Especialistas no assunto em psicologia de políticas conjugais --- e neste particular, modéstia à parte, posso me incluir --- oferecem algumas das mais claras provas dos efeitos, a longo prazo, do divórcio nos filhos e, a priori, das consequências do nosso próprio divórcio. A gente busca estudar dados de pessoas famosas e percebe-se, entre elas, a banalização da sociedade conjugal, mediante uma infeliz sequenciação de casamentos, separações e divórcios. A maioria --- isto é fato por demais notório --- morre de câncer e outras doenças de origem psicossomática.
Pesquisas com talentosos meninos e meninas pré-adolescentes mostram que, quando se tornam adultos, têm vida e comportamentos desestabilizados que percutem em todos os setores e níveis da sociedade. Afinal de contas, a sociedade é formada e governada por filhos, pais, profissionais e autoridades gerados e criados nas relações matrimoniais e não-matrimoniais, isto é, dentro e fora do casamento e, em sendo fora, sem compromisso com a ética e a moral familiar. Por esse prisma, novas culturas vão se formando e, consequentemente, vão adoecendo a sociedade de maneira gradativa e sequencial.
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É provado que, no mundo inteiro, as crianças com menos de 21 anos de idade, quando os pais se divorciam, têm uma porcentagem mais elevada de risco de morte do que as pessoas cujos pais permanecem casados "até que a morte os separem". Ao passo que os filhos dos que ficam casados até que as brigas e as tolas indiferenças os separem estão sujeitos a todos os tipos de mazelas e desgraças sociais, individuais e na saúde integrativa.
Quando se projetam essas descobertas por todo o período da vida, os homens e mulheres cujos pais se divorciam quando eles são crianças vivem uma média de quatro anos menos do que aqueles cujos pais permanecem casados.
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Isso já é, em si, espantoso. Mas o que acontece à saúde quando casamentos se dissolvem? Especulam-se evidências de que alguns "cupins" existenciais atingem a sociedade e originam culturas destrutivas dos princípios que dão estabilidade e equilíbrio integrativos à humanidade. A quebra desses princípios forma uma sociedade psicologicamente doente. Estudos que mostram esta realidade observam, basicamente, quatro grupos.
O primeiro grupo é formado pelos firmemente casados. O segundo, pelos inconsistentemente casados (isto é, casados, mas não no primeiro matrimônio). O terceiro, os que nunca se casaram. O quarto grupo, finalmente, é formado pelos separados, enviuvados ou divorciados.
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De modo não muito surpreendente, os firmemente casados têm as mais baixas taxas de morte prematura. É interessante salientar que aqueles que jamais se casam têm um perfil de mortalidade semelhante aos firmemente casados, principalmente quando têm alguma atividade de lazer para compensar. As consequências do divórcio são impressionantes, conforme a gente vem lendo e observando vários fatores sociais ao longo dos anos, inclusive a opinião de especialistas.
As mulheres divorciadas têm 80% probabilidade de morrerem prematuramente, enquanto os homens divorciados têm um gritante aumento de 120% de risco de morte, em comparação com os homens casados, conforme pesquisa mundialmente realizada, e comentada pelo psicólogo Norman B. Anderson, diretor-executivo da Associação Americana de Psicologia, a maior organização de pesquisa científica do mundo. Como as mulheres têm mais alternativas para dar e receber apoio, os estudos mostram que a perda de um marido é menos deletéria ao seu bem-estar emocional e físico.
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O que realmente surpreende é o que acontece com os inconsistentemente casados. Embora tornando a se casar, os homens e mulheres desse grupo têm um risco de morte 40% maior do que aqueles de casamentos estáveis. Isso mostra que as consequências negativas do divórcio são trazidas, sem ser canceladas, para o novo casamento. Parece haver um efeito prejudicial do divórcio anterior que não é eliminado quando o indivíduo se casa novamente.
Fica claro, então, que o contexto do divórcio é mais complicado do que apenas a perda de apoio social. O conflito prevalece, e os sentimentos negativos imperam. A tensão do conflito conjugal, finalmente, pode causar profundas reduções na atividade do sistema imunológico, o que abre portas à susceptibilidade de doenças e, além disso, afeta drasticamente a sociedade em todos os sentidos, natureza e aspectos.
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