G E O P O L Í T I C A
Brasil assume presidência do Brics a partir de 2025
Presidente Lula embarcaria neste domingo para Kazan, na Rússia, onde participaria de reunião da cúpula dos líderes do grupo, mas a viagem foi cancelada em razão de um acidente doméstico
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(Em trânsito)
Lula durante reunião do Brics na África em 2023 | Foto: Divulgação |
A REFORMA DA CHAMADA "GOVERNANÇA GLOBAL" e desenvolvimento sustentável serão debatidos com vigor no ano de 2025, com regência do Brasil que assume a presidência do Brics a partir de 2025.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu um acidente doméstico em Brasília neste sábado (19). Ele caiu no banheiro do Palácio da Alvorada e teve um ferimento na cabeça.
Em razão do acidente, a viagem que Lula faria à Rússia na tarde deste domingo (20) foi cancelada, e Lula participará da Cúpula do Brics nesta semana por videoconferência.
Segundo o boletim médico, divulgado neste domingo, Lula deu entrada no Hospital Sírio-Libanês da capital com um "ferimento corto-contuso em região occipital". Ou seja, um corte na região da nuca.
Os médicos avaliaram que o caso não é grave. Mas, por precaução, o cardiologista Roberto Kalil Filho orientou Lula a não fazer viagens de longa duração.
A equipe médica informou que o presidente levou cinco pontos no ferimento. Ele foi liberado após o curativo para retornar ao Palácio da Alvorada. Na manhã deste domingo, Lula voltou ao hospital para exames adicionais e foi liberado novamente.
O presidente viajaria neste domingo (20) para Kazan, na Rússia, para participar da reunião de cúpula dos líderes do grupo.
Seis anos após ter assumido, pela última vez, a presidência do Brics, o Brasil retomará o comando do grupo a partir de 1º de janeiro do ano que vem e tentará pautar a discussão sobre temas como a reforma da "governança global" e o desenvolvimento sustentável, também discutidos ao longo deste ano durante a presidência do G20.
Formado por dez países, entre os quais Brasil, Rússia, China, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o Brics fará nesta semana a primeira reunião ampliada do bloco. O encontro acontece em Kazan, na Rússia, para onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo.
Na reunião, conforme o Ministério das Relações Exteriores, os chefes de Estado deverão discutir temas como a entrada de "países parceiros", a crise no Oriente Médio e a cooperação política e financeira entre os membros.
A partir do ano que vem, sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", a presidência brasileira do grupo deverá pautar discussões sobre a reforma das instituições de governança global; promoção do multilateralismo; combate à fome e à pobreza; redução da desigualdade; promoção do desenvolvimento sustentável.
Pelas regras de rotatividade, o Brasil deveria ter assumido a presidência do Brics neste ano de 2024. No entanto, como também assumiu a presidência do G20, que reúne as 20 principais economias do mundo, o país adiou em um ano o comando do Brics, e a Rússia o chefiou em 2024.
De acordo com o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, o governo já decidiu que, no ano que vem, vai concentrar as ações relacionadas ao Brics no primeiro semestre.
Isso porque, no segundo semestre, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).
Entrada de países "parceiros"
De acordo com o Itamaraty, o tema central da cúpula deste ano é a aprovação da criação da categoria de países "parceiros" do Brics. Pela norma vigente, o bloco conta somente com países efetivos.
No entanto, é comum organismos multilaterais terem diferentes categorias para seus membros. O Mercosul, do qual o Brasil faz parte, tem países membros e países associados, por exemplo.
No caso do Brics, segundo a diplomacia, há cerca de 30 países candidatos a "parceiros", entre os quais estão Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argélia, Nigéria e Turquia.
Segundo Eduardo Saboia, num primeiro momento, os países do Brics deverão decidir quais critérios deverão ser adotados para que um país seja considerado "parceiro". E, em um segundo momento, serão definidos os países que se encaixam nesses critérios.
No livro O mundo em órbita de alerta (AD Santos Editora, Curitiba-PR, 2024), este jornalista e outros autores prevemos os passos globais, na escala geopolítica, que o mundo dará em direção a uma nova ordem mundial. A agenda globalista da ONU (Organização das Nações Unidas) começou a executar suas ações em primeiro de janeiro de 2023.
Na conferência das Nações Unidas de 2024, o presidente Lula criticou o atraso da organização em relação a essas ações, que deveriam estar concluídas, segundo Lula, até 2030. Lula, que estava preso, foi solto pelo sistema globalista exatamente para ser usado pelo sistema geopolítico mundial (governança global) para agilizar essas ações, inclusive no que concerne à América do Sul.
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Fonte: Globo News
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