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terça-feira, 26 de abril de 2016

O FENÔMENO DA IMPOSTURA

O fenômeno da impostura
Por Battista Soarez

Ultimamente minha vida, aos 48 anos de idade, anda passando por mudanças que, por vezes, me levam a ficar assustado perante o espelho da existência. Não que eu tenha medo de encarar a realidade das crises que este mundo tenebroso apresenta. Não que eu sinta qualquer sentimento de covardia perante as lutas que eu tenha de enfrentar em razão de dificuldades a serem superadas para que eu obtenha a justa garantia da conquista. O que me assusta é a incapacidade de compreensão das pessoas que me cercam no que concerne ao meu favor por elas. O que eu temo é o fato de que o que essas pessoas podem obter de mim, o meu melhor por elas, seja barrado por causa da má interpretação da vaidade tola de seus corações injustos. Escolhas efêmeras nos afastam do ideal no âmbito das relações e são empecilhos às nossas verdadeiras conquistas.
Na fase da juventude normalmente nós, humanos, buscamos coisas que exaltam a vaidade e alimentam um tipo de contentamento que ousa enfrentar os desafios da vida com um tino de superioridade que nos enche de egoísmo e autocontemplação. Quando jovens, não temos medo de nada. Queremos remodelar o mundo ao nosso próprio modo e bel prazer. Sensações de fugacidade não nos são mais motivo de alerta mas, sim, preenchimento do orgulho que nos impulsiona para uma caminhada cada vez mais transitória. Nessa fase da vida, o orgulho jovem não permite vermos nossos próprios limites. Não nos permite entender que a vida é cheia de labirintos que exigem de nós cuidados e atitudes que estejam sempre coerentes com o sentimento de conquista que de fato precisamos para vencer os percalços de um mundo cada vez mais em evolução.
Quando ficamos adultos, tudo o que queremos é o bem da família, dos amigos e das pessoas por quem nutrimos respeito e admiração. Pensamos numa vida financeira confortável que nos dê estabilidade e segurança para os nossos filhos e netos, e procuramos contribuir da melhor maneira possível com o futuro deles. Mas nem sempre recebemos festejos ou aplausos de gratidão. É nessa fase que entendemos ser importante respeitar a vida e os seus limites comuns e sociais. Normalmente nos tornamos conselheiros dos mais jovens exatamente naquelas coisas moral e eticamente incorretas que fazíamos quando tínhamos a mesma idade deles.
Na velhice, enfim, cheios de experiências acumuladas e buscando amenizar as intempéries da senilidade, pensamos numa vida espiritual mais efetiva e num preparo ético mais próximo de Deus para enfrentarmos a vida após a passagem para a eternidade. O dinheiro e a fama já não nos são tão prioridades como antes. Agora nos contentamos com o dinheiro da aposentadoria que nos dá o básico para uma sobrevivência cansada e cada vez mais definhante. É quando aprendemos a valorizar as coisas de maneira mais acentuada, até mesmo o fenômeno das tragédias pessoais que nos são inevitáveis durante o percurso da existência. Então, pedimos perdão às pessoas com quem tivemos diferenças, nos arrependemos de pecados comedidos quando gozávamos do vigor da juventude, pedimos socorro a Deus pelas fragilidades e egoísmos tolos que nos levaram a ferir a outrem e a cometer certos desatinos. E, enfim, nos acovardamos perante o fim da existência porque não sabemos, ao certo, o que nos aguarda do outro lado da vida, após a morte.
O escritor Oscar Wilde disse, certa vez, que: “Neste mundo só há duas tragédias. Uma é não se conseguir o que se quer. A outra é conseguir”. Isto quer dizer que por mais que a gente se esforce para obter o sucesso este não nos trará tanta satisfação o quanto imaginamos. Numa certa altura da vida é que vamos descobrir que o sucesso não era bem o que queríamos. Queríamos algo mais próximo da felicidade e cada vez mais longe das coisas fugazes. De fato, queríamos algo que nos desse mais segurança e comodidade.
Há alguns anos, em 1996, li o livro “Quando tudo não é o bastante”, do rabino Harold Kushner. Foi um presente que ganhei da minha namorada na época e um dos melhores livros que já li na minha vida. Nele Kushner afirma: “As pessoas que têm dinheiro e poder sabem de uma coisa que você e eu não sabemos. E, se nos dissessem, talvez não acreditássemos. O dinheiro e o poder não satisfazem aquela fome sem nome que temos na alma. Até mesmo os ricos e poderosos se descobrem desejando ardentemente alguma outra coisa”. De fato, Kushner tem razão. Lemos a respeito de problemas familiares de pessoas ricas e famosas. Vemos nas telas de cinema e televisão seus conflitos em forma de ficção. E a verdade é que nunca entendemos suas mensagens. Às vezes pensamos que, se tivéssemos a vida que esses personagens da mídia têm, seríamos felizes. Mas a verdade é que não importa o esforço que fazemos para sermos amados, populares e reconhecidos. Se o sentimento de nossa identidade depende da opinião dos outros, então estaremos sempre sujeitos a outras pessoas e dependentes delas. Se isso acontece, se somos sempre dependentes dos outros e nunca construímos a nossa própria independência, a qualquer momento teremos nosso tapete puxado por eles.
Buscar independência e autonomia pessoais é o mesmo que trabalhar criativamente a partir dos nossos sonhos. Mas é fato que devemos compreender que, muitas vezes, gente aparentemente bem sucedida obteve sucesso imerecido. Mais adiante pessoas assim, mesmo com sentimento de serem bem sucedidas, demonstram serem ocas. Jamais podem desfrutar suas realizações em quaisquer circunstâncias. Aí sempre precisam de uma autoafirmação após a outra. Vivem precisando de afirmações de outrem. Ocorre que nem sempre as afirmações alheias a nosso respeito são positivas a nosso favor. Nem sempre são construtivas. E quando somos atingidos com afirmações não construtivas, mas destrutivas, definhamos existencialmente, ao mesmo tempo em que os nossos sonhos se esvaem.
Esse fenômeno é conhecido como o “fenômeno da impostura”. É quando há um embustecimento de nossas latitudes quanto à liberdade de ação. Um tipo de fingimento lastimoso. De vaidade tola e presunção extrema. A maioria das pessoas ricas se lança nesse fenômeno quando se vestem de uma falsa superioridade. Sua intrujice sempre permite que elas se infiltrem entre os outros para deles tirarem proveito. Você já viu aquelas pessoas que quando você tem algo importante ou dinheiro elas facilmente se aproximam de você, mas quando você está desprovido de bens e dinheiro elas se afastam? Trata-se do fenômeno da impostura, o qual é carregado de hipocrisia e fingimento. Este fenômeno acontece na política, nas grandes empresas, em grupos sociais, em famílias ricas e nas instituições em geral, inclusive na religião.
Alguém já disse que isso ocorre quando estamos enfronhados numa fome de alma que não tem nome. Quando somos afetados por uma atitude estranha de fazer “os outros” de inferno. Mas o inferno não são os outros. O inferno é dedicar esforço para obter fama, dinheiro, poder e sucesso corroendo relacionamentos com os outros. Inferno é enxergar os outros apenas à medida do que eles podem fazer por nós.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Um conselho para Dilma
Battista Soarez


Na atual conjuntura em nível de governo federal, a decisão mais sensata que a presidente Dilma Rousseff deve tomar é a renúncia. Por dois motivos: primeiro porque a oposição, cercada de aliados gananciosos, não vai deixa-la governar em paz, como prometeu Aécio Neves (PSDB-MG) logo após as eleições de 2014. Segundo porque os que querem assumir o comando do país não vão conseguir governar bem a nação. Com eles, o país vai estar pior do que com Dilma. Sofrerão um desgaste estarrecedor na sua imagem. Por conseguinte, o povo vai ver a realidade da política brasileira e entender que, sem Dilma, a coisa vai ficando cada vez pior. Aí, o Lula virá com toda força em 2018 e ganhará as eleições. É só esperar pra ver.
Acompanhei pela imprensa que, neste domingo, manifestações pró e contra o impeachment da presidente Dilma estão sendo organizadas, quando o plenário da Câmara irá decidir sobre o processo. Em São Paulo, o ato a favor do afastamento será na Avenida Paulista. O movimento “Vem Pra Rua” marcou a concentração para as 14h na esquina com a Rua Pamplona, onde estará o carro de som com dois telões para a transmissão da votação no Congresso. O “Movimento Brasil Livre” também está chamando para o ato no Paulista, com caminhão e telões próprios.
Os atos pró-governo, organizados pelos grupos “Frente Brasil Popular” e “Povo sem Medo”, que inclui a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional de Estudantes (UNE) e União Brasileira de Mulheres (UBM), devem acontecer no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, de acordo com as informações da imprensa paulista.
Em Brasília, a oposição vai tentar barrar, na Justiça, a oferta de cargos que o governo federal vem fazendo na tentativa de bloquear o impeachment da presidente Dilma. A ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, será feita pelo Solidariedade na Justiça Federal dos 26 Estados e do Distrito Federal.
De acordo com informações, a peça usa como base notícias jornalísticas que abordam oferta de cargos a partidos do PP, PROS, PDT e PTN e a demissão de indicados por políticos contrários ao governo. “Sabe-se que há deputados publicamente favoráveis ao impeachment que indicaram nomes para essas vagas”, diz o texto da ação, que cita casos de exonerações de indicados, por exemplo, pelo ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A peça lista 27 recentes nomeações políticas.
O Solidariedade solicita à Justiça a sustação dos efeitos das nomeações e a determinação para que o governo se omita de efetuar nomeações em caráter de substituição ao menos até ao final do processo de impeachment. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o ex-presidente Lula está num hotel trocando cargos por votos. “Queremos uma liminar para acabar com essa brincadeira”, diz ele.

O que o deputado não explica é por que, mesmo antes do impeachment acontecer, os partidos da oposição já estão se reunindo para fatiar cargos no governo federal. No fim de tudo, nessa selva de cobras, ninguém sabe mais quem é quem. Se Dilma renunciar, Lula e ela terão fôlego nas eleições de 2018. Se ela insistir em permanecer no cargo, sofrerá desgaste fatal tanto na sua própria imagem quanto na imagem do ex-presidente petista.

domingo, 27 de março de 2016

POLICIAL QUE DENUNCIA AÉCIO APARECE MORTO

POLICIAL LUCAS ARCANJO É ENCONTRADO MORTO EM BH


Policial civil, célebre por propagar denúncias contra caciques tucanos em Minas Gerais, foi encontrado morto neste sábado (26) em sua casa em Belo Horizonte; informações iniciais dão conta de que ele foi visto com uma gravata amarrada no pescoço e na janela de seu quarto; a família do policial, no entanto, não acredita na hipótese de suicídio alegando que Arcanjo fazia uso de medicamentos para tratamento de depressão, drogas que o deixariam sem forças suficientes para se enforcar, ainda mais com uma gravata; Ancanjo foi vítima de quatro atentados em Minas.

O CRIME
O policial civil Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto neste sábado (26) em sua casa em Belo Horizonte. Informações iniciais dão cnota de que Arcanjo foi visto com uma gravata amarrada no pescoço e na janela de seu quarto.
A família do policial, no entanto, não acredita na hipótese de suicídio. Ela alega que Lucas fazia uso de medicamentos para tratamento de depressão, e devido ao uso das drogas ele não teria forças suficientes para se enforcar, ainda mais com uma gravata.
Como Lucas era muito conhecido pelas denúncias contra caciques tucanos em Minas Gerais, entre eles o senador Aécio Veves, a possibilidade de retaliação é grande. O investigador já tinha sido vítima de quatro atentados em respostas às denuncias que fazia, uma delas o deixou com uma sequela na perna
Arcanjo andava com ajuda de uma bengala.

quinta-feira, 24 de março de 2016

A LISTA DE FURNAS

Novo laudo da PF indica que lista de Furnas é autêntica

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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada "lista de Furnas", documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.

Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica. A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo.

Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, do ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), atual pré-candidato ao governo paulista, e do atual governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). As campanhas em 2002 teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões. Tucanos negam.

Lobista

A perícia foi feita em papéis originais entregues à PF pelo lobista mineiro Nilton Monteiro, 49, que diz tê-los recebido das mãos de Dimas, no início de 2005, quando o então diretor de Furnas tentava convencer políticos de vários partidos a mantê-lo no cargo.

Acusado de calúnia por 11 deputados estaduais de Minas Gerais, Nilton Monteiro decidiu entregar em 5 de maio os originais aos delegados da PF de Brasília Luiz Flávio Zampronha, Pedro Alves Ribeiro e Praxíteles Praxedes, que conduzem as investigações.

Até então, a PF tinha em seu poder apenas uma cópia autenticada. A perícia na cópia, também feita pelo INC, apontou indícios de montagem e fraude.

Dimas Toledo, que exerceu a diretoria entre 1995 e 2005, até a denúncia de caixa dois feita àFolha pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), sempre negou ter assinado os papéis.

"Ele assinou [a lista] na minha frente. Ele me usou até um determinado momento, depois me abandonou", disse ontem Monteiro. O lobista afirma ter se aproximado de Dimas em 2004 por ser, à época, procurador da empreiteira JP Engenharia. A empresa estava interessada em assinar um contrato com Furnas em torno de um projeto de infra-estrutura que havia sido suspenso pela diretoria de engenharia.

Segundo o lobista, Dimas contou que havia uma ação nos bastidores para tirá-lo do cargo e, por isso, pediu-lhe ajuda para fazer um trabalho de lobby com políticos de vários partidos.

O lobista afirmou que, no início de 2005, Dimas fez quatro cópias da lista. Os supostos destinatários das cópias, sempre segundo Monteiro, seriam Aécio Neves, Roberto Jefferson, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o então presidente do PSDB, Eduardo Azeredo.

Mas as cópias não chegaram a ser entregues, segundo Monteiro. Ele diz que o original ficou com uma pessoa ligada a um escritório de advocacia do Rio. "Ela ficou como guardiã dos documentos até agora."

FONTE: Jornal Folha de São Paulo

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a lista de Furnas
  • quarta-feira, 23 de março de 2016

    IMPEACHMENT DE DILMA

    Ódio e subversão
    Battista Soarez
    A política do ódio e da subversão faz uma interpretação estranha da simples conversa entre a presidente Dilma e o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Objetivo? Criar tumulto e agitar o povo contra a presidente e o ex-presidente. Dilma diz a Lula apenas que ia mandar o “termo de posse” para ele se preparar, caso Moro tentasse prendê-lo. Só isso. Mas foi o suficiente para a GloboNews tentar botar fogo na fogueira que já tinha sido ateada pelo juiz Sergio Moro, como bem disse o jornalista Paulo Henrique Amorim. O jornalista foi, durante muitos anos, da Rede Globo e sabe perfeitamente como procede o mais poderoso [e perigoso] sistema de comunicação do Brasil.
    Claramente aliado à Globo, que o orienta naquilo que é de seu interesse, Moro revela-se não ser juiz no que preze ao cargo e, sim, um agente subversivo do ódio, que tem a petulância de grampear a Presidente da República, autoridade máxima do país. Se isso acontece num país sério, ele seria preso logo em seguida, com risco de perder a função de juiz. Jovem, vaidoso e motivado por interesses escusos, Moro divulga a escuta telefônica na mesma hora para a GloboNews. Tudo isso porque Dilma e Lula desmascararam sua trama rasteira.
    O jornalista Paulo Henrique Amorim disse a respeito do ocorrido do dia 16: “É a Justiça que aterroriza o Wagner Moura e a todos nós! Dilma liga para Lula, ou ele liga pra ela, e ela diz que vai mandar “o termo de posse” para ele. Só isso. Uma conversa de alguns segundos. Sergio Moro, um juiz totalmente desequilibrado, tomado de ódio político, divulga o áudio para a imprensa, como forma de vingança política, porque não conseguiu dar sequência ao sequestro golpista que tentou aplicar no ex-presidente Lula! Aonde estamos!”.
    Paulo Henrique avalia que um juiz grampear o ex-presidente já é absurdo. Grampear a presidente da república, é duplamente absurdo! E a imprensa brasileira, que despreza a democracia, acha isso normal! Pior que tudo, divulga isso como se a bomba não fosse a atitude do juiz Moro!
    Para cúmulo do ridículo, é uma conversinha boba, óbvia, com Dilma acertando um detalhe burocrático para a nomeação do ex-presidente. Mas um juiz subversivo e mal intencionado ou mal orientado age como um perturbado pela onda da vaidade e do poder. Parece que o interesse final é: Dilma caindo com o impeachment, o ministro Gilmar Mentes, do STF, assume como ministro da Justiça e Sérgio Moro é indicado para o Supremo Tribunal Federal para ocupar a vaga de Gilmar Mendes. A informação saiu dos bastidores do próprio STF, numa conversa de reuniões internas e vazou nas redes sociais.
    Logo se percebe as verdadeiras intenções do impeachment e o que realmente está por trás dele. Agora, Lula e Dilma terão que se defender, sabe lá Deus como, contra toda essa loucura golpista que já se caracterizou como um fascismo policial absurdo e que não respeita nenhum direito individual. Lula tem duas escolhas: lutar contra toda essa poderosa manobra sem caráter da oposição ou orientar Dilma a renunciar e deixar o governo nas mãos daqueles que estão enlouquecidos de desejo de assumir o governo para vender o país.
    A absurda manobra de poder envolve toda a força de um jogo sacana da ideologia neoliberal: o PSDB juntamente com partidos da oposição, poderosos empresários que acham que têm o direito de mandar na economia do país e investidores internacionais interessados em invadir o Brasil. Estes últimos anseiam por terminar de levar para fora todas as nossas riquezas naturais e bens preciosos que a “inteligência” brasileira não tem sido suficiente para conservar e gerar riqueza para sua própria sociedade. O PSDB tem ligações internacionais fortíssimas e só está interessado em duas coisas: suprir o setor privado de todas as suas exigências e outra vez atolar o país na miséria.
    O que muitos analistas políticos de mais de cem jornais espalhados pelo país estão avaliando é o fato de que caso o golpe de Sérgio Moro com a criminosa divulgação das gravações do dia 16 de março, em sincronia com manifestações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso numa “palestra” para uma “empresa de seguros” ligada ao Bradesco (um dos interessados e patrocinadores do impeachment de Dilma) fracasse, certamente ele terá muito que explicar à justiça. Segundo esses analistas, suas ações não são do tipo etéreas, não são meras hipóteses, mas atos que estão empurrando o país para uma possível catástrofe. E isso não há como esconder.
    Agora, já é sabido que a esposa do juiz Sérgio Moro advoga para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. O fato já seria suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz, quando assegura: “IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau”.

    Mais claro que isso, impossível. Pergunta: quem são os principais interessados na Operação Lava Jato? Resposta: o PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação. Agora, pare e pense.

    sexta-feira, 4 de março de 2016

    AEDES AEGYPTI

    APENAS UM MOSQUITO
    Para causar pânico em tanta gente
    Battista Soarez

    Nasci e cresci ouvindo um ditado popular meio ingênuo que para nada mais serve senão para subestimar, erroneamente, a capacidade de quem é menor no tamanho mas, por vezes, monstruoso nos seus resultados e efeitos. “Ai do menor que o maior engolir”, dizia o ditado.
    Lembro-me de que meu pai, um homem analfabeto, rude, reagia a esse ditério da seguinte maneira:
    Capacidade não se mede pelo tamanho dizia ele.
    Certa vez ele foi mais além, diante de uma teimosia da minha mãe acerca do cuidado de tomar água filtrada. No interior, normalmente a água potável é retirada de poços artesanais. Cristalina e fria, as pessoas costumavam bebê-la sem que ela passasse pelo processo de filtração. Numa leva dessas, meu pai alertou a família de que não era seguro beber água que não fosse tratada por causa de germes e bactérias. Mamãe, então, usou o tal ditado de que “coitado do menor que o maior engolir”.
    Não é bem assim rebateu meu pai. O pior inimigo é aquele que a gente não vê.
    Nos últimos tempos, a mobilização no combate ao mosquito Aedes aegypti tem sido intensa. O inseto é sutil, camuflado e praticamente invisível. Nunca se sabe a hora em que ele chega e pica uma pessoa. Além disso, segundo especialistas, a picada dele não dói, não arte, não incomoda e não deixa nenhuma coceira. Apenas pica e vai embora, invisível no meio de um universo de obscuridades, interrogações e doenças.
    E assim acontece. Apenas um mosquito para incomodar tanto. Apenas um mosquito é capaz de aterrorizar o país inteiro. Apenas um mosquito, um minúsculo inseto, para matar tanta gente, causar doenças em bebês e provocar tantas desgraças. Meu pai tinha razão: “o pior inimigo é aquele que a gente não vê”.
    O tal mosquito é transmissor de dengue, Chikungunya e Zika vírus. O significado do Aedes aegypti é esquisito e assustador: “a praga que vem do Egito”. Este é o seu significado. Nos tempos bíblicos, lá no velho mundo, a praga do Egito era capaz de matar. Milhares de pessoas morriam. Todos temiam. Temiam porque, se vinha do Egito, a “coisa” era feia e pavorosa porque vinha acompanhada de morte. Deus nos livre e guarde.
    Agora, a informação que se tem é de que “a praga que vem do Egito” chegou às escolas do sistema estadual de ensino do Maranhão, onde o assunto tem sido tema de trabalho nas salas de aula da comunidade escolar. No Centro de Ensino Dorilene Silva Castro, no Coroadinho, em São Luís, os alunos se mobilizaram para pesquisar e entender a praga.
    O objetivo da ideia é conscientizar a população para a importância na prevenção e no combate ao mosquito, assim como elaborar projetos de caráter pedagógico e de sensibilização dos moradores. O tema é interessante: “O Dia ‘D’ de Zika Zero na escola”. O projeto “Zika Zero” tem acompanhamento de pais, professores e, ainda, de representantes do governo do Maranhão.
    Os estudantes procuram não economizar criatividade. Vestem-se de mosquito, de agentes de saúde e de donas de casa. Na encenação, apresentaram paródias e peças teatrais, cuja temática aborda o mosquito Aedes aegypti e as doenças que ele transmite.
    Eles abordaram a importância de abrir as portas das casas para receber os agentes de saúde e ficar atentos às orientações repassadas pelos profissionais, especialmente os cuidados para evitar que o quintal se transforme em criadouro do tal inseto.
    Na última quarta-feira, estudantes e professores fizeram um mutirão para limpar a área no entorno da escola e levar informação à vizinhança. As ações nas escolas contra o Aedes aegypti têm a coordenação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio da Secretaria Adjunta de Projetos Especiais.
    No município de Esperantinópolis, na regional de Pedreiras, estudantes dos Centros de Ensino João Almeida e Antônia Corrêa fizeram passeatas. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância de eliminar os focos do maldito mosquito.
    Na região da Baixada Maranhense, no município de São João Batista, o medo do mosquito também motivou uma mobilização nas escolas. Marcaram o encontro para o dia 1º de março, no auditório da Colônia de Pescadores, onde discutiram várias possibilidades de combate à praga.
    No Maranhão, uma ‘armadilha’ foi criada para o mosquito Aedes aegypti. Usando materiais simples, o pesquisador e professor universitário Weverson Almagro testa um sistema batizado como ‘mosquitoeiro’ confeccionado simplesmente com garrafa plástica, fitas isolante e adesiva e um pedaço de tela. Almagro é professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), do campus Maracanã, em São Luís (MA). Ele acredita que o sistema possa levar a bons resultados na prevenção e no combate ao mosquito transmissor da dengue, da febre Chikungunya e do vírus Zika.

    Enfim, apenas um mosquito! Apenas um mosquito para adoecer o país inteiro. E a situação do Brasil é grave. É grave, inclusive, do ponto de vista do “zika vírus” político. O “zika vírus” político já afetou a economia do país, a educação, a saúde, o setor agrário e, enfim, toda a estrutura socioeconômica da nação. Agora, só resta discutir o que fazer e como fazer para impulsionar o Brasil a ser a potência econômica que ele nunca foi. Nunca foi porque o “zika vírus” da corrupção política nunca permitiu. E, pelo visto, está cada vez mais difícil.

    domingo, 14 de fevereiro de 2016

    NOVO ANO. VELHOS PROBLEMAS

    Novo ano. Velhos problemas

    Battista Soarez
    Novo ano. Velhos problemas... Hoje, acordei um pouco mais tarde do que o de costume. Normalmente, acordo às 06:00h da manhã. Pensando em algumas perdas de 2015 e perspectivas para 2016, levantei às 08:35h já pensando nas tarefas do dia e uma porção de coisas fervilhava na minha mente. Liguei a televisão. Um vendaval de notícias ruins que vem sacudindo o país nos últimos tempos tomava conta de parte da programação jornalística. Imagens lúgubres preenchiam a tela da TV. E, como jornalista, não posso deixar de assistir ao noticiário. Um novo ano já começou, mas os fatos são os mesmos velhos de sempre: corrupção, política carregada de sujeira, sujeira fantasiada de política, violência e criminalidade. São esses os pratos do dia. De todos os dias. O natal não teve nada para comemorar. Ano novo também foi melancólico. E o carnaval está vindo cheio de bandalheira e violência. Como sempre. Por isso não escrevi nada nas últimas edições do JIB. Preferi ficar observando o tempo passar e as coisas acontecerem. Sempre à expectativa.
    A desordem nas disputas por poder entre a presidente Dilma e a oposição —envolvendo, também, Eduardo Cunha, presidente da Câmara do Deputados — desestabilizou a economia e, por causa disso, 2015 terminou sem alegria para os brasileiros. A valsa do impeachment da presidente brasileira gerou uma febre de desmotivação no espírito da nação. O povo está sem ânimo até mesmo para comprar presentes. Alguns até acham que o Brasil não tem mais jeito.
    Mas, apesar das coisas ruins que permeiam o país inteiro, não devemos deixar de pensar em algo positivo que possa mudar o país para melhor. Bom seria se isso começasse a partir de 2016. Mas, pelo visto....!
    Sem muita delonga, talvez possamos concluir que parte do nosso problema seja apenas um sistema educativo defeituoso e uma cultura mental contaminada pela tradicional filosofia da corrupção. Uma corrupção que cada vez mais parece se modernizar e uma modernidade que cada vez mais parece se corromper. E isto, ainda, com todo apoio do aparato tecnológico que não pára de evoluir.
    Pelo que se vê, a maioria dos políticos brasileiros tem dificuldade em viver com honestidade. Em tese, essa dificuldade parece ser responsável por todos os problemas políticos e econômicos do país, inclusive por aqui, no Maranhão. A segurança, a economia, o turismo, a agricultura e o setor portuário tem como destaque uma melhora acima de tudo condicionada aos esforços do atual governador Flávio Dino.
    Aliás, o jornal Financial Times, da Inglaterra, trouxe como destaque exatamente o esforço político de Dino para recuperar o Estado e, portanto, uma série de coisas que já não tinham mais credibilidade. O Estado, por conta da corrupção, estava praticamente falido. A reportagem enfatiza que a eleição de Flávio Dino foi uma soma de perspectivas motivadas pelo desejo de mudança e governabilidade focada em resultados positivos. O Maranhão tinha um dos piores cenários de corrupção e uma das mais cruéis qualidades de serviços públicos. Como exemplo, colocam-se em evidência os asfaltos de péssima qualidade esparramados por estradas, ruas e avenidas a partir da capital e se espalhando por todo o estado. As camadas de asfalto têm menos de um dedo de espessura, fato que contribui para se ter ruas quebradas, buracos absurdos e uma soma de prejuízo incalculável para donos de veículos. O IPVA, no entanto, é cobrado a um preço exorbitante.
    A iniciativa do governador Flávio Dino, segundo o jornal inglês, tem fundamento em diferentes matizes ideológicas e seu foco de mudança gira em torno de um programa de combate à pobreza e melhoria econômica crescente. O jornal diz, ainda, que o governador Flávio Dino desenvolve programas como o “Mais IDH”, que leva água para 30 cidades menos desenvolvidas do Estado. Também cita o programa “Mais Asfalto” e, ainda, outras ações e planos planejados desde a sua campanha, inclusive a entregar de sete hospitais regionais, 300 novas escolas e a convocação de novos policiais para combater a criminalidade no Estado.
    Dino fez uma economia de R$ 68 milhões nas despesas, economia esta necessária para ajudar a compensar a recessão. A depreciação da moeda do Brasil, segundo o jornal inglês, em relação ao dólar, aumentou os pagamentos do estado de sua dívida externa em 25% em seis meses. Enquanto isso, as transferências do governo federal, que respondem por metade do orçamento do Maranhão, caíram em cerca de 30 por cento.
    Que em 2016 o Maranhão consiga encontrar o caminho do verdadeiro desenvolvimento esperado por todos os maranhenses. Que São Luís seja tratada realmente como patrimônio da humanidade. Mas que as autoridades entendam que, antes de ser patrimônio da humanidade, a capital maranhense é patrimônio nosso.

    Que as instituições sociais, arroladas no orçamento público, recebam seus repasses para que possam ajudar o governo quanto a administração das políticas públicas e sociais. E que, assim, tenhamos uma vida digna, de fato, como resultado de um censo de cidadania e sentimento de humanidade na cabeça e no coração dos governantes que, até agora, só têm pensado em si e nos seus patrimônios.