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sábado, 25 de março de 2023

BESTIALIDADE SEM LIMITE | Por Battista Soarez | Coluna Leitura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga

 Bestialidade sem limite


BATTISTA SOAREZ

(Jornalista, escritor, sociólogo, psicanalista, consultor e professor universitário).



TEM COISA QUE nem a razão explica. Outras são tão ridículas, tão bestiais e tão insanas que extrapolam todos os limites do animalismo humano. É o caso do promotor de justiça Darlan Dalton Marques, da cidade de Taubaté, São Paulo.

No dia 17 de março de 2023, Darlan assinou uma recomendação endereçada à prefeitura municipal de Taubaté que, por sua vez, através da Secretaria da Educação, expediu uma circular orientando aos professores que expressões de cunho religioso estão proibidas dentro das escolas.

A arbitrariedade saiu em nome do Ministério Público — que emitiu o alerta — mas, na verdade, quem assinou a decisão foi o promotor Darlan Dalton Marques. De acordo com o tal documento, puramente unilateral (porque representa apenas a vontade de uma só pessoa), os professores da rede municipal de Taubaté não podem mais usar frases como “Deus te abençoe” em relação aos alunos. Nem a oração universal do “Pai-Nosso” pode ser mais executada em sala de aula. Nem mesmo músicas infantis, com conotações religiosas, podem ser mais entoadas.

De acordo com várias fontes, amplamente divulgadas nos meios de comunicação, todos os professores da rede municipal tiveram que assinar um termo de ciência. E, assim, se comprometeram a atender a recomendação. Dessa forma, o profissional que descumprir a tal decisão poderá receber advertência.

Em face disso, o animalismo de Darlan Dalton Marques — que se vale do posto de promotor público para praticar perseguição religiosa e arbitrariedade contra princípios universais da civilização humana — é tão descomunal que praticamente não há adjetivo na lexicografia da língua portuguesa que possa classificá-lo ou defini-lo no âmbito da natureza de sua insensatez e arrogância. Em sua completude ilógica e antirracional, revela-se, aí, um analfabeto jurídico, religioso, intelectual e filosófico.

Analfabeto jurídico porque ele ignora, dentre outros pressupostos legais, o Artigo 5º da Constituição Federal, no seu inciso VIII, que assegura que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política”. Portanto, diz a CF, o Estado deve prestar proteção e garantia ao livre exercício de todas as religiões. E, para piorar, Darlan baseou-se apenas em “uma” única denúncia anônima (sabe-se lá de quem), sem qualquer averiguação dos fatos.

É um analfabeto religioso porque parece não respeitar as tradições da civilização universal, revelando sua estupidez e seu orgulho, inchando o peito para afrontar a fé do próximo e desrespeitar princípios espirituais que são milenar e universalmente proclamados. Assim, ele ousa atropelar a ética social e corromper o bom senso na prática dos princípios jurídicos, dos direitos e da justiça nas relações humanas, revelando, com isso, sua imbecilidade em termo de fraternidade social.

É um analfabeto intelectual porque simplesmente demonstrou não “saber ser” gente numa sociedade que evolui na perspectiva de um aprendizado relacional que o mundo exige cada vez mais, em matéria de respeito, fraternidade, consideração, sensatez, conquistabilidade, empatia social e inteligência profissional.

Darlan é, ainda, um analfabeto filosófico, sem racionalidade, porque desconhece os princípios da existência que, desde sempre — e a partir da antiguidade — servem de base para todas as áreas do conhecimento humano, dando a elas inspiração, racionalidade e materialidade.

Os antigos estudiosos gregos — pais das grandes evoluções da cultura universal entre as civilizações e das literaturas sapienciais — classificaram o ser humano de acordo com uma tricotomia existencial que define a espiritualidade numa tríplice relação de corpo (soma), alma (psiquê) e espírito (pneuma).

Isso, nos dias de hoje, é comprovado pela neurociência que, ao estudar o mapa do cérebro humano, mostra que as estruturas neuropsicobiológicas contêm os componentes neurais numa rede complexa de comunicação entre memória biológica, memória emocional, memória psicológica, memória cognitiva e memória espiritual. Tudo isso se inter-relaciona por meio do sistema nervoso central (SNC) e do sistema nervoso autônomo (SNA), segundo explica a ciência. E mais: cientistas do mundo inteiro estão impactados com uma grande descoberta: o DNA humano tem o código genético 10-5-6-5. Até aí, tudo bem. Ocorre que esse número é o nome de Deus no hebraico primitivo, que era número e não códigos gráficos.

Quando foram criados os códigos gráficos, enfim, o alfabeto hebraico foi estabelecido sem vogais. Contendo apenas letras consoantes. Assim, o nome de Deus, em hebraico, passou a ser Y-H-W-H, sendo que Y=10 – H=5 – W=6 – H=5. Logo, o nome “DEUS” está escrito no DNA de cada um de nós, seres humanos. Nas línguas ocidentais, por causa das vogais, foi adaptado para YAWÉ, JAVÉ, JEOVÁ ou simplesmente DEUS.

A ciência provou, finalmente, que somos seres espirituais por natureza e, portanto, não temos como negar a Deus. Não é um garoto desinformado, ignorante e insensato que vai impedir, unilateralmente, pessoas de se relacionar com o Criador de todas as coisas, principalmente num país onde 97% da população são cristãos. E, ainda assim, parte dos 3% da população que não é cristã crê na existência de um ser superior. Inclusive alguns ateus.

Como diria Jorge Miranda: “Sem plena liberdade religiosa, não há plena liberdade política”. Além disso, a religião ou a espiritualidade nos inspira a pensar e, assim, promove a nossa existencialidade.

Darlan Dalton, então, que parece demonstrar odiar a Deus por não estudar a cultura universal, não deveria estar sentado numa cadeira de promotor público, num país de gente que acredita em Deus e ama o seu Criador. Não deveria comer os frutos do mar, pois estes foram criados por Deus. Não deveria ir ao mercado comprar nenhum tipo de carne animal, porque os animais foram criação divina para sustento da criatura humana. Não deveria consumir frutos, verduras e legumes, porque são produtos da natureza criada por Deus.

Ele deveria ser expulso do planeta terra e criar um mundo só para ele. Ou, então, deveria ir morar no lugar onde habita aquele no qual ele acredita. Não deveria utilizar de um mundo que ele já achou criado por Deus, a quem ele nega e ainda proíbe as pessoas de falar em seu nome.

Deus abençoe a todos os seus filhos e os mantenha longe de um indivíduo incrédulo, totalmente desprotegido da espiritualidade divina como o é esse tal.

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