Artigo | PATOLOGIAS SOCIAIS E POLÍTICAS | Por Battista Soarez | Coluna Leutura Livre | Jornal Itaqui-Bacanga

OPINIÃO 

Patologias sociais e políticas

Por Battista Soarez

(Jornalista, sociologo e escritor)

NO ÚLTIMO DIA 23 DE JUNHO, completei 56 anos de idade. Em fevereiro de 2023, fiz 40 anos de evangélico. As duas datas, para mim, são importantes, mas não me empolgam a ponto de me levar a comemorações ou sentimentos festivos. E digo, sem nenhum embaraço, o por quê.

A data natalina simplesmente me trouxe a um mundo pouco admirável, a ponto de ---- para a gente se livrar de melancolias das tragédias existenciais e de suas consequências ---- ser preciso recorrer a profissionais da saúde mental e, por vezes, em situações mais graves (como câncer e outras doenças causadas por problemas psicoemocionais), as pessoas são condenadas a viverem dependentes de remédios e/ou a terem uma vida curta demais na terra.

Por sua vez, a data da minha entrada para a igreja evangélica, por um lado, me traz felicidade porque foi a partir de então que me interessei pela leitura da Bíblia e, lendo a Bíblia, foi que tive o meu verdadeiro encontro com o Senhor Jesus Cristo. Mas, por outro lado, vislumbraram na trajetória desse cenário minhas maiores decepções com seres humanos que dizem servir a Deus. E explico por quê.

Quando entrei para a igreja evangélica, fui crendo que, a partir daquele momento, teria uma convivência saudável com pessoas de Deus (e Deus é bom, o que leva a gente crer que quem serve a Ele também o é), santas, honestas, amorosas e equilibradas. Afinal de contas, são pessoas que pregam o bem, a verdade e a fraternidade. Todavia, com o tempo, vi que tudo isso não passa de engodo e, para permanecer em Cristo, tive de me desligar de todo tipo de preceitos religiosos e, também, não olhar para os líderes religiosos. Estes não são exemplos de vida cristã para ninguém. Pois um punhado deles ---- com exceção, claro, daqueles que são sinceros e fiés ao Senhor Deus ---- é formado por indivíduos falsos, mentirosos, rabugentos, facciosos, fanáticos, cegos espirituais, injustos, arrogantes, dissimulados, adúlteros, avarentos, invejosos e impostores.

Na política, a gente tem outros problemas terríveis. A grande maioria dos políticos de mandato é, logo de início, corrupta, demagoga, avarenta, falsa, injusta, assassina, mentirosa e bandida. Os políticos cometem o pior tipo de crime que pode existir, que é o crime legal, o qual ninguém pode questionar. Trata-se daquele tipo de crime que, segundo a lei, não é crime. É o tipo de ato opressor que tem amparo na lei. Ou seja, algumas leis já são feitas com má intencionalidade. São leis que atingem diretamente a sociedade de forma maléfica.

Tudo isso, de fato, são patologias sociais e políticas que governam, legislam e conduzem a nossa sociedade. O mal, nesse prisma, sempre prevalece sobre o bem. As injustiças sempre vencem no lugar da justiça. A inveja prevarica as relações humanas e sociais. E a soberba trava todo e qualquer tipo de coesão social. Grupos de esquerda e de direita se antagonizam de forma violenta e transloucada, o que atrapalha, de maneira violenta, a dinamicidade das políticas públicas e sociais, levando o povo a sofrer as piores opressões.

Não fossem essas patologias, a sociedade não  teria os problemas que ela tem. Não fossem as paranoias e o mau espírito dos líderes e dos idiotas que estão sentados nas cadeiras do poder, as coisas andariam bem mais rápidas e seriam bem mais harmoniosas. Mas Deus, o Senhor do Universo, julgará a todos segundo a sua perfeita Justiça.