Esquerdismo e corrupção global
Battista Soarez
(Jornalista, escritor, sociólogo, psicanalista, consultor e professor universitário).
QUEM LER O LIVRO O velho jogo do imperialismo, organizado pelo escritor Steven Hiatt, presidente da Editcetera — uma cooperativa de profissionais do campo editorial — vai entender por que políticos de esquerda estão sendo eleitos em todo o mundo a qualquer custo. O livro diz que “a globalização política é uma maneira mais elegante de dizer imperialismo”. Hiatt faz um questionamento curioso que desperta um olhar investigativo para o campo da realidade global, em que a palavra “política” tem conotação intensamente corruptível.
“Será que o mundo do pós-guerra — a nova ordem que emergiu desde a queda do muro de Berlin, em 1989 — havia dado uma guinada de 180º, tornando-se uma nova era do imperialismo?” Ao citar Hannah Arendt, Steven Hiatt assevera que “o acúmulo de propriedades necessariamente tem como base um acúmulo infinito de poder”.
Olhando os fatos pelas lentes da geopolítica (onde campeia o cenário dos dominantes da corrupção global), a França promoveu e perdeu guerras controversas na Indochina e na Argélia para preservar seu rosto de gloire imperial. Apesar disso, no mundo inteiro a maré da história estava claramente a favor da soberania das colônias. O dilema das elites ocidentais, inclusive no Brasil, era como administrar esse processo.
Agora, todos estamos na pior. A eleição de Lula da Silva para presidente, em 2022, é um segredo assustador em relação ao plano global maligno dos dominantes. Foi um passo-a-passo sombrio com uma matemática sociológica envolvendo política, religião, poder e um plano secreto de corrupção para dominar o mundo. Até o papa Francisco é uma peça-chave muito importante nessa engrenagem apocalíptica. Com as campanhas nacionalistas, as elites da corrupção dariam margem à tomada do poder por partidos comunistas.
É o que está acontecendo agora, inclusive no Brasil. Há uma realidade secreta orquestrando a tomada do poder global por via de uma rede mundial de corrupção. A esquerda, segundo especialistas em organizações e políticas internacionais, é uma rede mundial de corrupção, pensada e orientada por corporações e sociedades secretas protagonistas de ideias luciferianas, como a maçonaria e os iluminati.
Os que servem aos interesses do império global desempenham diferentes papéis, segundo Steven Hiatt. Jonh Perkins, que já pertenceu a essa rede de corrupção a qual ele chama de organização de assassinos econômicos, diz que “cada uma das pessoas de minha equipe também ostentava um título — analista financeiro, sociólogo, economista [...] — ainda que nenhum desses títulos indicasse que cada um deles era, à sua própria maneira, um assassino econômico”.
Como tudo isso funciona? Segundo Hiatt, um banco de Londres — controlado pelos Rothschilds — abre uma subsidiária num paraíso fiscal, com funcionários e funcionárias portadores de respeitáveis diplomas universitários e vestidos com as mesmas roupas de grife que você veria na cidade ou em Wall Street. Porém, seu trabalho diário consiste em ocultar desfalques e apropriações fraudulentas de fundos, lavando os lucros do tráfico de drogas e afundando corporações multinacionais a sonegar impostos. “Eles são assassinos econômicos”, diz Hiatt.
Uma equipe de técnicos do FMI (Fundo Monetário Internacional) vai a uma capital africana com carta branca para prorrogar o pagamento de empréstimos vitais, com a condição de que o país reduza o orçamento para a educação e abra sua economia para a desova de uma avalanche de produtos de exportadores norte-americanos e europeus. E eles também são assassinos econômicos. Tudo está interligado.
Steven Hiatt diz, ainda, que um consultor se estabelece na Zona Verde de Bagdá, onde, protegido pelo exército dos Estados Unidos, redige novas leis para regulamentar a exploração das reservas de petróleo do Iraque. Ele é um assassino econômico. E esta é a rede mundial de corrupção, financiadora da esquerda no mundo inteiro. Foi exatamente essa organização que financiou a eleição de Lula em 2022 para presidente do Brasil.
Hiatt explica, finalmente, que os métodos da esquerda, isto é, da rede mundial de corrupção, vão desde os locais — em que fazem e aplicam leis que favorecem a corrupção, a violência e a criminalidade — até os que violam constituições inteiras, tendo no meio uma série de áreas cinzentas.
Os beneficiários são aqueles cujo poder é tanto que raramente são chamados a prestar contas, uma elite centrada em capitais do Primeiro Mundo que, juntamente com seus clientes do Terceiro Mundo, toma as providências para deixar o mundo do jeito que eles querem. E em seu mundo só os dólares, e não as pessoas — muito menos os bilhões de pessoas comuns da terra — são cidadãos. Isso significa que metade da população do planeta subsiste com menos de 2 dólares por dia.
Para entender isso de uma vez por todas, basta dizer que os países do Terceiro Mundo estão presos numa rede de controle — financeiro, político e militar — da qual é extremamente difícil escapar, num sistema que se tornou cada vez mais extensivo, complexo e invasor. É uma rede mundial de corrupção operando no controle do mundo.
Funciona assim: o capital flui para os países subdesenvolvidos por meio de empréstimos e outros financiamentos, mas — como disse John Perkins — há um preço. E o preço é o estrangulamento por dívidas que dão aos governos, instituições e corporações do Primeiro Mundo controle absoluto sobre as economias do Terceiro Mundo. Todo esse controle é feito por meio do FMI e do Banco Mundial, em que a corrupção e a exploração encontram-se no centro dessas relações de poder geopolítico e analisa o sortimento de opções de fiscalização do cumprimento usado quando os dominados — oprimidos pelos dominantes — decidem que já basta. Mas nada é fácil. O futuro da humanidade está nas mãos do poder dominante da corrupção global.
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