COLUNA LEITURA LIVRE
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Por Battista Soarez (Escritor e jornalista)
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JESUS NÃO É RELIGIÃO. ELE É O ÚNICO CAMINHO PARA A VIDA ETERNA
Enquanto a igreja visível afunda-se em religiosidade intimista, Jesus foca em pessoas e suas relações
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A CADA CULTO EVANGÉLICO que frequento, saio do ambiente cada vez mais convencido de que a igreja física casou-se com a religião intimista e virou as costas para Jesus. O cristianismo, então, é uma religião como qualquer outra. Hoje, o que vivemos é meramente uma confusão de pontos de vista contraditórios e mesclados de misticismo religioso que, na arena das denominações, confundem a sociedade e desviam pessoas do reino de Deus e de sua justiça. São poucas as pessoas crentes que, de fato, descobriram o reino de Deus. Só tem convicção de fé salvífica aquele que tem o reino de Deus dentro de si.
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Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão
A igreja, na verdade, está cheia de crentes escravos de religião que, equivocadamente, pensam que estão servindo a Deus, inclusive pastores e líderes. Só que, a bem da verdade, estão longe do propósito do reino de Deus. O reino de Deus não é isso que estamos vivendo como igreja religião. A fé da igreja religião é uma fé pesada, cheia de regras, recalques e obrigações doutrinárias sufocantes. Para receber uma bênção, a pessoa tem que fazer um esforço fora do normal. Tem momento em que o fiel parece precisar exercer uma força maior do que o poder de Deus. E, ainda por cima, tem de cumprir uma lista enorme de tradições e regras religiosas.
Por que, no Antigo Testamento, o Senhor castigava Israel e demonstrava evidente insatisfação com o seu povo? Exatamente porque Israel praticava os mesmos pecados da igreja de hoje em dia: insistia em ser religioso e, com isso, feria o coração do Senhor, quebrando o relacionamento com Ele. Em resumo, toda vez que buscamos ser religiosos perfeitos, ferimos o coração de Deus com os apetrechos e adereços de nossas tradições. Temos de entender que toda atitude religiosa induz ao caminho da idolatria, e isso fere a Deus.
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E mais: as pessoas que se desviam da fé em Cristo é porque não têm o reino de Deus dentro de si. E as pessoas não-crentes que não aceitam a Cristo, é porque ainda não receberam a revelação do reino de Deus. Quem tem o reino de Deus dentro de si, não resiste à fé em Jesus Cristo, o Senhor. Quando a Igreja prega o reino de Deus e sua justiça (Mateus capítulos 5, 6 e 7), ela é admirada, honrada e cai na graça do povo. Quando a igreja prega religião, ela atrai religiosos e críticos de plantão, se tornando crescentemente antipatizada pela sociedade. A religião é desagradável. Ao passo que o reino de Deus e seus princípios de justiça são agradáveis.
A espiritualidade da igreja cristã atual, portanto, é uma espiritualidade idólatra que não está de acordo com os padrões do evangelho que o Senhor Jesus ensinou nos quatro Evangelhos. Pelo espelho do texto sagrado, Deus não está satisfeito com a espiritualidade da igreja cristã dos dias atuais porque, em primeiro lugar, ela, enquanto corpo de Cristo, se dividiu aos pedaços, quebrando, assim, o princípio de unidade e comunhão (João 17.20-22). Logo, a espiritualidade da igreja visível do século XXI cheira mal nas narinas do Criador de todas as coisas. É uma igreja sem relacionamento. É uma igreja soberba e praticante de religiosidade intimista, que não tem "pé" nem "cabeça".
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Jesus, no entanto, busca relacionamento externalizante com o seu povo, mas o seu povo está tão casado com a religião intimista que não consegue perceber o Cristo que é o projeto de vida abundante que só pode se manifestar no homem a partir da experiência do novo nascimento (conf. João capítulo 3). Sem isso, a espiritualidade da igreja atual, dividida e pecaminosa, repugna no estômago do Senhor. E a coisa piora ainda mais quando as ações estonteantes da fé religiosa-intimista é praticada em nome de Deus. Usar o nome de Deus em vão é crime espiritual.
Mas Deus sabe que, basicamente, tudo o que fazemos na vida baseia-se simplesmente na fé. Só que essa fé precisa não estar atolada nos pensamentos sem nexo da religião. Neste sentido, é importante considerar que a maior parte das nossas decisões é tomada, inicialmente, em razão do que sentimos ou acreditamos. Por isso, a fé cristã precisa estar fundamentada no Cristo que nos liberta do pecado e da religião. Jesus não nos liberta do pecado para sermos escravos de religião. A bíblia mesmo diz que "foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permancei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" (Gálatas 5.1). É claro que o texto bíblico, aqui, está se referindo à escravidão religiosa.
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A religião nos sufocou e nos matou, gerando, em nós, todo tipo de cegueira espiritual. Agora, dependemos da capacidade de tirocínio espiritial para tomar decisões acertadas que podem nos levar a reencontrar o caminho. Caminho este que é o fundamento de nossas escolhas: o reino de Deus, sua justiça e seus princípios.