não ser tapar alguns buracos nos dias das eleições para poder ganhar voto na intenção de se reeleger para repetir a mesma política de corrupção.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

SOBERBA, QUEDA DE PASTORES E PERDÃO

Atire a primeira pedra
Por que homens e mulheres de Deus estão caindo em pecado? Por que a igreja ainda não assimilou a justiça do perdão?

Por Battista Soarez

Tenho acompanhado, com muita tristeza, a publicização [nos blogs e nas redes sociais] de pecados envolvendo pastores e líderes cristãos que, por alguma razão, cometeram falhas em sua vida particular. Alguns deles são líderes importantes como, por exemplo, a bispa Ivonete Sena, pastor Tarquínio e, mais recentemente, o bispo Mário Porto. Essas pessoas são pastores, mas, também, são pessoas normais, que cometeram algo próprio da natureza humana.
Tudo o que essas pessoas fizeram foi fazer sexo quando sua saúde sexual deu sinal de que era o momento exato de suprir tal necessidade. Um dia elas não terão mais energia para isso porque vão estar numa idade em que o vigor físico da juventude já terá se passado (Eclesiastes 12.1). Mas agora elas têm esse vigor e, então, caíram, caem e sempre vai ter alguém caindo. E isso é normal. É normal porque cair faz parte do processo de construção-reconstrução espiritual do homem escolhido por Deus para ser exemplo de vida perante a comunidade-mundo. O homem é um ser “moral-espiritual” e cai para que ele não se perca no plano da vida eterna.
O cair de um líder cristão é normal também pelo fato de que a igreja precisa praticar o exercício do perdão: na queda de um pastor, é a oportunidade exata de a igreja exercer este princípio da justiça de Deus e, assim, praticar o ministério da misericórdia (Tiago 2.13). Se a igreja não perdoa o pastor, ela está cometendo o pecado da injustiça (Efésios 4.32; Colossenses 3.13). Pois está quebrando um princípio da justiça divina que é o “princípio do perdão” (Mateus 6.15; 7.2; Lucas 6.37). Uma igreja que não sabe perdoar o seu pastor que caiu está pecaminosamente perdida no caminho inverso da salvação (Mateus 18.35; Lucas 6.37).
Por conseguinte, a igreja precisa compreender que a queda de um cristão, embora sendo líder, faz parte da vida cristã normal. Anormal é a atitude de um outro ser humano, sujeito aos mesmos erros, pegar o pecado sexual de alguém e sair espalhando pelos meios de comunicação como se fazer sexo fosse coisa de outro planeta. Anormal é as pessoas acharem que pastor é Deus e que, portanto, não pode errar, como se o fato de alguém se tornar pastor significasse deixar de ser humano. Anormal é os crentes lerem a Bíblia e, apesar disso, ignorarem os ensinamentos de Jesus que diz em sua palavra afirmativamente: “Se, porém, não perdoardes aos homens [as vossas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.15).
Jesus disse a Pedro que o exercício da capacidade do perdão não é sete vezes, mas setenta vezes sete (Mateus 18.21-22). Isto quer dizer que o princípio do perdão deve ser uma prática diária e contínua (Lucas 17.3-4). E que a disciplina para quem foi afetado, ferido ou imolado pelo pecado não é exclusão, é tratamento (cf. Gálatas 6.1-2). Ferida se cura é com remédio e não com pancada. Alma ferida se cura é com amor e perdão e não com indiferença e/ou rejeição.
Perdão é um princípio da justiça divina que, na língua hebraica do Velho Testamento, significa “defesa”. Ou seja, Deus agindo em defesa do seu povo. Portanto, quem não exercita a capacidade do perdão está fora do plano da justiça de Deus. Quando um pastor cai, repito, é o momento certo de a igreja exercitar o aprendizado do perdão como princípio da justiça de Deus.
Por outro lado, pastores que não ensinam ou não preparam a igreja para saber perdoar, pagarão caro por essa omissão. Pastores que não perdoam quando alguém peca, um dia sofrerão a dor da necessidade de serem perdoados. Lembre-se: perdão não é doutrina, é princípio. E qual é a diferença? A diferença é que “doutrina” é falível e tem valor apenas denominacional, enquanto que “princípio” é infalível [é eterno] e tem valor universal.
Todas as pessoas crentes com quem conversei e notei sintomas de soberba, caíram e passaram pela dor da vergonha moral, inclusive líderes de igreja. A verdade é que quedas pecaminosas servem para nos corrigir quando somos soberbos. Muitos que caem, caem não para sua derrota, mas para sua libertação do inferno da soberba e para sua graciosa vitória espiritual. Quando caímos, somos jogados no leito da dor moral e ali refletimos sobre nossa limitada condição humana. E aí é onde somos tratados e reconstruídos.
Deus traz uma variedade enorme de meios para trazer saúde à sua igreja que está doente. E se um pastor cai, isto quer dizer que sua memória espiritual foi gravemente ferida e, então, precisa de cura (leia o meu livro “E assim o amor acontece”, Arte Editorial, SP, 2013).
Há doenças que a medicina, a psiquiatria e a psicologia não curam. A doença do pecado, por exemplo, não pode ser tratada por psicólogos ou psiquiatras, mas pelo poder de Jesus através de um conselheiro cristão que saiba ministrar a psicologia do perdão. Não podemos discriminar e excluir uma pessoa que pecou, mas acolhê-la, perdoá-la e amá-la. É a única forma de vencer o pecado. Algumas doenças não podem ser curadas porque a sua causa não está no corpo físico, mas na alma. Isto é bíblico. Algumas pessoas nos dias de Jesus não puderam ser curadas sem, antes, suas almas serem tratadas.
Certa vez, antes de ministrar a cura num homem, Jesus disse-lhe: “Filho, estão perdoados os teus pecados” (Marcos 2.5). Isto significa que uma cura física não pode acontecer se a causa da doença está na alma. Só depois de perdoar o pecado daquele homem, ou seja, de tratar a doença da sua alma, foi que Jesus lhe disse: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Marcos 2.11).
Muitos pastores que estão pecando e não conseguem parar de pecar é porque suas almas estão doentes. O fato de eles buscarem saciar seus desejos no prazer sexual é porque suas almas estão buscando cura dos seus problemas existenciais no lugar errado. No fundo, estão procurando saciar sua fome de Deus no prazer sexual, por ser o sexo a necessidade humana mais próxima da espiritualidade. O sexo é, portanto, uma forma de todos nós humanos resolvermos momentaneamente nossos problemas de alma, saciando, por um pouco de tempo, nossa sede de Deus. Por um pouco. Porque, logo depois, volta tudo de novo.
Um pastor não cai por acaso. Quando se vê um pastor cair, o problema não está no seu caráter ou no seu nível de santidade, mas na vaidade do seu coração. A queda de um pastor, portanto, não é um problema moral ou falta de caráter, como muitos pensam e falam. Mas é um problema de soberba espiritual que afeta sua vida no plano físico (Jó capítulos 3, 40 e 41). É plenamente possível ter caráter, ser santo e justo e, mesmo assim, ser soberbo. Foi o caso de Jó e do jovem rico confrontado por Jesus na passagem de Mateus 19.16-22. Jó era justo, santo e honesto servo de Deus. O jovem rico era justo, fiel e aplicado na palavra do Senhor, sem nada que desabonasse sua conduta. Mas essas pessoas tinham um problema em comum: eram soberbas. E a soberba precede a queda (Provérbios 16.18).
A vaidade do coração é o pecado da soberba. A soberba acontece quando o líder ou qualquer crente em Jesus comete a infelicidade de achar que o seu nível de espiritualidade e santidade está acima do nível dos outros. Quando ele pensa que a sua moral é mais importante do que a moral dos outros. Foi o que aconteceu com os líderes mencionados acima e com outros líderes caídos Brasil a fora. Líderes importantes como o bispo Mário Porto, bispa Ivonete Sena, pastor Tarquínio, pastor Caio Fábio e muitos outros que caíram e estão caindo pelas mesmas razões, caíram e caem não para a sua perdição ou derrota, mas para que Deus os resgate do poço pecaminoso da soberba.
Esses líderes são extremamente importantes para o reino de Deus porque trabalham com a libertação da consciência da comunidade-povo. O povo vive numa terrível escravidão mental. E esses homens e mulheres príncipes de Deus têm a missão de libertar essa gente-comunidade-mundo dessa escravidão mental. Por isso mesmo são alvos do ódio estarrecedor do diabo. O diabo os persegue colocando nos seus corações a soberba, o orgulho, a santarronice, o patamazismo etc. E, então, chegam a um momento da queda. Deus permite que o diabo os derrube.

Mas a queda espiritual desses homens e mulheres de Deus é, consequentemente, um antídoto contra o pecado da soberba que se infiltrou nas suas vidas por meio da vaidade do coração. Este é o método perfeito do grande amor de Deus por nós para livrar-nos da porta do inferno. Mário Porto, Ivonete Sena, Tarquínio, Battista Soarez, líderes de grandes igrejas, presidentes de convenções, o papa e todos nós que somos crentes em Jesus e destaques na comunidade da fé precisamos entender que a nossa espiritualidade não está acima da espiritualidade dos outros. Temos que ter a consciência de praticar o princípio do perdão uns para com os outros (Efésios 4.32) e, assim, vivenciar profundamente a justiça e o grande amor de Deus.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

CONFERÊNCIA MISSIONÁRIA

CONFERÊNCIA MISSIONÁRIA

Em breve:


I Conferência Missionária de Evangelismo em Rede, que acontecerá em São Luís do Maranhão.

Lançamento da Rede de Amigos em Cristo, uma estratégia de ação do "Projeto a Igreja Cidadã". 

Tema: "A IGREJA NA VELOCIDADE DA PALAVRA COM UM SISTEMA NERVOSO EVANGELÍSTICO".


A G U A R D E!

terça-feira, 14 de junho de 2016

DIETA DA VIDA

Dietas da vida e do espírito
Battista Soarez
O Dr. Gabriel Cousens dedicou parte da sua vida aos estudos da mente e da espiritualidade. Ele conta que, na antiguidade, os envolvidos nos vários tipos de sacerdócio sabiam dos efeitos de certas dietas no desenvolvimento espiritual e guardavam esse conhecimento como segredo para manter seus próprios poderes sobre as populações.
Atualmente, isso pode ser observado na índia, onde os sacerdotes “brahmin” comem separados das pessoas de outras castas. O que se deduz é que a dieta de um grupo social afeta sua consciência espiritual.
Para os indianos, certos alimentos afetam demasiadamente as qualidades mentais do ser humano. Os estados mentais estão latentes em cada um de nós. As qualidades e estados mentais são divididos em três categorias chamadas “gunas”, isto é, “sattvica”, “rajásica” e “temásica”.
Cousens realiza seu estudo dizendo que: (1) o estado de mente “sattvico” é limpo, pacífico e harmonioso; (2) o estado de mente “rajásico” é ativo, inquieto e agressivo, ou seja, é o estado mental de guerreiros, executivos e empresários; (3) o estado mental “temásico” é letárgico, impulsivo, cruel, moral e fisicamente degenerado, sendo basicamente o estado mental dos viciados em drogas, dos ladrões e criminosos.
A escolha de alimentos, então, se dá exatamente aí, como veremos agora.
Alimentos “sattvicos”. São alimentos considerados puros, isto é, que mantêm o complexo “corpo-mente-espírito” equilibrado, limpo, harmonioso e forte. São alimentos de fácil digestão e seu consumo não resulta na acumulação de toxinas no sistema orgânico. A ingestão desses alimentos ajuda a manter a mente em paz. Eles nos acrescentam energia que ajudam na nossa assimilação. Incluem todas as frutas, os vegetais, folhas verdes comestíveis, verduras, feijões, mel e pequena quantidade de arroz integral e fibras integrais. É uma dieta completamente vegetariana.
Alimentos “rajásicos”. Estes alimentos estimulam o sistema nervoso... Ao comê-los, a pessoa sentirá aumento de energia. São eles: café, chá, tabaco, carne fresca, grande quantidade de temperos estimulantes como alho e cebola. São alimentos que provocam agitação e inquietude. Eles forçam o corpo e a mente para além dos seus limites. Se isso se torna um hábito, ficamos nervosos, tensos, desequilibrados e, aí, as doenças começam a se manifestar.
Um exemplo desse caso são os viciados em café, que: (1) precisam mais e mais de café para enfrentarem os seus corpos ativos a fim de realizarem seus trabalhos; (2) o viciado se torna cada vez mais fisicamente esgotado até que nem mesmo o café ajuda; (3) a hipoglicemia é um resultado típico do desequilíbrio rajásico, principalmente com o uso excessivo de café e açúcar.
Os alimentos rajásicos tendem a estimular o corpo e a mente para um estilo de vida mais competitivo, sensual e de busca do prazer. Os alimentos rajásicos incluem não apenas alguns alimentos biogênicos e bioativos, mas também carnes e muitos alimentos cozidos, temperados com molhos suculentos e oleosos. Incluem: (1) manteiga; (2) queijo; (3) óleos; (4) alimentos fritos; (5) bolos; (6) açúcar; (7) ovos.
Estes alimentos nos causam má digestão, levando-nos a desequilíbrios neurológicos, emocionais e orgânicos. Desarranjos intestinais são sintomas de que já há algum desequilíbrio em nossa saúde. O uso excessivo de café e vícios em açúcar são a principal causa desses transtornos na nossa saúde. Uma dieta assim leva a uma saúde precária e a desequilíbrios crônicos degenerativos.
Alimentos “temásicos”. São alimentos velhos, estragados, decompostos, inutilizados, cozidos em excesso, restos reaquecidos e alimentos processados, entre eles o arroz branco. Esses alimentos são quimicamente alterados com: (1) conservantes; (2) pesticidas; (3) fungicidas; (4) adoçantes; (5) corantes artificiais; (6) sulfatos; (7) nitratos e produtos quimicamente similares.
Tudo isso é popular hoje em dia e caem na categoria “temásica”, assim como as bebidas fermentadas como as alcoólicas e todas as outras drogas. Todas as carnes não frescas são consideradas temásicas, incluindo a maioria das carnes encontradas nos supermercados.

Apenas presas selvagens e peixes pescados na hora são considerados rajásicos. Os alimentos temásicos não têm força vital remanescente. Uma dieta assim não chega a ser 50% alcalina, isto é, nossas células inteligentes não a reconhecem como alimentos para o corpo.

terça-feira, 10 de maio de 2016

REFLEXÃO DA MATINA

REFLEXÃO DA MATINA
Por Battista Soarez

Costumo fazer minhas orações a Deus nas primeiras horas do dia, antes mesmo do café da manhã. Nesta semana, algo diferente vem acontecendo comigo. Todas as vezes que começo a cantar e a orar, meu coração se enche de contentamento de tal maneira que os cantos entoados e a leitura do texto bíblico saem com uma voz um tanto engasgalhada. Meu peito se enche de uma sensação jubilosa e meus olhos ficam marejados de lágrimas inexplicáveis. Não sou de me emocionar com facilidade. Nas profissões que acumulei na vida (jornalismo, psicoterapia e a faculdade de direito), aprendi a não me envolver emocionalmente com os fatos. A última vez que me lembro de ter chorado foi em 2009, quando minha mãe faleceu.
Mas, ultimamente, simples fainas e contentamentos espirituais têm me feito chorar. Isto ocorreu ontem, enquanto dirigia o carro, ao lembrar do hino 166 da Harpa Cristã que há anos não cantava, desde a minha juventude, quando, em 1983, aceitei a Jesus como meu Salvador. Para ser honesto, já havia esquecido a melodia. O refrão do hino diz: “Deixa entrar o Rei da glória / Em ti mesmo, ó pecador; / Quem é este Rei da glória? / É Jesus, o teu Senhor”. Hoje, no devocional da manhã, o hino veio novamente à lembrança. Então cantei. Não deu noutra: o Espírito me encheu e chorei. Depois, li o capítulo 20 inteiro do Evangelho de Lucas e chorei novamente. Em seguida, orei com júbilo.
Enquanto orava, o Espírito de Deus me trouxe à reflexão algumas lições que quero compartilhar, aqui, com os meus leitores.
A primeira delas é que os erros nos ajudam a conhecer todos os caminhos que levam a nada. Assim, fica mais fácil seguirmos o rumo certo que nos guiará a alguma coisa com sentido. Conhecendo todos os caminhos que levam ao erro, ficará mais fácil, agora, seguir o rumo certo. Mas é preciso ter inteligência espiritual para saber aprender com os erros. Do contrário, vamos utilizá-los apenas para nos abastecermos de culpa e, então, nos tornarmos presas fáceis do diabo. A inteligência espiritual nos leva a ter intimidade com Deus e, aí, nossos erros se tornarão em aprendizado da fé, em vez de pecados. A falta de inteligência espiritual (a ignorância espiritual) nos leva a não entender o sacrifício vicário de Jesus e, ao que parece, a acreditar que o pecado é mais forte que o preço pago por Ele na cruz em nosso favor. A maioria dos cristãos vive num paradoxo da fé: prega que a morte de Jesus na cruz significa também a morte do pecado, mas vive totalmente o contrário; acredita que a ressurreição dele representa a liberdade de todo aquele que nEle crê, mas vive numa eterna prisão religiosa.
Muitos cristãos, na prática, parecem invalidar o poder libertador do Cristo ressuscitado e ressuscitam o pecado que Jesus matou na cruz. Sim, isto ocorre a cada vez que, por causa de um erro qualquer, saímos da igreja ao invés de nos apegarmos ainda mais a Jesus em busca de seu amor e intimidade com Ele. Ressuscitamos o pecado a cada pastor que fraqueja e, em vez de o perdoarmos, condenamo-lo a perder o ministério, matando a obra de Deus na sua vida. Recentemente, numa revelação, Jesus falou-me da sua vinda e das injustiças dos conselhos de doutrina das igrejas. Chamou-os de “porcos mortos”. “Eis que o meu Espírito não está nesses conselhos de doutrina disse Ele. Pois eles abandonaram a minha Palavra que ensinei no Sermão da Montanha, pregando injustiça aos homens com seus manuais de doutrina. Por causa dessas doutrinas, eles causam divisões na minha igreja. Não se perdoam entre si. Quando um pastor, servo meu, cai, eles não o perdoam, ficando assim prejudicada a minha obra na vida dele”. Para mim, enquanto intelectual que costuma ser um tanto racional e muito cuidadoso não me deixando impressionar com visões, profecias e revelações foi um impacto tão forte que levantei de madrugada e escrevi aquela revelação. Interessante é que tive esta mesma revelação em 1983. Agora estava em 2014. Ou seja, 31 anos depois voltei a ter a mesma revelação.
A segunda lição que aprendi foi que se colocarmos os obstáculos como nossos aliados e não como inimigos, eles nos ajudarão a chegar ao topo e vencer. Exemplifico isto com a história de um turista americano que estava na Índia num dia dedicado à peregrinação ao topo de uma montanha sagrada. Centenas de pessoas se preparavam para a subida íngreme e difícil. O americano, acostumado a exercícios físicos e se julgando em boa forma, decidiu participar da experiência. Vinte minutos depois, completamente sem fôlego e quase incapaz de dar mais alguns passos, viu passarem facilmente por ele mulheres carregando bebês e frágeis velhinhos apoiados em bastões. “Não consigo entender disse ele a um amigo indiano. Como é que essa gente consegue e eu não?”. O indiano respondeu: “É que vocês americanos têm o hábito de encarar tudo como um teste. Você encara a montanha como um inimigo e se dispõe a derrotá-la. A montanha, naturalmente, também luta e é muito mais forte que você. Nós, indianos, não vemos a montanha como um inimigo a vencer. Nosso objetivo é uma unidade com a montanha. Uma espécie de amizade com ela. Assim, ela nos levanta e nos carrega pelo caminho”. Então, matei a sacada: a melhor forma de vencer um obstáculo é torná-lo nosso aliado. Assim, toda a sua força lutará a nosso favor.
A terceira coisa que a reflexão matinal me fez vê foi: todas as pessoas que se levantaram contra mim são pessoas fracassadas e derrotadas na vida. Isso tem uma explicação. As pessoas aprenderam, erroneamente, que para ser vencedor tem que ter perdedor. Todo aquele que se dispõe a ser um vencedor descobre que tem de enfrentar os outros. Na sua visão, sua ascensão é a queda dos outros. E esta maneira de ver as coisas tem suas consequências. A inveja, por exemplo, incendeia em nós um espírito de competição e anseio por derrotar os outros. E isso é péssimo.
Muitas vezes ajudei pessoas pensando no melhor para elas quando, de repente, descobri que elas me odiavam meramente por inveja. Surpreso, perguntava para um vácuo de silêncio sem resposta: “por que?”. Simples: elas não queriam minha ajuda, queriam estar no meu lugar; queriam ter o que eu tenho; queriam ser o que eu sou.
Mesmo no seio familiar acumulei experiências dolorosas. Trabalhei muitas vezes para ver minha família vivendo bem e confortavelmente. Quando menos esperava, estas mesmas pessoas a quem procurava amparar se constituíram inimigas. O profeta Miquéias nos alerta para este perigo: “Os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Miquéias 7.6b).
Finalmente, a última lição desta manhã. Li, numa certa ocasião, que, no cristianismo medieval, havia a história do prestidigitador. Para quem não sabe, o prestidigitador é aquele artista que, pela ligeireza dos movimentos das mãos, faz deslocar ou desaparecer objetos. Com isto ele manipula suas mágicas, iludindo a vigilância do espectador de maneira que parece inexplicável. E, no texto que li, conta que cada um dos fiéis trazia uma dádiva para honrar a Virgem Maria no seu dia. Os fiéis participantes do evento traziam presentes caros e refinados, tapeçarias tecidas à mão e coroas incrustadas de pedras preciosas.
Numa daquelas ocasiões, havia um jovem pobre e humilde. Ele era muito simples. Não tinha presente para oferecer e nem dinheiro para comprar qualquer dádiva. Mas ele tinha uma coisa que os outros não tinham. Ele sabia praticar o ilusionismo. Sem nada para oferecer, ele teve uma ideia: começou a dançar, burilando requebrados, fazendo silhuetas, traçados com as mãos e os pés. E, na sequência, fazia mágicas diante da imagem da Virgem, para horror dos bem comportados espectadores. Mas ele fazia tudo aquilo de todo o seu coração, de toda a sua alma que aquela sua dádiva foi a que teve melhor aceitação.

O que podemos aprender com isto? Que não importa o pouco ou o inusitado que você ofereça. Importa é que o que você faz, o faça com a força do coração e intensidade de alma. Certa viúva pobre fez isso diante de Jesus e se deu bem na presença do Mestre (Lucas 21.1-4).

terça-feira, 3 de maio de 2016

VIVER DÓI

VIVER DÓI
Por Battista Soarez
“Morrer não dói. O que dói é a vida, porque viver nos isola do resto da vida e nos deixa vulneráveis”, disse um sábio indiano a um certo homem judeu que acabara de perder um filho que tanto amava,  por conta de uma doença grave.
O indiano tentava convencer o judeu de que a morte de uma pessoa não é uma tragédia. Mas uma oportunidade única de ser promovido a uma vida superior e melhor. Segundo ele, a alma de uma pessoa que morre volta para a grande corrente da Vida superior, como uma gota d’água volta ao oceano, que é a sua origem.
Particularmente, fico perplexo ante às duas culturas de crenças diferentes. O indiano aprendeu a suportar a dor encarando-a como uma normalidade porque o seu maior foco é a Vida superior já que, para ele, morrer é uma oportunidade única na vida. “Alguns só têm a oportunidade de morrer depois de uma vida inteira de sofrimento. Outros têm a sorte de tê-la numa fase mais jovem da existência”, disse ele. O judeu, por sua vez, tem uma cultura mais existencialista e ama um filho de tal modo que perdê-lo lhe custa muita dor e intensa lamentação. Qual das duas crenças tem mais razão? A verdade é que se somos espiritualistas extremos, verticalizamos a fé e pouco da existência nos importa. Se somos existencialistas, focamos nossa fé nos valores da vida e sofremos dores quando passamos por perdas e decepções.
Algumas horas depois de ter saído do cartório onde me casei com a moça a quem amava na minha mocidade  uma jovem universitária do curso de Serviço Social, à época, por quem me apaixonei acreditando piamente ser a mulher com quem viveria o resto da minha vida — ouvi dela a seguinte frase: “Pois é. Me casei. Se eu não gostar da ideia, eu me separo”. Perguntei-lhe por que então se casou. Ela respondeu: “Porque para fazer sexo sem pecado, tem de casar”. Juro que quase voltei ao cartório para anular o casamento. Até hoje me arrependo de não tê-lo feito. Olhei para ela e disse-lhe: “Se você tivesse dito isso ontem, não teríamos nos casado”. Depois de sete anos, me vi envolvido numa série de dores emocionais, conflitos e situações desagradáveis ocasionadas pelo pedido de separação por parte dela. Então nos separamos e as consequências que vieram a partir dali impediram inúmeras conquistas e avanços na minha vida, interrompendo sonhos e realizações inclusive no ministério cristão e na minha carreira literária.
Isso ocorreu porque uma metade dela entrou no casamento e a outra metade ficou do lado de fora dele. E quando isso acontece, quando se entra numa relação conjugal com apenas uma metade, deixando a outra do lado de fora, você já tem aí quase cem por cento de garantia de que o matrimônio terminará em separação e divórcio. Dou uma olhada panorâmica à minha volta, e vejo centenas de jovens caindo na armadilha do mesmo erro: casam-se não porque querem uma vida de responsabilidade, harmonia e renúncia em favor do matrimônio. Mas porque querem fazer sexo e, depois, não ter de ficar com a consciência cheia de culpa. Casam-se apenas por causa da moral, da ética social e religiosas que a sociedade e a igreja lhes impõem. Depois pedem divórcio e terão que conviver com inúmeras dores causadas pela desconstrução do amor que um dia juraram perante o juiz e as testemunhas que seria por toda a vida, “até que a morte os” separassem. Quando se trata de cristãos, tem uma dor a mais: a dor da consciência religiosa por terem quebrado a doutrina que a maioria das igrejas prega, de que o divórcio é um pecado sem perdão. Ou, uma vez divorciados, terão de conviver com a dor de ficar sozinhos para o resto da vida. Porque, quem casar pela segunda vez, vai ter de conviver com a dor de estar em pecado de adultério para sempre. Como disse, certa vez, um homem decepcionado com tantas tentativas erradas: “Se eu nunca tivesse amado, não estaria chorando agora”. Para ele, o amor só lhe rendeu dores e sofrimento.
Olho para o que o Senhor Jesus disse em Lucas 14.26 e leio: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Mesmo assim, apesar disto que Jesus afirmou, vejo os cristãos construindo um arranjo de idolatria em torno do casamento e da família. Quando eu trabalhava na Editora CPAD, no Rio de Janeiro, um funcionário do setor de contabilidade, que também era crente, me disse: “Deus acima de tudo, família em primeiro lugar e a obra de Deus em segundo plano”. Olhei-o com incredulidade e o corrigi: “Penso um pouco diferente, meu irmão. Permita-me lhe dizer... Deus acima de tudo. A busca pelo reino de Deus e pela sua justiça em primeiro lugar. E uma vez estando o nosso compromisso com o reino de Deus no seu devido plumo, aí sim todas as outras coisas estarão bem (Mateus 6.33): família, finanças e tudo mais. Isto é o que a Bíblia nos ensina. Não acha?”.
Quase dez anos depois recebi a fatídica informação de que aquele irmão sofreu uma turbulência no seu casamento e teve de separar. Se eu tivesse contato com ele outra vez teria lhe dado a razão do seu divórcio, dizendo-lhe: “Irmão, quando pomos a fé na família para depois servir a Deus, ela estará fadada ao fracasso. Quando, porém, firmamos a fé em Deus para suster a família, esta estará segura e apta a continuar. Casamento em primeiro lugar e o reino de Deus em segundo plano representa um perigo iminente de cairmos no abismo da separação e do divórcio. Quando praticamos o princípio bíblico e colocamos Deus em primeiro plano, acima do casamento, este estará solidificado”. Não é Deus que depende do casamento e da família, mas o casamente e a família é que dependem de Deus.
Mas eu tive maturidade suficiente para entender que aquele pensamento religioso não era do meu colega de trabalho e irmão na fé cristã. Isto é o que eu ouço de quase todos os líderes cristãos que, como minha ex-mulher fez com o nosso casamento, entraram para o reino de Deus apenas com uma de suas metades, contradizendo a palavra do Senhor que diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lucas 10.27).
Certa vez Jesus disse que no céu ninguém se casa, nem se dará em casamento. “Porém, são todos como os anjos nos céus” (Marcos 12.25). Porque o casamente, disse Jesus, é uma necessidade [um negócio jurídico] meramente terrena. Lá no céu ninguém vai precisar disso. Pelo viés da história ocidental, podemos avaliar que Jesus quis dizer que o casamento é apenas um negócio jurídico que envolve interesses patrimoniais e financeiros, firmado por um papel cartorial no direito romano, chamado “certidão de casamento”. É um “contrato social” que incendeia nos casais ameaças tipo: “faça-me feliz, satisfaça o meu ego, senão vamos ter muita dor de cabeça nos tribunais”. Mesmo assim, idolatramos o casamento e a família no plano “A”, empurrando o reino de Deus para o plano “B”.
A verdade é que temos um medo fustigante e intransigente de perder as paixões da nossa zona de conforto e, então, justificamos este medo criando pensamentos e argumentações carregados de religiosidade e desprovidos de vida em Deus. Receamos assumir o discipulado de Jesus deixando para trás a cruz das paixões da vida transitória. Então levamo-las conosco. Aí preferimos seguir o rumo das nossas paixões efêmeras, fazer as coisas erradas e depois perseguir a razão para justificar os erros cometidos. Nunca usamos a inteligência espiritual para fazer a escolha correta, mas usamos a inteligência comum, carregada de espertices, para elaborar desculpas brilhantes e assim aliviar a dor de ter errado.
Como disse nosso amigo indiano, morrer não dói. O que dói é enfrentar um casamento com uma mulher turbulenta com a mente carregada de fantasias da vida efêmera que, quando não realizadas, se transformam em perseguição, intrigas e infelicidade no lar. O que dói é ter que se divorciar dela e, depois, enfrentar as consequências dolorosas de uma infeliz separação conjugal. O que dói é viver ao lado de um marido beberrão, rabugento, estúpido, violento e depois, toda partida de golpes emocionais, ser obrigada a fazer sexo com ele na cama sem uma gota de prazer.
Morrer não dói. O que dói é viver num país de economia desajustada por causa da cultura da corrupção imperando drasticamente sobre a vida de milhões de pessoas inocentes e afetando desgraçadamente todas as políticas públicas da nação. O que dói é ter que sobreviver em meio às injustiças da justiça dos homens que furta o direito de quem tem para dar a quem é desonesto, malevolente e iníquo. Morrer não dói. O que dói é ser obrigado a encarar as injustiças sociais ocasionadas por maus gestores de uma sociedade que se acostumou a gestar infernos políticos sobre a vida de uma população carente de justiça humanitária.
Morrer não dói. O que dói é viver ao lado de filhos ingratos e desobedientes e ainda ter de pagar caro para tirá-los da cadeia. O que dói é ter de chorar nos seus funerais porque tiveram suas vidas ceifadas na prática do crime e da arrogância na liberalidade traiçoeira de uma vida tola e libertina.
Morrer não dói. O que dói é a consciência de ter votado em políticos avarentos, desonestos e inúteis e, depois, sofrer no mar de políticas burocráticas, privações econômico-sociais e dirigir em ruas esburacadas, quebradas, depois de pagar um IPVA caro e, ainda, tendo que pagar mais caro ainda para consertar o carro todo quebrado.

Viver dói... Dói porque as pessoas podem fazer tudo para viver em paz e harmonia, fazendo as coisas certas, mas optam por acionar os mecanismos da tormenta e viver desgraçadamente. Viver dói porque as pessoas preferem se perseguirem umas às outras e, assim, gerarem ódio e vingança que resultam em tragédias, angústia, sofrimento e morte. "Morrer não dói. O que dói é viver enfurnado nesta vida de dor existencial, isolado de outra vida mais harmoniosa e melhor", disse o velho indiano.

terça-feira, 26 de abril de 2016

O FENÔMENO DA IMPOSTURA

O fenômeno da impostura
Por Battista Soarez

Ultimamente minha vida, aos 48 anos de idade, anda passando por mudanças que, por vezes, me levam a ficar assustado perante o espelho da existência. Não que eu tenha medo de encarar a realidade das crises que este mundo tenebroso apresenta. Não que eu sinta qualquer sentimento de covardia perante as lutas que eu tenha de enfrentar em razão de dificuldades a serem superadas para que eu obtenha a justa garantia da conquista. O que me assusta é a incapacidade de compreensão das pessoas que me cercam no que concerne ao meu favor por elas. O que eu temo é o fato de que o que essas pessoas podem obter de mim, o meu melhor por elas, seja barrado por causa da má interpretação da vaidade tola de seus corações injustos. Escolhas efêmeras nos afastam do ideal no âmbito das relações e são empecilhos às nossas verdadeiras conquistas.
Na fase da juventude normalmente nós, humanos, buscamos coisas que exaltam a vaidade e alimentam um tipo de contentamento que ousa enfrentar os desafios da vida com um tino de superioridade que nos enche de egoísmo e autocontemplação. Quando jovens, não temos medo de nada. Queremos remodelar o mundo ao nosso próprio modo e bel prazer. Sensações de fugacidade não nos são mais motivo de alerta mas, sim, preenchimento do orgulho que nos impulsiona para uma caminhada cada vez mais transitória. Nessa fase da vida, o orgulho jovem não permite vermos nossos próprios limites. Não nos permite entender que a vida é cheia de labirintos que exigem de nós cuidados e atitudes que estejam sempre coerentes com o sentimento de conquista que de fato precisamos para vencer os percalços de um mundo cada vez mais em evolução.
Quando ficamos adultos, tudo o que queremos é o bem da família, dos amigos e das pessoas por quem nutrimos respeito e admiração. Pensamos numa vida financeira confortável que nos dê estabilidade e segurança para os nossos filhos e netos, e procuramos contribuir da melhor maneira possível com o futuro deles. Mas nem sempre recebemos festejos ou aplausos de gratidão. É nessa fase que entendemos ser importante respeitar a vida e os seus limites comuns e sociais. Normalmente nos tornamos conselheiros dos mais jovens exatamente naquelas coisas moral e eticamente incorretas que fazíamos quando tínhamos a mesma idade deles.
Na velhice, enfim, cheios de experiências acumuladas e buscando amenizar as intempéries da senilidade, pensamos numa vida espiritual mais efetiva e num preparo ético mais próximo de Deus para enfrentarmos a vida após a passagem para a eternidade. O dinheiro e a fama já não nos são tão prioridades como antes. Agora nos contentamos com o dinheiro da aposentadoria que nos dá o básico para uma sobrevivência cansada e cada vez mais definhante. É quando aprendemos a valorizar as coisas de maneira mais acentuada, até mesmo o fenômeno das tragédias pessoais que nos são inevitáveis durante o percurso da existência. Então, pedimos perdão às pessoas com quem tivemos diferenças, nos arrependemos de pecados comedidos quando gozávamos do vigor da juventude, pedimos socorro a Deus pelas fragilidades e egoísmos tolos que nos levaram a ferir a outrem e a cometer certos desatinos. E, enfim, nos acovardamos perante o fim da existência porque não sabemos, ao certo, o que nos aguarda do outro lado da vida, após a morte.
O escritor Oscar Wilde disse, certa vez, que: “Neste mundo só há duas tragédias. Uma é não se conseguir o que se quer. A outra é conseguir”. Isto quer dizer que por mais que a gente se esforce para obter o sucesso este não nos trará tanta satisfação o quanto imaginamos. Numa certa altura da vida é que vamos descobrir que o sucesso não era bem o que queríamos. Queríamos algo mais próximo da felicidade e cada vez mais longe das coisas fugazes. De fato, queríamos algo que nos desse mais segurança e comodidade.
Há alguns anos, em 1996, li o livro “Quando tudo não é o bastante”, do rabino Harold Kushner. Foi um presente que ganhei da minha namorada na época e um dos melhores livros que já li na minha vida. Nele Kushner afirma: “As pessoas que têm dinheiro e poder sabem de uma coisa que você e eu não sabemos. E, se nos dissessem, talvez não acreditássemos. O dinheiro e o poder não satisfazem aquela fome sem nome que temos na alma. Até mesmo os ricos e poderosos se descobrem desejando ardentemente alguma outra coisa”. De fato, Kushner tem razão. Lemos a respeito de problemas familiares de pessoas ricas e famosas. Vemos nas telas de cinema e televisão seus conflitos em forma de ficção. E a verdade é que nunca entendemos suas mensagens. Às vezes pensamos que, se tivéssemos a vida que esses personagens da mídia têm, seríamos felizes. Mas a verdade é que não importa o esforço que fazemos para sermos amados, populares e reconhecidos. Se o sentimento de nossa identidade depende da opinião dos outros, então estaremos sempre sujeitos a outras pessoas e dependentes delas. Se isso acontece, se somos sempre dependentes dos outros e nunca construímos a nossa própria independência, a qualquer momento teremos nosso tapete puxado por eles.
Buscar independência e autonomia pessoais é o mesmo que trabalhar criativamente a partir dos nossos sonhos. Mas é fato que devemos compreender que, muitas vezes, gente aparentemente bem sucedida obteve sucesso imerecido. Mais adiante pessoas assim, mesmo com sentimento de serem bem sucedidas, demonstram serem ocas. Jamais podem desfrutar suas realizações em quaisquer circunstâncias. Aí sempre precisam de uma autoafirmação após a outra. Vivem precisando de afirmações de outrem. Ocorre que nem sempre as afirmações alheias a nosso respeito são positivas a nosso favor. Nem sempre são construtivas. E quando somos atingidos com afirmações não construtivas, mas destrutivas, definhamos existencialmente, ao mesmo tempo em que os nossos sonhos se esvaem.
Esse fenômeno é conhecido como o “fenômeno da impostura”. É quando há um embustecimento de nossas latitudes quanto à liberdade de ação. Um tipo de fingimento lastimoso. De vaidade tola e presunção extrema. A maioria das pessoas ricas se lança nesse fenômeno quando se vestem de uma falsa superioridade. Sua intrujice sempre permite que elas se infiltrem entre os outros para deles tirarem proveito. Você já viu aquelas pessoas que quando você tem algo importante ou dinheiro elas facilmente se aproximam de você, mas quando você está desprovido de bens e dinheiro elas se afastam? Trata-se do fenômeno da impostura, o qual é carregado de hipocrisia e fingimento. Este fenômeno acontece na política, nas grandes empresas, em grupos sociais, em famílias ricas e nas instituições em geral, inclusive na religião.
Alguém já disse que isso ocorre quando estamos enfronhados numa fome de alma que não tem nome. Quando somos afetados por uma atitude estranha de fazer “os outros” de inferno. Mas o inferno não são os outros. O inferno é dedicar esforço para obter fama, dinheiro, poder e sucesso corroendo relacionamentos com os outros. Inferno é enxergar os outros apenas à medida do que eles podem fazer por nós.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Um conselho para Dilma
Battista Soarez


Na atual conjuntura em nível de governo federal, a decisão mais sensata que a presidente Dilma Rousseff deve tomar é a renúncia. Por dois motivos: primeiro porque a oposição, cercada de aliados gananciosos, não vai deixa-la governar em paz, como prometeu Aécio Neves (PSDB-MG) logo após as eleições de 2014. Segundo porque os que querem assumir o comando do país não vão conseguir governar bem a nação. Com eles, o país vai estar pior do que com Dilma. Sofrerão um desgaste estarrecedor na sua imagem. Por conseguinte, o povo vai ver a realidade da política brasileira e entender que, sem Dilma, a coisa vai ficando cada vez pior. Aí, o Lula virá com toda força em 2018 e ganhará as eleições. É só esperar pra ver.
Acompanhei pela imprensa que, neste domingo, manifestações pró e contra o impeachment da presidente Dilma estão sendo organizadas, quando o plenário da Câmara irá decidir sobre o processo. Em São Paulo, o ato a favor do afastamento será na Avenida Paulista. O movimento “Vem Pra Rua” marcou a concentração para as 14h na esquina com a Rua Pamplona, onde estará o carro de som com dois telões para a transmissão da votação no Congresso. O “Movimento Brasil Livre” também está chamando para o ato no Paulista, com caminhão e telões próprios.
Os atos pró-governo, organizados pelos grupos “Frente Brasil Popular” e “Povo sem Medo”, que inclui a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional de Estudantes (UNE) e União Brasileira de Mulheres (UBM), devem acontecer no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, de acordo com as informações da imprensa paulista.
Em Brasília, a oposição vai tentar barrar, na Justiça, a oferta de cargos que o governo federal vem fazendo na tentativa de bloquear o impeachment da presidente Dilma. A ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, será feita pelo Solidariedade na Justiça Federal dos 26 Estados e do Distrito Federal.
De acordo com informações, a peça usa como base notícias jornalísticas que abordam oferta de cargos a partidos do PP, PROS, PDT e PTN e a demissão de indicados por políticos contrários ao governo. “Sabe-se que há deputados publicamente favoráveis ao impeachment que indicaram nomes para essas vagas”, diz o texto da ação, que cita casos de exonerações de indicados, por exemplo, pelo ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A peça lista 27 recentes nomeações políticas.
O Solidariedade solicita à Justiça a sustação dos efeitos das nomeações e a determinação para que o governo se omita de efetuar nomeações em caráter de substituição ao menos até ao final do processo de impeachment. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o ex-presidente Lula está num hotel trocando cargos por votos. “Queremos uma liminar para acabar com essa brincadeira”, diz ele.

O que o deputado não explica é por que, mesmo antes do impeachment acontecer, os partidos da oposição já estão se reunindo para fatiar cargos no governo federal. No fim de tudo, nessa selva de cobras, ninguém sabe mais quem é quem. Se Dilma renunciar, Lula e ela terão fôlego nas eleições de 2018. Se ela insistir em permanecer no cargo, sofrerá desgaste fatal tanto na sua própria imagem quanto na imagem do ex-presidente petista.

domingo, 27 de março de 2016

POLICIAL QUE DENUNCIA AÉCIO APARECE MORTO

POLICIAL LUCAS ARCANJO É ENCONTRADO MORTO EM BH


Policial civil, célebre por propagar denúncias contra caciques tucanos em Minas Gerais, foi encontrado morto neste sábado (26) em sua casa em Belo Horizonte; informações iniciais dão conta de que ele foi visto com uma gravata amarrada no pescoço e na janela de seu quarto; a família do policial, no entanto, não acredita na hipótese de suicídio alegando que Arcanjo fazia uso de medicamentos para tratamento de depressão, drogas que o deixariam sem forças suficientes para se enforcar, ainda mais com uma gravata; Ancanjo foi vítima de quatro atentados em Minas.

O CRIME
O policial civil Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto neste sábado (26) em sua casa em Belo Horizonte. Informações iniciais dão cnota de que Arcanjo foi visto com uma gravata amarrada no pescoço e na janela de seu quarto.
A família do policial, no entanto, não acredita na hipótese de suicídio. Ela alega que Lucas fazia uso de medicamentos para tratamento de depressão, e devido ao uso das drogas ele não teria forças suficientes para se enforcar, ainda mais com uma gravata.
Como Lucas era muito conhecido pelas denúncias contra caciques tucanos em Minas Gerais, entre eles o senador Aécio Veves, a possibilidade de retaliação é grande. O investigador já tinha sido vítima de quatro atentados em respostas às denuncias que fazia, uma delas o deixou com uma sequela na perna
Arcanjo andava com ajuda de uma bengala.

quinta-feira, 24 de março de 2016

A LISTA DE FURNAS

Novo laudo da PF indica que lista de Furnas é autêntica

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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada "lista de Furnas", documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.

Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica. A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo.

Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, do ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), atual pré-candidato ao governo paulista, e do atual governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). As campanhas em 2002 teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões. Tucanos negam.

Lobista

A perícia foi feita em papéis originais entregues à PF pelo lobista mineiro Nilton Monteiro, 49, que diz tê-los recebido das mãos de Dimas, no início de 2005, quando o então diretor de Furnas tentava convencer políticos de vários partidos a mantê-lo no cargo.

Acusado de calúnia por 11 deputados estaduais de Minas Gerais, Nilton Monteiro decidiu entregar em 5 de maio os originais aos delegados da PF de Brasília Luiz Flávio Zampronha, Pedro Alves Ribeiro e Praxíteles Praxedes, que conduzem as investigações.

Até então, a PF tinha em seu poder apenas uma cópia autenticada. A perícia na cópia, também feita pelo INC, apontou indícios de montagem e fraude.

Dimas Toledo, que exerceu a diretoria entre 1995 e 2005, até a denúncia de caixa dois feita àFolha pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), sempre negou ter assinado os papéis.

"Ele assinou [a lista] na minha frente. Ele me usou até um determinado momento, depois me abandonou", disse ontem Monteiro. O lobista afirma ter se aproximado de Dimas em 2004 por ser, à época, procurador da empreiteira JP Engenharia. A empresa estava interessada em assinar um contrato com Furnas em torno de um projeto de infra-estrutura que havia sido suspenso pela diretoria de engenharia.

Segundo o lobista, Dimas contou que havia uma ação nos bastidores para tirá-lo do cargo e, por isso, pediu-lhe ajuda para fazer um trabalho de lobby com políticos de vários partidos.

O lobista afirmou que, no início de 2005, Dimas fez quatro cópias da lista. Os supostos destinatários das cópias, sempre segundo Monteiro, seriam Aécio Neves, Roberto Jefferson, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o então presidente do PSDB, Eduardo Azeredo.

Mas as cópias não chegaram a ser entregues, segundo Monteiro. Ele diz que o original ficou com uma pessoa ligada a um escritório de advocacia do Rio. "Ela ficou como guardiã dos documentos até agora."

FONTE: Jornal Folha de São Paulo

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a lista de Furnas
  • quarta-feira, 23 de março de 2016

    IMPEACHMENT DE DILMA

    Ódio e subversão
    Battista Soarez
    A política do ódio e da subversão faz uma interpretação estranha da simples conversa entre a presidente Dilma e o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Objetivo? Criar tumulto e agitar o povo contra a presidente e o ex-presidente. Dilma diz a Lula apenas que ia mandar o “termo de posse” para ele se preparar, caso Moro tentasse prendê-lo. Só isso. Mas foi o suficiente para a GloboNews tentar botar fogo na fogueira que já tinha sido ateada pelo juiz Sergio Moro, como bem disse o jornalista Paulo Henrique Amorim. O jornalista foi, durante muitos anos, da Rede Globo e sabe perfeitamente como procede o mais poderoso [e perigoso] sistema de comunicação do Brasil.
    Claramente aliado à Globo, que o orienta naquilo que é de seu interesse, Moro revela-se não ser juiz no que preze ao cargo e, sim, um agente subversivo do ódio, que tem a petulância de grampear a Presidente da República, autoridade máxima do país. Se isso acontece num país sério, ele seria preso logo em seguida, com risco de perder a função de juiz. Jovem, vaidoso e motivado por interesses escusos, Moro divulga a escuta telefônica na mesma hora para a GloboNews. Tudo isso porque Dilma e Lula desmascararam sua trama rasteira.
    O jornalista Paulo Henrique Amorim disse a respeito do ocorrido do dia 16: “É a Justiça que aterroriza o Wagner Moura e a todos nós! Dilma liga para Lula, ou ele liga pra ela, e ela diz que vai mandar “o termo de posse” para ele. Só isso. Uma conversa de alguns segundos. Sergio Moro, um juiz totalmente desequilibrado, tomado de ódio político, divulga o áudio para a imprensa, como forma de vingança política, porque não conseguiu dar sequência ao sequestro golpista que tentou aplicar no ex-presidente Lula! Aonde estamos!”.
    Paulo Henrique avalia que um juiz grampear o ex-presidente já é absurdo. Grampear a presidente da república, é duplamente absurdo! E a imprensa brasileira, que despreza a democracia, acha isso normal! Pior que tudo, divulga isso como se a bomba não fosse a atitude do juiz Moro!
    Para cúmulo do ridículo, é uma conversinha boba, óbvia, com Dilma acertando um detalhe burocrático para a nomeação do ex-presidente. Mas um juiz subversivo e mal intencionado ou mal orientado age como um perturbado pela onda da vaidade e do poder. Parece que o interesse final é: Dilma caindo com o impeachment, o ministro Gilmar Mentes, do STF, assume como ministro da Justiça e Sérgio Moro é indicado para o Supremo Tribunal Federal para ocupar a vaga de Gilmar Mendes. A informação saiu dos bastidores do próprio STF, numa conversa de reuniões internas e vazou nas redes sociais.
    Logo se percebe as verdadeiras intenções do impeachment e o que realmente está por trás dele. Agora, Lula e Dilma terão que se defender, sabe lá Deus como, contra toda essa loucura golpista que já se caracterizou como um fascismo policial absurdo e que não respeita nenhum direito individual. Lula tem duas escolhas: lutar contra toda essa poderosa manobra sem caráter da oposição ou orientar Dilma a renunciar e deixar o governo nas mãos daqueles que estão enlouquecidos de desejo de assumir o governo para vender o país.
    A absurda manobra de poder envolve toda a força de um jogo sacana da ideologia neoliberal: o PSDB juntamente com partidos da oposição, poderosos empresários que acham que têm o direito de mandar na economia do país e investidores internacionais interessados em invadir o Brasil. Estes últimos anseiam por terminar de levar para fora todas as nossas riquezas naturais e bens preciosos que a “inteligência” brasileira não tem sido suficiente para conservar e gerar riqueza para sua própria sociedade. O PSDB tem ligações internacionais fortíssimas e só está interessado em duas coisas: suprir o setor privado de todas as suas exigências e outra vez atolar o país na miséria.
    O que muitos analistas políticos de mais de cem jornais espalhados pelo país estão avaliando é o fato de que caso o golpe de Sérgio Moro com a criminosa divulgação das gravações do dia 16 de março, em sincronia com manifestações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso numa “palestra” para uma “empresa de seguros” ligada ao Bradesco (um dos interessados e patrocinadores do impeachment de Dilma) fracasse, certamente ele terá muito que explicar à justiça. Segundo esses analistas, suas ações não são do tipo etéreas, não são meras hipóteses, mas atos que estão empurrando o país para uma possível catástrofe. E isso não há como esconder.
    Agora, já é sabido que a esposa do juiz Sérgio Moro advoga para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. O fato já seria suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz, quando assegura: “IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau”.

    Mais claro que isso, impossível. Pergunta: quem são os principais interessados na Operação Lava Jato? Resposta: o PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação. Agora, pare e pense.