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sábado, 21 de dezembro de 2024

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE

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Por Battista Soarez 
(Jornalista, escritor, psicanalista e teólogo)

Adoração intensiva a um Deus Todo-poderoso
A caminhada cristã no cotidiano da fé

Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação

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NUM DOMINGO RECENTE (15/12), tive mais uma experiência extraordinária no âmbito da fé cristã. Fui convidado para pregar num culto na área da nossa missão em Alcântara, conhecida como Projeto Nova Alcântara (PNA), onde moro atualmente. Não sabia nada a respeito da natureza do culto. Nesse caso, sem ter preparado um sermão específico, apenas orei ao Senhor Nosso Deus para que o Espírito Santo me conduzisse e me orientasse nas palavras.

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O Senhor, então, me orientou que me baseasse em Hebreus capítulo 11 e versículo 1 que nos diz: "Ora, a fé é a certeza das coisas que se não esperam, a convicção de fatos que se não vêem". Ao chegar no ambiente, percebi que o culto era de gratidão a Deus pela vida de um rapaz que foi despachado pelos médicos devido a um acidente grave de moto. Esse rapaz foi meu aluno no curso de técnico agrícola na nossa base missionária. As palavras que saíam da minha boca, tecendo comentários sobre o texto lido, faziam o semblante das pessoas brilhar porque tratava exatamente do objeto daquele culto de gratidão ao Senhor.

Não há dúvida de que Deus é soberano e está no controle de tudo. Ele trabalhou e trabalha na história da humanidade de maneira impressionante e surpreendente. Não podemos duvidar de que Ele é o Senhor do universo e está na onisciência de tudo o que está acontecendo no mundo. O universo é grande mas, apesar disso, Ele, como Deus, trabalha nos detalhes das pequenas e grandes coisas.

Uma das formas de adorar ao Senhor é crendo na sua soberania. Ter convicção de que Ele é o supremo governante sobre o mundo é está certo de que Ele é o sustentador de tudo o que Ele criou. Deus é o Senhor da existência. Estou certo, enfim, de que a soberania de Deus no universo e na história da humanidade é o ponto central da nossa convicção de fé.

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Desta maneira percebo que a soberania de Deus nos fala de como Ele age no universo para que tudo e todos cumpram o seu plano divino. É importante pensar que tanto a natureza obedece o comando do seu poder (I Reis 17-18) quanto envolve a história da humanidade e o destino de todas as ações. Nos Salmos podemos ler, com frequência, louvor e exaltação por seu poder na natureza.

Pois sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. O Senhor faz tudo o que deseja, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos. Faz subir as nuvens das extremidades da terra; faz relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus reservatórios” (Salmos 135.5-7). Em Salmos 104 a gente observa um exemplo de Deus guiando e dirigindo a criação animal. Vemos ali descrições deles fazendo a vontade de Deus e dependendo dele para sua provisão.

No livro de Daniel (2.21) está escrito que: “Ele muda os tempos e as estações; remove e estabelece reis”. Lendo o Antigo Testamento, vemos Deus conduzindo a história de Israel, usando a Assíria para atingir seus objetivos naquela nação e, então, levando a Assíria à destruição. “Fiz isso diz o texto bíblico — com a força da minha mão e com a minha sabedoria…” (Isaías 10.26).

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No discurso do apóstolo Paulo aos gregos, ele descreve sobre Deus (Atos 17.26) construindo uma narrativa direta entre o pensamento henoteísta grego e a fé cristã. A surpresa de Paulo em Atenas não era pela presença de ídolos, mas pelo excesso de divindades estranhas que não faziam nenhum sentido diante da história da criação que todos conheciam. Os gregos, por sua vez, não inventaram todos os deuses. Eles também eram herdeiros de esquemas anteriores de egípcios e persas.

Na verdade, Paulo estava diante de um problema múltiplo: havia um politeísmo técnico (filosófico) e um politeísmo religioso (mistológico). Os gregos tinham relação com a vida espiritual contemplativa. A “antropologia da experiência mística” traz a mistologia como reflexão sobre a experiência e sua tradução categórica. Havia muita transmigração de ritos, símbolos e crenças. Na chamada metamorfose das divindades encontram-se muitas adaptações, mutações e até mesmo aceitações intactas de símbolos de outras culturas. O politeísmo não obstante suas manifestações concretas de culto pode não ser mais que uma metamorfose de uma monolatria egípcia do culto de uma mesma divindade sobre a terra.

Paulo era um profundo conhecedor da religiosidade helenista, especialmente no que se refere ao confronto das igrejas paulinas e às associações religiosas ou escolas filosóficas do seu tempo. Além disso, nas cartas autênticas do Apóstolo, sem observar as cartas discutidas ou os próprios discursos de Atos dos Apóstolos, observa-se, com particular ênfase, o gênero da diatribe fortemente helenístico.

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Paulo, então, mostra aos gregos que não só Deus é soberano mas também seu governo é soberano. Podemos citar Davi como exemplo de alguém que encontrou conforto em um Deus soberano sobre sua vida (Salmos 31.14-15). E aí a gente pode ver a ação divina até mesmo nas ações acidentais da vida, como lemos em Provérbios (16.33): “A sorte se lança no colo, mas do Senhor procede toda decisão”.

Tiago diz que podemos exaltar a soberania de Deus por meio de nossas orações. Ele cita o exemplo de Elias, “um homem como nós (Tiago 5.17), que através da oração afastou a chuva de Israel e depois pediu que ela retornasse. É claro quee Deus estava no controle de tudo. Seu plano é sábio e infalível. Assim Tiago conclui que as orações dos justos são eficazes.

A soberania de Deus, enfim, nos leva à rendição. Devemos reconhecer a Deus, exaltar a Ele, nos submeter a Ele. O fim das nossas crises e ansiedades devem nos levar a nos dobrarmos diante dEle. Nós, humanos, somos sim seres limitados e Ele é infinito. Nós somos suas criaturas e Ele é o nosso Criador. Por isso adorá-lo intensivamente é nosso dever e obrigação na condição de criatura. Nós somos criaturas. E Ele é o Criador. Nós somos filhos. Ele é o Eterno Pai.

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE

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Por Battista Soarez 
(Jornalista, escritor, psicanalista, teólogo e professor universitário)

Por que muita gente ignora a Deus?
Há um abismo de crença e uma lacuna de realidade nas relações entre a quântica do Sagrado e a lógica da humanidade

Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação

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MUITA GENTE FAZ QUESTÃO DE IGNORAR A DEUS. No dia-a-dia, por onde tenho andado, percebo que muitas pessoas deixam de crer no Senhor porque, olhando pelo ângulo da teologia bíblica, são propensas a seguirem uma crença que lhes possa projetar a uma fé em algo literalmente visível. Por isso, como Deus não é visível no formato como os homens exigem que Ele seja, resolvem ignorá-lo em razão de algo mais concreto. O abstrato é mais viável para eles, embora Deus seja visível de muitas maneiras que os homens não percebem porque não entendem o mistério do Sagrado.

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À nossa volta, o mundo real é, logo de pronto, uma coisa que desmistifica as relações dos seres humanos com a metafísica da alma e do espírito e suas complexidades no âmbito de uma psicologia cósmica pouco observada pela igreja mas que, pela teologia da ciência quântica, nos é provável uma grandeza que está para além das crenças humanas, que são meramente religiosas. Essa teologia quântica nos remete a um sentido bibliológico que vai nos provar que a vida com Deus, em Cristo Jesus, é uma dimensão pouco decifrável pelos homens. Por isso os homens não conseguem ver a Deus se não for pelas lentes da religião.

Como humanos, somos remetidos à ideia de um Deus Criador, mas logo tomamos assento na crença das limitações espirituais. Toda beleza, riqueza de cores e perfumes que existem na natureza dificilmente poderiam ser obra do acaso, resultado de uma explosão ou coisa assim. Poucos, depois de estudar muito, conseguem ver a Deus por outra forma que não seja religiosa e além dela.

Este mistério está qualificado e escondido em Romanos 11.33-36 que destaca o seguinte: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos".

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Esse texto bíblico nos faz ver que a estrutura da organização do pensamento humano é muito insignificante diante do Deus em que os homens possam crer e conhecer sua dimensionalidade no âmbito da natureza eternal. Ela é Una. E os humanos não conseguem ver as coisas por este ângulo chamado nas Escrituras de unidade perfeita (João 17.21). Os homens só conseguem ver a diversidade e a divisão e, desta forma, dificultam a explicação de uma origem que não envolva sabedoria e inteligência.  E, por cima de tudo isso, temos o homem, uma criatura de extrema complexidade, que possui um mundo em si mesmo. Diferente de tudo que envolve a ciência de Deus da qual fala o apóstolo Paulo.

A grande diferença abismática existe entre o Deus Criador  dotado de incomensurável energia cósmica  e o homem  carregado de emoções múltiplas e dotado de capacidades exclusivas.  Mas o interessante é que o encontro entre essas duas realidades resulta numa clareza de fé e concretude. O homem, nessa posição, está limitado a sonhar, planejar, criar e desenvolver a si mesmo na redoma do mundo em que vive. Tudo, a partir daí, o homem pode sonhar, planejar, criar e desenvolver por meio do Criador, mas esse mesmo homem insiste em ignorar o Sagrado, como se Deus não existisse. Mas um dia, na eternidade, ele vai prestar contas com Deus e receber o seu devido castigo, porque já será tarde demais.

Ao pensar nisso, a pergunta crucial que podemos fazer é, logicamente, se os homens acreditam facilmente em Deus (quando creem) porque rejeitam a ideia de viver e relacionar-se com Ele ou porque outras insígnias estão à frente no caminho. Então, conclui-se: por que muitos homens fogem de Deus?

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Diante dessa questão de natureza existencial, alguém mais ousado poderia responder que a causa desta fuga é a mesma que fez Adão esconder-se no Éden. Isso mesmo: o pecado seria a resposta mais imediata. Ele envergonha e diminui o homem, levando-o ao desacreditamento da sua própria natureza, mesmo que ele não perceba isso, e o afasta de Deus tanto quanto o norte dista do sul.  O pecado é como uma mancha que o homem tenta esconder, mas da qual não se pode limpar a si próprio.

O pecado transformou o homem criado por Deus em uma sombra dele mesmo. E, porque se sente nesta condição, esse mesmo homem procura evitar todo e qualquer contato com o seu Criador. Tem gente que deixa de ir à Igreja ou simplesmente de ler a Bíblia e orar. Não consegue mais olhar os céus com senso inteligente de adoração e nem reconhecer mais o som da voz de Deus. São como a luz do sol que declina ao final do dia. Mas quem é o homem, para ignorar a Deus?

Libertar-se desta situação é uma árdua tarefa espiritual que os homens empreendem, quase sempre sem muito sucesso. E a razão é simples. Deus é quem se responsabiliza pela tarefa de levantar o homem caído. Assim como o homem é criação de Deus, tendo caído, é por Deus que ele será restaurado à sua condição original. O homem não pode a si mesmo se levantar, mas precisa ser levantado pelo Deus que o criou.

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Pelo que vejo e sinto, os homens fogem de Deus porque possuem uma ideia errada do que seja Deus. E, aí, eles buscam a Deus, erradamente, nas religiões. Mas Deus não está nas religiões. Nem as religiões estão em Deus. Eles buscam reconhecer a Deus não como o Criador e Controlador do mundo, mas como um pajé que alimenta suas crenças numa realidade putativa, que de fato não existe. Os homens confundem Deus com a maioria dos donos de propriedades e de pessoas que há por aí e que quase sempre são tão exigentes, querendo tudo para ontem sem nada dar para o amanhã. Os homens pensam em Deus como uma "coisa" objeto de suas crenças descabíveis e não como o Supremo Magnífico, o Grande EU-SOU.

Por conseguinte, os homens fogem de Deus porque não sabem como é adorável e amorosa a sua companhia. Ignoram quão revigorantes são os seus cuidados e as suas palavras. Desconhecem que seus mandamentos são para a vida e não para a servidão, expressando todo o amor e compaixão que Ele possui para com os homens. Os homens fogem de Deus porque não amam e acham que Deus não deve amar também. Os humanos são escravos do ódio e, como Caim, fogem do Senhor. Muitos dão a mesma resposta que Caim deu para Deus diante da pergunta: "onde está o teu próximo e o teu semelhante?"... "Não sei. Por acaso sou tutor do meu semelhante?"... E aí decidem caminhar na escuridão. Porque quem não sabe do seu semelhante e para ele se recusa olhar, ignora a Deus e, como Caim, caminha nas trevas da escuridão.

Mesmo no âmbito da igreja a gente observa que os homens desconhecem que, em Jesus, está a resposta de Deus para o pecado do mundo. Nele e na sua cruz está a fonte de liberdade (a partir da libertação do pecado) e dos efeitos destruidores que o pecado causa. Na ressurreição de Jesus Cristo está a resposta para a redenção e restauração do homem, mas este desconhece o que isto significa. Se os homens pudessem perceber o amor que Deus demonstra ao entregar seu Filho à morte por nós, sendo nós ainda pecadores, dificilmente eles fugiriam do Senhor.

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Em última análise, o Senhor Jesus Cristo tentou mudar a ideia que os homens possuem de Deus, ensinando que Ele é o Pai amoroso que aguarda a volta do seu filho pródigo para festejar seu retorno à casa do pai que nunca o esqueceu. Ele é o Pastor de ovelhas que sai em busca da desgarrada, perdida, e se alegra quando ela é encontrada. É a mulher que varre a casa toda em busca de uma pequena moeda sumida e que comemora ao encontrá-la novamente.

Jesus, nosso Mestre e Senhor, tentou ensinar uma única verdade: que Deus está em busca do homem. Mas o homem, ignorando todo o amor de Deus, continua a fugir dele. O Diabo, inimigo de Deus e do homem, entra na vida e na mente dos que fogem de Deus e causa um estrago terrível no mundo por meio de instrumentos de transformação social como a política, a educação, a cultura, a arte, a justiça humana e outros. Dá para perceber porque o Brasil atual está do jeito que está?

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

NACIONAL | por Battista Soarez

N A C I O N A L 

Câmara aprova texto que cria cadastro para monitorar facções após acordo englobar também as milícias 

A proposta original não incluía as milícias, mas uma emenda do deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) incluiu os grupos criminosos no escopo do projeto

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (10) um projeto que cria um cadastro nacional de monitoramento de facções criminosas e inclui as milícias no rol de organizações fiscalizadas. O texto segue para o Senado.

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A proposta original não englobava as milícias, mas uma emenda do deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) incluiu os grupos criminosos no escopo do projeto.

Um acordo costurado pelo PSOL junto ao relator, deputado Da Cunha (PP-SP), incluiu a palavra na proposta e ajudou na votação simbólica do texto, quando a aprovação é feita por acordo, sem registro de votos.

“Milícias e facções criminosas violam a lei e subjugam os moradores das comunidades onde operam de forma brutal. É importante que qualquer ação do Estado que vise o combate às facções criminosas também se destine às milícias, pelo fato de se tratarem ambas de organizações criminosas que desafiam o poder do Estado”, afirmou Vieira.

Estima-se que mais de 23 milhões de brasileiros vivem em áreas dominadas por milícias ou facções do tráfico. O Brasil, na verdade, é um país dominado pelo crime. Tanto pela política do crime, quanto pelo crime da política.

A proposta define facção criminosa e milícia como sendo a organização criminosa que tem nome, regras e hierarquia próprias e são especializadas no tráfico de drogas ou de outros crimes que envolvam violência ou grave ameaça para domínio territorial ou enfrentamento aos órgãos ou agentes de Estado.

Conforme o texto, poderão fazer parte do cadastro pessoas que tenham sido condenadas --- já sem a possibilidade de recurso --- por ser integrante de organização criminosa.


domingo, 8 de dezembro de 2024

COLUNA LEITURA LIVRE | por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE

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Por Battista Soarez 
(Jornalista, escritor, psicanalista e teólogo)

O fenômeno da ingratidão
Quando as pessoas a quem mais ajudamos são as mais indiferentes e as que mais nos desprezam

Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação
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AO LONGO DA MINHA CAMINHADA como homem simples, observador e correto, inclusive nas minhas relações, tenho aprendido duas coisas que, honestamente, são a base de quase todos os parâmetros da nossa cotidianidade. Primeira, nunca devemos fazer o bem a uma pessoa pensando que nalgum dia ela irá retornar para manifestar sua gratidão pelo bem que recebeu. Segunda, a ingratidão, normalmente, é um instrumento de autodestruição para o ingrato que se mantém resistente em não reconhecer o que se fez por ele. Cedo ou tarde, um dia a conta chegará.

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No decurso da ingratidão, as pessoas ingratas acham que têm direito a coisas e favores por merecimento e até parece que o fato de você ser benevolente para com elas é uma questão de favor em relação ao que elas recebem e ao que você fez em relação a elas.

Antes de mais nada, a gratidão é uma virtude moral. Um aspecto relevante, saudável e positivo do desenvolvimento humano. Comprovada pela ciência, ela é valorizada por todos os povos e em todas as culturas. A gratidão existe quando reconhecemos que alguém prestou um benefício, um auxílio ou um favor ou que provocou alguma situação positiva em relação a nós, sendo também uma forma de reconhecer e valorizar alguém.

A ingratidão, em geral, é um comportamento que afeta relacionamentos, comunidades e sociedades como um todo. Definida como a falta de conhecimento ou apreciação por fatores, ajuda ou benefícios recebidos, essa atitude pode ter consequências profundas.

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Tal sentimento passa pelo egoísmo e pelo individualismo. A busca por interesses pessoais pode levar à negligência dos esforços alheios. Neste caso, a falta de empatia se faz presente e entra em cena a dificuldade em entender e valorizar sentimentos e necessidades dos outros.

Nesse cenário, as expectativas não realistas se manifestam. E, de fato, esperar recompensas ou reconhecimento excessivos é uma situação fantasiosa. Traumas e experiências negativas podem estar relacionados a histórias de abuso ou negligência que podem gerar desconfiança e ingratidão. Tenho visto isto ao longo do meu trabalho como psicoterapeuta. Cultura e educação também têm a ver com ambientes que não valorizam gratidão e respeito.

Manifestações da ingratidão destroem relacionamentos afetivos. Geram desrespeito e falta de consideração em casamentos, amizades e famílias. No ambiente de trabalho, a falta de reconhecimento por contribuições e esforços geram demissão e indiferenças graves. Nas  comunidades, a ingratidão implica em desinteresse em causas sociais e voluntariado.

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Com relação à saúde mental, a ingratidão causa depressão, ansiedade e isolamento. Causa, ainda, conflitos sociais, protestos, violência e desordem.

A ingratidão tem consequências severas como, por exemplo, destruição de relacionamentos, perda de confiança e intimidade.

Estresse e ansiedade são impactos negativos na saúde mental das pessoas e desmotivação, falta de inspiração e propósito são problemas corriqueiros. Sem contar o isolamento social como, por exemplo, distanciamento de amigos, familiares e comunidade. A ingratidão também causa prejuízo à reputação, perda de credibilidade e respeito.

Para superar a ingratidão é necessário praticar a gratidão, é claro. Registre coisas positivas diariamente e desenvolva empatia. Também é necessário ouvir ativamente e entender perspectivas. Cultive humildade e reconheça limitações e sempre agradeça a ajuda recebida.

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Estabeleça limites, comunique necessidades e expectativas. Busque apoio, terapia, grupos de apoio ou mentorias.

A ingratidão, finalmente, é um desafio complexo que exige autoconhecimento, empatia e mudança de atitude. Entender suas causas e consequências é essencial para superá-la. Ao cultivar gratidão, respeito e humildade, podemos construir relacionamentos mais saudáveis e fortalecer comunidades, família e ambiente de trabalho.

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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

PARLAMENTO | por Battista Soarez

P A R L A M E N T O
Assembleia Legislativa aprova novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores
Reformulação do PCCV dos servidores foi um dos principais compromissos assumidos pela presidente Iracema Vale logo que passou a chefiar o Legislativo maranhense
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Por Battista Soarez | Agência Assembleia 
(De São Luís - MA)

Servidores da ALEMA agradecem aos parlamentares pela vitória | Foto: Biaman Prado 
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NESTA TERÇA-FEIRA (3/12), em um dia histórico, a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) aprovou o novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos servidores efetivos do Legislativo estadual, uma demanda antiga, atendida na gestão da presidente Iracema Vale (PSB). Com faixas de agradecimento à chefe do Parlamento e aos deputados, os funcionários assistiram à sessão e aplaudiram muito a aprovação do Projeto de Lei nº 494/2024, que segue para a sanção do governador Carlos Brandão (PSB).

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Iracema Vale destacou a importância do diálogo para a atualização do PCCV. “Foi a presidente da Casa que convidou o sindicato para o diálogo. E a gente vem conversando com o servidor, vem avançando em pautas importantes para o servidor efetivo desta Casa, que culminou com o PCCV. A Presidência da Casa sempre foi aberta a todos e, principalmente, aos servidores”, afirmou a chefe do Legislativo estadual em seu discurso.

Com o novo plano, os trabalhadores terão ganhos remuneratórios reais e vão poder usufruir de um reajuste salarial que supera as perdas inflacionárias registradas nos últimos anos. O Projeto de Lei nº 494/2024, que dispõe sobre o PCCV dos servidores efetivos da Assembleia Legislativa, foi votado em regime de urgência, por meio de um requerimento de autoria da Mesa Diretora, e aprovado por unanimidade pelos parlamentares dada a relevância da matéria.

A atualização do PCCV é um marco não apenas para a Casa, mas também para os trabalhadores, pois nenhuma outra gestão da Assembleia havia se comprometido antes em fazer a revisão dos padrões remuneratórios e de outros direitos dos funcionários.

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“Quando eu entrei na Assembleia Legislativa, me doía muito ver uma faixa enorme, uma faixa reivindicando o PCCV dos servidores. E eu não podia tirar a faixa, porque era uma realidade. O servidor estava há 20 anos lutando por seus direitos, lutando para ter um Plano de Cargos e Carreiras e Vencimentos”, lembrou Iracema Vale.

Dep. Iracema Vale, presidente da ALEMA | Foto: Biaman Prado 

A presidente Iracema Vale também pontuou em seu discurso as ações realizadas em benefício dos servidores e do bom andamento dos trabalhos legislativos da Casa. Uma dessas ações foi a realização do concurso público, com todos os aprovados dentro das vagas previstas já chamados, além de outros excedentes que também foram convocados para suprir as vagas em aberto.

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Outra ação destacada foi a implantação do Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), que facilita o processo de aposentadoria daquele servidor que muito já contribuiu com o Legislativo maranhense. Outro destaque foi a reabertura do restaurante e a ampliação dos serviços de saúde em prol não apenas dos servidores, mas também dos seus dependentes.

Aprovação

O presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa (Sindsalem), Nataniel Serejo, comemorou a aprovação do plano, resultado de décadas de luta da categoria, destacando principalmente a atuação da presidente Iracema Vale na condução e concretização desse trabalho.

“Tivemos alguns presidentes que sequer nos receberam. Tivemos outros que nos receberam, mas não fizeram nada. Com a deputada Iracema, tivemos um apoio bem maior. Ela reformou o plano e fez também o Plano de Aposentadoria. Tudo o que a presidente prometeu, ela cumpriu. Todos os pontos que solicitamos foram atendidos”, pontuou o líder sindicalista.

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Pedro Costa, servidor há 47 anos na Assembleia, disse estar bastante satisfeito e contemplado com a reformulação do plano. “Foi uma luta árdua. O nosso presidente Nataniel e o nosso diretor Luís Carlos Noleto já vem lutando há muito tempo, mas com a graça de Deus e o bom senso da nossa presidente Iracema Vale, conseguimos realizar o nosso sonho”, afirmou.

Mudanças

Após a sanção do governador Carlos Brandão, o plano deve entrar em vigor a partir de maio de 2025. Entre as principais conquistas dos servidores com a atualização do PCCV está a alteração na organização dos padrões remuneratórios, com diminuição do prazo de progressão, acréscimo de mais uma classe funcional e aumento no ganho de cada faixa (de 2,5% para 3%, nos casos de progressão, e 5% nas promoções).

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Também foi feito o reconhecimento por lei dos reajustes salariais concedidos por via judicial referentes aos percentuais de 21,7% e 6,1%, proporcionando igualdade de remuneração e segurança jurídica.

Outra mudança foi a atualização da tabela dos adicionais de qualificação em 15% e a criação da gratificação por especial desempenho. Também fica garantida a previsão em lei do reajuste no valor do adicional de qualificação e da função gratificada sempre que houver reajuste no vencimento.

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domingo, 1 de dezembro de 2024

POLÍTICA | por Battista Soarez

COLUNA LEITURA LIVRE

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Por Battista Soarez 
(Jornalista, escritor, psicanalista e teólogo)

Um indiciamento aloprado

A esquerda política brasileira quer forjar os fatos para decretar prisão do ex-presidente Bolsonaro 

Jair Bolsonaro é indiciado e está nas mãos do STF | Foto: Divulgação

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O JULGAMENTO HISTÓRICO e aloprado que Jair Bolsonaro e aliados podem enfrentar por trama golpista tem ampla característica de forçarção de barra para por o ex-presidente na prisão. A trama tem orientação do presidente Lula para desestabilizar a direita e manter a esquerda no poder nas eleições de 2026.

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Essa denúncia contra o ex-presidente dará início a um caso que deve se arrastar para além de 2025 e, enquanto isso, o esquema montado envolvendo o STF e outras estruturas políticas e judiciárias vão estar trabalhando para estabelecer a ditadura socialista no Brasil.

Especialistas em criar narrativas são muito bem pagos para montar todo o esquema. Fruto de quase um ano de trabalho, o calhamaço de 884 páginas que contém o relatório da Polícia Federal a respeito da tentativa de golpe está nas mãos agora de Paulo Gonet, o procurador-geral da República, a quem caberá decidir se denunciará ou não os envolvidos ao Supremo Tribunal Federal. Para a PF, não há dúvidas de que Jair Bolsonaro planejou, dirigiu e executou a trama, só não levada adiante por conta da falta de apoio da cúpula militar. Mas qual é falha alegada? A história, na verdade, ainda está muito mal contada. O senso de vingança por parte do presidente Lula é, de fato, uma patologia grave no atual sistema político brasileiro.

Enquanto o comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, deu sinal verde ao movimento, os chefes do Exército (general Freires Gomes) e da Aeronáutica (tenente-brigadeiro Baptista Júnior) se opuseram firmemente à tentativa de ruptura democrática urdida nos subterrâneos do Planalto. Esses e outros detalhes do enredo foram reconstituídos na investigação, que resultou no indiciamento de Bolsonaro e de 36 aliados, entre ex-ministros, altos oficiais das Forças Armadas e ex-membros do seu governo.

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O indiciamento de Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas — dentre elas ex-ministros de seu governo — por tentativa de golpe de Estado gerou reações distintas no governo e na oposição.

Do lado do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pedido discrição de seus aliados sobre o caso. Lula não quer politizar o que, para ele, tem que ser um assunto da Justiça. Não interessa ao presidente um acirramento da polarização política. Isso significa que a orientação de Lula é sigilosa e o que ele tinha de fazer já fez. Agora, os próximos passos estão nas mãos de Flávio Dino e Alexandre de Moraes. A intenção é prender Bolsonaro e pronto!

Do lado dos bolsonaristas, eles viram sua principal ambição no Congresso, o projeto de lei (PL) da Anistia — para perdoar condenados pelos atos golpistas e, eventualmente, beneficiar Bolsonaro — perder força. Com isso, optaram por criar um fato novo insuflando a proposta de emenda à Constituição (PEC) do Aborto, um tema caro à direita conservadora.

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Nesse jogo de poder, Lula orientou ministros e aliados a manterem moderação nas declarações sobre o relatório da Polícia Federal, que acusa Bolsonaro de liderar e planejar atos golpistas. A decisão reflete uma preocupação em não dar munição aos adversários políticos, que poderiam explorar o episódio como "perseguição política".

A estratégia busca restringir o debate à esfera judicial, evitando que o tema ganhe mais força no campo político e inflame o país.

Embora Lula não esteja impedindo ministros de comentar os indiciamentos, o presidente tem recomendado "sobriedade" nas declarações. E assim as coisas caminham como sempre ocorreu na política brasileira. Os políticos não se elegem para trabalhar em favor do país, mas, sim, para brigarem por cargos, dinheiro e poder. Que lástima!

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De fato, integrantes do governo Lula fizeram comentários mais comedidos sobre as conclusões da Polícia Federal, na comparação com outras vezes em que Bolsonaro foi alvo de investigações. A polícia federal é uma instituição séria mas, no governo Lula, tem sido instrumento de vingança e tomada de poder. Infelizmente.


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